Deep Six escrita por Gothic Princess


Capítulo 24
Capítulo XXIV - A última fase começa


Notas iniciais do capítulo

Hello heroes!! My gosh, acho que ninguém superou o choque do último capítulo, não é?? Eu que já tava sabendo há meses fiquei chocada depois que li o que escrevi kkkkk Mas ai vocês vão me perguntar: "Gothic, você já planejava fazer da Mel uma vilã?! Sua desalmada sem coração!!" - Sim, eu já planejava isso desde o primeiro capítulo e nem sabem o quanto foi difícil guardar o segredo kkkkk, mas finalmente chegamos a essa parte e mal posso esperar para mostrar para vocês o que planejei.

Não vou mais enrolar, vocês devem estar curiosos para ler!! O começo desse capítulo será a parte onde o 21 terminou, só para vocês se lembrarem e não terem que ir lá ler, coloquei o finalzinho no começo desse aqui. Esse capítulo foi bem cansativo por ter muitos diálogos, espero que o flashback faça sentido kkkkk.

P.s - Ainda não respondi alguns comentários, mas é porque são quase 3h da manhã e eu quero postar isso logo para ir dormir kkkk Amanhã eu vou responder os que faltaram, prometo!!

Aproveitem!!



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[Flashback]

[...]

— Quer saber, antes que vá embora, queria te mostrar uma coisa. Se lembra daquele projeto que viu no meu laboratório?

— Aquele relógio que podia soltar batarangues? — Melissa pareceu deixar a raiva diminuir um pouco.

— Sim, fiz eles especialmente para você. Terminei com os reparos finais na noite passada, quer ir testar? — ele sorriu, estendendo a mão na direção da morena. — Não vai levar mais que dez minutos.

Melissa pareceu considerar a ideia e assentiu. Não tinha nada melhor para fazer mesmo, e precisava acabar com aquela raiva que sentia, talvez acertar alguns batarangues em um alvo ajudasse.

Segurou a mão dele e aceitou a ajuda para se levantar, bem no momento em que Amanda voltava com os pedidos.

— Maninha, vamos levar a Mel para mostrar aquele protótipo para ela.

— Ok, vou mandar colocarem para viagem e encontro vocês lá fora — Amanda andou na direção do caixa e observou enquanto os dois deixavam a cafeteria.

A loira pegou seu celular e discou um número, colocando-o em seu ouvido antes de falar:

— Estamos com ela. Iniciando a próxima fase do plano agora — em seguida, encerrou a chamada, pegou os cafés e saiu do local.

O carro de Alex estava parado no final da rua, então a morena não precisou andar muito. Os três entraram no automóvel e, após uma leve discussão entre os irmãos para decidir se o Luthor conseguiria dirigir enquanto bebia seu café, seguiram pelas ruas movimentadas de Gotham.

A um certo ponto, Melissa percebeu que não se lembrava de ter passado por aquela parte da cidade quando foi para o laboratório deles uma vez, então resolveu perguntar aonde estavam indo, pois odiava sentir-se perdida.

— Está pegando um atalho ou está perdido?

— Nós não estamos mais no velho laboratório, esse novo é bem maior e tem equipamentos importados da Rússia — ele respondeu, olhando para ela pelo espelho retrovisor e sorrindo.

— Já estamos chegando — Amanda terminou seu café e deixou o copo vazio no porta copos do painel.

Eles chegaram a um lugar antigo, parecendo ser uma velha fábrica abandonada. Alex ajudou Mel a sair do carro e a guiou até a entrada, que era um enorme portão prateado, claramente se destacando por ser a única coisa nova em toda aquela construção. Amanda digitou um código no próprio celular e o mesmo se abriu, revelando uma rampa que descia até o subsolo, e o caminho era longo.

— Por que tão fundo? — Melissa perguntou, mas não hesitou em começar a descer com os dois.

— Gostamos de privacidade. E aqui em baixo todas as paredes são revestidas de chumbo, assim não somos vistos por pessoas com visão de raio-x curiosas — Amanda respondeu.

