Unforgivable escrita por oakenshield


Capítulo 25
Son


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora. Agora eu estudo de manhã e de tarde e chego acabada em casa. Sinto muito, mas aqui está um capítulo revelador.



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A linha é cortada e Joffrey soca a mesa, fazendo um porta-retrato cair no chão e quebrar. Ele juntou e o colocou de volta na mesa ao ver que era uma foto dele com Katerina, alguns anos mais nova, na sua festa de vinte anos. Naquele tempo sua única preocupação com ela era que não desistisse do casamento para ficar com a guarda-costas. Agora ela estava do outro lado do continente...

Eu vou te tirar daí, ele promete mentalmente, como se a filha pudesse ouvi-lo. Eu prometo.

– A Rússia é inimiga declarada de Altulle. Não posso mandar os russos para lá. Ivna questionaria e... - ele respira fundo. - Precisarei mandar meus espiões de Frömming, mas isso irá demorar e...

– Eu tenho contato em Altulle - Melanie menciona.

–... é provável que Rebekah questione também o desaparecimento de alguns guardas - Joffrey anda de um lado para o outro, ficando meio tonto - mas...

– Eu tenho contato em Altulle - ela repete.

–... valerá o risco. Afinal é Katerina. Ela precisa sobreviver e...

– PORRA! EU TO DIZENDO QUE TENHO CONTATO EM ALTULLE!

O moreno vira para encará-la.

– Que vocabulário mais chulo - ele retruca. - De qualquer forma, qualquer terrorista é bem-vindo nessas horas. Então, quem é seu contato? Um traficante de pó?

– A mulher que carrega o herdeiro de Henry Kionbach.

Joffrey balança a cabeça.

– Claire Hallaya não pode engravidar.

– Quem falou alguma coisa sobre Claire? - a morena sorri. - Estou falando da amante.

+++

Hana sorri para o marido. Seus olhos verdes brilhavam sob a luz da lua.

– Você não acha que está na hora de nós tentarmos um nosso? - ele sussurra em seu ouvido, olhando de leve para o pequeno Erik que dormia como um anjo no berço.

– Don... eu não sei quanto tempo vai durar essa revolução. Está tudo tão no começo. Guerras podem levar anos até acordos de paz serem assinados. Não quero que Erik se sinta preterido...

– Erik nunca vai ser preterido. O pai dele era meu pai e a mãe dele sua rainha, sua irmã. Erik foi um grande amigo de infância. Eu nunca deixaria seu único herdeiro sofrer.

– Eu não estou falando só de você - Hana vira para encará-lo. - Estou falando também de mim. Eu nunca tinha sonhado em ser mãe, até que Michael me apareceu com Erik aqui. Simplesmente aconteceu, não foi planejado. Eu recém fiz vinte anos, não sei se...

– Você não quer ter filhos - Don constata.

– Não é isso - ela segura seu braço ao ver a tristeza em seus olhos. - Eu quero, só que não agora. Você é um dos Conselheiros de Leona e eu cuido do Forte da Lua o dia todo. Mal tenho tempo para Erik, imagine então para duas crianças...

– É para isso que existem babás e criadas, Han.

– Mas quando eu tiver um filho, eu quero criá-lo! Passei a minha vida toda sendo cuidada por criadas, quando na verdade tudo o que eu queria era a minha mãe do meu lado. Até que chegou o dia em que esqueci do seu rosto. Recorri desesperada para fotos, eu a olhava todas as noites, para nunca mais esquecê-la. Até que esqueci de novo. Então ela reapareceu.

– Mas é diferente, Han. Você pensou que ela estivesse morta.

– Se eu não criar o meu filho, vai ser como se eu nunca tivesse existido.

– Você o verá todos os dias...

– Don, não - ela dá a sua sentença final. - Daqui alguns anos, três ou quatro anos, talvez.

– Hana. Eu casei para ter filhos. Eu sou um homem importante, preciso de herdeiros.

– Então é isso? Você quer um herdeiro, não um filho.

– Eu quero ambos. Nasci para ser pai. Eu quero uma criança para embalar de noite, quero ver seu pequeno sorriso e suas mãos minusculas agarrando meu dedo indicador. Eu quero ser pai, Hana. Eu quero ser pai agora.

– Bom, então temos um conflito aqui.

Donald ergue seu queixo, a fazendo encará-lo.

– Eu te amo, Hana. Amo como nunca amei uma mulher. Mas eu farei de tudo para ter um filho.

