Stay With Me escrita por Lady Liv


Capítulo 14
Capítulo 14 - Lembranças á tona


Notas iniciais do capítulo

Nossa, que capítulo grande 'O'
Fala aê galera!
Queria agradecer aos reviews que me deixam super animada e motivada a continuar ;D
Chegou o grande momento.. É hoje. É agora :v
Eu queria pedirma vocês que vissem esse video maravilhoso do Mike: https://www.youtube.com/watch?v=1DlWEgEMFYI&feature=youtu.be
É sobre pessoas que acham que sabem de tudo e tal's.. Acham que eu to falando da gente? Que nada! É dos Fanboys ¬¬'
Além do que nesse video, tem uma surpresinha no final que me emocionou =')
Por isso, digo aqui, que meu herói favorito... É o Homem Aranha



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Peter Parker

 

Então eu estava alucinando novamente.

O peso da morte do Capitão Stacy me consumindo tanto que por horas era difícil respirar. Eu estava lá com ele e não pude fazer nada. Não consegui salva-lo. Deixei uma família sem um pai.

E não conseguia manter a promessa que fiz.

 

— Peter.

— O que você quer de mim? Eu não tenho culpa se nos esbarramos por aí! Não me culpe! — gritei de volta, mais um pesadelo me atormentando. — Eu estou ficando longe dela! Deixando ela viver sua vida, não era isso que queria?!

— Você entendeu errado, Peter. Não tive tempo de explicar.

Encarei George Stacy até sentir as lágrimas descerem.

— Peter, eu pedi para você deixa-la fora disso tudo, do perigo. Não de você. Ela está correndo perigo, não percebe? Peter, você tem que...

 

— ...abrir a porta! Peter, abra essa porta, por favor!

Era a terceira vez que eu acordava assim. É o que a culpa fazia comigo. Ainda era atormentando pela noite que meu tio morreu, acho que eu nunca me recuperaria novamente. O pai de Gwen era apenas mais um peso para suportar.

Deixá-la fora do perigo... estranho, eu nunca o ouvi falar isso antes.

— Peter! — suspirei, levantando e destrancando a porta para tia May entrar. — Menino, ainda está na cama?! O que está acontecendo, não consegue dormir de noite?

Mais pra não posso dormir a noite. Porque essa semana eu dediquei todo o meu tempo livre como Homem Aranha. Porque eu precisava tentar ocupar a minha mente com algo que não fossem os lindos olhos de Gwen Stacy.

— 'Tá, onde é o incêndio? 

— Hoje é dia de faxina! Você não deixa eu arrumar o seu quarto, esqueceu? Vamos começar cedo... ou pelo menos, tentar.

Eu ri.

A manhã passou rápida, e após o almoço, nós dois nos sentamos em frente a TV em busca de algum entretenimento.

Mudando o canal, eu parei subitamente. 

 

"—...parece um grande roubo de banco agora mesmo em Midtown!"

 

— Err... Tia... — Comecei a me levantar. — Fotos, aranha, jornal! Tenho que ir!

Ela nem mesmo se mexeu do sofá, me fazendo pensar como tia May acreditava nas minhas desculpas esfarrapadas para sair e ir combater o crime, talvez até- Oh.

Quer saber? É melhor nem pensar.

 

Pulei dentro da farmácia, já brincando para aliviar a tensão.

— Alguém precisa de remédios?! Só vendo com receita médica hein!

Os três assaltantes se viraram para mim, surpresos.

— Homem Aranha! — Gritou um dos três.

— Ao vivo e a cores! Mas nem vem, que eu cobro mais que a Avril Lavigne pra tirar fotos. — Cruzei os braços encostando-me na parede. Os balconistas que estavam deitados no chão levantaram a cabeça, assustados. — Oi gente, cabeça abaixada ok? 

Eu senti antes de acontecer, dois assaltantes atirando em minha direção enquanto o líder deles puxando um homem como refém. 

Joguei minha teia no cara mais alto e o puxei até mim, lhe acertando um soco quando ele chegou perto. Ele cambaleou, voltando a me atacar. Trocamos alguns golpes enquanto seu ajudante mirava a arma trêmulo entre nós dois. Tirei a arma dele com uma teia, impedindo algum acidente, e com uma rasteira, ele estava preso no chão. Me voltei para o cara quem eu estava lutando. Em segundos, ele também caía. Me levantei.