— É melhor não estarem fazendo nada de ilegal, não quero ter que prender vocês — ela usou um tom de brincadeira.

Os Luthor apenas trocaram olhares e continuaram a descer até chegarem a uma outra passagem de metal fechada. Agora as paredes de pedra pareciam bem mais novas e limpas, e logo que a porta se abriu, um corredor extenso surgiu a frente dos três. Tudo era bem iluminado e ao longo do mesmo haviam várias portas espalhadas por todo o caminho, cada uma possuindo uma numeração. Melissa percebeu que aquele corredor principal estava ligado a muitos outros, onde mais portas podiam ser vistas.

Alex e Amanda não diminuíram o passo quando perceberam que ela olhava com mais cuidado o ambiente ao seu redor. Com incerteza, a Wayne andou atrás dos dois por mais algum tempo antes de entrar em outra sala muito grande, parecendo ser do tamanho de cinco ginásios de colégio.

O que a fez parar de andar imediatamente, porém, não foi a surpresa pelo lugar ser gigantesco, mas sim as pessoas que estavam dentro dele.

Zeus, Bane, Duela, Melody, Jake... Sem contar com várias outras pessoas trajando roupas de ninja pretas.

— Eu ia dizer que estou feliz por te ver, mas isso seria mentira! — Duela gritou, cruzando os braços e dando língua para a heroína.

— Oops, acho que não contamos que nós é quem ajudamos eles a trazer o soro para os Estados Unidos — Amanda deu um sorriso, olhando para Melissa, parada de pé entre ela e seu irmão.

A morena pareceu ligar os pontos em sua cabeça e se forçou a sair daquele estado de choque, se virando rapidamente e acertando um soco em cheio no rosto de Amanda e fazendo-a cambalear para o lado. Quando tentou fazer o mesmo com Alex, o loiro segurou seu punho fechado e a jogou para o chão. Ela precisou dar um rolamento para amortecer a queda e sentiu uma leve dor em sua perna, mas ignorou e se colocou de pé novamente.

— Ei, Batsy-girl, — ela se virou ao ouvir a voz de Duela e viu que a psicopata apontava uma arma em sua direção. A palhaça deu uma risada antes de apertar o gatilho e uma pequena explosão acontecer.

"BANG!"

Uma bandeira colorida com a escrita saiu de dentro da arma ao invés da bala e Melissa revirou os olhos, ouvindo a risada da vilã ficar ainda mais alta.

— Peguei você, sua bobinha! Era brincadeira, não podemos te matar.

— Eu nem ligo! — Amanda tentou andar na direção da morena, sua pele se tornando titânio puro quando chegou a dois passos dela, porém parou ao ver seu irmão se colocar entre as duas.

— Já chega, vocês me dão dor de cabeça — uma voz feminina ecoou pelo salão e todos se viraram para o local de onde ela viera. — Deixem-nos a sós.

Esse simples comando fez todos exceto Jake e Bane saírem, permitindo que Melissa desse uma boa olhada na figura misteriosa que se aproximava. Ela era alta, tinha olhos verdes, cabelos ondulados e castanhos que desciam até pouco abaixo de seu ombro e usava um vestido branco que mal cobria suas penas.

— Nem acredito no quanto você cresceu — a mulher tentou se aproximar da mais nova, e isso só fez Melissa recuar alguns passos. Parecendo decepcionada, a mais velha se virou para Jake. — É pior do que eu pensava... Achei que se ela me visse iria me reconhecer.

— Quem é você? — Melissa gritou, cerrando seus punhos.

— Meu nome é Talia Al Ghul, ou Leviathan, herdeira do demônio, e sua mãe — a mulher estendeu a mão na direção da filha e esperou que ela se aproximasse.

Melissa balançou a cabeça em negação, pensando que aquela não era sua mãe, não podia ser. Esse tempo todo, a líder e a responsável por tudo o que ela havia investigado nos últimos meses, era sua mãe? Aquilo era demais para assimilar. 

