Olhadelas escrita por Artemys Jenkins


Capítulo 2
Família


Notas iniciais do capítulo

Eles eram uma família. Não uma família unida por laços de sangue, mas pelo afeto. Não que isso importasse muito.



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Eles eram uma família. Não uma família unidas por laços de sangue -- aquele tipo de família em que você é obrigado a conviver, onde você tem a possibilidade de terminar seus dias odiando todas e cada pessoa que divide um sobrenome com você --, mas uma família unida pelo amor. Uma família unida pelo amor e pelo destino.

Em palavras simples, eles eram um grupo de ex-guerreiros socialmente desajustados tentando encontrar seu lugar no tão chamado "novo mundo" enquanto geriam um restaurante que era uma marca viva de seus tão chamados "dias gloriosos" como um dos mais importantes serviços secretos de toda a Idade Moderna e início da Idade Contemporânea: a Onmitsu Oniwabanshuu.

Mas como em uma família ligada pelo sangue, cada um deles tinham seus papéis naquela configuração não-tão-complexa na qual eles viviam em seu dia-a-dia.

Okina era, obviamente, o padriarca. Ou o vovô pervertido cujo único objetivo na vida é procurar por garotas bonitas para tomar chá com ele. Ainda que todos na casa estivessem sempre lhe dando broncas, ele era muito respeitado, respeitado pelo seu passado e pelo seu presente, também.

Omasu era a figura maternal. Sempre tentando ajudar, a deixar as coisas ajeitadas e a evitar quaisquer brigas familiares. Mas, assim como qualquer mãe, às vezes ela se cansava e dividia seus pensamentos com sua família -- e, quando coisas como essa aconteciam, era melhor que você estivesse bem longe da pousada e restaurante Aoi-ya.

Okon era a linda filha mais velha. Sempre reclamando de tudo, mas uma pessoa realmente amorosa. Como seus hobbies, temos deixar Misao irritada e brigar todos os dias com Shiro.

Shiro era mais ou menos como o irmão mais velho irritante, sempre fazendo comentários sabichões e zombando de suas irmãs mais novas, mas fazendo tudo isso com um amor supremo.

Kuro era como aquele irmão do meio mais quietinho, que sempre mostra seu aopio em modos silenciosos, amorosos e aconchegantes, tentando, com seu jeito sutil e dedicado, fazer todos a sua volta felizes.

Misao era a hiperativa filha mais nova, aquele raio de luz que corria pela casa toda, quebrava diversas coisas e ossos e, no fim do dia, chegava em casa toda suja e com alguns arranhões, mas um grande e maravilhoso sorriso em seu rosto apenas para provar que ela estava se divertindo à beça mesmo estando machucada. Também preocupada com o sorriso das outras pessoas, ela sempre fazia tudo o que estava a seu alcance -- e o que não estava também -- para fazer as pessoas sorrirem, porque essa era a maneira dela mostrar-lhes seu amor.

Aoshi, por sua vez, era algo como aquele primo distante que se mudou recentemente e o irmão mais velho que tomou o lugar do pai e um possível pretendente para a filha mais nova, tudo isso de uma vez só. Sua "demora" -- que não era "demora" de maneira alguma, uma vez que ele sempre foi um membro da Família Oniwabanshuu -- em se tornar membro da família, misturada com sua personalidade reservada fazia com que ele muitas vezes parecesse distante, mas era sempre possível sentir a maneira como ele se importava com as pessoas que o acolheram mesmo com seus erros graves e as amava. Era possível sentir quando ele calmamente cuidava das finanças do restaurante, perguntava se uma pessoa em específico estava bem e era capaz de mover o mundo de cabeça para baixo para ver essas pessoas -- sua família -- vivendo bem e seguras.

Mas mesmo se esses papéis não fossem preenchidos, eles não se importariam, porque eles sempre souberam o que os tornava verdadeiramente uma família.

Eles sabiam que a confiança que tinham uns nos outros e o amor que compartilhavam eram o que faziam deles uma família. E eles estavam mais do que felizes e satisfeitos com isso.


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