Deep Six escrita por Gothic Princess


Capítulo 9
Capítulo IX - Vertigo


Notas iniciais do capítulo

Hello heroes! Não posso me esquecer de agradecer ao Superboy pela belíssima recomendação que ele mandou *o* Muito obrigada! Suas palavras me emocionaram e eu fico extremamente feliz por você estar gostando da história.

Também queria agradecer aos 38 leitores que favoritaram e aos 49 que estão acompanhando a fic! Sério, amo todos vocês sem nem ao menos conhecê-los direto hahaha' Obrigada pelo apoio e por lerem o que eu escrevo.

Aproveitem o novo capítulo de Deep Six!



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Era uma noite relativamente tranquila em Gotham. Já era tarde da noite, por isso as ruas estavam praticamente vazias, sem contar com alguns criminosos escondidos em becos e prédios abandonados. Em uma grande boate, localizada em Downtown, podiam se ouvir gritos, mesas, cadeiras e garrafas sendo quebradas. Isso destruiu completamente o silêncio que reinava nas ruas, mas o que realmente surpreendeu os moradores da região foi ver um homem atravessar a janela da boate e cair no meio da calçada.

— Acho que já está na hora de irmos embora, pessoal — Kevin disse, saindo pelo buraco enorme por onde o homem havia sido jogado.

— Só porque eu estava começando a gostar do lugar — Scott seguiu o herói, dando um suspiro de irritação.

— Eles começaram! — Melissa gritou, passando pela janela assim como Apolo.

— Podia ter sido menos agressiva. Por que jogou o cara da janela? — Kent a advertiu.

— Na verdade quem o jogou fui eu — Apolo comentou enquanto desciam a rua. — Não gostei da forma como ele falou com a Mel.

— Em primeiro lugar, eu posso me defender sozinha! E em segundo, eu queria ter feito aquele desgraçado atravessar a janela — ela cruzou os braços.

— Conseguimos te convencer a sair conosco por uma noite e você consegue fazer disso uma razão para começar uma briga! — Scott parou ao lado do carro preto da morena estacionado no fim da rua.

— Agora fomos expulsos de lá — Kevin abriu a porta do banco do carona e entrou.

— Não gostava mesmo daquele lugar barulhento — Apolo entrou junto com Scott na parte de trás, enquanto Melissa assumiu o lugar de motorista.

— Então somos dois — ela sorriu, ligando o veículo e começando a dirigir.

Conforme saiam de Downtown, os quatro viram uma moto aparecer do meio da escuridão e estacionar ao lado de um beco sem saída, que apesar de ser bem escuro, ainda tinha uma iluminação fraca no final dele. Eles se surpreenderam ao verem a pessoa da moto tirar o capacete e deixar seu longo cabelo loiro cair sobre seus ombros.

— Kate? O que ela está fazendo aqui? — Kevin questionou, se inclinando para frente para poder ter certeza de que se tratava de sua amiga.

— Ela disse que ia encontrar os pais em Star City hoje — Melissa diminuiu a velocidade do carro e parou do outro lado da rua.

A loira colocou o capacete sobre o banco da moto e entrou no beco, não parecendo ter percebido seus amigos do outro lado da rua. Melissa tinha um olhar desconfiado, mas não achou uma boa ideia espioná-la daquela forma.

— Perguntaremos a ela amanhã. Estou com sono e sem cabeça para bancar a espiã agora — ela ligou novamente o carro, retomando o caminho de volta para a base, onde deixaria os meninos e voltaria para a Mansão Wayne.

Conforme o carro passava pelo beco, Kevin usou sua visão telescópica para ver Kate. Ela conversava com um grupo de sete pessoas, quatro homens e três mulheres, e parecia conhecê-los, já que conversava tão descontraidamente. Antes que Melissa passasse com o carro pela entrada do beco, o herói viu um dos homens entregar um pequeno saco transparente para a loira. Ele pôde ver nitidamente as algumas pequenas cápsulas, das cores verde e preta, dentro do saco.

 

§

 

— Não pode ser isso, você se enganou, Kevin — Melissa estava de costas para os quatro heróis enquanto mexia no computador.

Kevin passara o resto da noite afirmando ter visto um dos homens entregar Vertigo para Kate, e naquela tarde ele continuava com a mesma história.

— Mel, você sabe que a última coisa que eu sou, é cego — ele estava de braços cruzados e olhando para as costas da amiga, também desejando que aquilo não fosse verdade.

— O pai dela praticamente acabou com todo o Vertigo de Star City, por que ela usaria? — Grace se aproximou deles, sentando-se sobre a mesa onde o enorme computador ficava.

