Stay With Me escrita por Lady Liv


Capítulo 6
Capítulo 6 - Novo concorrente


Notas iniciais do capítulo

Ouçam:: https://www.youtube.com/watch?v=nXM5qT3vjL0
Só eu que tenho um pouco de medo dessa música O_O ?!
Espero que gostem!
Comentem e kisses!!



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Peter Parker

 

Alguns dias se passaram desde meu encontro com Gwen. A vida continuava devagar sem ela, e mesmo mantendo a minha promessa, o Homem Aranha continuava a vigia-la de longe. Era o mais perto que eu poderia ficar dessa vez. Não seria tão egoísta a ponto de arriscar sua vida de novo. Eu quase a perdi de verdade e sabe-se lá o que aconteceria comigo se isso acontecesse. Depois de Ben... é, não quero sentir essa dor não.

Mary Jane acabou por se tornar uma boa distração da minha vida de herói, ela era animada e se provou uma ótima amiga quando me deu conselhos sobre o melhor ângulo para fotos.

— Como sabe disso tudo? — perguntei, testando a câmera do jeito que ela falou, tirando uma foto dela. — Já foi modelo ou algo assim?

— Só uma vez, mas foi uma experiência maravilhosa! — ela riu.

— Dá pra ver que você tem talento, já tentou se inscrever em uma agência?

— Sabe, é uma boa! — ela concordou, pensando. — Eu ando ocupada com o teatro, mas acho que consigo modelar enquanto isso! Se bem que, meu pai odiou a última vez que eu tirei fotos.

Apertei os lábios, chateado. Mary Jane não precisava falar pra eu saber que ela tinha problemas com o pai. Ele fazia questão de deixar a vizinhança sabendo disso com seus gritos.

— Não pode pedir ajuda a sua mãe?

Ela bufou, balançando a cabeça. — Mamãe quer sair de casa, Pete.

— Oh não!

— Ela não quer me levar... disse que era melhor eu ter um teto garantido do que me aventurar como ela.

— Eu sinto muito, MJ.

— Tudo bem, não é como se o bêbado do meu pai fosse me atacar a qualquer momento. — ela riu, chutando a grama no jardim e resmungando para si mesma: — Eu hein, eu sei me defender muito bem. Não preciso dela.

Ainda assim, graças a meus sentidos, eu consegui ouvir. Me preocupei um pouco. Não era sempre que eu estava em casa para ouvir as brigas na casa ao lado, e eu nunca parei para pensar nas extensões daquilo.

— Olha, se precisar de mim... qualquer coisa, pode falar tá? Digo isso pela tia May também, ela ajudaria no que for.

— Valeu, Pete.

 

Na sexta feira voltei ao Clarim Diário com algumas fotos novas do Homem Aranha, mas assim que entrei na sala de J Jonah Jameson, tive uma surpresa:

— Tarde demais Parker! Edwin já me vendeu as fotos daquela aberração fantasiada.

Franzi o cenho, fitando confuso o estranho homem na sala. Apesar do porte forte, ele tinha a minha altura e não deveria ser mais velho do que eu.

— Na verdade é Eddie, sr. Jameson. — o homem respondeu, virando pra mim e estendendo a mão. — Oi! Peter Parker não é?

— ...Sim.

— Sou Eddie Brock, e sou seu novo concorrente aqui no Clarim. — Ele disse, um sorriso tão grande como se fossemos velhos amigos.

— Concorrente, hm? — murmurei, entregando as fotos para Jameson. Isso quem ia decidir era ele. — Eu trouxe isso.

— Bom, ele trouxe isso. E mais barato.

— E com bem mais HD. — o tal Eddie adicionou. — Pode postar até em sites.

— Não vejo diferença no HD. — neguei, balançando a cabeça. — Qualé, sr. Jameson, trabalho aqui há mais tempo. Eu subi em um mastro pra tirar essa foto. — na verdade eu subi em um mastro para colocar a câmera, mas ele não precisava saber disso.

