Além da Eternidade - 1° temporada escrita por Savinon


Capítulo 82
O inesperado bate à porta


Notas iniciais do capítulo

Eu não ia postar esse capítulo hoje, mas ele é tãããão nhac kk até mais, gente!



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Vitor: Fico feliz por vocês. – Ele abraçou Thay. – Logo, logo será nossa vez né meu amor?

Imediatamente Beta olhou para os dois, como se esperasse uma resposta de Thay, que sorriu totalmente sem jeito.

Thayane: Ainda vai demorar um pouco.

Vitor: Se depender de mim, não! – Selou seus lábios nos de Thay.

Roberta engoliu seco aquele beijo, seu corpo estava tomado pelo ciúme e pela raiva, para ela, era como se Vitor fizesse aquilo de propósito, mas obvio que era da cabeça dela porque ele nem sonhava que um dia elas tiveram algo.

No mesmo segundo e Beta desviou o olhar, queria olhar qualquer coisa, menos aquele beijo. O pessoal ficou apreensivo com o que pudesse acontecer. Clara como já sabia da história, resolveu tirar a amiga dali, pois sabia o quanto estava doendo em Beta aquela cena.

Clara: Beta, vamos? – Beta a olhou.

Roberta: Vamos. – Sua voz estava embargada. Ela respirou fundo e terminou a frase. – Mais tarde eu venho aqui. Parabéns pra vocês de novo, ficou muito feliz viu?

Angel: Obrigada Beta.

Christian: Valeu Beta! – Roberta e Clara retiraram-se.

Clara levou Beta para o outro lado da pista, enquanto isso, Diego tentou aliviar aquele clima que havia ficado entre eles depois do que Vitor falou. Angel e May não se contiveram e sussurraram para Thay.

Angel: O Vitor pegou pesado!

Mayane: Tadinha da Beta, vocês viram a carinha dela?

Thayane: A amiguinha vai saber fazer ela esquecer isso.

Mayane: Eu não acredito que eu to ouvindo isso! Você não viu a cara da Beta? Ela ficou arrasada com o beijo e o comentário! – Thay ficou calada.

Angel: Eu acho que você deveria ir atrás dela.

Thayane: Gente, nós não temos mais nada, ela já ta até com outra pessoa.

Mayane: Ah, ta bom! Vocês não estão mais juntas, mas ainda se amam, isso qualquer um vê.

Angel: Qualquer um menos elas! Na boa Thay, vocês não têm mais nada, mas se gostam, acho que por educação você deveria ir falar com a Beta. Ela ficou arrasada.

Thay pensou um pouco e resolveu ir atrás de Beta, não porque as meninas insistiram, mas sim por saber que Beta estava chateada e odiava saber que era por causa dela. Um pouco antes dela ir procurar Beta, Christian foi na frente e ela acabou ouvindo a conversa.

Christian: E ai Beta. Posso me sentar com você?

Roberta: Pode, claro.

Christian: Chateada?

Roberta: Por que?

Christian: Pelo comentário. – Beta sorriu forçado.

Roberta: Capaz! Depois da notícia que vocês nos deram, impossível se aborrecer com algo. – Christian sorriu bobo.

Christian: É, quem diria, eu papai!

Roberta: Eu vou ser uma ‘tia’ coruja, já aviso.

Christian: E eu não sei? – Ele riu. – Mas agora é sério, você ficou mal, né?

Roberta: Deixa isso pra lá Chris.

Christian: Não adianta negar. Mas você sabe, o cabeçudo do Vitor não sabe de nada, falou por falar aquilo e o beijo....- Beta o interrompeu.

Roberta: É sério Chris. – Ela segurou a mão dele. - Já não importa mais isso.

Christian sabia que ela estava bastante chateada, mas como sempre, não gostava de expor o que sentia. Thay ao ouvir Beta falar que não importava mais desistiu de tentar conversar, depois disso, não havia razão para nenhuma explicação e assim, voltou para sua mesa.

Mais umas horas de festa e o pessoal foi embora. A semana passou voando, Beta sempre ocupada com a Boate e Thay com sua empresa. Mesmo com a cabeça ocupada, elas tinham tempo para pensar uma na outra.

Beta e o DJ conversaram e decidiram divulgar um pouco mais a boate, agora em bairros mais distantes e até em cidades vizinhas, para isso, Beta e Thay precisariam trabalhar juntas novamente. Roberta pediu para uma de suas funcionárias ligar e marcar uma hora com Thay para acertarem isso. O dia havia chegado e elas estavam nervosas, para variar.