— Você não é minha mãe!

— Dói bastante ouvir você falar isso. Esperei muito tempo para finalmente estar aqui com você — Talia deu um passo a frente, sua expressão parecendo de genuína tristeza.

— Por que esperaria mais de vinte anos para vir me contar isso? Que tipo de mãe largaria a filha e apareceria séculos depois querendo ser recebida de braços abertos?! — Mel sentiu lágrimas se formarem em seus olhos conforme percebia a semelhança que tinha com ela, também reparando o quanto Damian era parecido com seu pai. Sua mente logo começou a trabalhar o assunto e chegou a conclusão óbvia. 

— Filha, eu não esperei mais de vinte anos para vir falar com você — Talia conseguiu se aproximar o bastante da heroína sem que ela se afastasse mais e lhe deu um leve sorriso. — Eu nunca faria isso, tenho te procurado por todos os cantos do mundo durante os últimos anos.

— Não procurou direito, pelo visto — a mais nova olhou para o chão, tentando conter as lágrimas, não só de extrema raiva e tristeza, mas também de certo alívio por estar finalmente conhecendo sua mãe.

— Você se lembra de quando chegou na Mansão Wayne? — Talia perguntou, surpreendendo a filha com a pergunta.

— Não, eu era um bebê.

— Errado. Você tinha cinco anos de idade quando seu pai tirou você de mim e te levou para a Mansão — a revelação a fez sentir o ar ficar preso em sua garganta. Antes que pudesse contradizê-la, ouviu sua mãe continuar a falar. — Ele e eu nunca fomos casados, querida, você e seu irmão são fruto de uma única noite. A junção do sangue dos Al Ghul com o do Morcego gerou vocês dois, e eu não pude ficar mais feliz. Seu pai, por outro lado, não gostou da ideia de sermos uma família e nos abandonou para ficar com aquela outra mulher.

Melissa mordeu o lábio inferior ao perceber que ela falava de Selina.

— Precisei criar você e o Damian sozinha, treinado-os para que um dia fossem membros da Liga dos Assassinos e fiz um trabalho excelente, pois vocês dois eram lutadores incríveis com apenas quatro anos de idade. Foi nessa época que mataram seu primeiro criminoso também.

— Para! — Mel gritou. — Para de falar essas mentiras, isso nunca aconteceu!

— Aconteceu, e temo que o fato de você ter sido levada tenha sido minha culpa. Quando contei ao seu pai sobre você e seu irmão, ele tentou tirar os dois de mim, e por sorte consegui proteger o Damian... Mas não você — Talia pareceu triste por um segundo. — E eu sinto muito por não ter conseguido salvá-la dele.

— Uma criança de cinco anos se lembraria de tudo isso, então por que eu não me lembro? Ah, sim, porque é tudo mentira! — Melissa sentia sua raiva aumentar e queria simplesmente sair dali, só que não conseguiria, estando na base dos vilões.

— Minhas fontes confirmaram que Bruce ficou com medo que você voltasse para mim por conta própria ou que se tornasse uma assassina, por isso ele te levou para a Torre da Liga e pediu que o marciano apagasse sua memória — Talia percebeu que ela continuava sem acreditar, apesar de ter ficado surpresa com as palavras da mãe. — Não podemos continuar com essa conversa se você não estiver disposta a me ouvir, e só vai estar quando vir a verdade com seus próprios olhos.

Leviathan fez sinal para Jake se aproximar e o loiro o fez, se colocando na frente de Melissa e rapidamente colocando as mãos dos dois lados da cabeça dela. Quando a morena segurou os pulsos do telepata para empurrá-lo para longe, ficou paralisada ao sentir uma dor no cérebro.

Ela viu cenas de quando era pequena e havia aprendido a usar uma espada, de uma luta que teve com seu irmão em que ele a derrubava, mas depois ela se levantava e pulava em suas costas. Viu todo o tempo que passou com Damian e sua mãe, as brincadeiras que fazia com ele e as vezes em que levavam bronca dela por não estarem treinando mais duro. Viu o exato momento em que seu pai apareceu, que teve uma discussão com Talia e depois a levou embora, ouviu os próprios gritos pedindo que ele a deixasse ficar com a mãe... Todas aquelas imagens pareciam estar trancadas em algum lugar, e quando saíram, trouxeram várias emoções que ela não se lembrava de ter sentido.