– Erik é nosso.

– Até Leona e Michael virem buscá-lo para morar no Palácio Le Leukën, nós o perderemos.

– Isso acontecerá daqui muitos anos. Ele será maior de idade... - ela sorri para ele. - De qualquer forma, podemos adotar um então.

– Erik atingindo a maioridade, nós adotando uma criança... você nunca vai querer ser mãe, não é mesmo?

– Eu não nasci para isso - ela responde depois de um tempo em silêncio. - Desculpa.

– Hana, eu te amo, mas se você não quiser ter um filho comigo, arranjarei outra mulher que queira.

+++

Branka toca o rosto febril do filho. Olha no termômetro.

– 39 - ela sussurra.

– Eu estou doente, não estou? Isso é alguma mutação daquela praga do norte de Frömming?

– Estamos próximos do sul de Frömming. Seria impossível a praga chegar aqui antes de atingir todo o país. Tenho certeza que é apenas uma febre, Petrus.

– E quem vai reinar se eu morrer? Não tenho herdeiros, minha esposa incestuosa está sumida...

– Você não vai morrer.

– Mãe - ele pega a mão de Branka. - Me prometa que irá reivindicar o trono. Ele não pode cair nas mãos do tio Lerch e dos outros Hüfner. Meu pai os desprezava, ele odiaria que eles reinassem em Las Mees.

– Petrus...

– Mãe, por favor.

– Prometo - ela sussurra, apertando a mão dele. - Você não vai morrer. Eu não vou deixar isso acontecer.

+++

Rebekah joga para o alto a pipoca que sobrou quando o filme acabou.

– Hitler tinha Napoleão Bonaparte como inspiração, você sabia disso? - ela virou-se para uma criada e perguntou.

– Não sabia, Majestade.

A morena bufou.

– É claro. Pobres não tem esse tipo de informação - ela faz sinal com as mãos para ela se afastar. - Avise a nossa convidada para me esperar no jardim central.

Com a ajuda das criadas, Rebekah colocou um longo vestido azul e manteve os cabelos negros soltos.

– Eu sou linda, não sou? - ele perguntou a outra criada enquanto se olhava no espelho. - Olhe esse vestido, essas jóias! - ela sorri. - Meu cabelo é como seda, minha pele é mais lisa do que bunda de criança. Eu sou rica, uma rainha que executou o marido. Sou uma guerreira.

A criada não diz nada, então Rebekah vira-se para encará-la.

– Qual é seu nome?

– Judith.

Ela a analisa. A conhecia de algum lugar. A sua falta de respeito é algo que ela reconheceria...

– Você foi criada de Katerina, não foi?

A mulher assente. Rebekah a encara de baixo para cima.

– Você está velha e feia. Criadas precisam ser jovens e elegantes. Já pensou em se aposentar?

– Seu pai concordou em me manter no cargo mesmo depois da rainha Katerina ter partido.

– Meu pai? Rainha Katerina? Meu pai não manda aqui. Eu mando. Eu sou a rainha. Toda vez que me dirigir a palavra tem que me tratar como sua rainha, está me entendendo? Sua Majestade, é como deve me tratar.

A velha assente. Rebekah, irritada, lhe acerta um tapa no rosto. Irritada, ela chama os guardas.

– Prendam-na. Ela irá ser executada essa tarde junto com os vinte rebeldes do norte.

– Majestade? - um soldado questionou. - Judith trabalha para o palácio desde antes do seu nascimento, minha rainha.

– Se não cumprir minhas ordens, o farei ser morto ao lado dela.

Ela concorda, puxando Judith para fora do quarto. Rebekah suspira e olha para um dos soldados que ali permaneceu.

– Hitler quis esconder tudo de todos por tanto tempo. Napoleão quis mais do que jamais poderia ter. Não cometerei os mesmos erros que eles.

– Majestade? - ele questionou.

– Eles caíram ao invadir a Rússia. Eu não preciso disso. Meus pais mandam na Rússia. Eu mando na Rússia. Tenho meu país para reinar. Não preciso conquistar toda a Europa.

O soldado concorda com a cabeça. Rebekah o encara através do reflexo do espelho. Os cabelos escuros jogados para trás, a barba mal feita, os olhos claros desviando o olhar dela...