— Vamos gente, podem sair. Isso mesmo, não olhem pra trás. — Acenei, abrindo a porta da farmácia e correndo para os fundos da loja. O refém! Me lembrei, alarmado.

A polícia o tinha cercado em um beco e ele usava um homem como escudo. Rapidamente, bolei um plano e subi pela parede, indo alto o bastante para que ele não me visse. Podia ouvi-lo tentar negociar com os policias.

Acima dele, lhe atirei uma teia, o puxando para cima. Ele soltou o refém assustado, sua arma caindo no chão.

— Que pena Marko! — cumprimentei, reconhecendo o bandido. — Não foi dessa vez.

— A gente ainda se vê, inseto!

— Claro, claro, quem sabe na próxima. Mas hey, ainda tenho fé em você ok? Ainda não é tarde.

Ele gritou contra mim, se contorcendo na teia. Acenei para os policiais, finalmente saindo dali. Ufa. E esse foi meu 4° salvamento de assalto hoje desde o roubo no banco de Midtown. O que deu nesses criminosos?! 

Quando finalmente cheguei em casa, já estava anoitecendo.

— Tia May? — chamei, abrindo a porta de casa.

Estava aliviado que ao menos eu não tinha nenhum roxo visível. Eu sobrevivi mais um dia! Motivo suficiente para comemoração quando se é um super-herói.

Ou talvez... não por muito tempo, eu pensei, arregalando os olhos para a pessoa que me esperava.

 

Gwen Stacy

 

O sol já estava quase sumindo quando finalmente saímos do restaurante, as risadas continuando até estamos na rua. A conversa podia não ter começado muito bem (a menção do Dr. Connors me afetando bem mais do que eu gostaria de admitir), mas eu estava feliz por ter vindo.

Nos despedimos após andarmos um pouco, John levando Allison para casa e Liz, Jennie e Mary Jane combinando de irem a uma loja perto dali. Me senti tentada a ir com elas, mas já tinha combinado com Eddie em ajudá-lo.

— Tem certeza que não quer esperar pra amanhã? — ele me perguntou enquanto pegávamos um táxi. — Você parece meio cansada.

— E estou, mas já que estamos aqui...

— É. — ele riu. — Quem 'tá na chuva é pra se molhar.

Não era exatamente isso, mas me vi assentindo mesmo assim. A verdade é que eu sabia que no dia seguinte eu ia estar ainda mais cansada... e eu não queria protelar esse passeio com Eddie.

Encontramos a usina bastante abandonada quando chegamos lá.

— Que paredes feias.

— São pilares, Eddie.

— Continuam feios.

— É, mas seria bom começar por eles. — afirmei, apontando. — Não foram feitos para serem bonitos, tem pura energia correndo ali.

— Ah... Sério?

— Bom... pelo menos tinha né, não acho que tem mais.

— Eles gastaram muito dinheiro com esse lance de energia sustentável pra fecharem tudo e não tentarem novamente.

Não disse nada, coçando o nariz. Maldita alergia!

— Ouvi dizer que foi por causa daquele cara o Electro! Não é espetacular estar num lugar que foi campo de batalha?

Senti uma pontada nas têmporas e levei as mãos até a cabeça, gemendo. Que isso-

— Tudo bem?

— Sim, é só uma dor de cabeça. Já vai passar.

Era mais fácil falar do que acontecer. Enquanto Eddie caminhava mais a frente, adentrando o centro da usina, eu me movia bem mais devagar. Algo frio e crescente em meu estômago cada vez que chegávamos mais perto.

 

"—...traumas geralmente impedem boa recuperação, podem causar paralisia e inexplicável medo."

 

De repente, eu quase podia ouvir a voz de meu médico dizer, como na primeira vez que eu fui examinada logo após o acidente. Seria isso que eu estava sentindo? As pontas de meus dedos formigavam e uma estranha agonia se formava em minha garganta como um choro. Caramba. Que tipo de trauma eu poderia ter passado? Foi só uma queda, certo?

Certo.

Ugh, estava ficando louca.

— Gwen, eu vou tentar pegar um ângulo melhor! — Eddie avisou, caminhando distante e acenando.

— Okay! — Gritei, assentindo.

— Fica aí.

 

— ...fica aí. — ele disse, estendendo a mão como para me acalmar. O ignorei, me focando na figura que descia do céu em um estranho planador, parando entre nós. Ele estava rindo, e de alguma maneira eu sabia que aquela risada me acompanharia por noites e noites de pesadelos.

E então ele se virou, olhando diretamente para mim.