— Sério? Uau! Parece muito trabalhoso. — Eddie riu. — Eu faço tipo, tudo que você faz, só que com mais segurança e melhor.

— Eu duvido muito.

— Não duvide tanto.

— JÁ CANSARAM DESSE LENGA LENGA?! — JJ gritou, nos assustando. — Escutem, freelancers. O dinheiro é de quem chegar primeiro, Brook, você ganhou dessa vez-

— Na verdade é Brock, sr. Jameson-

— -e eu não tenho tempo pra baboseiras, saiam da minha sala! Não preciso mais de vocês!

— Shiii. — resmunguei, saindo.

Podia ouvir Eddie rindo contando vitória para Betty Brant. Hmmm, quem chegar primeiro é? Vamos ver se ele é ágil igual ao Homem Aranha.

Sai do jornal e entrei em um beco, me vestindo de herói.

Jameson podia não precisar de mim, mas essa cidade sim.

 

Gwen Stacy.

 

O pesadelo começou com uma risada louca e assustadora. O mundo girava ao meu redor, ou era apenas meu corpo tremendo de nervosismo. Tudo tão embaçado e escuro, onde eu estava?

Um objetor voador, planador, minha mente pareceu registrar, voou pra cima de mim e caiu no chão ao meu lado.

Mas não era chão.

Senti meu corpo ceder, caindo no desconhecido, a risada do monstro me fazendo querer gritar e então- parei bruscamente, algo puxando meu braço dolorido para cima. Alguma coisa estava me puxando. Me salvando. Ele era...

 

Acordei antes de conseguir ver meu salvador. Estava paralisada na cama graças as imagens na minha cabeça, meu corpo formigando e o despertador virado para mim na mesa da cabeceira. Era cedo de manhã. Eu estava viva.

O pensamento me surpreendeu, mas eu o ignorei. O pesadelo havia sido tão real e... eu estava viva. Oh, Deus. Respirei fundo me levantando devagar e passando a mão pelos cabelos.

Tomei banho e fui me trocar. Saia, ok. Blusa, ok. Botas, é, com certeza ok, não saio sem elas.

— Bom dia. — Cumprimentei todos e comecei a comer. — Tem remédio pra dor de cabeça onde, mãe?

Minha mãe me olhou preocupada.

— Está bem, querida?

— Sim, só um mal estar.

— Tem aspirina no armário.

Me levantei e peguei a aspirina, em poucos segundos, minha cabeça já não estava a doer tanto.

Depois de um tempo, minha mãe falou que precisava sair pra trabalhar, algo incomum naquele horário.

— Por que?

— O senhor Nicouls quer um relatório pra ontem, e eu me esqueci de fazer. — Meus irmãos riram. Mamãe era secretária nas Empresas Stark, e uma secretária bastante focada. — Gwen, pode acompanhar Josh ao colégio?

— Mas porque? Ele não vai sozinho? — Perguntei confusa. Josh Phillip Stacy era o mais velho entre os meus irmãos. Tinha 14 anos.

— Eu me meti em uns problemas com uns garotos mais velhos. — Olhei com repreensão para ele, que abaixou a cabeça. — Mamãe me pôs de castigo.

— Que tipo de problemas?

— Pode deixar querida, eu já falei com seu irmão. — Minha mãe disse me interrompendo.

— Oh... então tá né.

Prendi meu cabelo num rabo de cavalo, deixando minha franja de lado, peguei minha bolsa e chamei Josh para irmos. Pegamos um taxi para Midtown High e descemos uma quadra antes para todos verem meu irmão sendo acompanhado. Hey, eu não fazia as regras, era um bom castigo para um garoto com um ego enorme!

Andávamos pela calçada da rua normalmente quando eu senti um formigamento na nuca, uma sensação de... Eu virei pra trás olhando para as pessoas.

— O que foi Gwen? — meu irmão perguntou.