Quando Jake finalmente se afastou, Melissa achou que iria desmaiar, mas seus joelhos apenas cederam e ela caiu no chão, apoiando-se em suas mãos para ficar sentada em cima de suas pernas. Sentiu as lágrimas que segurava começaram escorrerem por seus olhos até o piso de metal, enquanto tentava se convencer de que tudo o que vira não era real.

— Você mandou ele colocar isso na minha cabeça — a morena sussurrou, porém foi ouvida pela mãe.

— Sabe que não, os poderes do Jake se limitam a causar dor, ler mentes e trazer memórias de volta, ele não pode criar memórias falsas e implantá-las na sua cabeça — Talia se ajoelhou e ficou frente a frente com a filha. — Você foi feita para governar o mundo ao lado do seu irmão, mas seu pai e a Liga tiraram isso de você. Eles não te deram escolha, apenas te manipularam para que se tornasse alguém que não era.

Melissa se lembrou da conversa que tivera com seu pai na noite anterior, percebeu o real motivo para ele não querer mais ela no caso, para que não encontrasse sua mãe. Ele pretendia mesmo esconder tudo aquilo dela para sempre. E depois Kevin havia dito coisas terríveis a ela, na tentativa de afastá-la. Ele também sabia.

— Três anos depois que ele te levou para Gotham, fui atrás de você com vários membros da Liga dos Assassinos para te trazer de volta, mas Bruce havia mandado você para fora do país — Talia pôs uma das mãos nas costas da filha.

— Ele me mandou para um internato na Inglaterra... — Mel finalmente olhou para cima, encarando a mulher a sua frente.

— Até seus amigos te traíram, todos sabiam a verdade e não te contaram. Eles tentaram evitar esse momento, porém nada pode separar uma mãe de sua filha. Não pode confiar neles, são guiados pelo medo, mas pode confiar em mim — a morena sorriu, puxando Melissa para mais perto e lhe dando um abraço. — Quero que fique ao meu lado e ao lado do seu irmão quando colocarmos a última fase do nosso plano em ação. Você é tudo o que falta para ela ficar completa, querida.

Melissa sentiu mais lágrimas caírem de seus olhos e abraçou sua mãe com força, ficando com raiva de si mesma por estar chorando.

— Não posso fazer isso... — ela mal ouviu as próprias palavras.

— É claro que poder. Não sei o que sabe sobre o nosso plano, mas ele envolve acabar com o crime em todo o mundo.

— E matar todos os heróis no processo? — Mel se afastou, olhando séria para sua mãe.

— Os heróis precisariam ceder em algum momento, os que se recusassem a aceitar nossa nova ordem mundial, obviamente seriam eliminados — explicou, tranquilamente. — Mas acabaríamos com a corrupção, com a fome e a pobreza, não haveriam mais criminosos matando pessoas... São muitos pros para um contra.

Aquilo era verdade, ela precisava concordar. O que eles estavam fazendo havia reduzido a criminalidade de Gotham a quase zero, se aquilo acontecesse no mundo todo, seria extremamente benéfico.

— Quero que você entenda que não sou uma assassina, eu só cumpro os meus objetivos e elimino as pedras em meu caminho para conseguir isso — Talia sorriu, acariciando o topo da cabeça de Melissa. — Por exemplo, se seus amigos não parassem de bisbilhotar, estariam mortos antes mesmo de se darem conta do que os atingiu.

— Eles não vão mais se intrometer, pode deixá-los em paz — apesar de ainda se sentir traída pelos seus companheiros de equipe, não queria vê-los mortos. — E com a perna quebrada não sou útil para eles, não serei para vocês também.

