You could be Happy escrita por Dizis Jones


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olá desculpa a demora mas ai está mais de YCBH



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Capítulo 26

Assim que todos nos despedimos da família Eaton e dos Prior, entramos no carro e eu estava me sentindo bem, mesmo após a situação constrangedora.

— Gostei muito da forma que você tratou da situação Hazel. — meu pai que era um homem de poucas palavras, porém sempre sábias, virou-se me encarando.

— Obrigada pai, não quero que achem que sou má agradecida, mas eu falei realmente o que sinto.

O caminho foi tranquilo o sono já me dominava e como não era mais uma criança para ser carregada do carro, eu tratei de tentar me manter acordada.

Chegando a casa, a minha cama era um dos melhores lugares, o único trabalho que tive foi de retirar o vestido e colocar meu moletom o resto foi por conta de meu sensor automático que me guiou. O dia seguinte reservava muitas coisas.

(***)

Bagagens, carro, voo tudo foi muito cansativo, mas no final a compensação era grande.

O tamanho das montanhas estando tão próxima era majestoso, o ar era um pouco mais rarefeito o que dificultava a respiração, o branco da neve deixava tudo tão claro.

— Vamos Hazel quero te mostrar tudo. — Monica animada puxou a minha mão quando eu ainda estava admirando cada pondo da visão que a propriedade dos pais dela era privilegiada.

Depois de uma viagem longa e cansativa estávamos descarregando as malas, porém Tobias se prontificou em carregar as minhas.

— Essa é a cozinha, ali fica a sala com a lareira, o segundo andar é composto por quatro quartos sendo duas suítes, temos a sala de jogos a garagem, a propriedade é grade, mas eu acho tão acolhedora.

— Monica você pode parar com seu comercial imobiliário, eu compro a casa! — falei ganhando um sorriso da loira.

— Desculpe a empolgação é que de todas as ostentações de minha família essa casa é a que eu mais amo.

— Percebi por seu excelente trabalho de corretora.

— O que programaram para hoje? — Isaac apareceu ao lado de Monica, observei a loira ficar um pouco tensa.

— Isaac, só como eu falei...

— Eu sei. Na frente de seus pais nada de agarramento eu ‘’tô ligado’’.

Ela suavizou a sua expressão, porém percebi que ainda estava levemente tensa.

— Vamos à estação de esqui? — ela me encarou firme.

— Tenho medo só de ver aquelas coisa, mas posso acompanhá-los.

— Esqui? Eu quero mesmo uma prancha de snowboard.

— Meu namorado é um esportista me esqueci desse detalhe, eu acho que fico com um bom chocolate quente. — falei enquanto ele segurava minha mão.

Os pais de Monica deixaram claro que estávamos bem livres para fazer o que quiséssemos com tanto que nenhum de nós resolvesse beber ou fazer nada ilícito.

— Espero muito que sua mãe se lembre de dar comida a ele. — Will desceu ao lado de Chris e os dois estavam discutindo.

— Ela não vai se esquecer, ele chora toda hora é impossível se esquecer dele. — Christina bufou assim que colocou os pés no último degrau e me encarou firme.

— O que houve? — perguntei.

— Will, ele me deu de presente o cachorro como disse, só que anda mais neurótico que eu. —Chris falou e encarou o namorado.

— Quanta evolução Will! — disse sorrindo.

— Eu só tenho medo de que se esqueçam dele, pense ele é novo na casa, Christina e eu estamos aqui longe e a mãe dela sai para trabalhar.

— Acho que deve ficar tranquilo, a mãe e a irmã de Chris amam animais tanto quanto ela. — falei e voltei a encarar Tobias. — Vamos, eu acho que estão todos aqui.

Saímos em direção à estação de esqui o carro abarrotado de coisas e nós cheios de roupa deixava o espaço pequeno.

— Vou ficar na estação, lá tem aquecedor, chocolate quente e TV. — falei. O nariz gelado de Tobias encostou-se a minha bochecha quando seus lábios tocaram os meus.

— Você vai perder toda diversão, mas tudo bem.

