I Wouldn't mind escrita por Tobi4s


Capítulo 9
Long history




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FLASHBACK ON

—Eu vou matar aquela menina. —Birdy dizia enquanto andava de um lado pro outro no quarto.

—Eu ajudo! —Carter levanta a mão rindo.

Carter está deitada ao meu lado enquanto fica girando um cubo mágico, sem tentar achar uma solução.

—Eu não acredito que aquela... —Birdy começa a dizer.

—Tá com raiva porque ela tá pegando seu ex ou porque todo mundo tá bajulando ela? —Digo e começo a rir.

—Muito engraçado você... Rá, Rá! —Birdy diz.

Olho pra Carter e tento conter o riso.

—Relaxa, não é como se você fosse perder a coroa pra ela. —Carter diz.

—Ela tá tentando fazer tudo pra chamar atenção...

Paro de prestar atenção quando Carter sussurra:

—Chamou ela?

—Ainda não. —Respondo.

—Tá esperando o que? —Carter indaga.

—Não é o momento, não agora.

—Birdy, Tobias tem uma coisa pra te perguntar. —Carter diz interrompendo Birdy com seu discurso.

—O que? —Birdy diz, me encarando.

Olho de relance pra Carter e ela sorri.

—Eu... Eu... —Começo a dizer. —Quer ir ao baile comigo?

—Achou que eu ia com quem? É claro que eu vou com você. —Birdy diz e volta pro seu discurso.

Olho pra Carter e a vejo tentar segurar o riso.

—Okay. —Sussurro.

FLASHBACK OFF

Muito feio deixar visitas esperando. —Birdy diz enquanto caminha em minha direção com os braços abertos.

Sorrio e a abraço.

—Eu senti tanto a sua falta. —Ela diz.

—Também senti sua falta. —Digo.

—Okay casal, minha vez agora. —Carter diz levantando da cama e vindo em minha direção.

Sorrio e a abraço por alguns segundos.

—Sentimos tanto a sua falta. —Carter diz. —Você bem que poderia ficar com a gente.

Ela se afasta e volta a se sentar na cama. Sorrio e digo:

—O que vocês estão fazendo aqui?

—Viemos ficar um tempo aqui. —Carter diz.

—E o colégio?

—Aquilo é um saco. Faz alguns meses que a gente não vai.

—E seus pais não sabem? —Pergunto.

—Aqueles não lembram nem que eu existo, imagina procurar saber se eu estou frequentando o colégio. E aqui? Como anda as coisas?

Abaixo a cabeça. Se eu mentir, elas saberão. Tenho que contar.

—Longa história. —Digo.

—Temos tempo.

◄►

Quando eu finalmente termino de contar tudo, ficamos em silêncio por algum tempo. Birdy é a primeira a quebrar o silêncio:

—Seu pai não faria isso. Quer dizer... —Ela começa a dizer.

—Meu pai, até complicado de falar assim.

—Mas ele continua sendo seu pai, não de sangue, mas continua sendo. —Carter diz.

Confirmo com a cabeça.

—E aquela garota? Miranda, né? —Birdy pergunta, mudando de assunto.

—Nem me fala... —Começo a dizer.

—Ela não se lembra de você?

—Lembra. Quer dizer, eu acho que lembra.

—Então o que foi?

Demoro alguns segundos pra responder. Pensando se é o certo contar, mas eu não costumo esconder nada delas.

—Eu a beijei. —Digo.

—Você o que? —As duas dizem ao mesmo tempo.

—Eu beijei ela. Mas depois eu disse que não significou nada e...

—E significou alguma coisa? —Carter interrompe.

Confirmo com a cabeça.

Ficamos em silêncio por frações de segundos. Carter quebra o silêncio instantes depois:

—E o que ela disse?

—Absolutamente nada, ou seja, falhei.

—Isso é um saco. —Birdy diz.

—E, por curiosidade, como vocês entraram aqui? —Pergunto.

—Sua mãe deixou a gente entrar... Ah, e ela mandou te lembrar que você tem horário marcado pra ajustar seu traje. —Sua voz é de deboche na última palavra. Tenho certeza de que minha mãe usou essa palavra.

—Droga... —Coloco a mão na cabeça. —Eu tinha me esquecido.

—Traje do que mesmo? —Carter pergunta rindo.

—Porcaria de um baile de máscaras do colégio. Eu nem sei se eu vou.

—Como assim não vai? —Birdy indaga. —É claro que você vai. Você tem que ir. Lembra da última vez que a gente foi junto?

—Não sei. Nem par eu tenho.

—Quem disse que você precisa de par? Você vai nesse baile sim, afinal, tem que apresentar a gente. —Ela diz apontando pra Carter. —Ou quer que a gente não tenha vida social enquanto ficarmos por aqui?

FLASHBACK ON

Birdy está do meu lado esquerdo. Quando enfim entramos no baile, ela segura na minha mão. Todos os olhares focados em nós. Não sei se consigo seguir adiante. Vejo pessoas sussurrando e comentando. É claro que estão falando dela e do vestido dela. Ou sobre nós dois.

O que as pessoas vão achar?