Thayane: Boa tarde, Roberta.

Roberta: Boa tarde, Thay. Pode entrar e sentar-se. – Thay entrou no escritório e sentou-se.

Thayane: Vai estender as divulgações, então?

Roberta: Vamos sim. Vamos aproveitar a temporada pra dar um estendida na divulgação da boate.

Thayane: Eu já vim com algumas ideias, posso te mostrar?

Roberta: Claro.

Elas ficaram umas duas horas conversando e nessas duas horas a conversa foi profissional, nem pareciam que elas já foram um dia bastante intimas. Beta a tratou assim por ainda estar mexida com o comentário e o beijo e Thay, por ter ouvido Beta dizer que já não importava mais.

Um mês se passou e nesse um mês Beta e Jaque ficaram juntas, sem compromisso sério, apenas se conhecendo. Jaque estava bastante interessada em Beta, mas Beta nem tanto.

Depois de um mês e alguns dias e Jaque resolveu deixar as coisas sérias. Um dia, no meio do expediente e ela resolveu fazer uma surpresa para Beta.

Jaqueline: Oi linda! – Beta sorriu.

Roberta: Oi Jaque. Que surpresa boa.

Jaqueline: Gostou mesmo? – Deu um selinho nela.

Roberta: Claro.

Jaqueline: Pra você. – Entregou uma rosa vermelha.

Roberta: Nossa, que linda. – Pegou a flor. – Obrigada.

Nesse mesmo dia, Thay resolveu mostrar a Beta o que já havia adiantado do novo projeto e ela acabou chegando bem no momento onde o clima ficava sério. Como já era conhecida na boate, Thay entrou e foi até o escritório de Beta sem precisar ser anunciada. Um pouco antes de bater na porta ela ouviu o riso de Beta e resolveu escutar um pouco da conversa, aproveitando que a porta estava entreaberta.

Depois de mais alguns minutos de conversa e Jaque resolveu ir direto ao ponto.

Jaqueline: Eu vim aqui por uma razão especial.

Roberta: Huuum. E o que é?

Jaqueline: Nós já nos conhecemos há um tempinho, estamos juntas há um mês e nesse mês foi tudo maravilhoso, não foi?

Roberta: Foi. Foi sim. – Beta temia que essa conversa resultasse em um pedido.

Jaqueline: Então, não acha que está na hora de deixarmos as coisas sérias?

Roberta: Sérias? – Jaque pegou a mão de Beta e olhou dentro de seus olhos.

Jaqueline: Quer namorar comigo, Beta?

Beta estava pasma, não esperava por isso e não sabia o que dizer. Thay escutava e observava tudo do lado de fora do escritório e no momento do pedido, seu coração acelerou. Ela estava há segundos de perder a mulher que amava para outra qualquer.

Roberta: Nossa, eu não esperava por isso! – Sorriu forçado.

Jaqueline: Eu sei, mas eu preciso saber sua resposta. Você não imagina o quanto esse mês foi especial pra mim. Desde o primeiro momento em que eu te vi naquela foto, eu me apaixonei.

Roberta: Jaque, esse mês foi muito bom pra mim também, mas você sabe que eu trago cicatrizes dentro de mim que ainda não foram curadas e eu não quero correr o risco de te machucar.

Jaqueline: Deixa eu curá-las, Beta! Não dizem que se existe alguém capaz de te deixar cicatrizes é porque existe alguém capaz de te curar? Deixa eu ser essa pessoa, Beta. Deixa eu cuidar de você, deixa eu te amar. Eu vou te dar tudo o que ela não te deu e vou fazer você esquecer ela. Deixa eu te fazer feliz, Beta. Por favor!

Thay estava tomada pela raiva, sua vontade era de invadir aquela sala e tomar Beta em seus braços, mostrar para Jaque que Beta era dela e de mais ninguém, mas não podia. Ela seguiu firme ouvindo tudo e esperando pela resposta de Beta.

Roberta: Eu não sei.

Thayane: Diz que não meu amor, por favor, diz que não! – Pensou.

Jaqueline: Só uma chance, sem cobranças e se não der certo, a gente termina.

Roberta pensou um pouco e respirou fundo.

Roberta: Acho que eu mereço ser feliz também, né?

Jaqueline: Merece e muito!