— Hazel sua boba, deveria tentar. — Monica disse.

— Não, eu já sou um desastre ambulante, de esqui acho que vou deixar esse mico fora de meu currículo adolescente.

Todos subiram no teleférico e eu fiquei no aconchego da estação, tudo estava bem calmo e tranquilo, tomei meu chocolate e logo saí para ver a chegada de meus amigos.

Monica fora a primeira a descer, e pelo seu desempenho e agilidade ela era quase profissional, já os garotos, Will e Isaac não estavam muito bem coordenados, Christina estava vindo muito bem também.

Meus olhos pararam imediatamente de encarar todos e suas desenvolturas quando eles focaram somente em uma imagem, a desenvoltura de Tobias, seu corpo fazia movimentos precisos e a prancha deslizava em uma sincronia perfeita em sua descida.

O sorriso que esbocei foi largo e intenso fiquei maravilhada pensando que todo aquele potencial pertencia a uma única pessoa, ele era meu namorado.

Assim que seu corpo chegou ao final da pista ele fez um giro perfeito, minhas mãos mesmo envoltas da luva batiam uma na outra intensamente.

— Quanta empolgação! — seu sorriso largo em meio a suas bochechas coradas e seu nariz levemente vermelho do frio me fez sorrir.

— Você foi perfeito, às vezes me pergunto se consegue ser ruim alguma coisa. — minha admiração era explosiva e intensa.

— Quem é você e o que fez com a minha namorada?

— Seu bobo! Estou te elogiando e você reclama!

Virei-me e caminhamos lado a lado até a estação, Tobias se esquentou com um chocolate quente e antes que qualquer plano seguinte fosse traçado, senti seus lábios se movendo em minha orelha.

— Vamos dar uma volta a sós? — o arrepio que surgiu em minha espinha me fez saltar os olhos em sua direção, ele nem precisava perguntar eu iria com ele para onde desejasse.

— Vamos. — respondi assim que virei meus pés em sua direção e meus lábios chegaram aos dele, o gosto de chocolate me fez saborear ainda mais seus lábios. Arrisquei passar meus dentes de leve em seu lábio inferior arrancado um pequeno suspiro de Tobias.

— Não faça isso com minha sanidade, não esqueça que a noite estaremos separados.

— Nem me lembre! — bufei ao me lembrar da divisão dos quartos que os pais de Monica fizeram questão de fazer.

Caminhamos em direção à porta quando Will nos chamou.

— Ei, onde pensam que vão? — Tobias olhou para ele com sua maior expressão de “Não enche o saco agora” e logo recebeu um olhar mais passivo de Will.

— Vamos dar uma volta. — Monica olhou em minha direção que dei de ombros quando todos sorriram com a nossa saída secreta.

Aos arredores da estação a movimentação era intensa, a neve fofa se acumulava em volta de meus pés e mesmo com as meias e polainas eu conseguia sentir os pequenos flocos invadindo locais que atingiam a minha pele me causando frio.

— Onde estamos indo? — perguntei ao perceber que a movimentação ficava para trás e dava lugar a espaços mais distantes.

— Não sei, só estamos caminhando!

— Acho que vamos nos perder! — falei sorrindo e logo Tobias parou e ergueu a manga de sua jaqueta revelando um relógio cheio de apetrechos que nem imaginava o que fosse.

— Isso é uma bússola, temos aqui algumas outras coisas legais que nem eu sei explicar, mas meu pai me deu em nossa última viagem.

— Interessante, já sei que podemos usar a bússola já que o resto não será de muita ajuda.

Assim que a movimentação ficava mais adiante eu olhava mais para trás na tentativa de marcar em minha mente o caminho que estávamos traçando.

— Hazel fique tranquila, só estamos dando um passeio ao redor da mesma base da montanha, não há erro.

— Sim, mas e se nos perdermos seria igual aqueles filmes que as pessoas se perdem em meio a neve, imagina, eu acho que morreria primeiro.

— Deixe de ser pessimista.

Quando eu ia proferir mais alguma de minhas tiradas idiotas senti meu pé enroscar em um galho fino, e logo meu corpo sentiu a neve fofa em minhas costas.

