Unforgivable escrita por oakenshield


Capítulo 24
Don't Let Us Die


Notas iniciais do capítulo

Hello, amados. Im back :) Boa leitura.



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Andrew saiu da terceira palestra aquele dia. Estava cansado. Pegou o telefone que Ivan, sobrinho de Hugh, o entregou. Reconheceu o número na tela assim que o viu. Joffrey não confiava nele, isso era óbvio. Mas confiava em Hugh. E Hugh confiava no sobrinho, Ivan. Então Joffrey mandou Ivan como segurança de Andrew, mas é óbvio que ele só queria alguém para lhe passar informações.

– Como foi? - o Imperador questiona.

– Como sempre. As pessoas me ouvem, entendem, apoiam na hora da palestra, mas quando planejamos tudo, se amedrontam. Elas temem serem executadas como seus parentes e amigos.

– Talvez elas precisem de um representante mais forte.

– Está dizendo que não sirvo para ser rei?

– Claro que não serve! Você foi criado no fim do mundo, em um estado congelado. Foi criado para a luta. Eu vi seu teste. Estava lá nas Provas. Você pode até ser bom soldado, mas está me saindo um péssimo diplomata.

– Me desculpe, mas pelo que eu estou sabendo, você quer que eu cause caos e não que faça as pessoas se calarem.

Ele ouve Joffrey respirar fundo do outro lado da linha.

– Infelizmente, você é tudo o que temos no momento.

Jofrey começa a fala sobre estratégias e Andrew rola os olhos.

– O trânsito está horrível. Vou desligar.

Antes que Joffrey possa falar qualquer coisa, ele desliga. Depois que o carro os deixa no hotel, Andrew se esgueira pela saída dos fundos, pela cozinha. Ele entrega um pequeno bolo de dinheiro que prometeu ao chef e coloca o capuz do casaco por cima da cabeça. Ele olha de canto para a camareira subornada por ele.

– Diga para todos que estou doente. Não deixe nem Ivan entrar. Preciso de dois dias.

Ninguém poderia saber onde ele estava indo. Se Joffrey soubesse, o mataria antes que ele tivesse a chance de pedir perdão.

+++

– Eu sabia que você iria sobreviver - Ivna fala.

– Graças a você. Nunca tive a oportunidade de agradecer por roubar a cura de Joffrey para mim.

Ivna olha para Josh pelo canto do olho e pela primeira vez ela parece ligeiramente envergonhada.

– Você mentiu para mim - ele fala com a expressão séria, mas com o tom de brincadeira.

– Pedido de amiga não se nega, ainda mais quando são em poucas em que se pode verdadeiramente confiar - ela sorri para os dois. - Sejam bem-vindos. Fiquem o quanto quiserem.

– Na verdade - Melanie sente que está pisando em ovos. Sabia que Ivna não gostava de Katerina. Não podia contar - viemos falar com Joffrey. Minha mãe me mandou, sabe - ela enrola. - Assuntos de guerra.

– Ah. Sim, sim. Entendo. Soube que ele os apoiará contra Vincent.

Melanie sorri amarelo. Depois do que sua mãe fez a Katerina, ela duvidava muito.

– Joffrey é um importante aliado - ela concorda.

– Falando em aliados - Josh entra no meio. - Se a Rússia estiver disposta a nos ajudar completamente...

Ivna se joga com maestria na cadeira do escritório.

– O que esse acordo me traria de vantagem?

– Soubemos que quer sua filha deposta. Vincent, por sua vez, está do lado dos Hallaya. Fleur quer Rebekah morta, não é surpresa para ninguém. Nós a manteríamos viva, se ganhássemos. Sabemos que por mais que Joffrey finja não se importar, ele não quer que mais uma Archiberz morra. Porém, ele é volúvel.

Josh sorri de lado.

– E, bom, a Rússia é sua, não é mesmo? Ele faz apenas o papel de marido, um meio necessário para um fim. O trono não pode ser tomado sem um casal. Você comanda a Rússia, Ivna. Tem noção do quanto seu apoio é crucial?

Melanie sorri internamente pelo plano de mestre de Josh. O tom calmo, porém de manipulação clara. Mesmo que Joffrey não os apoiassem, eles teriam Ivna do seu lado. E isso que realmente importava, porque a herdeira por direito era ela. Joffrey é apenas o marido da czarina.