Ela caminha, sem dar atenção a ninguém. Seguimos em direção a Carter que quando nos vê, sorri e diz:

—Olha, olha... Que casal...

Birdy sorri e solta a minha mão. Beija minha bochecha e sussurra no meu ouvido:

—Muito obrigado.

Sorrio.

No decorrer da noite, quase não vejo Birdy. Ela está ocupada demais fazendo o que for que estivesse planejando, então, fico conversando com Carter.

—O que diabos ela vai fazer? —Pergunto.

—Eu não sei. Ela não me disse nada. Coisa boa é que não é. —Carter diz enquanto desvia os olhos, procurando alguma coisa, provavelmente Birdy. —Ei, eu sinto muito por ela... Te usar dessa forma. Eu sei que você queria que ela pelo menos ficasse aqui.

Sorrio de canto.

—Tá tudo bem. —Digo.

“A atenção de vocês por favor”, escuto uma voz dizer e a reconheço imediatamente.

Birdy.

Sinto um arrepio percorrer meu corpo. O que diabos essa garota vai fazer?

Sigo a voz e vejo Birdy em cima do palco, enquanto um velho gordo, provavelmente coordenador do colégio grita com ela.

“Gostaria de dizer algumas palavrinhas se vocês não se importassem”. Escuto as pessoas sussurrarem e prestarem atenção em cada palavra que ela diz.

“As vezes, as pessoas devem aprender do jeito mais duro, e quando falo isso, eu quero dizer literalmente, que é complicado roubar o lugar de direito de certas pessoas. E eu tenho uma mensagem pra esse tipo de pessoa. Cuidado, as vezes a vida manda difíceis lições de como é importante ficar quieta e aprender a não mexer no que foi tocado por mim.”

Tento controlar o riso. Sei exatamente do que ela tá falando. Ela está falando sobre a garota, Mandy, que dizem por ai, estar bajulando pessoas para votarem nela como rainha do baile, além de estar de rolo com o ex namorado de Birdy.

“E não se esqueçam. Tenham fé em Deus. Ele mandará um sinal que mostrará a verdade”, nesse momento vários bips de celulares começam a tocar, inclusive o meu.

É um Email, com um vídeo anexado. Percebo várias pessoas rindo e murmurando. Antes de abrir o vídeo escuto Birdy dizer:

—Amém.

FLASHBACK OFF

Carter e Birdy ficam enchendo meu saco até eu aceitar ir pro baile.

São 17:30 quando chegamos numa loja no centro da cidade.

E me arrependo por ter vindo. O “traje” que minha mãe havia escolhido era horrível.

—Alguém tem que avisar sua mãe que você vai pra um baile, não pra um funeral. —Birdy comenta. Começo a rir e a funcionária que está ajustando as medidas cora.

—Não quero esse. —Digo a funcionário que está arrumando.

Birdy caminha até uma sessão de “trajes”, se assim posso dizer, e observa alguns. Minutos depois ela pede pra funcionária pegar um. E ela acertou em cheio...

Serviu perfeitamente em mim. Não gosto desse tipo de roupa, mas tenho que admitir, ficou legal, pelo menos pra um baile.

—Ela vai adorar... —Escuto Carter sussurrar.

—Ela quem? —Pergunto.

—Ninguém. —As duas respondem ao mesmo tempo.

Fico curioso, mas resolvo não perguntar nada.

A funcionária guarda o escolhido para alguns ajustes e combinamos de pegar no sábado, dia da porcaria do baile.

◄►

E como tudo que é bom dura pouco...

Estamos saindo da loja quando encontramos três garotos.

Um deles reconheço de imediato. Nic.

—Olha quem tá aqui... —Ele diz.

Birdy franze o cenho.

A porta se fecha atrás dele e o mesmo volta a dizer:

—Planejando uma série de assassinatos? Socio. —Nic diz caindo na risada com os outros dois.

—Tobias, quem é esse babaca? —Birdy indaga. Agora sim, meu dia está feito.

—Arrumou uma vadia defensora agora?

Birdy dá um passo à frente rapidamente. Carter é mais rápida e a segura.

Preciso dizer alguma coisa. Preciso.

—Você não cansa de ser um idiota, né? —Finalmente resolvo dizer.

—Vai fazer o que? Me matar? —Nic diz rindo e começa a caminhar. —Socio.

Nic e os outros se afastam e Birdy os encara.

—Quem diabos é esse garoto? —Carter diz enquanto caminha até a porta.

—Um idiota do colégio. Nic. —Respondo. —Amigo da... —Faço uma pausa. Só de pensar nisso sinto repulsa. —Amigo da Miranda.

Minha vontade é voltar lá e socar a cara dele, mas não quero causar confusões. Não quero estragar tudo. Finalmente tenho uma brecha, e concluo que tentarei seguir em frente, mesmo que isso signifique colocar todos os problemas numa caixa escura no fundo de minha consciência.

—Nic... Nic... —Birdy diz. —Você precisa parar de ser idiota Nic...

—Birdy? —Carter diz, a encarando como se soubesse de alguma coisa.

—Que foi?

—Você não tá pensando em... Vai fazer o que? —Carter pergunta franzindo o cenho.

Birdy a encara sorrindo e diz:

—O que eu faço de melhor.


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