— Hazel está bem? — fiquei calada tentando entendendo meu vexame. Proferi uma gargalhada intensa.

— Acho que estou em uma situação lastimável. — assim que vi Tobias sorrindo em minha direção, meus braços se esticaram. Admirei o céu limpo e claro e fiquei ali parada deitada na neve ignorando os flocos que tocavam em meu rosto.

— Anjo de neve! Você parece um anjo na neve.

Nesse instante Tobias se deitou ao meu lado e como se voltássemos a ter cinco anos de idade, começamos a mover nossos braços e pés fazendo a imagem das asas.

Tobias se levantou e olhei para ele quando sua mão estava esticada em minha direção, segurei firme e ele me deu um impulso, segurei em sua cintura e observei os nossos desenhos na neve fofa.

— Veja meu anjo está com as marcas das mãos e o seu está perfeito. — Tobias comentou.

— Meu anjo só está perfeito porque você me levantou. Você Tobias, é que deixa tudo mais perfeito.

Nossos lábios mesmo gelados se encontraram e eu podia ter certeza de que a melhor decisão fora fazer essa viagem, a cada minuto eu agradecia a oportunidade de aproveitar tanto a minha liberdade. As asas na neve representavam o anjo, mas poderiam muito bem representar o pássaro que estava cada dia voando mais alto.

Assim que tentei caminhar senti meu tornozelo dar uma pequena pontada.

— O que foi Hazel?

— Meu pé. Eu não consigo firmá-lo.

Tobias se abaixou e logo que colocou meu pé em cima de seu joelho. Ele enrugou a testa. Suas mãos passaram por cima de minhas meias e ele logo demostrou negativa com a cabeça.

— Acho que você o torceu. A sorte foi que a neve amorteceu a queda.

— Legal isso. Eu fui a única que não desceu a montanha para evitar se machucar e a única que vai sair ferida do passeio! Isso é tão irônico.

(***)

— O que houve? — Monica veio a nossa direção assim me viu apoiando nos ombros de Tobias.

— Ela torceu o tornozelo. — ele respondeu tranquilamente. — Vou colocá-la no carro.

Chegamos a casa e claro que a preocupação foi geral com meu estado, mas nada que algumas pomadas e medicamentos que a mãe de Monica forneceu não ajudasse a melhorar.

— Acho que os dias de esqui para mim terminaram. — falei sorrindo assim que sentei na poltrona próxima a lareira onde todos estavam.

— Mas você nem esquiou! — Monica falou.

— Amor ela está sendo irônica. — Isaac falou e percebi que ele deixou escapar algo que deveria ficar escondido, mesmo de longe o olhar da mãe de Monica foi fulminante na direção de ambos.

— O jogo é simples acho que todo mundo já brincou de imagem e ação aqui não? — Christina tentou desviar a atenção.

— Ah! Esse jogo não, eu achei que iríamos brincar de verdade ou consequência eu acho tão mais maduro! — Will se manifestou e eu somente sorri.

— Acho que esse é mais infantil Will, não tem graça estamos quase todos em casais aqui. — Foi a vez de Monica dar o fora. Ela encontrou novamente o olhar furioso de sua mãe.

Nesse instante Monica ficou em pé e logo eu vi que ela estava prestes a fazer algo inesperado.

— Chega, não aguento mais isso, mãe chame o papai! — Monica disse impetuosamente.

— Seu pai irá demorar. Ele está vendo os esquis para vocês usarem amanhã.

— Mas então é com você mesmo principalmente que tenho que falar! — ela contornou todos da sala e foi em direção à mesa de vidro em que a sua mãe estava sentada.

— Diga filha.

— Olhe, essa viagem foi um pretexto, eu trouxe todos meus amigos aqui somente para poder estar perto de Isaac, e não, ele não é somente meu amigo, ele é meu namorado.

A mãe de Monica não demostrou espanto somente encarou Isaac como se estivesse analisando cada ponto dele buscado algum defeito.

— Sempre desconfiei...