— Que absurdo, uma perna quebrada nunca pararia alguém como você. É uma Al Ghul, você nunca será inútil — Leviathan sorriu, estalando os dedos e esperou Jake se aproximar com uma pequena maleta preta. — Mas é claro que não vai conseguir lutar assim, então mandei fazer esse aqui especialmente para a minha filha querida.

Talia abriu a maleta e pegou a seringa que estava dentro da mesma.

— Prefiro não ter minha mente controlada, obrigada — Melissa mal percebeu que estava começando a concordar com tudo aquilo.

— Esse soro é especial, como o do Alex e da Amanda, não possuiu microrobôs que controlam sua mente dentro dele. Confio em você o bastante para isso, espero que também confie em mim — Talia estendeu o braço e esperou Mel pegar o objeto de sua mão.

Uma parte da heroína sentia que podia confiar totalmente nela. Havia passado cinco anos de sua vida com aquela mulher e teria passado mais se não tivesse sido levada por seu pai, sentia uma certeza oculta nas profundezas de sua mente. A outra parte lhe dizia para ir embora o mais rápido possível e voltar para seus amigos, que apesar de serem traidores mentirosos, eram as pessoas com quem ela mais se importava. Porém sua raiva, no momento, era maior do que sua vontade de estar perto deles.

— Se eu usar esse soro, o que vou conseguir fazer? — perguntou, permitindo que sua mãe enxugasse as lágrimas de seu rosto com uma das mãos.

— Eu poderia dar a explicação científica linda que o Alex me deu, mas estou sem paciência para isso, porque não quero perder o tempo que poderia estar passando com minha filha. Simplificando, terá o poder de controlar objetos ou seres vivos usando sua mente — Talia sorriu ao vê-la pegar a seringa de sua mão.

— Telecinesia — Melissa analisou o soro e voltou a olhar para a mais velha.

— Não estou pedindo para responder agora, sei que deve ter muitas outras perguntas e eu prometo responder todas sinceramente. Se decidir ficar conosco e usar o soro, Jake cuidará do seu treinamento para facilitar seu controle sobre o poder, porém se recusar minha oferta, a deixarei ir embora como se nada tivesse acontecido.

A Wayne se viu em cima do muro, não sabendo qual escolha seria a certa. Na verdade a escolha certa era óbvia, ir embora e esquecer tudo aquilo, só que ela não conseguiria esquecer tão facilmente tudo aquilo. Ter suas memórias de volta a fez se lembrar não apenas de tudo pelo que já havia passado, mesmo sendo apenas uma criança, mas também a fez se lembrar do quanto amava sua mãe e seu irmão, e de como odiou seu pai no momento em que ele a tirou deles. A imagem dos membros da Liga concordando em deixar o Caçador de Marte apagar a memória dela ainda martelava em seu subconsciente e fazia sua raiva crescer ainda mais. O instinto assassino dentro dela queria fazê-los sofrer por isso.

— Eu fico — disse, sua voz fria como gelo e não mais trêmula como antes.

A certeza da filha fez Talia abrir um sorriso de orelha a orelha, ajudando-a a se levantar.

— Não sabe o quanto me deixou orgulhosa com sua escolha. E como recompensa por isso e por ter tido sua perna quebrada, a primeira pessoa em que vai testar seus novos poderes será o Bane — Leviathan se virou para o vilão, que apenas deu um grunhido de irritação, mas não disse nada.

— Adorei essa ideia — Melissa também olhou para o maior, pensando como sua mãe havia conseguido fazer aquele cara enorme ser seu subordinado.

— Seu treinamento deve durar três dias, depois disso seu corpo se adaptará às nova habilidades e você conseguirá controlar o poder com perfeição — Jake disse e a Wayne assentiu.

— E depois disso, precisaremos achar um jeito de trazer o Damian de volta, o trabalho dele de espionar o Deep Six já deve estar terminado — Talia olhou para a filha, buscando uma reação de surpresa, mas a jovem permaneceu séria.