— O que é Vertigo? — Apolo perguntou, vendo Melissa se virar na cadeira giratória.

— É uma droga que deixa o usuário desorientado e agitado. Foi criada pelo Conde Vertigo há muitos anos atrás, mas o Arqueiro conseguiu mandá-lo para a cadeia e tirar a droga das ruas.

— Então você acha que a Kate pode estar usando Vertigo? — Scott olhou para Kevin, que suspirou.

— Não acho nada. Só quero uma explicação razoável para o que vi ontem a noite — eles pararam de falar ao ouvirem a porta do elevador se abrir e Kate entrar com um sorriso no rosto.

— Desculpem o atraso, geralmente a Grace é quem chega tarde.

— Pois é, acho que isso foi passado para mim geneticamente. Chego atrasada em tudo igual ao meu pai — a loira deu uma leve risada.

— Kate, o Kevin quer te perguntar uma coisa — Melissa logo falou, virando-se novamente para o computador.

— Pode falar — a heroína andou até ele, que xingou Melissa mentalmente por fazer isso.

— Nós... Queríamos saber se tem algo para nos dizer? — ele não queria que ela pensasse que a estavam acusando de usar a droga, então preferiu ser mais sutil ao perguntar.

— Hum, não — ela disse e depois andou até o outro lado da base, sentando-se no sofá.

Kevin olhou para os outros, que pareceram também terem ficado curiosos com a reação dela.

— Tem certeza? — Apolo perguntou, virando-se para ela.

— Absoluta.

— Você sabe que pode nos contar qualquer coisa, não é? — Scott disse, andando até onde ela estava.

A loira pensou por um segundo e então suspirou.

— Ok, ontem eu usei o computador da Mel para entrar no facebook.

— Só por isso vou hackear sua conta — a morena continuava a digitar rapidamente, porém ouvindo tudo o que eles diziam.

— Foi só para ler uma mensagem! Sei que você não gosta, mas meu telefone tava sem bateria.

— Nada mais? — Grace perguntou, levantando uma sobrancelha.

— Por que o interrogatório? Já disse que fui para Star City ontem — ela respondeu, recebendo o silêncio em resposta. Segundos depois, seu bolso vibrou, fazendo-a pegar seu celular e ler uma mensagem. — Tenho que ir ver um apartamento que pretendo alugar aqui perto, mas quando voltar quero saber o por quê de tantas perguntas.

Dizendo isso, a heroína andou para o elevador e deixou a base. Melissa se virou para Kevin com um olhar questionador.

— Ela está escondendo algo — a heroína disse, colocando a mão no queixo e pensando por um segundo.

— Eu consegui pegar isso enquanto ela não estava olhando — Grace ergueu o mesmo saco que Kevin vira na noite anterior.

— Isso é um grande problema — Apolo andou até a jovem e pegou o saco, vendo as cápsulas dentro dele.

— Não temos uma explicação razoável, vamos ter que descobrir sozinhos — Scott falou.

— O nosso foco é descobrir quem está produzindo esse soro que transforma pessoas normais em meta-humanos. Tenho certeza de que Kate tem tudo sob controle e pode se cuidar sozinha — Melissa se levantou, colocando as mãos em sua cintura e encarando os quatro.

— Fala como se não se importasse com ela. A Kate é a nossa amiga, se ela está mesmo envolvida com isso, temos que fazê-la parar — Kevin disse em um tom firme.

— Não sei o que vocês estão pensando, mas isso não é um clube do livro! Concordamos em trabalhar juntos para acabarmos com essa investigação mais rápido, só que tudo o que vocês fazem é atrasá-la — ela respondeu, seu tom frio como gelo.

— Não aja como se fosse egoísta, Mel, eu sei que você não é — Apolo disse e ela abriu a boca para responder, mas desistiu e apenas se virou para o computador.

— Se quisermos encontrá-la vamos precisar saber para onde ela vai? —Scott se aproximou da mesa onde Melissa estava.

— Eu também peguei isso aqui quando ela entrou no elevador — Grace ergueu o celular de Kate, um sorriso travesso estampado em seu rosto.

— Tenho medo do que você faz com essa super velocidade quando não estamos olhando — Scott riu, pegando o aparelho das mãos dela e entregando para Kevin.

O herói sentia-se mal por violar a privacidade dela, eles deveriam ir falar com a loira e perguntar por que ela havia comprado Vertigo. Melissa viu que ele não faria nada e pegou o telefone das mãos dele, se levantando e indo direto nas mensagens, onde leu algo interessante.

"Rua 28 em Haysville, Downtown. Ela vai estar lá essa noite! — T."

