I Wouldn't mind escrita por Tobi4s


Capítulo 12
It's a lie




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Na segunda feira de manhã, preciso de fita adesiva pra não fechar os olhos e cair no sono. Passei o domingo inteiro na casa da tia Lydia (Fui Intimado) e tive que aguentar crianças correndo de um lado pro outro e escutar pessoas falando apenas sobre o meu pai (Coisa que eu definitivamente não quero saber).

Birdy ainda não havia voltado, e Deus ajude que não volte. Seria constrangedor ter que olhar pra ela de novo. Carter ainda estava lá, coisa que eu não me importava.

Apesar de tudo, não consigo falar com Miranda no domingo (O que vai tornar as coisas bem estranhas, porque eu não sei o que vou falar quando vê-la).

Não a vejo quando chego à escola. Sigo para a aula e na hora do almoço a procuro. Ela sorri ao me ver, o que provavelmente, me fez corar.

—Quanto tempo. —Ela diz ironicamente.

—Eu... —Começo a dizer, mas ela se aproxima de mim e me dá um selinho.

—Sem desculpas. —Ela diz rindo.

Ela pode fazer isso trilhões de vezes e eu sempre vou querer mais.

—Quer sair hoje à noite? —Pergunto e entrelaço nossos dedos.

—Opa, sair? É comigo mesmo. —Uma voz diz. Reconheço frações de segundos depois.

Carter.

Reviro os olhos e olho para trás.

“É um encontro sua idiota”, penso. Mas apenas sorrio.

Miranda está rindo.

Ótimo. Minha noite vai ser legal. Eu, a garota que eu gosto e a minha amiga retardada que não cala a boca um segundo.

◄►

Carter tenta me dizer uma série de motivos para eu não ir sozinho no meu encontro. Uma coisa definitivamente estranha porque é o meu encontro e não uma festa.

Quando desisto de convencer Carter a não ir, decido chamar o que vai acontecer apenas de “Saída”. Seria um encontro, se Carter não resolvesse ir. E ela não ia desistir fácil.

São quase 19:00 e não sei nem aonde vamos. “Legal, você chama a garota pra sair, de brinde ganha a companhia indesejável da sua amiga retardada e não sabe pra onde ir. Legal.”

E é nesse ponto que Carter se torna útil. Ela não conhece muito a cidade, mas já sabe de alguns lugares. Deixo essa parte com ela, já que essa idiota resolveu me fazer companhia.

Encontro Miranda num boliche (Que eu nem fazia ideia que existia nessa porcaria de cidade). Ela está usando um vestido azul que acaba um pouco antes do joelho e ao me ver, sorri.

—Tentei de todas as formas impedir que ela vinhesse. —Sussurro ao abraça-la.

—Tá tudo bem. —Ela diz. Carter está num balcão pegando os pares de tênis. —Ela parece ser legal, diferente da outra.

—A outra é complicada.

—Sendo complicada longe de mim, pra mim tá bom. —Ela responde e começo a rir. —E longe de você.

Carter acena e nos aproximamos.

É, talvez essa noite não será tão ruim assim.

◄►

Depois de ser massacrado por Miranda e Carter (O que deixou as coisas bem constrangedoras) fico em silêncio praticamente o resto da noite enquanto Carter conta as coisas mais vergonhosas que alguém poderia dizer sobre mim.

—Sabia que ele dorme com um urso esquisito? —Ela diz encarando Miranda enquanto ri. Estamos sentados numa mesa perto de uma lanchonete, ainda no boliche.

Percebo que Miranda está tentando segurar o riso. O que me deixa ainda mais constrangido.

“Carter, Cala essa porcaria de boca”, penso.

—E adivinha o nome dele? Snow Angel... É o urso mais patético. Sem contar no soldado. —Ela me encara. —Posso contar?

—Claro que não, e acho... —Começo a dizer, mas ela me interrompe.

—Ótimo, vou contar. —Ela volta a encarar Miranda. —Ele tem um soldado de pelúcia, e ele meio que conversava com ele.