Aquele era... não! Aquele era Harry Osborn? Eu reconheci, assustada. Ele estava muito diferente, muito... destruído... as orelhas deformadas, quase pontudas, um suor gosmento e verde cobrindo-lhe o pescoço, e a armadura militar... ele quase me lembrava um duende do contos de fadas.

E ele rosnou algo para o Homem Aranha como uma acusação. Era difícil ouvi-lo com meu coração batendo tão rápido. Minhas mãos estavam suando.

Ele deu um passo para frente, tentando acalmá-lo. Péssima ideia.

— Você não dá esperanças as pessoas, você tira delas... E eu vou tirar a sua.

 

Arfei, tampando a boca com a mão, um som esganiçado me escapando sem que eu pudesse controlar. Os flashes e as emoções me atingindo como uma onda. Perigo. Eu passei perigo aqui. Eu não só bati a cabeça. Perigo.

Me sentindo tonta, me afastei ainda mais de Eddie, cambaleando para trás e buscando algo para me apoiar.

Eu estava me lembrando, eu podia sentir. Era só fechar os olhos e se concentrar e-

Correr. Eu preciso correr.

— Calma, Gwen, vai com calma. — eu ri nervosa, falando pra mim mesma.

Passei pela câmara de controle, atravessando o campo e avistando a Torre do Relógio ali perto. Aceitando o que meus instintos diziam, eu finalmente corri. Contra o que eles diziam, eu corri em direção a Torre. Em poucos minutos, já tinha alcançado o lugar, adentrando sem pensar duas vezes, como alguém que arranca um espinho do pé sem protelar. É tão rápido que não chega a ser doloroso de fato. Rápido demais para conseguir chorar.

O ar ali dentro era definitivamente mais gelado. Subi alguns degraus, encontrando tudo sujo e em reforma.

Olhei para cima, arfante.

TRICK!

Abaixei a cabeça, afastando minha bota. Havia pisado em um caco de vidro. De onde ele podia ter vindo-

 

Eu estava caindo... oh meu Deus, eu estava caindo mesmo! Minha mente era o mais puro choque quando de repente ele me pega-

Atravessamos o vidro. Ele amortece a minha queda, me deixando sobre ele. Sinto pedaços caírem em nossa volta, Homem Aranha me pergunta se estou bem. Tento dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas é provável que o medo tenha me consumido a essa altura. Não! Eu não estava nada bem!

Um som irritante ao nosso lado. Eu mal consigo identificar o que é, e ela explode. Caí para o lado, o herói segurando firme a minha mão. 

— Gwen! Eu vou te deixar bem ali, tá?

E ele me deixa.

Sozinha, tento me virar em cima das engrenagens do relógio. Pulo desesperada de uma peça para a outra, quase caindo conforme elas se mexiam. Podia ouvir a luta acontecendo acima de mim. Oh, isso não era bom. Eu tinha que sair dali. 

Mas como nada estava a meu favor hoje, o planador de Harry voou em minha direção, seu peso quebrando o local que eu me apoiava e me levando junto. Senti a teia agarrar meu braço, o impacto quase não sentido devido a adrenalina. Meu coração batendo rápido enquanto eu via o Homem Aranha me puxar... não rápido o suficiente. Harry se jogou em cima dele.

Uma ferramenta soltou, batendo no chão há muitos metros abaixo de mim. Eu estava pendendo por um fio, uma teia que ele segurava. A brisa apenas fazia a sensação fria em meu estômago piorar. Medo.

Vendo as engrenagens se contorcerem acima de mim, me perguntei o que raios ele estava fazendo. Homem Aranha. Meu Homem Aranha.

— Aanhh... Peter!? — seu nome saiu de meus lábios.

E então-

Eu cai.

 

Sabe quando se está em choque?

Você não tem controle sobre seu corpo, a visão escurece e a audição falha violentamente. Meu corpo começou a tombar para o lado, como se a gravidade tivesse começado a pesar, e quando percebi, já estava caída no chão. O desespero anestesiado enquanto as memórias piscavam em minha mente, a parede do trauma não mais ali para impedir.

Peter.

Peter, você sabia.

Peter, você é o Homem Aranha.

Conforme meu coração se acalmava, a voz de Eddie ficava cada vez mais próxima, como eu estivesse subindo a superfície de uma piscina e respirasse pela primeira vez. Finalmente notei que ele estava a minha frente e gritando comigo? Franzi o cenho, sentindo meu rosto molhado de lágrimas.

