You could be Happy escrita por Dizis Jones


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Olá desculpem a demora mas ai esta mais um capítulo fresquinho



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Ycbh 27

Eu encarava o desenho que estava a minha frente e estava decidida que esse seria o desenho que levaria a mostra a escola de artes. O inverno estava no seu fim, junto com o adeus da estação vinha o adeus ao tempo.

Tobias teria que se dedicar mais ao time, e em consequência as matérias para não ficar atrasado, a equipe de matemática exigia mais de minha atenção sendo que eu era oficialmente a titular da equipe, e minhas aulas extras de artes estavam a todo vapor, estava decidida a fazer tudo ao meu alcance para esse ser meu futuro.

Talvez eu estivesse começando a aceitar que minha vida estava realmente começando, observar os traços do grafite seguidos pelas leves pinceladas de aquarela em volta me davam a satisfação que eu estava realmente satisfeita com os resultados.

Sentia meus lábios se repuxarem em resultado a breve observação que eu fazia na pintura, meus dedos estavam escuros e a mistura de tinta amarela e azul deixaram pequenos pingos.

— Hazel! — voltei a minha atenção para o professor. — Acho que te chamei mais de uma vez!

— Desculpe, estava concentrada! — sorri em sua direção.

— Percebi que anda se dedicando cada vez mais, porém ainda vai insistir na ideia do mesmo desenho? — ele observava minha tela. — Há tantas possibilidades!

— Eu sei — encarei o desenho, novamente a sensação de que ele remetia exatamente o que eu estava vivendo me dava a certeza de que essa era sim a minha decisão. –Mas creio que me sentirei bem se trabalhar algo que significa muito para mim.

− Está certa, deve-se aproveitar aquilo que tem algum valor emocional, o trabalho sai com maior perfeição.

Assim que o professor virou-se larguei os pinceis no pote com água tentei organizar os grafites e aquarelas, deixei o desenho secando, joguei a mochila em minhas costas e saí.

A aula de história era uma das minhas preferidas de uns tempos para cá desde que nos intervalos Tobias tinha que treinar, assim que entrei meus olhos se focaram aos dele, um leve suspiro de alívio era solto e eu sabia exatamente que ele estava tão aliviado quanto eu.

Caminhei apressadamente ao seu lado, e quando cheguei a minha carteira, eu sorri ao observar Tobias me encarando.

— O que foi? — disse analisando o que havia de tão engraçado.

— Desta vez suas bochechas e cabelos participaram da criação? — passei as mãos em meu rosto e constatei o pouco de amarelo que havia na região.

— Seu bobo. — sorri observando que a pressa me fez esquecer-me de limpar a tinta tanto em minhas mãos quanto em qualquer local.

— Você é uma excelente artista, dá inteiramente de si em prol de sua obra. — ele ainda debochava, mas sorri para aquele momento descontraído, estava sendo tão raros nossos momentos que qualquer coisa era melhor que o quase nada de interação com meu namorado.

— Vai ter treino hoje? — a pergunta soou pesarosa ainda sabendo que a resposta exata seria sim.

— Tenho uma ótima notícia. — Tobias falou assim que me sentei. Mesmo de cabeça baixa a sua animação mostrava que o sorriso estava largo.

— Diga. — arrisquei sorrir vendo seus olhos brilharem em minha direção.

— Temos o dia de folga, o treinador terá de se ausentar e nos dispensou. — não pude conter a minha alegria.

— Isso é ótimo! — Tobias sorriu com o salto que dei.

— Classe, hoje teremos uma aula importante e já aviso que o conteúdo é para os exames! — a professora entrou na sala e minhas demonstrações de alegria foram contidas.

— Iremos para casa juntos, sendo que hoje você também não tem reunião com a equipe de matemática. — ele falou antes de se virar para frente e começar a prestar atenção na explicação sobre a história contemporânea.

A enfadonha aula fora até que rápida, pois mesmo o assunto ser além de chato e repetitivo, eu ainda prezava estar junto com Tobias.

Eu comecei a pensar em como eu fora uma garota de sorte, eu estava vivendo intensamente cada momento de minha nova vida desfrutando da oportunidade de ter ganhado um coração, e junto com esse presente eu ganhei um amor, ao qual eu sabia ser precoce e jovem, porém eu tinha a certeza que era o meu primeiro amor, e por mais que o futuro me reservasse muitas surpresas eu sempre teria as lembranças desses momentos.

