Ignored escrita por The Corsarian


Capítulo 7
A Septuagésima edição dos Jogos Vorazes


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, e o capítulo curto, mas prometo que o próximo não vai demorar tanto e vai ser beeem grande D:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/518541/chapter/7

Acordei no outro dia com um frio na barriga. Quando acordei Andrea já estava no quarto, me olhando com atenção. Assim que abri os olhos ela resmungou algo ininteligível, e me jogou uma das roupas de princesinha que eu deveria usar. Ela também enrolou um colar de corda em meu pescoço com um pequeno pingente azul.

–Seu irmão me pediu par te entregar. Disse que é o símbolo do Distrito. - Explicou ela enquanto amarrava o colar em torno de meu pescoço.

Então ela me olhou, e soltou um suspiro.

–Nunca pensei que diria isso para alguém, mas vou sentir sua falta...- Ela sussurrou e então me abraçou com força.E acrescentou num tom que foi difícil de escutar: - Volte, por favor.

Foi inevitável não sorrir. Afinal, minha vizinha rabugenta, que jogava bolinhos na minha janela, e me xingava pelas manhãs, estava me abraçando, dizendo que iria sentir minha falta e pedindo para eu voltar viva. Abracei-a de volta, com o sorriso nos lábios e sussurrei em resposta:

–Pode deixar.

Andrea se afastou, e eu podia ver seu sorriso radiante.

–Bem, acho que deveria te entregar para Adeely agora, não? - Ela disse tentando parecer divertida.

Assenti. Saímos do quarto e fomos para sala, onde Aank e Mallon se despediam com formalidade, apenas apertando as mãos. Corri até Aank assim que o vi, e abracei-o com força. Pude ouvi-lo sussurrar em meu ouvido:

–Trate de voltar com vida.

Então ele se afastou com um sorriso enorme, como se aquilo fosse uma ocasião feliz.

Os próximos momentos passaram num flash. Eu saindo do nosso andar, eu e Adeely dentro de um aerodeslizador, um rastreador sendo colocado em meu corpo, eu entrando nas catacumbas, sendo guiada até a Sala de Lançamento, ou o Curral, tanto faz.

Entramos na minha Sala de Lançamento, que é novinha em folha, e lá recebo algumas instruções de Adeely, como tomar banho, comer, escovar os dentes etc. Então ela me senta em um banquinho e faz meu penteado favorito, uma rabo de cavalo bem alto na cabeça. Eu sabia que não ia durar, mas mesmo assim era bom saber que tinha algo que ainda era meu.

Então Adeely me vestiu. A roupa era uma blusa de alças finas, mas tinha um tecido resistente. Também havia uma calça do mesmo tecido da blusa, e uma capa grossa, resistente e leve ao mesmo tempo. Havia um cinto preso à calça, onde eu poderia guardar facas, caça ou até mesmo um chicote, o que eu pretendia fazer. E por último, um par botas com sola dura, de um formato confortável que fazia com que eu me sentisse descalça e livre.

–A capa é de um tecido resistente, que absorve a água facilmente. Acho que pra onde você será levada é bem úmido e chuvoso. - Diz Adeely.

Eu poderia odiá-la com todas as minhas forças, mas um fato era inegável: Adeely era inteligente, criativa e muito talentosa. O seu conhecimento sobre roupas, tecidos e tudo mais, poderia me salvar. Portanto escutei com atenção tudo o que ela tinha para dizer.

–E a roupa é feita para te adaptar ao clima, seja ele frio, moderado ou quente. Já as botas possuem uma sola firme, perfeita para se adaptar em solos irregulares e duros, como pedregulhos ou terra batida.- Adeely termina tudo o que tinha para dizer.

–Então o lugar vai ser com um clima em constante mudança, úmido e com um solo duro e irregular?

Adeely assentiu para mim.

Suspirei. Aquela Arena com toda certeza seria horrível para mim. Se era de terreno duro, eu poderia descartar a praia, que era o único lugar onde eu poderia me dar realmente bem. E com o clima sem definição, provavelmente também não seria uma floresta onde o clima era sempre o mesmo.

A única coisa ao meu favor era a umidade. Eu gosto de lugares úmidos, e sei me dar muito bem na chuva.

Respirei fundo me sentei num banquinho. Comi o máximo que pude e bebi muita água também. Eu não sabia por quanto tempo eu ficaria sem uma coisa tão vital quanto aquilo.

Depois de um tempo, uma suave voz feminina me diz para me preparar para o lançamento. Respiro fundo, como se não houvesse mais ar para respirar, e ando até o círculo de metal. Em poucos segundos um cilindro começa a abaixar sobre mim, até me envolver por completo. Sinto-me presa e com falta de ar. Coloco as mãos espalmadas sobre o vidro para me apoiar e respiro fundo. Tão fundo que eu não sabia se meus pulmões aguentariam tanto ar.

Então o cilindro começa a subir e eu começo a me apavorar, Minha vontade é de gritar, mas me aprumo o máximo possível, como uma princesa, de cabeça erguida e corpo reto. Fico em total escuridão por um tempo que me pareceu interminável, para logo depois, finalmente, sair ao ar livre.

Ou aquilo que seria a minha Arena nessa edição dos Jogos.

–Senhoras e senhores, está aberta a septuagésima edição dos Jogos Vorazes!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e se quiserem dar umas últimas sugestões sobre a Arena podem dar viu ;)