— Eu tenho uma ideia — Melissa disse. — Sou uma ótima atriz, posso fazer eles soltarem o Damian sem levantar suspeitas.

— Essa é minha garota — Talia abraçou a filha com força.

[Fim do Flashback]

Melissa terminou de vestir uma roupa semelhante a de seu irmão, sentindo-se muito confortável nela por causa do material que dava mais liberdade aos movimentos. Ela prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo e saiu da sala de operações, depois de ter tido um pequeno localizador implantado em sua nuca. Todos precisavam ter aquilo por precaução, caso fossem capturados. Agora ela entendia o motivo de eles saberem que o DS havia pego Damian.

Quando abriu a porta e entrou no corredor, viu Alex se aproximar e pensou em dar um soco em seu rosto, logo se lembrando sobre o soro e que ele estava com os poderes do Superman.

— Você parece ótima — ele parou de andar e pôs a mão em seu ombro quando ela tentou andar para o lado oposto. — Qual é, não está mesmo chateada comigo, não é? Agora estamos do mesmo lado, não tem sentido ficar com raiva.

— Não gosto quando mentem para mim, acho que já percebeu isso, gênio? — ela disse com irônia. Retirou a mão dele de seu ombro e começou a caminhar para longe, se irritando ao vê-lo andar ao seu lado.

— Só fiz o meu trabalho, que era me aproximar de você e fazê-la confiar em mim. Não posso dizer que foi ruim — o Luthor lhe lançou um olhar que mostrava bem o que ele quis dizer com isso. — É sério, eu realmente gostei de passar aquele tempo com você.

— Gostaria que parasse de falar comigo.

— Ok, não vamos falar sobre nós. Queria saber o que foi fazer hoje cedo quando saiu da base.

— Não é da sua conta.

— É da minha conta porque ainda não estava com o localizador, e você ainda despistou os ninjas que mandei te vigiarem. Por acaso foi ver seus amigos heróis? — ele a viu parar de andar e fez o mesmo, se colocando na frente dela.

— Não se esqueça de quem está no comando aqui, Luthor. Eu tenho permissão de ir aonde eu quiser, porque minha mãe é quem manda em tudo aqui embaixo. Ou você para de se achar tão espero e cala a boca, ou direi a ela que está me incomodando, e só isso basta para você ter sua língua arrancada — o tom dela era tão firme que lembrava o do próprio Batman.

— Gosto quando você fala dessa forma — Alex deu um passo a frente, se aproximando da morena, que não se intimidou e continuou parada. — Se já tiver esquecido aquele filho da amazona, terei o maior prazer em te mostrar como é ficar com um homem de verdade.

— Comparado a um deus como o Apolo, você não passa de um verme — ela se segurou para não rir das próprias palavras e da expressão no rosto do loiro. Quando tentou se virar e seguir pelo corredor, sentiu suas costas batendo contra a parede de pedra com força, duas mãos segurando seus ombros.

— Ninguém fala assim comigo, Wayne. E eu não aceito "não" como resposta — ele estava visivelmente com raiva e a pressionava com certa força contra a parede.

Ela já tinha muitos motivos para querer ele extremamente machucado, mas agora queria ele morto só por tocar nela. Antes que pudesse usar seus novos poderes para jogá-lo para o outro lado da base, viu uma lâmina prateada aparecer bem abaixo do pescoço de Alex.

— Não ligo se tem DNA kryptoniano correndo em suas veias, Luthor — Damian disse, sua voz baixa e ameaçadora. — Se tocar nela de novo, cortarei sua garganta e vou assistir seu sangue jorrar no chão. E antes que pergunte, sei onde encontrar uma lâminas de kryptonita.

O loiro soltou os ombros dela e se afastou, vendo Damian se colocar entre os dois.

— Não quero mais ver você dirigindo a palavra à ela, entendeu? — Damian guardou sua katana e cruzou os braços.

Alex cerrou os punhos, e Melissa sabia que um soco dele bastaria para fazer o moreno atravessar a parede. Ela se colocou ao lado do irmão e ergueu uma mão.