O som do sinal me fez sair de minha autoanalise, eu hoje sabia que indagar não era algo que me pertencia, eu apenas aceitava minhas dadivas.

— Vamos! — a mão de Tobias estendida em minha direção me fez levantar-se, atirei de qualquer jeito os materiais dentro de minha mochila e seguimos juntos em direção ao estacionamento.

— Tobias, Hazel esperem! — a voz apressada de Christina me fez virar em sua direção na porta da sala.

Eu nem havia notado sua falta na aula até aquele momento.

— Chris onde esteve? — falei sorrindo

— Estava na enfermaria.

— Enfermaria? — minha voz soou com preocupação.

— Will não se sentiu muito bem n aula de dissecação no laboratório de biologia, então fiquei com ele, mas acho que fora somente algo que comeu.

— Garotos. Acho que eles são mais fracos em muitas coisas.

— Tobias vai para o treino, pois estava pensando em sairmos hoje aproveitar a sexta-feira.

Observei a minha amiga sorrindo, acho que ela lera meus pensamentos, por mais que estar a sós com Tobias fosse tentador, eu gostava da animação de termos companhia, e faria bem nos distrairmos.

— O que acha? — encarei Tobias que sorriu em minha direção.

— Estava pensando em passar um tempo a sós, mas teremos amanhã. — ele se abaixou sussurrando, arrancando um leve arrepio quando senti seus lábios movendo-se próximo ao lóbulo de minha orelha.

— Amanhã? — geralmente os sábados eram mais um dia de treinos.

— O treinador nos deu o fim de semana, depois de suas aulas de artes podemos ter a nossa tarde juntos, hoje podemos nos distrair com os amigos.

Observei o sorriso estampado em Christina.

— Vocês dois estão muito melosos.

Caminhamos juntos até os armários quando Will, ainda meio pálido, chegou ao lado de Chris.

— Ei garoto sensível, o que acha de irmos aquele barzinho do centro da cidade? — Chris falou envolvendo o braço de seu namorado.

— Barzinho? — Monica já estava se reunindo a nossa pequena rodinha no corredor e Isaac estava ao seu lado.

— Sim aquele que o time geralmente comemora as vitórias, ele já está abrindo agora com a chegada da primavera, que, aliás, é uma pena não podermos ter o baile esse ano. — Chris comentou e eu vi Monica perder o seu sorriso instantaneamente.

— Sim, aqueles idiotas do All e do Peter tinham que acabar com o baile de inverno daquela forma, agora nem sei mais se conseguiremos nosso baile de formatura.

— Não se preocupe podemos ficar sem o baile de primavera, mas com certeza a formatura é crucial para escola, minha linda. — Isaac mexia em seus novos óculos enquanto tentava animar a namorada.

— Acho que irei conhecer então esse tal “barzinho” — falei tentando mudar o foco da conversa assim que fechei meu armário e Tobias enlaçou em minha cintura.

Todos animados seguimos ao estacionamento, como eu geralmente vinha de carona ou com Tobias ou com Chris estava sem carro, e com a oportunidade de mais algum tempo a sós eu segui até a caminhonete de meu namorado.

— Bem, vamos rumo ao local mais escabroso da cidade. — Tobias falou assim que girou a chave.

— Escabroso? — indaguei — por que diz isso?

— Não se tem muitos locais onde adolescentes inconsequentes possam se alterar e esse bar não liga muito para regras, geralmente os jovens bebem sem precisar de identidades, acho meio estranho um local de levar a minha namorada, mas já que estaremos com nossos amigos, estaremos bem.

Seguimos pelas ruas em direção a minha casa, e assim que estacionamos em frente senti falta de ambos os carros de meus pais.

— Estranho ninguém estar em casa a essa hora! — falei ao sairmos.

— Sua mãe não estava trabalhando? — Tobias falou enquanto eu procurava a chave em baixo do pequeno vaso na varanda.

— Sim, mas ela sempre está em casa essa hora. — dei de ombros ao entrar. — Terei de ligar se ela não chegar.

— Ligue agora! — ele disse enlaçando a minha cintura assim que fechei a porta. — Assim saberemos quanto tempo teremos a sós.

— Você é um pervertido Tobias. — sorri buscando meu celular na bolsa.

Foram quatro toques para que minha mãe atendesse:

“Hazel! Algum problema filha?”

— Não, mas estranhei você não estar em casa.