— ....por causa disso Gwen! Fala comigo! Eu vou te levar ao hospital!

Arregalei os olhos, gaguejando pateticamente: — Não, não! Espera-

— Ai meu Deus! Ainda bem que você falou comigo! Você está bem?!

— Sim, eu estou, eu-

— Você está branca que nem papel, garota!

Solucei, limpando o rosto com a manga da camisa.

— Eddie, eu... eu me lembro de tudo, do acidente, de tudo!

— Oh Gwen...

Ele me abraçou.

Mesmo que Eddie não fosse o melhor cara, e que ele me via de outro modo que eu não retribuía ou qualquer outra coisa... Eu estava feliz por ele estar ali comigo. Por eu não estar sozinha nesse momento.

Chorei em seus braços, o apertando contra mim.

— Calma, 'tá tudo bem... — Ele passava a mão pelos meus cabelos. — Tá tudo bem, você vai ficar bem.

Aos poucos, os soluços foram abaixando, e eu me soltei dele sem jeito, enquanto limpava minhas lágrimas. Respirei fundo, tremendo um pouco.

— Você está bem?

— Não. — sussurrei em um fino de voz. — Não está nada bem.

— Eu vou te levar pra casa. — Ele disse me levantando.

— Não.. Olha... — me afastei. — Você tem trabalho pra fazer, eu não quero-

— Tá falando sério? Gwen, você é mais importante do que-

— Eddie. — murmurei, surpresa ao vê-lo se calar. — Preciso fazer uma coisa sozinha, ok?

— Gwen...

— Não é nada perigoso, eu prometo, eu só... preciso ver uma pessoa.

Eddie suspirou, passando a mão por meus cabelos.

— Eu 'tô aqui, tá? — Falou e encostou sua testa na minha. Estava tão em choque que não pensei no quão íntimo isso poderia ser para ele. — Pra qualquer coisa.

— Obrigada.

— Vem, eu te acompanho até um táxi.

 

Já era noite quando o táxi finalmente me deixou em frente a casa de Peter. O dispensei, subindo as escadas e tocando a campainha. Meu reflexo no vidro da porta me encarava de volta quase em zombaria. As lágrimas já tinham secado e o sentimento vazio de decepção estavam me consumindo. Tão familiar. O amor deveria doer assim?

Eu estaria frente a frente com ele em poucos momentos, depois de quase dois meses, e então...

Então o que.

Espero poder encontrar uma resposta enquanto a porta ainda não abre porque-

— Gwen?! — May exclamou, me surpreendendo ao abrir a porta. Oh, bom. Não precisei forçar nada, sorrindo de volta para a doce senhora.

— Oi, tia May. Como você está?

— Bem! E você?

— Bem.

— Eu soube do seu... acidente.

— É, — dessa vez, precisei forçar um sorriso. — Me recuperei.

— Que bom!

— Pois é... ahm... Peter está?

Ela me olhou sem jeito.

— Não, ele está... fazendo... as coisas que ele faz.

— Ah... certo. — Tentei manter o sorriso, mas acho que saiu mais para uma careta.

— Não quer esperar aqui dentro? Acho que ele já deve chegar...

— Sim, quer dizer, se não tiver problema... — a olhei mais atentamente. — Você não está de saída?

— Sim, mas é você Gwen. Eu posso confiar em você.

Eu sorri agradecida, deixando ela me puxar pra dentro e me fazendo sentar no sofá.

Depois que ela saiu, esperei alguns minutos e finalmente me levantei impaciente. Uma diferente ansiedade fazendo festa em meu estômago. Eu iria falar com Peter. Peter....

Andei pela casa para ocupar minha mente, e subi as escadas. O quarto de Peter era no fim do corredor. Com familiaridade, abri a porta. O quarto estava bem arrumado por dentro, as caixas usuais que eu me lembrava que ele costumava manter não mais lá. Fotos espalhadas por um enorme mural... espere! Fotos minhas? Me aproximei de uma que estava no meio de tantas outras e peguei. Era minha e dele. Senti meus olhos começarem a arder. 

— Tia May?! — subitamente, a voz dele soou junto com o barulho da porta sendo aberta. Me apressei para sair do quarto, tomando cuidado pra não tropeçar nas escadas, mesmo que eu estivesse tremendo feito um liquidificador. — Gwen? — Peter me encarou.

Senti meu coração acelerar, a visão dele como um oásis no deserto.

— Peter. — eu respirei seu nome. — Precisamos conversar.


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