— Nada, é só que... não, deixa pra lá.

Por um momento achei que estivesse sendo seguida. Talvez fosse apenas o pesadelo ainda fazendo efeito em mim. 

— Hey, não quer olhar a escola? — Josh perguntou quando chegamos. — Você estudava aqui, pode falar com os professores! Pode, sei lá, ajudar na sua recuperação.

Sorri, pensativa. — É uma ótima ideia!

Assim que entramos na escola, alguns alunos ficaram me olhando e Josh entrou pois estava atrasado.

— Gwen?! — Virei-me e dei de cara com uma garota morena de cabelos lisos e um rapaz forte ao seu lado.

O mais estranho, foi que eu me lembrei quase imediatamente deles.

Liz? Flash?

Liz veio até mim e me deu um abraço que eu retribui. Eu não era muito amiga de Liz Allan, pra falar a verdade ela sempre me tratou com certa antipatia por causa do Flash, que vivia tentando ficar comigo. Mas fazia sentido isso acabar quando os dois começaram a namorar.

—  Caramba loira! Estar aqui já é doidera, ainda mais vendo você! — Flash falou sorrindo.

— Mas o que vocês tão fazendo aqui?

— Eu vim acompanhar o Flash na aula dele.

Arregalei os olhos.

Aula?

Flash riu.

— Eu 'tô ajudando o professor de Educação Física com os garotos daqui da escola, sabe? Enquanto não sai a declaração que eu posso entrar no Exército. 

— Exército?

— Sim, quero servir o país de alguma forma... que nem o Homem Aranha.

Sorri, apertando seu braço.

— Flash, isso é muito bonito! Parabéns!

— Valeu, loirinha. Mas e você? E o Parker?

— É, o que 'tá fazendo sem a sua sombra? — Liz brincou e eu sorri amarelo.

Consegui enrolá-los por um tempo, conversando sobre eles e não eu. E então os alguns professores vieram falar comigo e... cara...! Peter tinha total razão. Eles me elogiavam muito. Era desconcertante.

Me livrei deles dizendo que ia ao banheiro, mas me esqueci totalmente aonde era o banheiro por aqui. Rodei vários corredores sem sorte alguma, todos os alunos já estavam nas salas e não encontrei nenhum monitor ou faxineiro para me ajudar.

Certo. Talvez era a hora de ir pra casa.

Após passar pela biblioteca, cheguei a um corredor estranhamente familiar. Tinha uma porta no final dele com o nome 'Saída de Emergência'. Fui até lá e tentei passar.

Ótimo. Era tudo o que precisava. Uma saída de emergência... que estava trancada.

As imagens surgiram assim que eu pisquei.

 

Um troféu em minhas mãos. Sim, para me proteger ué.

 

Proteger de quem?

 

Eu corri. Precisava ajudá-lo. Ele estava em perigo. Segui os sons de luta e logo cheguei no corredor onde a figura o cercava. Ele o pegou e o jogou contra o vidro, a mão gigante esmagando sua cabeça. Indefeso. Vulnerável.

 

Pisquei, arfante. E ao me virar, a memória voltou, mais clara-

 

O Lagarto o largou e eu quase sorri vitoriosa. Quase.

— Gwen. — Meu nome saiu com dificuldades em um tom surpreso. O troféu ainda em minhas mãos para me defender, mas eu já sabia que não teria chances. Céus, ele era enorme. E ergueu a mão para me acertar com as garras, mas não conseguiu. Ele conseguiu me salvar a tempo. Enrolou o Lagarto com sua teia rapidamente o prendendo e nos salvando.

O Homem Aranha puxou o troféu de minhas mãos e o jogou contra a janela, em seguida me puxando pela cintura. Nossos corpos colados.

Me arrepiei.

— Vou te jogar pela janela agora...

Arregalei os olhos. — O que?!

E ele realmente jogou. Gritei. E estava salva, uma teia me salvando de uma queda horrível... assim como sempre faria por ali em diante.