– Eu só quero limpar meu país de todo esse lixo. Quero nos purificar. É tão difícil para as pessoas entenderem isso? Malthus sempre disse que os pobres eram o problema e que deveriam ser eliminados. Os pobres são infectados por essas doenças nojentas nortistas. Não podemos correr o risco, você não concorda comigo?

Ele apenas assente. Cansada, Rebekah se aproxima. Ela lê a plaquinha no uniforme militar dele. Carter.

– Hum, Carter... Britânico?

Ele assente novamente.

– Fale alguma coisa. Adoro britânicos.

– O que a senhorita deseja que eu fale, Majestade?

Ela sorri. A voz rouca e carregada de sotaque dele fiz um arrepio percorrer pela sua espinha.

– Adorei! Bom, deixe-me pensar. Diga que estou certa.

– Você está certa, Majestade.

– Fale algo que eu gostaria de ouvir.

– Minha rainha? - ele questionou, claramente confuso. Rebekah, porém, adorou seu sotaque carregado a chamando de sua rainha.

– Ótimo. Agora tire as roupas e deite na cama.

– Majestade? - ele levanta as sobrancelhas, surpreso.

– Ah, pelo amor de Deus. Sou louca, mas ainda sei fazer sexo - ela aponta para a sua cama. - Deita aí logo.

+++

Melanie suspira.

– Desirée.

– Melanie, você sabe que eu quero ajudar, mas não sei se Henry me ouvira...

– Desi, por favor. Você tem um poder incrível sobre ele. Por favor...

– Por que você tem tanto interesse na libertação dos Kionbach?

– Eu devo um favor a Francis.

– Bom, Francis eu consigo convencer. Mas Alison e Hector... duvido que Henry os liberte.

A verdade é que Desirée não os quer livres. Quer os dois passando seus últimos dias em uma cela imunda e depois sendo executados, lado a lado, para saberem onde seu pecado os levou.

– Você só precisa atrasar os guardas.

– Eles já saíram.

– Então quando eles chegarem com os prisioneiros, você os distrai. Por favor, Desi.

A loira suspira do outro lado do monitor.

– Tudo bem. Mas apenas Francis. Os incestuosos ficam.

Melanie corta a ligação logo depois de concordar. Joffrey olha para a morena.

– Ótimo. Eles estão lá. E Katerina?

– Tenho certeza que ela pensou em algo - a morena fala. - Só nos resta aguardar.

+++

Katerina sente sua perna formigar. Porém ainda ouvia passos, não podia sair. Algumas horas depois, ela ouviu o barulho de carros e suspirou de alívio. Saiu debaixo daquela palha toda e se limpou.

Depois que os soldados invadiram, Francis cortou a ligação com a Rússia e a empurrou para fora do galpão pela janela. Ele colocou o rosto dela entre as mãos dele e a beijou com desespero.

– Se esconda no celeiro - ele sussurrou. - Se qualquer coisa acontecer comigo, saiba que eu te amo.

Ela não teve chance para responder, porque ele a empurrou. Logo que chegou ao celeiro, viu um soldado distribuindo socos pelo rosto de Francis. Seus olhos marejaram, mas ela segurou as lágrimas quando viu soldados se aproximando do celeiro. Se escondeu debaixo de um monte de palha no andar de cima. Ela empurrou a escada, então eles não suspeitariam que alguém poderia ter subido ali. O problema seria descer.

A ruiva pulou. Não era alto, mas ela sentiu um formigamento no pé e caiu sobre ele. A dor a invadiu e ela segurou um gemido de dor. Depois de massagear o tornozelo, sentiu-se um pouco melhor e tentou ficar de pé. A dor era suportável, então mancou até a casa de Hawthorne. A sua esposa estava lá, mas ele havia sido levado para a palácio.

– Nos desculpe pelo transtorno - ela sussurrou. - Seu marido... Hawthorne, ele foi levado porque nos ajudou. Eu sinto muito.

– Seu tio se comunicou. Ele disse que conseguiu falar com um aliado dentro do palácio. Eles vão liberar Francis e vocês devem ir para a Rússia.

– E Alison e Hector?

– Não há acordo para os incestuosos.

– Mas...

– Você ouviu, não ouviu? Para a Rússia.

– Ivna está lá. Ela...

– Seu tio mandou um recado. Eu estou apenas o passando. Se acerte com ele.

Katerina viu que ela estava magoada. Suspirou.

– Obrigada e... sinto muito.

– Você pode ficar até seu namorado voltar - ela se levanta da mesa. - Vou preparar algo para você comer, deve estar faminta depois de todas essas horas escondidas.

