Stay With Me escrita por Lady Liv


Capítulo 7
Capítulo 7 - Rino


Notas iniciais do capítulo

Oi gente do meu core



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Peter Parker

 

Minha manhã tranquila acabou no momento que os alarmes do banco soaram, grandes estrondos podiam ser sentidos mesmo eu estando no topo de um prédio. Me apressei voando em direção a eles.

Uma multidão já se encontrava ao redor, fala sério gente! Vamos se afastar né. Pelo menos os policiais já tinham isolado a área para-

Oh Deus.

Aquilo era uma armadura?! De... rinoceronte?

— Wow, wow, wow! Calma aí cara! — Me lancei em cima de uma viatura, gritando. — Os rinocerontes ainda não foram extintos, fica tranquilo!

— Você! — o homem dentro da armadura gritou de volta. — Finalmente Rino vai acabar com você, Aranha.

Um dos policiais que estava ali veio até mim com um megafone em mãos.

— É Aleksei Sytsevich! Ele foi preso pelo roubo a Oscorp há alguns meses, mas conseguiu fugir de algum modo.

Aaah... Agora lembrei dele! Foi ele que quase fez eu perder a minha formatura. Bufei pegando o megafone do policial.

— Ok então! — comecei, já me alongando. — Em nome de todos os cidadãos de Nova York e rinocerontes de verdade, eu peço para você humildemente sair da armadura. — Eu falei no megafone.

— NUNCA, ARANHA! PODE VIR!

— Quer que eu vá aí?! — perguntei, recebendo gritos com um forte sotaque russo de volta. — Certo, certo, eu 'tô indo pra aí.

Não deu mesmo né? Devolvi o megafone para o policial e fui na direção dele.

— O RINO VAI ACABAR COM VOCÊ!!!

— Você sempre fala em terceira pessoa? — Ironizei enquanto ele se escondia na armadura e corria em minha direção.

A parte pontuda remetia mesmo a um chifre e ele tentou me acertar com ele. Pequenos mísseis saíram de buracos de sua armadura e eu pulei alto, desviando de todos e jogando uma teia numa tampa de bueiro. Girei ela no ar e a joguei com força no "chifre" de Sytsevich. Cai no chão e me levantei rápido, olhei pra ele e ri ao ver que o chifre de sua armadura tinha se quebrado.

— Cara, onde é que você comprou isso? Nas Industrias Hammer?

— Não pode ser! Ele contou a Rino que era perfeito para acabar com Aranha!

Parei de rir.

— Espera, ele quem?

Rino não respondeu, apenas começou a atirar rapidamente. Desviei como pude, tendo muitas dificuldade. É, ele não estava pra brincadeiras mesmo.

Com seus pés mecânicos, ele quebrou o asfalto, pegando um enorme pedaço do chão e o arremessando contra a multidão atrás de mim. Consegui ser rápido, o impedindo ao criar uma rede de teias de um prédio para o outro, protegendo aquelas pessoas. Vi um garoto vestido de Homem Aranha no colo da mãe, a mão estendida como se fosse para atirar uma teia. Sorri.

— Ei Homem Aranha, bom trabalho! — Acenei.

Voltei para a luta.

Um dos mísseis um pouco maiores voaram em minha direção e graças ao meu sentido aranha, consegui segurá-lo, girando e o usando contra ele. Explodiu. Quando a poeira baixou, pude ver a armadura de Rino caída no chão com faíscas em volta e o cara se arrastando para longe. É, definitivamente Industrias Hammer. Joguei uma teia em um dos prédios e voei até meu inimigo, o jogando numa parede, e antes que ele caísse, o prendi ali no formato de um 'X'.

— Aaah, os X-men ficariam orgulhosos. — Suspirei, o observando se contorcer. — Pelo menos suas calças continuam intactas né.

— AAAAAH!!! Você vai mim pagar muito caro!!!

— Mim pagar? Mim não pagar. Mim não ser índio. — Zombei. — Mas vem cá, de quem você 'tava falando naquela hora hein?

Ele não respondeu, voltando a gritar em russo. Provavelmente coisas ruins. Policiais chegaram para prende-lo.

Apenas mais um louco. Não deve ser nada.

— Obrigado, Homem Aranha!

— De nada, seu policial! — Assenti, me afastando.