— Estou doida para te fazer atravessar esse corredor enquanto arrasto sua cara na parede, então pensa bem no que vai fazer a seguir, idiota — ela disse, com a mesma intensidade que Damian.

Alex apenas virou as costas para os dois e andou para longe, dando um soco em uma porta de metal e fazendo-a cair por causa da força que usara.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, olhando para o lado em que o Luthor fora e então voltaram suas atenções um para o outro.

— Esse salvamento foi seu instinto de irmão acordando? Porque eu poderia ter me virado — ela deu um leve sorriso para ele, que fez o mesmo.

— Nunca fui com a cara dele, essa é a verdade. Não perco uma oportunidade de deixá-lo irritado ou machucá-lo.

— Então somos dois que querem o Alex sangrando no chão — ela ainda estava tentando se acostumar com a ideia de que ele era seu irmão, mas até que quando os dois não estavam tentando matar um ao outro, se davam bem. — Eu estava indo fazer um tour por esse lugar, se você quiser pode me ajudar, são muitos corredores.

— Claro, não será problema — com isso, os dois começaram a andar por toda a extensão do local, ele explicando a função das salas em cada corredor e fazendo-a entender o motivo de tantas mortas.

Conforme andavam, Melissa sentiu a necessidade de perguntar algo.

— Você sempre soube, desde o começo, quem eu era? — ela o viu pensar por um instante antes de responder.

— Sim. Quando nos encontramos pela primeira vez no CADMUS, fiquei surpreso por você ter crescido tanto, e ficado tão parecida com a nossa mãe.

— E você é a cara do papai — o comentário trouxe um sorriso de canto aos lábios dela, mas só o deixou mais sério ainda. Percebendo o desconforto dele, Mel resolveu mudar de assunto. — Não vou mais usar o nome de Batgirl, não estou certa de qual devo escolher para substituir esse.

— Blacksky — ele respondeu, não levando muito tempo para pensar. — Esse foi o apelido que eu te dei, porque seu cabelo era muito escuro, quase azul.

— Eu me lembro... — um meio sorriso se formou no rosto dela ao se lembrar que ele a chamava assim para deixá-la irritada e que ela detestava o apelido. Agora, porém, lhe parecia uma ótima escolha. — Então vai ser Blacksky, apesar de eu ter pintado o meu cabelo e ele estar mais claro agora.

Eles chegaram até a passagem que levava ao grande salão da base, logo ouvindo a voz de Duela vinda do lado de dentro.

— ...Não me interessa se ela é sua filha, sou contra esse plano de trazê-la para cá desde o começo! Não podemos confiar nela, com certeza está tramando alguma coisa que vai arruinar tudo pelo que trabalhamos nos últimos meses!

— Já acabou? — a voz de Talia foi ouvida.

— Sim! — a palhaça bufou.

— Ótimo. Quero que leve o Coração Negro para Nova York e o deixe na Times Square, vou ligá-lo daqui depois que você sair da cidade.

— Awwwn, não vou poder nem assistir as pessoas morrendo? — choramingou.

— A menos que queira morrer junto, não. Pode ir — com isso, a porta se abriu e Duela saiu, ignorando os dois e resmungando algo inaudível.

Melissa viu a caixa nas mãos dela e sentiu um arrepio só de pensar em todas as pessoas que aquela coisa iria matar.

Damian entrou no grande salão e ela o seguiu, vendo sua mãe entregar um controle para Jake, que rapidamente o colocou dentro de seu bolso.

— Meus queridos, chegaram bem na hora da comemoração. Logo o Coração Negro será ligado e a última fase vai começar — ela sorriu e deu alguns passos na direção dos dois. — Já conheceu a base, Mel?

— Sim, o Damian me deu uma ajuda com isso.

— Excelente! Fico feliz por ver os dois se dando bem — a morena se virou para o filho e percebeu a expressão séria dele. — Algo de errado, querido?

Ele a encarou por longos segundos, deixando ambas curiosas com o que tinha a dizer.