Josh é um gênio.

– Rebekah não é louca, como todos estão dizendo por aí. Ela simplesmente não sabe lidar com a pressão da Corte. Há pessoas que nasceram para viver à sombra de poderosos e há outros que nasceram para serem poderosos. Rebekah nasceu para ser uma condessa, para se casar com alguém importante, talvez até um príncipe. Michael assumiria a Rússia quando eu e Joffrey fossemos embora. Katerina estaria em Frömming com seus herdeiros. Rebekah nunca estaria no trono. Ela não nasceu para isso.

Ivna suspira, pousando a mão na cabeça.

– Conversei com especialistas. É chamada de febre do trono. Ela perde o juízo, comete ações que jamais pensaria em cometer se estivesse sã.

Melanie não quis dizer nada porque considerava Ivna uma amiga, uma irmã mais velha, uma terceira mãe, depois de Valentina e sua madrinha, Jessica. Jamais diria algo para magoá-la e se falasse que Rebekah merecia morrer pelas mortes que cometeu, mesmo que não estivesse em si, a machucaria mais do que qualquer coisa.

A morena sabia que Rebekah morreria se eles ganhassem a guerra. Uma assassina de milhares do seu povo não sairia impune. Josh a lançou um olhar de repreensão contida. Ele sabia o que ela estava pensando. Melanie concordou com a cabeça e sorriu de leve para Ivna.

– Nós vamos ajudar a manter a sua filha viva.

Ela nunca se sentiu tão mal por uma mentira.

+++

Alison alisa os cabelos loiros de Hector. Katerina fica os observando. O amor deles poderia ser considerado impossível, mas ainda assim eles deram um jeito. Katerina sentiu uma pontinha de inveja.

Nunca teve nojo deles. Francis muitas vezes reclamava da relação incestuosa dos dois para ela, mesmo antes deles fugirem do abrigo subterrâneo dos rebeldes. Porém ela nunca sentiu nada disso. Ela sempre pensou em como devia ser difícil para eles amarem alguém com quem não podiam ficar, porque era exatamente isso que ela sentia quando se apaixonou por Fabrizio, o guarda-costas. Ela sabia sua obrigação: casar com um príncipe. Então, depois de casada, ela descobriu que ele era na verdade Francis, também um príncipe. Se ele tivesse contado, ela poderia ter conversado com Erik, rompido o noivado ou simplesmente feito-o casar com Rebekah, também herdeira. Poderia causar problemas nas relações Frömming/Ahnmach, mas pelo menos seria feliz. E acabaria para sempre com essa guerra Frömming/Altulle.

E por acaso você não foi feliz com Erik? uma voz a invade.

Não no começo. Depois. Depois que ela se decepcionou com Fabrizio, depois que descobriu que estava grávida, depois que ele disse que amaria aquele filho mesmo que não fosse dele, porque a amava. Ela nunca pensou que viveria algo tão intenso, tão bonito. Mesmo com o coração partido, ela se sentiu feliz. Quando seu filho nasceu, pensou como seria se Francis estivesse ali, como seria se ele fosse o pai. De qualquer forma, ela não conseguia imaginar essa cena. Erik já possuía os seus pensamentos.

Foi então que ela percebeu: amava Francis, sempre amaria. Ele foi seu primeiro amor, porém não estava mais apaixonada por ele. Naquele momento, o dono do seu coração era Erik, o homem que lhe deu a maior alegria desse mundo: seu filho, porém também a maioria tristeza: a fez relembrar a dor da morte.

Quando era pequena, sentiu a perda dos pais. Porém era criança. Mesmo sendo madura, uma criança não lidaria com a morte do jeito certo. Porém agora, já adulta, sofreu um baque tão grande que mesmo depois de dois anos, reunida com o seu primeiro amor, ainda delira com o marido morto.

E por acaso há jeito certo de lidar com a morte?