Aproveitei e tirei algumas fotos de mim mesmo, porque é claro, eu não iria deixar Brock tirar fotos melhores, precisava desse emprego também!

Após algumas horas, resolvi voltar pra casa. Troquei de roupa e peguei meu skate, tentando algumas manobras no caminho de casa. Caramba, eu estava ficando enferrujado nisso! Talvez fosse a hora de deixar pra trás.

Na porta de casa, fui parado por uma ruiva desesperada.

— Ah, oi, eu-

— VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR! — Mary Jane gritou, começando a falar tão rápido que eu mal conseguia entender. Por um momento, pensei até que ela estivesse falando russo também. — ...e depois simplesmente foi embora! Dá pra acreditar?!

— Nossa, uau, sim... né.

— O que?! — Eita, falei merda. — Gatinho, você tá me ouvindo?

— Não, foi mal. Você pode repetir, por favor? — Ela começou a falar rápido de novo. — Devagar!

Mary Jane suspirou, colocando as mãos nos bolsos da calça.

— Tá bom, eu vou resumir então: Eu 'tava na cidade, aí um cara mal apareceu e ele tava com uma armadura de rinoceronte! Eu 'tô falando a verdade! Rinoceronte! Qual o problema desses vilões?! Enfim, o Espetacular Homem-Aranha chegou a acabou com ele! E eu vi isso, ao vivo e a cores!! Bem na minha frente, ai meu Deus, Pete! Eu 'tô tremendo até agora!

Não pude evitar o sorriso em meu rosto pelo modo que ela falou. Uau, a gata se amarrou em mim! Porque, bom... eu não era cego. Mary Jane parecia uma super modelo! Acho até que estava se esforçando para entrar em ensaios desde a nossa última conversa. Os cabelos estavam mais brilhantes que o normal, davam até vontade de tocar, e as roupas sempre justas demarcavam bastante suas curvas.

E olhe pra mim... tudo bem, melhorei muito desde o colégio, mas isso é demais pro meu ego.

— Se acalma pra não desmaiar.

— Tarde demais. — ela riu abertamente, rolando os olhos. — Eu já tinha o visto voando antes mas não em ação de verdade, é algo que eu nunca vou esquecer.

— Caramba.

— Pois é.

Ficamos em um silêncio confortável quando ela voltou a dizer, dessa vez mais calma:

— Então... amanhã a tarde vai ter uma festa na Union Square.

— Oh?

— É, quer dizer, a banda Daughtry vai estar lá.

— Oh meu Deus!

— Sim! — ela sorriu, mais a vontade. — Arrecadar fundos e tal, eu não sei bem, vai ter muita gente na verdade, mas eu estava pensando em-

Subitamente, um som alto de vidro sendo quebrado interrompe nossa conversa. Mary Jane olha pra trás a tempo de uma gritaria começar em sua casa.

— Droga, são os meus pais de novo.

Tentei não me preocupar. — Sua mãe ainda não foi embora?

— Ele a convenceu a ficar. — Mary Jane sorriu de modo forçado. — Isso nunca vai acontecer comigo, Pete. Nunca vou deixar que tomem as minhas decisões por mim.

Eu poderia ter sorrido se a gritaria não me preocupasse tanto.

— É, conheço alguém que pensa exatamente assim.

— É? Bom, eu tenho que dar uma olhada lá se não eles se matam. — a ruiva mordeu os lábios, se afastando. — Mas a gente se vê amanhã né? 15:00hrs?

Levei alguns segundos pra entender, e quando o fiz, ela já estava quase abrindo a porta de casa.

— A gente vai sair?!

Mary Jane se virou pra mim, apertando os olhos e sorrindo.

— Cara, você é muito lerdo.

Meu Deus.

Acho que eu tenho um encontro.

 

Gwen Stacy

 

Depois do meu incidente com as memórias na escola, o dia se passou em um piscar de olhos. Fiquei em casa sozinha esperando dar a hora para sair pro trabalho e enquanto isso não acontecia, me arrisquei em pesquisar sobre o Homem Aranha na internet.

— Meu Homem Aranha. — horas depois, eu continuava a murmurar. Oh céus, seria possível? Eu o conhecia? Pior! Ou melhor, ainda não decidi, ele me conhecia?! — Então por que...?