— Quem é "ela"? — Grace leu a mensagem por cima do ombro da Wayne e a viu andar até o armário onde guardava seu uniforme.

— Vamos descobrir.

 

§

 

— Achei o lugar incrível, Jane! Se não fosse por você eu nunca acharia esse apartamento — Kate disse enquanto assinava o contrato do aluguel do apartamento.

— Desculpe ter levado tanto tempo para mostrá-lo a você, é que é grande e eu não queria deixar passar nenhum detalhe — a mulher estava ao lado da loira, nunca parando de digitar em seu blackbarry. — O que a trouxe à Gotham?

— Trabalho — respondeu, entregando os papéis para Jane. — Um trabalho complicado e as vezes divertido.

— Espero que tenha sucesso! Eu mandei o endereço daquela loja de móveis para o seu email, é a melhor da cidade.

— Obrigada — ela tocou em seu bolso e não sentiu o volume do celular, achando estranho, pois tinha certeza que colocara naquele lugar.

— Algum problema? — Jane perguntou, vendo a expressão da loira mudar.

— Não encontro o meu telefone — ela olhou em todos os bolsos, se lembrava de estar indo para o elevador e sentir um vento bagunçar seu cabelo. Um nome veio instantaneamente a sua cabeça. — Grace!

Sem dizer mais nada, a heroína correu para o lado de fora do apartamento e desceu os sete andares de escada, se dirigindo, a pé, para a base no teatro. Quando chegou, o local estava vazio.

— Ah, não... — agora Kate havia entendido o por quê de tantas perguntas, eles haviam visto quando ela fora ao beco na noite anterior. O que eles estariam pensando dela? Nada de tão terrível, esperava.

Forçando suas pernas a se moverem, ela andou de volta para o elevador, saindo do teatro e pegando sua moto que estava estacionada no outro quarterão. Já começava a anoitecer, ela teria que impedi-los rápido antes que colocassem tudo a perder.

Do outro lado da cidade, os cinco heróis estavam na frente do galpão onde o endereço havia levado, parecia estar acontecendo uma festa do lado de dentro, luzes coloridas, música alta, pessoas gritando... Eles podiam entender o que um traficante de Vertigo faria naquele lugar, mas fazer aquilo tão abertamente certamente chamaria a atenção de heróis, ninguém seria maluco a esse ponto.

— Vamos entrar agora? — Grace perguntou pela milésima vez e Kevin respondeu pacientemente.

— Ainda não.

— Já anoiteceu, seja lá quem for essa pessoa com quem Kate iria se encontrar, ela já está lá dentro! — Batgirl avançou, deixando os outros para trás.

— Ela não vai entrar pela porta da frente, vai? — Apolo olhou para os outros, que apenas observaram enquanto a morena fazia seu caminho para a entrada.

— Ela vai — Superboy voou atrás dela, sendo seguido pelos outros.

Quando chegou a porta, um segurança a olhou de cima a baixo e ela simplesmente entrou. Ele tentou impedi-la e colocou a mão em seu ombro, mas sentiu alguém segurar seu braço direito e jogá-lo para longe. A heroína se virou e viu que quem fizera isso fora Apolo e ficou tão irritada quanto feliz por tê-lo por perto para ajudar.

As luzes do local eram extremamente fortes, tanto que chegavam a dar dor de cabeça para qualquer um. Os cinco andaram pelo galpão e pareciam não serem notados pelos adolescentes e adultos que dançavam, bebiam e se divertiam. A música alta incomodava Kevin, pois sua audição era bem mais aguçada e seus sentidos ficaram levemente entorpecidos.

— Vou dar uma volta! — Grace gritou, desaparecendo no meio da multidão.

— Vamos nos separar! — Scott sugeriu, vendo os outros assentirem e irem em direções opostas, apesar de manterem os olhos nos outros para garantir que ficariam bem.

Kate entrou no galpão e começou a procurar por seus amigos, desejando que não tivessem feito uma burrada e esperando que ainda não tivessem sido vistos por "ela". Conforme andava, a loira sentiu alguém segurar seu braço e se virou, pronta para dar um soco em quem quer que fosse, porém parando ao ver seu amigo.

— Kevin, o que vocês vieram fazer aqui? — ela gritou, puxando-o para um canto do galpão.

— Nós vimos você comprando Vertigo e quando você negou que havia feito isso, pensamos que... — ele fez um pausa, percebendo o quão estúpido isso soava no momento. — Que você estivesse usando a droga.

— Como vocês podem ter pensado isso?! Eu estou comprando há meses para conseguir ganhar a confiança deles, assim me diriam onde ela estava e eu poderia prendê-la! — a loira explicou e Kevin arqueou uma sobrancelha.