 

Fechei os olhos enquanto me apoiava pra não cair. Eu já tinha tido flashes de memória com a minha família, mas de todos que eu já tive.. Esse foi o mais louco e surpreendente e- céus, parecia um sonho.

Sonho. Pesadelo.

— Ai meu Deus. — murmurei. Não foi pesadelo, foi? O Homem Aranha...

O Homem Aranha.

— Meu Homem Aranha. — levei as mãos a boca e senti os olhos queimarem. Ele me conhecia. O Homem Aranha me conhecia... e eu a ele.

 

Narrador

 

— Bem vindo de volta, sr. Osborn.

Ele deixou deixou que seus olhos avaliassem o local com calma, ignorando a arrogância de seu ajudador naquele momento. Não havia nada de lar naquela casa. De fato, faltariam dedos para contar quantas vezes seu pai o humilhou ali. Mas teria de servir por enquanto.

Passou pelo espelho, tomando mais uma vez sua aparência. Ele já esteve melhor, mas assim não era tão ruim. O veneno ainda não havia saído totalmente de seu corpo, causando partes de sua pele serem tomadas por uma tonalidade verde e velha, também seus olhos antes azuis ainda variavam entre castanho e amarelo. Podia ser pior, Harry pensou, estufando o peito. Ao menos o terno de marca conseguia trazer alguma normalidade em sua nova vida.

— Sabe, eu sempre achei que odiava essa casa. — contou, deixando os dedos alisarem uma prateleira. — Mas a verdade é que eu só odiava as pessoas que moravam nela.

Seu ajudador saiu da escuridão, assim como ele, vestia um terno bem cortado e de marca na cor branca, apoiando-se em uma bengala.

— O passado nos constrói para aquilo que sabemos fazer melhor, e no seu caso-

— Eu não sei. — Harry o interrompeu, colocando as mãos nos bolsos despreocupado. — Eu não sei como te ajudar, não sei se posso te dar o que você quer.

— Achei que tivéssemos o mesmo propósito aqui, meu amigo.

— Vamos cortar a conversa mansa, tá. Não somos amigos. A Oscorp tem muitas instalações, mesmo que eu consiga todo o acesso de volta-

— E você vai conseguir-

— -eu não sei, — Harry continuou. — se posso te entregar a máquina.

O homem sorriu, se aproximando.

— Sim, você pode. E vai.

— Hum?

— Não foi fácil te tirar daquela prisão, ainda mais em termos legais, ninguém além de mim conseguiria. Então pense bem por essa semana, garoto, você me dá o que eu quero, eu te dou o que você quer... todos saem feliz. Uma amizade feliz.

— É, mas você ainda não me provou a sua sinceridade. — Harry comentou, sarcástico. — Um grupo pequeno, eu disse. A Oscorp já te providenciou todo o item necessário, onde estão os resultados? O Homem Aranha me tirou tudo o que me restava... e ele ainda está lá, voando pela cidade. A esperança dele ainda está viva.

— Que esperança? — o homem indagou, confuso. Harry apertou os lábios, ele nunca ia revelar aquela informação. A vingança seria dele.

— Eu quero vê-lo pagar, Fisk. Lentamente e com muita dor.

— E você vai.

— Eu espero mesmo.

Wilson Fisk assentiu, se virando e indo embora.

— Terá resultados em breve! — exclamou enquanto se afastava. — Sabe onde me encontrar.

Harry o observou pensativo. A ajuda de Rei do Crime era bem vinda, mas ele não seria manipulado de novo. Sabia do que Fisk era capaz, mas Fisk não sabia realmente do que ele era capaz.

E nem mesmo Peter.

— Vamos jogar, Parker. — ele sussurrou para si mesmo, um sorriso perigoso encontrando caminho em seus lábios.


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Notas finais do capítulo

Acharam mesmo que NESSE capítulo, era o Peter que vigiava a Gwen? =3 U_U



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