As dúvidas enchiam minha cabeça enquanto eu buscava vídeos no Youtube. Como eu imaginava, nada que ligasse a minha pessoa ou que me desse uma dica de quem ele poderia ser, e nada que pudesse dar algum gatilho nas minhas memórias de novo. Será que Peter sabia de alguma coisa? Ele devia saber certo? Era meu namorado, afinal de contas... Não. Não posso envolver ele nisso. Ele é meu ex!

Cheguei na Oscorp em cima da hora, indo direto ao meu andar, onde me sentei em minha cabine. Pus minha bolsinha ali e minha colega, que se sentava um pouco mais na minha frente, virou-se pra mim.

— E aí, Gwen. — Allison cumprimentou, assim como eu, loira de olhos claros. — Se lembrou de algo?

— Oi Ally. — Cumprimentei. Allison era uma das poucas que soube do acidente. — Eu estou bem, — Só que não. — Acho que isso que importa.

— Com certeza. — ela sorriu, piscando.

— Mas e aí, Jennie já foi?

— Acabou de sair, ela trocou o estágio dela pela manhã. Mas hey! Você não faz ideia de quem acabou de passar praticamente correndo por aqui.

— Quem?

— Felícia. — Ela disse fazendo careta.

— Felícia?

— Ah! É mesmo.. As vezes eu me esqueço da sua... sabe! — Ally revirou os olhos, tocando a própria testa. — Enfim, ela era a secretária do chefão, sabe. Norman Osborn.

— Oh.

— É! E quando ele morreu, virou secretária do filhinho dele, e aí é claro, acontece de novo. O novo chefe usa drogas, enlouquece, tenta matar todo mundo na Oscorp e vai preso. E Felícia é claro, continua bem aonde está. Como ela consegue?!

Franzi o cenho, confusa. — Como é?

— É o que dizem.

— Mas foi isso que aconteceu mesmo?

— Eu sei lá, ninguém é corajoso o suficiente pra ir checar.

Assenti, os olhos arregalados com a história maluca. 

— Mas enfim.. sempre de nariz em pé aquela ali, uma metida. Você vai se lembrar quando vê-la, tenho certeza.

Eu duvido muito. Mas se Allison não gostava dela, talvez significasse alguma coisa pra mim.

Preparei minha prancheta e coloquei meu jaleco, dizendo:

— Meus visitantes vão chegar em cinco minutos, já estou indo.

— Pelo menos não são estudantes dessa vez. — ela murmura, focada na tela do computador jogando campo minado. Não pude evitar de revirar os olhos.

Peguei o elevador descendo até o 2° andar onde um grupo de visitantes já me esperava, muitos deles jornalistas. 

— Boa tarde! Meu nome é Gwen Stacy e vou guia-los por aqui, e eu sou sempre a favor da liberdade de impressa mas vamos por favor ficar juntos para não se meterem em confusão 'tá? — Assenti para o segurança, sorrindo educadamente para eles. — Então vamos.

Os guiei até a sala principal de ciências daquela área, grandes hologramas de animais e plantas estavam ligados.

— Agora sabem que a Oscorp foi obrigada a parar com as experiências em animais-

— Por causa do Lagarto. — uma moça me interrompeu, anotando tudo em um bloquinho.

Assenti, desconfortável com o assunto. — Sim, o acidente com o Dr. Curtis Connors foi mesmo horrível, mas estamos retomando os projetos graças a parceria com a Fundação Vida, e para isso, nós estamos começando com muita segurança, fazendo testes em plantas primeiro.

Vi alguns assentirem, impressionados com os hologramas. Liguei um vídeo que mostrava como a parceria iria funcionar e me afastei para beber um pouco d'água.

— Isso foi espetacular. — alguém sussurrou atrás de mim, me fazendo engasgar assustada. — Ai meu Deus, foi mal! Não quis te assustar.

Encarei o homem com olhos arregalados.

— Eddie?! — engasguei seu nome, o reconhecendo. Era o cara do táxi.

— Você lembra de mim! — ele sorriu e eu também.

— É claro! Eu- Eu achei que não fosse mais te ver... nunca mais.

— É, eu também.

Nós rimos sem graça, um silêncio desconfortável começando quando ele-

— Então, você trabalha aqui? Deve ser muito inteligente.

— Ah, que isso! E você...?

Ele ergueu a câmera ao redor do pescoço. Me senti estúpida em não ter notado antes.

— Fotos pro jornal. Vão mesmo começar testes em plantas?