— Isso não vem ao caso agora o fato é, ele é meu namorado.

Quando todos perceberam que a conversa era mais particular Will e Christina se levantaram e Tobias me ajudou e ambos subimos as escadas, eu evitei focar nas palavras que Monica proferia, porém sabia que o pai dela estava entrando e agora o assunto ficaria mais sério.

— Pais sempre são complicados. — Tobias falou assim que chegamos ao alto da escada.

— Não posso dizer nada sobre isso, acho que tive muita sorte.

— Você teve sim.

Tobias me ajudou a chegar a meu quarto ao qual eu dividiria com Monica. Ele sentou-se ao meu lado na cama e suas mãos afagavam a minha.

— Já pensou que estamos no meio do ano letivo já? — sua colocação saiu temerosa.

— Sim, e o que tem?

Percebi sua garganta se mover quando engolia a saliva acumulada e tentava escolher as palavras.

— Assim que o inverno acabar a temporada retorna, você estará dedicada na equipe de matemática e sua bolsa de estudos em artes, e logo o fim chega, já pensou que poderemos estar em faculdades diferentes?

— Claro Tobias se eu for para a área de Artes... — foi então que percebi onde ele queria chegar. — Você está preocupado, pois podemos nos separar assim que o ano acabar!

— Sim. — ele proferiu as palavras e seus olhos não chegaram aos meus naquele instante.

— Tobias. Não vamos sofrer antecipado. Até lá poderemos pensar em como resolver isso.

Ele depositou um beijo em meus lábios e eu percebi que estávamos nos apegando além de qualquer expectativa de um namoro de adolescentes.

(***)

A revelação de Monica afetou em nada nossa semana, os passeios, as descidas de esqui tudo seguiu como planejado, e no último dia do ano Tobias disse que meu pé estava melhor e que não deveria ir embora sem provar uma descida da montanha.

— Mas eu vou...

— Se machucar? — ele ergueu uma sobrancelha. — Você se encarrega disso sem esquis.

— Por isso mesmo!

— Hazel! Uma descida somente!

— Tudo bem porque você está insistindo muito e se eu cair a culpa é sua.

Sentir o banco do teleférico era o início da tortura. Ver as pessoas aos poucos ficando distantes e pequenas mostrava que eu estava cada vez indo mais ao alto.

Assim que chegamos ao alto da montanha, além de Tobias todo preocupado estar ajudando a colocar o equipamento, um dos funcionários da pista me dava dicas as quais meu nervosismo não me deixava prestar a devida atenção.

Tobias segurou em minha mão.

— Não podemos descer juntos, pois cada um tem seu ritmo, ficamos na descida leve, crianças fazem isso tranquilas.

— Obrigada por comparar meu desempenho ao de uma criança, Tobias.

— Iniciantes! Melhor assim?

Logo eu dei o impulso e ele o fez com sua prancha, os pequenos dias de treino no chão e na simulação eram totalmente diferentes, a sensação do ar batendo em seu rosto e a liberdade invadindo me dominaram, e eu comecei a lembrar de cada dica que recebi essa semana nas tentativas de Tobias de me preparar.

Eu inclinava meu corpo a medida das curvas e logo eu vi a base da montanha, uma frustração me dominou de o tempo ter corrido tanto.

Tentei frear da forma correta, porém eu acabei por escorregar, nada que não estivesse sendo esperado e assim que senti a neve eu sorri, e deixava que as gargalhadas invadissem o meu momento.

— Está tudo bem?

— Tudo ótimo! Eu quero ir de novo!

(***)

A noite chegou e com ela o final e a despedida de mais um ano.

Eu poderia estar triste de não estar ao lado de meus pais, porém estava realizada, era o primeiro ano novo que estava sendo diferente, e esse foi o primeiro ano de minhas constantes mudanças.

Um novo coração, uma nova vida, novas expectativas, um ano letivo junto com colegas e amigos e um namorado. Acho que tudo que tinha direito de reivindicar da vida ela me deu de presente em um pacote enorme e reluzente.


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Notas finais do capítulo

Essa viagem foi fofa neh



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