Ela deveria estar, mas não estava. Na verdade, Katerina não conseguia pensar em comida em um momento como aquele.

+++

– Francis, você precisa ir embora daqui.

– Você acha que estou preso por vontade própria? - ele rosna para a irmã.

– Você vai perdê-la.

O moreno vira-se para encará-la.

– Quê? - pergunta, confuso.

– Katerina. Você vai perdê-la.

– Perdê-la? Perdê-la para quem? Não há ninguém que...

– Para ela mesma - Alison o interrompe. - Nós conversamos. Ela está cheia de dúvidas, está delirante... você mesmo me contou que... - a loira suspira. - Ela acha que você não aceitará o filho dela.

– Isso é absurdo. Eu adoro crianças.

– E foi o que eu disse para ela, mas ela não acredita. Renascer tem consequências, afinal.

– Carrick nos avisou - ele sussurra. - Carrick disse que haveria, que ela precisava de cuidados e remédios. Nós não acreditamos...

– Ela vai se tornar uma Joffrey II. Ou pior: vai se tornar Vincent II.

Francis balança a cabeça.

– Katerina é diferente.

– Ninguém pode lutar contra a natureza, Francis. Nem mesmo nós da realeza.

– E o que você quer que eu faça?

– Vá embora daqui. Faça qualquer acordo que ele oferecerem para você. Nós vamos nos virar. Nos viramos uma vez, não é mesmo? Ou morreremos. Não importa. Desde que você esteja vivo - ela sorri tristemente. - Lute pela mulher que você ama antes que seja tarde demais.

+++

Katerina pediu para se deitar. A mulher não a deixou voltar para o galpão, disse que era perigoso. Então ofereceu o quarto de sua filha, que havia ido para a capital estudar. Katerina aceitou e se deitou na pequena cama de solteiro, porém bem mais confortável que a do galpão.

Quando seu braço começou a doer, ela se levantou e foi até a janela. Sentiu uma mão tocando seu braço e ela virou.

– Erik - ela sussurra.

– Você me chamou, eu vim.

– Eu não...

Ela estava tão perdida que nem se lembrava de tê-lo chamado.

– Temos que parar com isso.

– Parar? - ele questiona, surpreso.

– Eu não posso mais te chamar e mesmo que o fizer, mesmo que eu implore, por favor, não volte.

– Mas...

– Erik - ela toca o rosto dele -, eu te amei. Foi rápido e intenso, mas eu amei. Só que, como você já disse, você está morto e eu estou viva. Não há futuro para nós. E Francis - ela suspira -, Francis gosta tanto de mim. Eu o amo tanto quanto amei você, mas ao mesmo tempo é diferente, entende?

Ele assente com a cabeça.

– Entendo. É bom você estar falando isso, está na hora já.

Ela concorda com ele.

– Está na hora de eu me libertar.

A ruiva sorri para ele, uma lágrima escorrendo pelo olho esquerdo.

– Eu te amo - ela se aproxima e deposita um beijo rápido e com um leve gosto de sal por causa das suas lágrimas - e vou continuar a amar. Você vai estar aqui - ela pressiona a mão dele contra o seu peito, quase como se ele pudesse sentir seu coração pulsando - para sempre. E eu o verei todos os dias no rosto do nosso filho, que foi a melhor coisa que eu já fiz em toda a minha vida.

Chegou a hora, ela decide. E sorri tristemente por causa disso.

– Eu preciso me libertar.

Ele a puxa com leveza e a beija lentamente. Ela se afasta quando o ar falta, mas o beija novamente, dessa vez com seu peito latejando desespero.

– Você está livre - ele sussurra.

– Adeus, Erik.

+++

Leona suspira. Ouvir problemas não era o que ela esperava de ser rainha. Com os Conselheiros repreendendo duramente os rebeldes nortistas, ela se sentia meio sem ter o que fazer. Vários grupos de Ahnmach foram para Hahle e quebraram tantos patrimônios públicos e privados que ela perdeu as contas. Tudo pela morte de Erik. Ela ainda sentia a dor a perda do irmão e pensava em fazer justiça em seu nome, mas primeiro precisava deixar tudo ajeitado para que quando o pequeno Erik crescesse, o país estivesse estável.

Ela sentiu um chute na sua barriga e sorriu, a alisando.

–... então ele queimou a minha plantação. Eu perdi tudo, Majestade.

Ela olha para o homem diante de si. Um ladrão havia entrado em sua fazenda e roubado todo o dinheiro. Antes que o homem pudesse fugir, o dono da fazenda o ameaçou com um machado. O ladrão puxou a arma e atirou e, em vingança, queimou a plantação do pequeno fazendeiro.

– Peço que deixe a descrição do ladrão com meus soldados. Faça um retrato-falado. Iremos pegá-lo - ela fala. - Se puder, passe na delegacia. Eles que fazem esse tipo de coisa.

Leona não sabia como dizer, então disse com a voz mais gentil possível. Ele era do campo, algo quase inimaginável para os dias de hoje, e tinha pouca informação. Ela entendia.

– Obrigado, Majestade.

Assim que o homem sai, uma garotinha entra. Sua pele é pálida, seus olhos azuis mesmo de longe brilham e seu cabelo na altura dos ombros é ruivo e enrolado, reluzindo à metros. Ela tem no máximo cinco anos.

Leona sorri para ela.

– Em que posso ajudar?

– Michael Archiberz me mandou - ela sussurra. - Seu marido.

A menina caminha de cabeça baixa até o trono e entrega um papel para Leona. A loira pega o papel e o desenrola.

"Lena,

Você não vai acreditar em quem é essa menina. Filha de Melanie e Josh. Sim, os rebeldes. Porém, Melanie é filha de Kurt. Kurt Archiberz!

Ela não pode ficar aqui. Mesmo que Vincent esteja mais calmo, essa menina não o pertence. Não sei onde Melanie e Josh estão, mas Vincent tem aliados no mundo todo. Só há um lugar que ela poderá ficar segura: a Pedra da Lua, junto com Erik.

Essa menina se chama Luna e ela tem quase cinco anos. Ela precisa ser protegida, Lena. Faça isso por mim. Sinto sua falta.

Com amor,

Michael."

– Ele disse que mandar um holograma era perigoso - ela sussurrou. - Por isso me pediu para esconder esse bilhete e entregar somente à você, Majestade.

– Luna, certo? - ela questiona. A ruivinha assente. - Você gosta de viajar?

– Nunca tinha viajado antes de vir para cá - ela sorri, pequenos dentes de leite preenchem sua boca. - Aquele negócio que voa... é incrível.

– Então você gostou - a loira sussurra. - Bom, iremos fazer uma viagem. Você ficará com uma pessoa muito especial.

– Quem?

– Você conhece a família da sua mãe?

– Apenas o tio Derek.

– Bom, você tem mais uma tia - ela murmura para que ninguém mais ouça. - O nome dela é Hana. E você ficará com ela até sua mãe retornar.

+++

Katerina corre para abraçar Francis ao vê-lo chegando na fazenda.

– Graças a Deus - ela sussurra, o beijando. - Sinto muito pelos seus irmãos. Daremos um jeito de tirá-los de lá.

Francis afasta levemente as mãos dela.

– Não. Não vamos.

Ela o encara, confusa.

– O que aconteceu?

– Não há porquê salvar quem já está perdido.

– Francis!

– Fiz um acordo. Eles não serão executados, mas ficarão presos por dois anos em regime fechado. Depois serão exilados em alguma ilha perdida.

– Francis! - ela repete, horrorizada. - Que tipo de acordo é esse?

– Fiz esse acordo para ficar livre. Fiz por mim.

– Francis...

– Você vai para a Rússia. Planejará com seu pai a sua volta triunfal.

– Mas... e você? E nós?

– Eu vou ficar em Altulle. Fui perdoado pelo Conselho e Henry me entregará o trono.

– Eu... eu não entendo. Nós planejamos isso por tanto tempo... juntos. É assim que eu quero renascer: com você.

– Sinto muito, Katerina. Eu não posso ir para a Rússia.

Ela sente seu coração se encher de raiva. Por que não? Ela simplesmente não entendia... e não ficaria quieta. Agora que tinha se libertado da ilusão de Erik e sabia que era Francis quem ela amava, não desistiria tão cedo.

– E por quê? Como eles te perdoaram?

– Porque eu tenho um herdeiro legítimo, já Henry tem apenas um bastardo à caminho. Eles precisam de um Kionbach de verdade para o trono.

Ela sente o mundo despencar sobre a sua cabeça.

– Herdeiro legítimo? Mas...

– Britney Wainbury teve um filho meu enquanto ainda éramos casados.


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Notas finais do capítulo

E aí?



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