— Quem é "ela"? — antes que tivesse sua pergunta respondida, a música parou e todas as luzes se apagaram.

Um segundo depois, um holofote azul iluminou um palco de metal que havia no final do galpão e todos viram uma jovem de pé no meio dele. Ela tinha cabelos azuis e pele alva, usava um sutiã preto, uma jaqueta de couro e uma calça jeans escura, deixando uma tatuagem de um sorriso vermelho exposta em sua barriga.

— Meus queridos amigos, hoje temos convidados surpresa essa noite! — ela falou perto ao microfone que havia a sua frente. — É a primeira vez que os vejo pessoalmente, mas vocês já devem ter lido sobre eles nos jornais. Acho que os chamam de Deep Six...

Ela gargalhou de forma macabra, fazendo Kevin sentir um arrepio na espinha ao perceber quem ela lembrava.

— E como eu poderia deixar a tradição de família morrer se eu não tiver uma relação de amor e ódio com a ajudante do Morcego — depois que ela disse isso, um homem forte jogou Batgirl no palco, suas mãos estavam presas em uma algema de metal e ela parecia desacordada.

— Ela é Duela Dent... A filha do Coringa — Kate disse, abrindo caminho no meio da multidão para chegar ao palco e sendo seguida pelo herói. — Ela colocou o Vertigo de volta nas ruas, uma fórmula ainda mais viciante, eu tinha que impedi-la, por isso estava fazendo tudo em segredo, porque era uma missão muito importante! A Duela nunca é presa então pra chegar até ela precisei ser muito discreta e convincente, até vocês estragarem tudo!

— Podemos falar sobre isso mais tarde! — dizendo isso, Kevin voou até o palco e parou ao lado de Duela.

— Há, o Super-bobo-boy quer se juntar a festa! — ela gritou, ouvindo todos do local darem risadas. — Veio resgatar sua namorada?

Superboy não tentou contradizê-la, isso só tomaria o tempo que eles não tinham, ele apenas se abaixou e tentou pegar Melissa no colo, levando um choque extremamente forte no momento em que a tocou e sendo obrigado a se afastar.

— Nah-nah-não, você não vai tirar ela de mim antes de termos uma luta decente! — Duela abriu um compartimento no microfone e apertou um botão ao lado dele, fazendo um líquido verde espirrar no rosto do herói.

Kevin deu alguns passos para trás, podendo perceber que aquilo era ácido, mas que não o afetava. Quando ergueu os olhos, Melissa havia sumido, assim como Duela.

— Alguém na escuta? — ele perguntou pelo comunicador.

Apolo e Scott haviam encontrado Batgirl antes que ela fosse levada para o palco, porém foram impedidos de salvá-la quando centenas de homens enormes com máscaras de palhaço entraram e começaram a tentar acertá-los com martelos gigantes.

— Um pouco ocupados! — Apolo gritou, usando sua espada para partir um martelo de madeira ao meio com apenas um golpe.

— Batgirl sumiu! — Superboy disse, ouvindo a voz de Grace logo em seguida.

— Encontrei ela! Está com uma maluca de cabelo azul! Estão na porta dos fundos, vou pegar elas.

— Espere por nós, Grace! — Kate gritou, não recebendo resposta.

Scott deu um chute que fez dois homens serem lançados na parede e correu junto a Apolo para a entrada dos fundos. Chegando lá, viram Duela prestes a colocar Melissa dentro de uma vã preta. Grace estava parada olhando para elas e ninguém entendeu por que a velocista não havia feito nada.

— Grace, a maluca vai fugir! — Scott gritou.

— Vocês mandaram eu esperar! - a loira gritou de volta, logo correndo na direção de Duela. — Essas pessoas bipolares de hoje em dia...

A vilã olhou para o borrão vermelho vindo e sua direção e soltou Batgirl no chão, pegando três seringas em seu cinto e correu para o lado oposto. Grace a alcançou facilmente e quando segurou no braço de Duela para pará-la, sentiu as três pontas das seringas furarem seu peito.

— Grace! — Kate gritou, correndo na direção da velocista quando a viu cair no chão.

Apolo andou até Melissa, vendo-a começar a recobrar a consciência. Ele quebrou as algemas e segurou seu rosto.

— Tudo bem? — perguntou o herói, vendo-a assentir.

— O que houve? — os olhos da morena recaíram sobre Duela, que havia entrado na vã e ido embora e então se voltaram para onde Grace estava no chão.