Cada um lida do seu jeito. Katerina é uma rainha forte, mas uma pessoa fraca. Ela mesma percebe isso. Não passava de um reflexo. O reflexo no espelho da garota bem arrumada, herdeira, rica. Um sorriso no rosto e todos supunham que era feliz. Porém a garota de verdade, aquela em frente ao espelho, estava estraçalhada por dentro na maior parte do tempo. Isso depois dos vinte. Antes, era oca. Não havia nada dentro dela além de ossos, tecidos e sangue. Não era nada além de um pedaço de carne andante e pensante. Era vazia.

E agora, é exatamente assim que se sente: vazia.

Tudo o que ela queria era se sentir preenchida de novo. Feliz. Viva. Como quando se apaixonou por Fabrizio.

– Vocês são perfeitos juntos - ela sussurra, saindo dos seus devaneios. - Eu os admiro tanto.

– Admira? - Alison repete, surpresa. - A maioria das pessoas nos despreza.

– Bom, eu não sou como a maioria das pessoas - as duas riem brevemente. - Eu acho linda a forma como vocês lutaram contra o mundo para ficarem juntos.

– Assim como você e Francis.

Ela balança a cabeça negativamente.

– Na primeira dificuldade, eu desisti. Me afastei. Na verdade, o empurrei para longe. Não acreditei nos sentimentos dele por mim. Simplesmente fechei meus olhos. Achei que seria mais fácil superá-lo se ele fosse um mentiroso. Seria mais fácil esquecê-lo. Você, porém, nunca quis esquecer Hector. Pelo contrário, você sempre quis lembrá-lo. Vocês enfrentaram o tronco juntos. Estavam prontos para morrerem. Juntos.

A ruiva sente as lágrimas nos olhos.

– Eu queria algo assim para mim - sussurra. - Eu quero ser feliz de novo.

Alison se afasta de Hector e se aproxima de Katerina. Pega as mãos da ruiva.

– Por muito tempo, eu fugi. Por anos, na verdade. Hector sempre demonstrou interesse, mas eu desviava. Então eu me permiti apenas um momento. Cai em tentação. Depois disso, tentei encontrar o que eu sentia quando estava com ele com outras pessoas. Nunca consegui. Mulheres, homens... nenhum me fazia tão completa como ele. Então eu escolhi. Escolhi que se fosse para ser feliz, enfrentaria até mesmo a genética. Enfrentaria a morte, se isso significasse alguns momentos ao lado do meu verdadeiro amor.

Katerina continua de cabeça baixa, as lágrimas caindo. Alison aperta as mãos dela de forma calma.

– Porém você não escolheu. Eu entendo isso. O destino tirou os dois de você.

A ruiva finalmente encara a olha, os olhos inchados e molhados.

– Mas ele o devolveu um deles. Katerina, meu irmão a ama. Se você o conhecesse antes de você, saberia como o sentimento dele é verdadeiro. Se você não ter certeza do que sente, é melhor partir do que magoá-lo. Eu sei que você gosta dele, eu sinto isso. Porém se você não o ama, essa é hora de sumir. Aproveitar o argumento da guerra para correr, porque quando tudo isso acabar, e eu sei que será em breve, você não terá mais tempo. Focado na guerra, Francis só sentirá o baque depois. Mas se você o deixar depois que tudo acabar, ele vai desmoronar.

A ruiva balança a cabeça de forma negativa.

– Eu nunca o deixaria. Eu o amo.

– Você não pôde escolher entre Erik e Francis, mas agora você tem que escolher em ter uma vida com ou sem o meu irmão. Tem que ser agora, porque se você o destruir depois, eu nunca a perdoarei por isso.

Um barulho as desperta. Francis abriu a porta, os braços vazios. Katerina vira para o outro lado, secando as lágrimas. Alison vai na frente, para disfarçar.

– Você não tinha ido no mercado?

– Hawthorne disse que os guardas do palácio sabem onde estamos. Está na hora de partir.

+++

– Oh, veja quem temos aqui: a bastarda do meu irmão bastarda. Daria uma bela música.

– Joffrey, como sempre, com o seu humor negro.

– Eu sou Czar, bastardinha. Pode me chamar de Imperador. Selvagens como vocês não devem saber falar russo, então é sempre bom traduzir.

– простите отсутствие у нас уважения, император¹ - Josh fala com um sotaque perfeito. - в северной мы учимся говорить по-русски, потому что Кимберли, наш Русский принцесса².