“Oh, eu nem percebi a hora, estou tão aglomerada aqui, filha tem comida e alguns sanduíches na geladeira, vou demorar um pouco, e acho que seu pai tem reunião hoje, desculpe mas...”

— Calma, mãe não se preocupe, eu me viro, eu só tenho uma coisa para lhe pedir:

“Fale.”

— Alguns amigos, Tobias e eu planejamos ir a um... Lugar no centro comer algo.

O silêncio do outro lado da linha me deixou preocupada.

— Mãe, é só com os amigos de sempre, Chris, Monica...

“Tudo bem, mas não volte muito tarde, deixe anotado na geladeira o endereço se por acaso nem eu ou seu pai estivermos em casa.”

— Tudo bem, te amo mãe.

Desliguei antes que ela começasse sua sempre constante histeria de preocupação, sorri em direção a Tobias que logo entendeu que teríamos algum tempo juntos e seus lábios estavam presos aos meus com urgência.

Tobias tinha os braços fortes e eu era pequena e leve não o atrapalhando em nada para subir as escadas segurando firme em minha cintura.

Sem deixarmos de nos beijar, entramos em meu quarto e eu sorri ao pensar que nunca em nosso tempo de namoro havíamos tido uma intimidade tão grande aqui.

— Quando entro em seu quarto eu só me lembro daquele dia que estive aqui fazendo aquele estúpido trabalho de história.

— Ei! Não foi estupido, estávamos juntos.

— Mas eu ainda achava você uma garota mimada.

— E eu achava você um grosso estúpido, aliás, isso você ainda é, às vezes.

— Hazel Grace, você ainda é petulante, mas eu confesso que isso eu sempre gostei em você, mesmo naquele dia.

Como sempre Tobias sabia exatamente deixar o momento mais íntimo animado e descontraído, e mesmo sentindo que estava fazendo algo errado dentro da casa de meus pais, eu aproveitava cada momento com ele.

(***)

Antes que meus pais chegassem eu tratei de tomar um banho e escolher uma roupa mais descontraída.

— Essa blusa estava linda em você, por que trocou? — Tobias disse sorrindo ao observar eu trocar mais uma vez de roupa.

— Você é fácil, vai chegar em casa e colocar a primeira calça e camisa que encontrar e ficará lindo, eu tenho essa enorme cicatriz e se não for essas blusas de freira o resto tudo deixa a mostra.

Tobias deixou a posição relaxada que estava encostado na cabeceira de minha cama e me encarou sério.

— Pare de ser absurda, eu já te disse, isso faz parte de você, se não tem vergonha como diz, não procure esconder.

Suspirei fundo e encarei seu olhar firme, Tobias tinha razão eu não tinha que ter vergonha, a única pessoa que mais importava era ele. Sendo assim já que meu namorado já conhecia cada parte de meu corpo, eu não teria vergonha de algo que era minha vitória.

Peguei novamente a última blusa preta que eu havia experimentado e mesmo que o decote deixasse a ponta da minha cicatriz ainda levemente saliente a mostra, não me incomodou.

Depois de muitas escolhas, peguei a jaqueta calcei as botas, e mesmo que a primavera estivesse dando as caras, as noites ainda estavam geladas.

— Vamos, temos que passar em minha casa. — Tobias falou.

Assim que chegamos à sua casa, eu percebi que o pai de Tobias não gostou muito da informação de uma saída em pleno início de temporada.

— Me dê licença Hazel, vou falar com ele a sós.

Tobias seguiu com seu pai até a outra sala e mesmo tentando soar mais baixo eu ainda pude perceber a discussão.

— Tobias eu já aturo você com esse namoro em pleno último ano ao qual cuja dedicação deveria ser total e agora mais isso, vai voltar aquela vida inconsequente?

— Não estou voltando nada, vou sair com uns amigos e minha namorada isso não é nada de mais!

— Você sabe o que suas saídas traziam...

— Isso era antes, eu... Hazel me mudou pai, acredite.

— Não sei...

— Não importa o que diga, o treino foi adiado e nem teremos amanhã, então vou aproveitar igual a qualquer adolescente.

Desviei meu olhar assim que Tobias saiu da outra sala em direção as escadas, não ousei segui-lo e o deixei subir, era possível quase sentir seus passos firmes e duros em cada degrau.

— Você deve cuidar dele, já que estará lá! — a voz grossa de Marcus me fez encará-lo firme.

— Cuidar? — debochei.