 

§

 

Amanda pegou um pacote de pipoca e o colocou no microondas, em seguida andando para a sala de estar e sentando-se ao lado de seu irmão. Quando a loira se recostou para relaxar e assistir o filme, alguém bateu na porta com certa violência.

— A porta — Alex disse, sem tirar os olhos da televisão e recebendo um olhar furioso da irmã. Ela deu um soco no braço dele e foi atender, atravessando o grande apartamento e abrindo a porta para encontrar Kevin.

— Precisamos de ajuda! — ele disse, deixando-a surpresa e assustada com o tom que ele usara.

Alguns minutos depois, os três já estavam no hospital de Gotham e corriam pelos corredores parcialmente vazios.

— Faz quanto tempo desde que aconteceu? — Alex perguntou.

— Uma hora e meia. Ninguém aqui conseguiu ajudar, Melissa disse que vocês conseguiriam — mesmo não confiando muito nos gêmeos Luthor, Kevin estava desesperado.

Eles chegaram a uma sala no final do corredor extenso e entraram, vendo Grace deitada na cama, seu peito subindo e descendo rapidamente e sua respiração completamente descompassada. Apolo e Scott seguravam os braços dela para mantê-los parados e Kate ainda tinha seus olhos inundados pelas lágrimas.

— Ajudem ela! — Melissa gritou, também parecendo estar se controlando para não chorar.

— Somos cientistas, não médicos, mas vamos tentar — Alex assegurou, andando até a loira e olhando dentro dos olhos dela. — Sabem a que droga ela foi exposta?

— Vertigo. Uma dose muito concentrada e potente de vertigo — Kate respondeu, sentando-se na cadeira ao lado da cama.

— O corpo dela está tentando eliminar a droga do sistema, mas não consegue porque quanto mais sangue produz, mais a droga se espalha — Amanda começou a mexer em sua bolsa e pegou uma seringa.

— O que é isso? — Scott fazia mais força para segurar o braço da velocista, odiando vê-la daquela forma e desejando que tudo acabasse rápido.

— Huminoso go shin — respondeu, vendo-o ficar confuso. — É um soro.

— Vamos ter que parar o coração dela por alguns segundos, assim ele não vai produzir sangue por tempo o suficiente para o metabolismo acelerado eliminar a droga do organismo — Alex falou, como se lesse o pensamento da irmã.

— Não podem fazer isso! Se não funcionar ela morre — Kevin indagou.

— É o único jeito — Melissa murmurou, fechando os olhos e virando as costas para a loira. — Façam isso logo.

Ninguém ali parecia certo sobre aquele plano, porém ficaram calados. Amanda se aproximou de Grace e injetou a agulha na veia de seu braço direito, se afastando logo depois. Quando a velocista parou de mexer os braços, Apolo e Scott se afastaram, vendo o peito dela subir mais algumas vezes antes de parar de vez, seus olhos se fechando lentamente.

— Quantos segundos? — Apolo perguntou, olhando para Alex, que cronometrava com seu celular.

— Cinquenta segundos — respondeu.

— Isso é muito tempo! — Kevin olhou para Melissa, que permanecia calada.

Segundos pareciam horas, todos pareciam prender a respiração enquanto esperavam pelo soro funcionar. Amanda olhou para Alex, seu irmão baixou o celular e olhou para a loira.

— Ela já devia ter acordado — Kate se levantou, aproximando-se da cama.

Melissa mordeu o lábio inferior e respirou fundo, olhando para Kevin. Alex estava prestes a pegar o desfibrilador, quando viu Grace abrir os olhos e voltar a respirar.

— O que aconteceu?! — ela gritou, colocando a mão no peito e dando um gemido de dor.

— Grace! — Kate a abraçou com força, deixando-a ainda mais dolorida.

Todos deram um suspiro de alívio.

— Você nos deu um susto, pirralha! — Scott também a abraçou, percebendo que a jovem não estava entendendo nada.

— Não sei o que aconteceu, mas estou morta de fome. Quem vai querer ir ao McDonald?

Melissa sorriu e se sentou na cadeira ao lado da cama. Para o seu azar de estar sem máscara, suas emoções ficaram bem expostas e Apolo percebeu a preocupação da morena.

— Obrigado — Kevin disse, olhando para os dois gêmeos ao seu lado.

— Foi um prazer ajudar — Alex respondeu e apertou a mão dele. Kate conseguiu sorrir ao ver a cena e abraçou Grace novamente.

 


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Notas finais do capítulo

Nuss, quem mais ficou preocupado com a Grace? Eu fiquei o/

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Obrigada por lerem, sinto muito pela demora, estou mesmo atrasada e prometo compensar isso!

Un beso mis amores!