Encaro Carter. E as duas começam a rir. Estou sentado ao lado de Miranda.

—É estranho. —Carter diz enquanto dá um gole em seu copo de refrigerante.

Percebo algo se movimentar na minha mão direita e olho pra baixo. Miranda entrelaça seus dedos nos meus e não consigo conter um sorriso.

Pelo menos ela não achou tão estranho assim. Ou tá apenas aguardando um momento para me zoar.

E o resto da minha noite foi assim, Carter falando coisas constrangedoras e Miranda rindo. Tudo na “perfeita” e “ironicamente” ordem.

Estamos indo em direção ao estacionamento quando topamos com as duas pessoas mais idiotas da face da terra.

Nic e Birdy.

Birdy parece bem, para alguém que não apareceu para pegar suas roupas ou para dar algum sinal de vida.

—Droga. —Digo. Carter me encara.

Miranda pega na minha mão e diz:

—Vamos.

Começamos a caminhar, mas escuto Birdy dizer:

—Saíram sem mim? Podiam ter me convidado.

—Birdy... —Começo a dizer, mas Miranda me interrompe.

—Isso não foi um encontro de vadias mal amadas, então, não vi razão para te convidar.

Me seguro para não rir.

Birdy se aproxima de nós e o sorriso debochado presente em seu rosto segundos antes, desaparece em um piscar de olhos. Nic fica em silêncio.

—Diga a ela Toby, como você me beijou na noite do baile. Diga também como você implorou para eu ficar com você e eu simplesmente disse não. —Birdy diz.

Miranda me encara e solta minha mão. Ela não estava acreditando em Birdy, estava?

—Isso é mentira. —É a única coisa que posso dizer no momento.

—Não minta Toby. Você não sabe mentir. —Ela diz enquanto se aproxima de mim. —Diga a ela o quanto você gostou quando...

—Já chega. —Eu a interrompo. —Cala a boca. Isso é mentira.

Miranda se afasta de mim e começo a caminhar em direção ao seu carro.

—Vai tarde vadia. —Birdy diz.

Miranda para e começa a caminhar em direção a Birdy. Em um piscar de olhos, consigo vislumbrar Birdy caindo no chão.

Frações de segundos depois entendo o que realmente havia acontecido. Miranda havia socado a cara de Birdy. Não havia sido apenas um tapa como na maioria das brigas entre mulheres. Um soco.

Miranda volta a caminhar rapidamente, e antes de ir atrás dela, escuto Birdy dizer:

—Você vai me pagar por Isso.

◄►

—Ei, espera...

—Acho melhor você ir embora. —Ela diz enquanto entra no carro. Corro rapidamente até a outra porta e me sento no banco do passageiro.

—Sai do meu carro.

—Me obriga.

—SAI DO MEU CARRO! —Ela grita.

—Você não acreditou no que ela disse, né?

Ela fica em silêncio.

—É mentira. Ela falou aquilo só pra criar confusão. É mentira.

Ela abaixa a cabeça e percebo que ela realmente está com raiva.

—Ei, olha pra mim. —Levo minha mão até seu queixo e levanto. —É mentira. Tudo mentira. Você sabe que eu gosto de você.

—Gosta de mim? —Ela indaga em tom de deboche.

—Gosto. E muito.

Ela fica em silêncio e segundos depois diz:

—Prova.

“Me lasquei”, penso.

—Provar?

—Prova que aquilo que ela disse é mentira. Prova que gosta de mim.

“Eu estar aqui te enchendo o saco já não é o suficiente?”, penso.

Não havia motivos para ela duvidar. Na verdade, eu que deveria estar com raiva por ela acreditar no que Birdy disse.

Em um misto de confusão e raiva, digo a única coisa que me vem em mente:

—Quer que eu prove? Fuja comigo.

Ela me encara e indaga:

—O que?

—Foge comigo. E vou te provar que eu gosto de você de verdade.


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