— Sim, Tobias pode parecer maduro, mas quando se reúne com amigos e bebidas ele se torna uma criança.

— Não pretendemos beber, é somente...

— Não me venha com essa. — ele me cortou bruscamente. — Sei como vocês jovens são, não se esqueça de que fui um também, e lógico que um passeio em plena sexta não ficará somente em conversinhas bobas.

— Escute aqui senhor...

— Hazel, vamos. — a voz de Tobias me fez refrear a sentença que iria proferir.

Não fiz objeção alguma e somente segui em direção à saída e quando estávamos dentro da caminhonete Tobias deu uma sequência de socos no volante.

— Não se abale, ele está somente... — estava tentando falar e acalmá-lo inutilmente.

— Ele me faz lembrar-me de momentos que queria realmente esquecer. — disse observando a rua a nossa frente, e sem desviar o olhar ele continuou. — Você ouviu tudo!

— Partes, mas como disse não fique assim.

— Ele se referia à morte da Tris, ele sempre usa isso, como se...

— Calma, você não pode se deixar abalar, ele não tem razão em tudo, mesmo sendo seu pai.

Quando minha mão pousou sobre seu ombro pude sentir a tensão ali estabelecida, Tobias foi aos poucos relaxando.

— Acho que devemos ir, ou vão achar que vamos dar o “cano” neles.

Não ousei falar mais nada referente ao assunto, Tobias já tinha pessoas demais para lembrá-lo de situações ruins eu não poderia ser mais uma, o clima animado estava agora tenso e meus planos de uma sexta-feira a noite de descontração dava lugar a preocupação.

Assim que entramos na avenida mais movimentada do centro eu podia observar a mudança no comportamento das pessoas, elas andavam mais apressadamente, uns se achegavam aos restaurantes outros as lanchonetes até que Tobias estacionou ao lado de um local mais animado.

— Vamos, você vai conhecer essa espelunca. — quando notei o sorriso esboçado por ele eu relaxei, suspirei antes de descer do carro e comecei a observar os detalhes, queria me lembrar bem dessa noite.

Claro que para um local noturno eu percebi que havia muitos jovens, lembrei-me da displicência mencionada por Tobias pelo local, a venda liberada de bebidas a jovens deveria ser o atrativo, e em meio a muitos rostos conhecidos de alunos e colegas da escola eu fui ficando mais relaxada.

— Chris. — avistei minha amiga já na fila antes do local abrir.

— Entrei aqui na fila, guardei lugar para vocês, mas se Monica chegar muito tarde não sei se irá conseguir entrar.

Entre protestos dos que já estavam na fila ficamos ao lado de Chris e em seguida Monica chegou.

Assim que entramos e nos colocamos em uma das mesas o garçom já estava ao nosso lado.

— Vão pedir o que?

Os olhares se cruzaram, eu não fazia a mínima ideia do que se pedia em um lugar como esse, mas antes que pudesse pensar muito Tobias sorriu em direção ao garçom.

— Temos novatos aqui Bill, traga a estreia! — o sorriso do garçom me deixou temerosa para o que nos aguardava.

— O que exatamente é a estreia? — fora Christina a perguntar.

— Nada de mais, somente uma bebida especial para a primeira vez.

— Tobias, vai beber? — disse o encarando.

— Eu não, mas acho que você deveria experimentar somente.

Balancei minha cabeça de um lado ao outro e antes que o garçom chegasse com nosso pedido, o bar foi invadido por uma turma maior de rapazes, e em sua maioria era do time.

— Olha quem está aqui se não é o Tobias! — Edward estava com a sua constante provocação os lábios de Tobias ficaram em uma linha reta dura e sua mão fechada em punho mostrava seu descontentamento.

— Edward me deixe que hoje eu não estou no clima para suas piadinhas.

— Nem falei nada. — ele continuou seu caminho em direção a uma das mesas maiores.

— Deveria ter escolhido outro lugar, deveria imaginar que eles viriam, se hoje não temos treino. — Christina falou.

Nesse instante eu me surpreendi, Edward falou algo que eu nem prestei atenção sendo que estava ouvindo Chris, mas Tobias fora atingido pelas palavras, o som da cadeira se arrastando assim que ele levantou-se em direção a Edward meus olhos se fecharam, não aguentaria ver o que ele realmente estava indo fazer quando caminhou a passos largos em direção à mesa dos jogadores.


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Notas finais do capítulo

ate o prox



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