Thay prestava atenção na conversa até ver que alguém vinha na direção do escritório e assim, ela entrou em uma porta que havia quase em frente a porta do escritório e ali, ouviu o resto da conversa.

Quando Beta ia responder, uma funcionária entrou em sua sala.

xXx: Com licença senhora Roberta. Desculpe estar incomodando, mas o fornecedor de bebidas chegou e precisa acertar logo a nova quantidade de bebidas.

Roberta: E o DJ não pode ver isso pra mim?

xXx: Ele ainda não chegou. – Beta olhou Jaque.

Roberta: Você se importa se...- Jaque a interrompeu.

Jaqueline: Não tem problema, não quero te causar problemas meu amor. – Beta olhou agora pra sua funcionária.

Roberta: Tudo bem. Pode dizer que eu já vou descer. – A funcionária retirou-se.

Roberta: E quanto a nós. – Beta abraçou Jaque pela cintura e a mesma envolveu seus braços em volta do pescoço de Beta. – Que tal eu passar pra te pegar no mesmo horário de sempre pra irmos jantar? Assim podemos finalizar essa conversa.

Jaqueline: Ótimo. Vou passar o dia ansiosa. – Elas sorriram. – Deixa eu ir então, não quero mais causar problemas. – Jaque deu um selinho nela. – Até mais tarde meu amor.

Roberta: Até a noite. Se cuide.

Um pouco antes de Jaque sair na porta, ela virou-se para Beta.

Jaqueline: Ah! Deixa eu te falar mais uma coisa. Já vou te avisar agora antes de saber a resposta, pra depois você não se arrepender.

Roberta: Ih, vem bomba. – Jaque sorriu.

Jaqueline: Se você aceitar, o mais rápido possível eu vou querer te levar na minha casa e te apresentar pra minha família e meus amigos.

Roberta: O que? Conhecer os sogros assim, já de cara?

Jaqueline: Exatamente. Quero que todo mundo conheça a mulher linda que você é e claro, que eu fisguei. – Beta sorriu.

Roberta: Bela maneira de se referir a mim. Mas tudo bem, não esquecerei disso.

Jaque foi embora enquanto Thay arranjou um jeito de sair de dentro da boate antes que alguém lembrasse que ela estava lá. Beta foi pegar alguns papéis e ficou pensando no que Jaque havia falado. Nem estavam namorando ainda e ela já queria apresentá-la para toda sua família e amigos, coisa que Thay jamais faria, talvez.

Enquanto Beta cuidava de sua boate, Thay correu para a casa de sua amiga e procurou consolo no colo de Angel.

Angel: O que foi amiga?

Thayane: Ai Angel. – Abraçou ela e começou a chorar baixinho. – A Beta!

Angel: O que foi dessa vez? – Thay a olhou.

Thayane: Ela foi pedida em namoro hoje.

Angel: Como assim? Ela aceitou?

Thayane: Eu fui na boate pra falar com ela e acabei ouvindo a conversa, ela não respondeu, mas deu a entender que vai dizer sim.

Angel: Vai pro quarto que eu vou pegar uma água pra você e já vou lá.

Thay foi para o quarto e logo em seguida chegou Angel, entregando-lhe um copo com água.

Agora com Thay um pouco mais calma, Angel pediu que ela a explicasse tudo direito e assim ela fez.

Angel: Você a ama? – Thay a olhou nos olhos.

Thayane: Muito.

Angel: Você se arrepende de não ter feito diferente na primeira vez em que vocês ‘namoraram’?

Thayane: Demais. Jamais imaginei que a Beta iria embora sem ao menos se despedir. Se eu tivesse feito de outro jeito, hoje acho que não estaríamos assim.

Angel: E porque você não aproveita agora pra fazer o que não fez?

Thayane: Como assim?

Angel: É Thay, fala tudo o que você não disse, se abre, diz o que realmente sente por ela.

Thayane: Não posso. Ela vai aceitar namorar com aquela garota e isso demonstra que ela sente algo por ela. Acho que finalmente ela superou o que tivemos um dia.

Angel: Eu não acho isso. O que vocês tiveram, apesar dos pesares, foi forte.

Thayane: E o que você sugere?

Angel: Vai até ela e se declara.

Thayane: Mas...mas e se eu levar um fora? Vai doer muito. Eu tenho medo de ouvir uma resposta negativa dela ou de ouvi-la afirmando que não sente mais nada por mim. