Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 24
Capítulo 23 - O Super Homem e a Mulher Maravilha


Notas iniciais do capítulo

Heeeey Cupcakeeeess!! Como vão??

Bom, primeiramente eu queria agradecer a todos os comentários! Vocês são demais! Essa cap é dedicado a todas que conversam comigo e me xingam por coisas que eu faço na fic!
Ahmmm!! E o nome do cap, não estranhem, vocês vão entender.

Musica do CAP: Ed Sheeran - Give Me Love (quem viu o trailer sabe o que vai acontecer agora... Só dando uma dica hein! Hahaha!).
Beijooocas!!



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Não sei como chego viva até a minha casa amarela. A única coisa que vi pelo caminho foram vultos, que passavam tão depressa que pareciam fantasmas no meio do som do transito caótico de São Francisco. A única coisa que senti foi medo. Uns dos maiores medos da minha vida.

Eu chorava. Admito que chorava. Nunca pensei que passaria por isso, ainda mais agora, quando estava prestes a descobrir o meu passado obscuro.

E eu só pensava em uma coisa: Não posso deixar Ginna sentir o que eu senti. Perder um filho deve ser a mesma dor do que perder uma mãe e acho que ela não aguentaria, não sozinha, sem Harry, do jeito que está. Ela pode esconder, mas sei que ainda gosta dele.

Cheguei em menos de dois minutos. Poderia ser tarde demais, mas mesmo assim saio do carro sem pegar a bolsa ou ao menos me preocupar em trancar o Fusca. Nada mais importava.

E de repente, tudo ficou em câmera lenta. Minhas pernas ficaram cem toneladas mais pesadas e meu corpo parecia cansado, como se eu estivesse acabado de correr uma maratona. O coração em meu peito batia a todo vapor e eu tive a impressão de que minhas artérias não iriam aguentar a pressão.

Eu não contei quantos passos foram, mas assim que cheguei a porta de entrada agarrei a maçaneta e a girei o mais rápido que consegui.

– Ginna! – gritei a chamando com todas as forças que o meu pulmão me permitia. Olhei em volta, ela não estava na sala e, pelo o que eu podia ver, também não estava na cozinha. Subi as escadas. – Ginna!

A porta do seu quarto se abriu e eu estava pronta para ver Andrew ou até Sara saindo chorando com o rosto desesperado. Mas isso não aconteceu.

– O que você pensa que está fazendo, hein? – Ginna gritou com a cara amassada de sono. – Eu estava tendo um sonho com o Justin Bieber em que ele me pegava de jeito e olha o que você fez! Estragou tudo bem no momento que ele ia me beijar.

– O-o que? – pergunto limpando o meu rosto das lagrimas. – Você não está passando mal nem nada? Não está perdendo o bebê?

– Fala sério Jane! – ela revira os olhos e entra no quarto, deixando a porta aberta. Eu entro lá dentro, a seguindo. – O que te fez pensar isso? Teve uma visão tipo a Raven daquele programa de TV?

– Não, eu... – sento em sua cama, tentando me recuperar do susto. Depois da surpresa, o sentimento que vem é raiva. Eu grito como nunca gritei antes. – Aquele filho da puta! Ele me paga! Eu vou matar Andrew Taylor!

– Por que? O que ele fez ontem a noite de tão grave?

– Não foi o que ele fez ontem a noite! – penso um pouco e refaço a frase. – Tudo bem, ele também fez besteira ontem, mas o que fez hoje foi pior ainda!

– Meu Deus, eu que não queria estar na pele do Andy. – murmura se sentando ao meu lado na cama. – Ele que te falou que eu estava perdendo o bebê?

– Sim! Ele me ligou agorinha dizendo essas besteiras, e eu estava fazendo uma coisa importante, e eu vou matar aquele idiota! – grito colocando as mãos na cabeça.

– Tudo bem, agora que viu que a minha barriga está intacta posso voltar a dormir ou não? – pergunta com a sobrancelha levantada. Eu reviro os olhos e dou um pequeno sorriso.

– Tá. Qualquer coisa estou no meu quarto, ok? – ela assente e eu saio. Antes de ir ao meu quarto volto para o Fusca e pego as coisas que deixei lá, fechando o carro logo depois. Subo e fecho a porta, me jogando na cama macia.

Por que ele fez isso? O que ele ganharia me fazendo voltar correndo para casa igual a uma idiota? Será que está zoando com a minha cara?

Argh!!! Ele vai ver!

Disco o numero no celular e espero.

Caixa postal. Tento de novo. E de novo, de novo, de novo e de novo.

– Merda, merda, merda! – sou tentada por mim mesma a tacar o Iphone na parede, mas, quando lembro o preço que paguei por ele, apenas o deixo na mesinha ao lado da minha cama.

Fecho os olhos por um breve segundo. Agora a única coisa que quero é desaparecer do mundo. Não quero ir à escola na segunda e enfrentar Andrew e Ian. Não quero ver meu pai e ter que conviver com a angustia de não saber o que ele tanto me esconde.

Acabo adormecendo minutos depois e também sonho com o Justin Bieber. Ou com um certo menino de olhos azuis e cabelos loiros.

***

Acordo com Ginna me balançando. Ela fala que o jantar já está pronto e eu me surpreendo por ter dormido tanto tempo. Desço junto com ela e encontro meu pai e Sara já sentados na mesa.

Eles me perguntam como foi o cinema e eu digo que acabei não indo e minto, falando que Ash teve um problema sério com alguém da família. Quando falo isso Gin me olha desconfiada, já que ela sabe que é mentira, mas não diz nada.

Assim que acabo de comer lavo a louça com Ginna, o que rapidamente vira uma guerra de água. Depois eu subo e converso um tempo com ela em seu quarto, conto tudo o que ocorreu na noite passada.

Por volta das 23:00 horas vou para o meu quarto, alegando que amanha terei aula. Gin me deseja boa noite e liga o computador. Eu tranco a porta assim que entro.

Tomo uma ducha rápida, já que vou tomar um banho amanha de manha, e coloco meu pijama, uma calça azul e uma blusa gigante que era do meu pai. Sei que parece estranho, mas sempre me acostumei a dormir de sutiã, então pego um conjunto azul claro com rendas.

Eu me deito, exausta. Não estou com sono, então apenas fico no escuro do meu quarto, olhando para o teto branco. E meus pensamentos vão para ele, como é de se imaginar.

Coloco a mão em meu anjo, no pingente do meu colar. Se minha mãe estivesse aqui ela saberia o que fazer. Daria-me conselhos para que eu esquecesse Andrew, ou até tentasse perdoa-lo. Mas, sozinha, não sei o que fazer.

E não sei o que fazer porque a única certeza que tenho é que se amanha aquele loiro aparecer na minha frente vou me perder em seus olhos. Porque eu acho que estou começando a gostar dele.

O barulho me faz pular da cama e olhar diretamente para a minha sacada, que está fechada. É de lá que vem. Espero alguns segundos e, como mais nada acontece, levo em consideração ser coisa da minha cabeça, então deito minha cabeça no travesseiro e tento relaxar novamente.

Tic. Tic.

Ok, isso com certeza não foi coisa da minha cabeça. Levanto-me e, devagar, caminho até a sacada. Há uma cortina antes da entrada então eu a tiro e só depois abro a porta.

O que você está fazendo aqui?! – sussurro com a raiva exposta no meu rosto, que já deve estar vermelho. Ele sorri.

– Achei que a nossa conversa ainda não tinha acabado. – declara dando os ombros. Andrew aponta para a porta de entrada. – Será que dá pra gente conversar.

– Está louco?! – pergunto, ainda sussurrando. Se meu pai vê um garoto a essa hora da noite parado embaixo da minha janela estou ferrada. – Você me enganou ontem a noite e mentiu pra mim sobre Ginna e ainda quer conversar?

– Dá para você me ouvir dois segundos? – fala começando a ficar nervoso. Eu reviro os olhos.

– Não! – depois que falo isso fecho a porta da sacada. Que maluco! Vir aqui a essa hora para falar comigo?

Pego o meu celular e mando uma mensagem para ele:

DÁ PRA PARAR DE JOGAR PEDRINHAS NA MINHA JANELA?”

Ele responde segundos depois:

“SÓ DEPOIS QUE VOCÊ ME OUVIR, GATA”.

As pedrinhas continuam por mais alguns minutos, mas ele desiste logo, logo demais. Pensei que Andrew Taylor fosse mais persistente, mas não me animo. Sei que terei que dar explicações para ele amanha.

Estou quase dormindo quando ouço a porta da sacada sendo aberta. Viro-me rapidamente e vejo Andrew entrando com uma cara que diz “Eu avisei”.

– O que você está fazendo aqui?! – pergunto me levantando a acendendo o abajur ao lado da minha cama. – Eu te disse para ir embora!

– E desde quando eu obedeço o que você fala? – ele sorri de lado, com aquele sorriso. – Disse que precisava falar com você e não vou desistir até ter o que quero.

– Tudo bem, fale. – digo cansada de discutir. Cruzo os braços no alto do peito. Ele estranhou a minha facilidade de aceitar a nossa conversa, mas toma a palavra.

– Ontem à noite a vadia da Samantha estava só tentando te encher. Ela está puta porque eu não quero mais ficar com ela e faz isso com todas as meninas que eu saio.

– Vai falar que não leva todas as meninas para o cinema ao ar livre? – pergunto com a sobrancelha levantada, tomando cuidado para não falar alto demais.

– Tudo bem, eu levo, mas com você foi diferente Jane! – ele tinha o olhar desesperado e, sem eu ao menos perceber, deu um passo em minha direção. – Sabe por que? Porque todas as outras meninas nem prestaram atenção no filme que estava passando! Elas só se importavam em me beijar. Você nem olhou pra mim durante o filme e nesse minuto eu tive certeza que era diferente.

– E por que me ligou hoje falando aquela besteira sobre a Gin?

– Jane, eu precisava te ver. Não aguento mais!

– Não aguenta mais o que?! – pergunto levantando a voz.

Então, como num passo de mágica, ele me prensa na parede, colocando um dos braços na minha cintura e outro no meu rosto;

– Me larga agora! – ordenei, só que minha voz não saiu tão firme quanto eu queria. Na verdade ela mais parecia um sussurro do que outra coisa.

– Tem certeza que quer mesmo que eu te solte Jane? – perguntou sensualmente no pé do meu ouvido. Engoli em seco quando vi sua mão apertando de leve minha cintura.

Desculpe Deus. Desculpe pai, Gin, Ash e Ian, mas eu não consegui responder. A única coisa que se passava na minha cabeça era a proximidade de nossos corpos, o seu halito em meu ouvido e sua boca avermelhada tão perto da minha. Ele levantou o rosto e pairou seu olhar no meu, me olhando profundamente, como se visse até a minha alma.

Nesse momento eu perdi totalmente a linha de pensamento. A única coisa que via era a imensidão azul em minha frente. Foi ai que eu perdi a linha de sanidade, do certo e do errado e principalmente do que havia acontecido entre mim e Andrew até agora.

Mais uma apertada na minha cintura. Andrew dá mais um passo a frente, como se toda a nossa proximidade não fosse suficiente. A sua mão esquerda, que está no meu rosto, faz carinho em minha bochecha com a ponta do dedão.

– Eu precisava fazer isso. – diz sussurrando. Mais uma vez não tenho coragem de responder, com medo da minha voz sair gaguejando ou até com uma certa rouquidão.

O vejo se aproximando lentamente o seu rosto com o meu. A cada aproximada minha respiração ficava ainda mais ofegante e rápida. Sei que deveria sair dali o mais rápido possível, tentar me desvencilhar ou chutar as suas partes intimas. Mas ai algo ocorreu em minha cabeça:

Qual é o problema? Porque não posso perdoa-lo? Não posso tentar viver assim, com ele sendo desse jeito chato e idiota? Não posso... Tentar ser feliz?

Sem hesitar e, para a minha surpresa, eu é quem tomo a iniciativa e vou mais para a frente. Juntos e de olhos fechados, colamos os nossos lábios.

Começamos com um selinho lento, lábio entre lábio. Nesse minuto, foi como se um fio de milhões de watts entrasse em minhas correntes sanguíneas. Eu me senti invencível, como se ele fosse o Super-Homem e eu a Mulher-Maravilha.

Depois, quando sua língua modelou levemente os meus lábios pedindo passagem, não sabia o que fazer. Quer dizer, eu já beijei antes, mas nunca de língua. Sem escolha, apenas... Abri a boca.

O senti sorrir quando aprofundou ainda mais o beijo, passando a língua por toda a extremidade da minha boca. Sempre achei isso nojento, mas agora, sentindo, sei o porquê de tantas meninas falarem do beijo de Andrew. Minha língua não ficou parada, quando vi os movimentos que Andy fazia os imitei e fui além, sendo ousada e passando a língua dentro de sua boca também.

Minhas mãos voaram automaticamente para os seus cabelos loiros, os puxando de leve, enquanto sua mão apertava ainda mais a minha cintura e a outra ia para a minha nuca, puxando um pouco de cabelo lá. Arfei.

Quando o famoso ar faltou, nós separamos ofegantes. Porém isso não o pareceu o abalar. Andrew desceu seus lábios agora vermelhos e inchados para o meu pescoço, dando beijos sensuais, mordidas e chupões. Eu sabia que aquilo deixaria uma marca, porém no momento eu estava pouco me fodendo para isso.

Assim que pareceu satisfeito subiu até a minha orelha e mordeu meu lóbulo. Gemi baixinho e ele sorriu contra a minha pele. Depois passou novamente para os meus lábios, repetindo mais um beijo que me deixou sem ar.

No meio do beijo largou meu rosto e minha cintura e desceu as mãos para as minhas coxas, o que me surpreendeu um pouco. Ele deu um impulso e eu entendi o que queria que eu fizesse, então entrelacei as minhas pernas em volta de sua cintura. Como eu estava nas pontas dos pés finalmente pude relaxar um pouco.

Então, para a minha surpresa, Andy começa a andar cegamente pelo meu quarto. Quando o ar falta, sinto a cama macia batendo em minhas costas. Ele beija meu pescoço enquanto fica por cima de mim e isso faz com que eu levante meu tronco. Com isso, Andrew pega na barra da minha camiseta e a puxa, fazendo com que, segundo depois, ela passasse pela minha cabeça.

Seus lábios voltam rapidamente aos meus e, quando sua mão bate no fecho do meu sutiã, nas minhas costas, alguém bate na porta.

– Filha? Posso entrar? – foi como se alguém tivesse jogado um balde de água fria em nós. Eu o empurrei com a perna e Andrew caiu de bunda no chão, com o rosto assustado.

A primeira coisa que fiz foi varrer o chão com os olhos em volta em busca da minha blusa, que estava quase na porta do banheiro. Enquanto caminhei até lá respondi para o meu pai.

– Ahm oi pai! Espera só um pouquinho, já vou abrir a porta.

– Que barulho foi esse Jane?! – eu via a maçaneta sendo forçada repetidamente. – Abra essa porta agora, mocinha!

Eu corri até Andrew, que estava parado perto da minha cama. Apontei para a sacada e abri a porta para que ele saísse.

– Você precisa descer agora! – sussurro o empurrando. Ele assente e, antes de me dar chance de sair de lá, puxa o meu braço. – O que foi?!

– Te ligo depois. – diz e me dá um selinho demorado. Fecho a porta da sacada e me arrumo o máximo que consigo.

– Jane! – meu pai grita.

Eu abro a porta tentando fazer cara de inocente.

– O que foi?! – pergunto me fazendo de irritada.

– O que foi? – pergunta sarcástico. – Eu que te pergunto isso! Dava para ouvir os barulhos do seu quarto lá da sala! Quem está ai?

– Ninguém pai! – afirmo abrindo mais a porta para que ele veja. Sr.Morgan entra no quarto e olha tudo em volta. Tudo mesmo.

– Então o que aconteceu para você fazer aquele barulhão todo? – pergunta com a voz mais calma. Sara aparece na porta, com a sobrancelha levantada.

– Nada pai! Eu só estava lendo e meu livro acabou caindo no chão, seguido pelo meu celular e o abajur. Nada de mais. – digo batendo as mãos nas coxas. Vejo que Sara, na porta, bufa.

– Richard, vamos voltar para a sala e continuar vendo aquele filme. Você já viu que não tem nada. E pare de ser tão possessivo! – ela o puxou para fora do quarto e fechou a porta logo depois de me desejar boa noite. Meu pai nem teve tempo de discutir.

Respirei tão fundo que nem sei o que estava fazendo até agora. Joguei-me na cama logo depois e, ainda aliviada por tudo isso, me dei conta do que fiz.

Meu Deus! O que eu fiz?!

“O que está feito, feito está.” – Fiodor Dostoievski.

Você tem razão. Mas o que será que está por vir?

Não quero pensar nisso, então decido curtir o momento. E isso inclui pensar nesse beijo. Passar a mão pelos meus lábios, relembrar o olhar de Andrew e sua boca na minha. Por que, como eu disse, não sei o que está por vir.

De repente, meu celular apita:

“ Eu disse que sempre consigo o que quero”.

Eu respondo para Andrew com um sorriso entre os lábios:

“Cala a boca Andrew! E boa noite”.

“Boa noite, gata”.


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Notas finais do capítulo

Vocês me amam néh?? Pode falar, demorou pra eles se beijarem, mas foi o beijo mais foda e lindo do mundo! Hahaha!! Mereço favoritos e recomendações??

Beijooocass!!