— É o que o vídeo está mostrando, se você for assistir...

— Naahhh, — ele riu, dispensando — Deixa isso pros jornalistas, eu sou melhor fotografando, aliás também sou bom em patinação no gelo, já disse? Fui campeão na verdade, e também...

Resisti a vontade de rolar os olhos. Tinha esquecido o quão Eddie gostava de falar de si mesmo. Minha sorte foi uma TV ligada acima de nós, um som baixo mas alto o suficiente para nós ouvirmos.

O que quer que fosse, fez Eddie se calar. Me virei, vendo a matéria também.

 

"—...e foi bem emocionante. Como não se lembrar do imenso 'Eu te Amo' em forma de teia na ponte há três semanas atrás? Vejam essa foto exclusiva! É de arrepiar! E tudo que sabemos é o que as pessoas garantem ter visto: o próprio Homem Aranha descendo do céu e voando com sua amada! George, eu ia amar ter visto isso!"

 

— Que lindo. — deixei escapar, sentindo os olhos queimarem. Meu coração estava acelerado com a imagem pausada na TV e as teorias que a rodeava.

Será que... não, não! Com certeza não! Ou será que... Ai Deus, poderia ser?!

— É, uma declaração e tanto hein? Você acha que é verdade? — ouvi a voz de Eddie perguntar, me tirando de pensamentos perturbados. — Ninguém filmou nem nada, talvez nem houvesse garota alguma lá, mas e se....

— E se. — concordei.

Percebi o vídeo da apresentação quase terminar e tentei me aproximar dos visitantes de novo quando Eddie me segurou pelo braço.

— Escuta, é, desculpe, — ele me soltou, sem graça. — Eu não quero parecer estranho nem nada, mas eu te acho muito legal e eu sei que a gente mal se conhece, mas... vai ter uma festa amanhã na Union Square, estaria interessada?

Interessada? O que ele queria-

Oh.

— Tá me chamando pra sair?

— É... se não tiver problema pra você, é claro.

— Ah, eu não sei... Amanhã eu tenho trabalho... — Vi que Eddie abaixou o olhar. Senti pena e considerei por um momento. — Mas eu posso trocar de turno!

Rápido demais, a expressão dele acendeu, quase como se nunca estivesse realmente chateado. Oh Gwendolyn, no que você se meteu?

— Ótimo! — Ele sorriu.

— Ótimo.

Nada ótimo.

 

Peter Parker

 

No dia seguinte resolvi dar uma folga para o Homem Aranha e passei o dia com tia May, a ajudando na limpeza da casa.

— É hoje, não é? — ela perguntou tentando esconder o sorriso.

Rolei os olhos.

— MJ é só uma amiga, você sabe.

— Oh sim, sei. MJ. — ela caçoou, me lançando uma flanela. — Estou só feliz por estarem se dando bem, você estava me deixando preocupada.

— Preocupada?— a olhei confuso.

— É, desde a Gwen-

— Não! — neguei, colocando as mãos sobre os ouvidos de modo infantil. May começou a rir, frustrada.

— Viu?! É disso que eu estou falando! Eu não entendo! Só quero que seja feliz, esse é o meu trabalho.

Quis corrigi-la, mas minha parte egoísta não deixou. Era bom saber que minha tia cuidava de mim.

De tarde, fiquei sozinho quando ela foi trabalhar no hospital. Estava animado, devo admitir. Me arrumei e até me arrisquei com um pouquinho de perfume. Não queria parecer um mendigo ao lado da minha vizinha sexy.

Quando a campainha tocou no entanto, eu soube que não importaria o que eu fizesse, eu nunca estaria aos pés de Mary Jane Watson. Nenhum cara estaria, aliás.

— Nossa.

Ela se apoiou na porta, jogando o casaco que segurava por cima do ombro com aquele jeito de 'Eu sei'.

— Encare isso, tigrãoVocê tirou a sorte grande.


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Notas finais do capítulo

'Encare isso, tigrão. Você tirou a sorte grande'. Pessoal, essa frase é uma adaptação(bem mequetrefe ¬¬') de uma cena bem clássica dos quadrinhos. No primeiro encontro da MJ com o Peter, é isso que ela diz.
Ignorem que a Shailene não tá ruiva no gif. >
O que vocês esperam desse encontro? Será que vai rolar tretas? ^-^



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