Meu deus, porque eu fiz aquilo? Porque assustei as garotas daquele jeito? Boa Dylan! Você tinha que mostrar que tinha uma coleção de armas... ótimo, vai perder suas amigas. Ok, ok. Meu final de semana foi um monólogo horrível e cheio de questionamentos... Não tive coragem de ligar para a Lexy, nem para a Zoe e muito menos para a Julie. Pra começo de conversa fui um completo idiota de não falar com ela desde o primeiro dia de aula, mas eu estava com receio, vai que ela era uma daquelas pessoas mega estressadas que se isola por odiar gente? Mas quando vi ela na detenção achei a oportunidade perfeita pra ser amigo dela . Pera, pera, tenho que começar a história do começo... lá vai.

Acordei de um pesadelo horrível ás 5h da manhã, ele invadia com frequência minha mente: Meu pai sendo assassinado na minha frente por um bandido qualquer quando eu tinha 5 anos de idade. Sim, foi real, e toda noite duas vezes por semana eu revivia aquilo em meus sonhos... Sempre considerei meu pai um grande homem, ele era Sargento da policia, e deu a vida por mim. Desde então vivo com minha mãe nesse maldito apartamento. Ok recapitulando, eu acordei cedo, me vesti, tomei café da manhã e fui pra escola em meu carro, lá fora dei de cara com James Carter, o rebeldinho que teima em ficar no meu caminho... Ele me encarou desafiador, eu devolvi o olhar, indiferente, e entrei na sala, 20 minutos depois Julietta chegou, pegou detenção e se sentou no fundo, como sempre. Ela tinha sardas, cabelos castanhos cor de terra seca que caiam ondulando perfeitamente sobre seus ombros, seus olhos eram cor de mel esverdeados, era bem baixa. No intervalo James entrou no meu caminho novamente, dessa vez me empurrou de proposito, eu não aguentei...

– Qual é o seu problema, garoto? - Disse eu friamente.

– Meu problema é você, que insiste em esbarrar em mim - Disse ele, seu olhar era penetrante, perverso, mas eu não me sentia intimidado.

–EU? Você é muito abusado mesmo, alguém tinha que dar uma lição em você! - Gritei, a essa altura estávamos rodeados de alunos, todos esperavam uma boa briga.

– E quem vai dar essa lição? você? - Carter zombou, a raiva tomou conta de mim e investi contra ele, porém algo, ou melhor, alguém me deteve, era nosso professor,e balançando a cabeça negativamente nos estregou passes livres para a detenção.

Foi assim que tudo começou, com uma simples detenção... Hoje já é domingo e eu ainda não consigo parar de pensar na merda que fiz mostrando aquelas armas. Me senti aliviado de dividir aquele fardo com alguém mas agora estou culpado, talvez me achem um maníaco assustado que anda armado atirando em qualquer um que teste a paciência. Ok, talvez eu esteja exagerando...

No dia seguinte...

Segunda-Feira... Não esta sendo tão ruim, mas acabei de entrar na sala, então é difícil dizer. Julie e Lexy não estão me tratando diferente, pelo menos eu acho já que sentamos no fundo e elas sorriram pra mim.

–Boa dias meninas - disse eu, sorrindo pra elas.

– Bom dia Sr. Mafioso - Indagou Lexy, rindo, sei que ela uma brincadeira mas me senti culpado, ela deve ter percebido isso porque emendou em seguida.- Ei, to só zoando..

–É, relaxa Westfield - Julietta disse sorrindo, eu relaxei quando ela beijou minha bochecha.

As aulas foras tranquilas, mas durante o intervalo sentamos na mesma mesa juntos, Zoe, Lexy, Julie e eu. Notei que de repente nós estávamos sendo o centro das atenções pois todos nos encaravam, talvez porque nos juntamos do dia pra noite, ou talvez porque Julietta Owens finalmente estava em um grupo social: " Os bacanas" do ensino médio. Notei que o ruivo da nossa sala Christopher Yohan fitava a Julie um tanto incrédulo, acho que ele sempre a esteve observando, assim como eu, porém não teve coragem de se aproximar. Todos conversavam e comiam seus lanches, mas algo estranho aconteceu, James entrou no refeitório, vasculhando o lugar com seu olhar maquiavélico e sorriso malicioso, quando percebi ele já estava sentado em nossa mesa, entre Lexy e Julie.

– Ora ora, a bonitinha se juntou mesmo aos bacanas - Ele disse, todos pareceram confusos, mas pelo dia da detenção percebi que ele falava com a Julietta.

– Não é bem assim Carter, alias, o que esta fazendo aqui? - Ela perguntou, olhando em volta, pouco confortável com a presença do garoto.

– Não posso mais cumprimentar as garotas bonitas? digo, amigas? - Ele disse rindo, seu tom era de brincadeira, mas não gostei mesmo assim, senti uma mão envolver meu pulso, era Zoe, provavelmente seu modo de dizer que estava tudo bem.

– Desde quando somos amigos?- Julietta retrucou, não pude deixar de sorrir, odiava aquele garoto e ele me odiava, provavelmente estava ali só pra me irritar.

– Boa, mas você parece ser legal demais, cuidado com as más companhias - Ele piscou pra ela, fazendo-a corar, Carter pegou uma maçã de nossa mesa e se afastou, mordendo-a. Um silencio ensurdecedor se seguiu, por parte não só de nossa mesa mas de todo refeitório que havia parado para escutar a conversa, alguns cochichavam baixo, então em minutos tudo voltou ao normal.

– Estranhooo - Cantarolou Alexya, todos na mesa com exceção de mim, riram, Julie ainda parecia desconfortável.

– É, esse cara tem problemas, fique longe dele Jules, é encrenca - Eu disse por fim, voltando a comer casualmente, não me lembro se aquilo que senti era ciúmes, ou um lado paterno entrando em ação, mas de uma coisa tinha certeza: Julietta Owens era uma de nós agora. [...]