— Só estava pensando se vale mesmo a pena sacrificar a cidade mais populosa dos Estados Unidos para completar esse plano — até Melissa ficou surpresa com as palavras do irmão.

Talia franziu o cenho e cruzou os braços, seus olhos nunca deixando o jovem a sua frente.

— Está começando a ter dúvidas quanto a isso? Por que a última coisa que preciso é que meu melhor soldado seja fraco e covarde — a voz dela passou de gentil e amorosa para ameaçadora e fria, tão rápido que Melissa podia jurar que aquela era outra pessoa. — Vou perguntar de novo, e dessa vez é bom responder. Está começando a ter dúvidas quanto ao nosso plano?

— Não — ele respondeu, mantendo sua expressão neutra e trincando o maxilar, como se obrigasse a si mesmo a não dizer mais nada.

— Isso era o que eu queria ouvir — Talia se aproximou dele e passou a mão na lateral de seu rosto. O que todos ouviram em seguida foi um alto "SLAP", e viram Damian virar o rosto pela força do golpe.

Melissa arregalou os olhos após ver o tapa que sua mãe dera em seu irmão e precisou se conter para não falar nada.

— Você entende que se mostrasse dúvida na frente de mais soldados, sua punição seria muito mais severa, não é? — Talia segurou o rosto dele e o fez olhar em seus olhos.

— Sim — ele indagou, sentindo uma ardência incomoda em sua bochecha esquerda.

Talia apenas sorriu e se virou para Jake.

— Vamos comemorar, uma folga fará bem a todo mundo.

Melissa viu que seu irmão não estava no clima de comemorações e provavelmente mataria alguém se Talia insistisse, então resolveu interferir.

— Ah, agora que me lembrei, o Damian tinha prometido me mostrar alguns golpes novos e eu quero muito aprendê-los — a morena recebeu um olhar confuso do moreno, mas ignorou.

— Tem certeza, querida? Podemos ir a algum lugar que você goste, vai ser divertido — a Leviathan pareceu surpresa com a afirmação da Wayne.

— Eu adoraria, mas prefiro passar um tempo com meu irmão.

— Tudo bem, se é o que você quer — a morena sorriu e se aproximou da filha, lhe dando um beijo na testa. — Nos vemos mais tarde, então.

Mel apenas sorriu e andou para fora, esperando que Damian a seguisse e ele o fez. Assim que a porta se fechou, ambos ficaram parados em silêncio, parecendo não saber o que fazer a partir daquele ponto.

— Quer ir treinar de verdade? — ela perguntou, vendo-o assentir antes de ser guiada até a sala em que treinariam. Algo dizia a Melissa que ele iria destruir muitos bonecos de treino naquela tarde.


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Notas finais do capítulo

Talia Al Ghul: http://static.comicvine.com/uploads/scale_small/6/66303/2373955-bminc_cv2_var.jpeg (Para os que ainda não a viram nos quadrinhos).

Entãoooo Mel recebeu muitas mensagens zangadas no tumblr... Não parem, eu tô adorando kkkkk Ela merece, mas agora vocês meio que entenderam que ela teve um bom motivo para largar tudo. Primeiro que é bem a cara do Bruce fazer algo assim, e segundo que ela se sentiu traída pelos amigos, então não hesitou em traí-los também.

O próximo vai ser a véspera da grande luta, vamos ver nossos heróis se unindo e tentando bolar um plano para acabar com os vilões em cima da hora. Teremos a participação de 3 membros da Liga da Justiça Sombria (Zoe, Hope e Miles) e 5 membros dos Stormwatch (Rusty, Natasha, Joe, Karinand'r e Dorian). A partir desse capítulo, todos eles serão, oficialmente, parte do Deep Six. Se tiverem mais dúvidas, podem olhar as fichas deles aqui: http://deepsixfanfic.tumblr.com/novosstormwatch
e aqui: http://ligadajusticasombriafanfic.tumblr.com/personagens

Obrigada por lerem!! O próximo vai sair assim que possível!!

Un beso mis amores :*