Melanie não tinha ideia do que o namorado havia falado, mas surpreendeu tanto a ela quanto a Joffrey. A morena analisa o escritório, há fotografias, o que significa que é escritório pessoal. Não haveria câmeras.

– Eu sei que Katerina está viva.

Joffrey ri imediatamente.

– Viva? Recebi o corpo dela dos rebeldes, embrulhado na bandeira de Frömming, como uma qualquer. Vocês a mataram - ele encara Josh. - Sua irmã a matou.

– Não minta. Minha mãe já nos contou a verdade.

– Valentina está delirando. O corpo de Katerina está enterrado aqui na Rússia, porque temíamos que se mandássemos para Frömming, Rebekah fizesse coisas terríveis. Coisas que um Archiberz raivoso faria.

– Não há porquê negar. Eu estou aqui para ajudar.

– Sinto muito, mas você está tão louca quanto a sua mãe.

– Katerina irá delirar depois que renasceu. Delírios com mortos, ficará desconfiada de tudo, paranoica... louca.

– Eu renasci e não sou nada disso.

– Não mesmo? - a morena insistiu. - Pense um pouco. Você não confia nem na sua própria sombra. Nem Vincent. Aliás, ele também renasceu. Vocês são dois psicopatas...

– Obrigado.

–... e Katerina pode se tornar uma também.

– Isso é ridículo. Ela está morta.

Melanie se irrita.

– Mas que porra! Eu já sei de toda a maldita verdade. Você não precisa admitir nada, porque eu sei. E se você não nos deixar ajudar, sairei daqui agora e venderei a minha história para o primeiro que aparecer.

– Venderá sua história para o primeiro que aparecer exatamente como costumava vender seu corpo? - Joffrey questiona com o riso debochado. - Desculpe, querida, mas você não é o meu tipo. Nova demais. Bastarda. Gosto de mulheres com porte, mulheres da Corta, com raça, não vira-latas nortistas metidas a rebeldes como você.

Melanie não dá a mínima. Está acostumava com comentários do tipo, até piores. Mas Josh se irrita e atinge um soco no queixo de Joffrey, o fazendo girar e cair no chão. Quando se levanta, há um feixe vermelho no canto do lábio. Sangue se mistura com os dentes brancos, um sorriso carregado de ironia e sarcasmo.

– Os baderneiros se revelam, mais cedo ou mais tarde.

Há um leve tremor no monitor grudado na parede. Então ele acende. A imagem de Katerina, porém com cabelos negros, lisos e mais curtos aparece. Seus olhos também estão escuros como os buracos negros de Vincent. Melanie sente náusea só de lembrar dele.

Porém essa é a confirmação que ela precisa: Katerina está realmente viva.

– Joffrey - ela sussurra, lágrimas nos olhos. - Nos descobriram. Nós precisamos fugir.

Ela então vê o feixe de sangue no lábio de Vincent.

– O que aconteceu?

– Seus amiguinhos rebeldes resolveram me fazer uma visita.

Melanie e Josh aparecem atrás de Joffrey. A morena sorri para a rainha:

– Você está viva. Eu sabia.

Eles ouvem um grito do outro lado e Katerina balança a cabeça, nervosa.

– Não há tempo para perder.

– O que está acontecendo aí? - Joffrey questiona.

– Os soldados estão vindo atrás de nós. Descobriram que Hawthorne está mantendo os Kionbach escondidos. Ele pode ser morto, assim como Francis, Alison e Hector. E se os soldados me virem aqui... tudo irá por água abaixo.

Eles escutam um urro. Algo como um gemido de dor. Katerina vira para trás, os olhos cheios de surpresa quando se viram para a tela.

– Ele acordou! - uma outra voz feminina berra do outro lado.

Então outro estrondo. Katerina sente um tremor correndo pelo corpo. A porta foi arrombada.

– Eles estão aqui - ela sussurra, chorando de desespero. - Pai, eu preciso da sua ajuda. Pai, por favor, não nos deixe morrer.


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Notas finais do capítulo

E então?
PS¹: perdoe a nossa falta de respeito para com o imperador
PS²: no norte, aprendemos a falar em russo, por causa de Kimberly, nossa princesa russa.
Observação: não sei falar nada em russo. Usei um tradutor. Qualquer erro deve ser revelado. Obrigada.



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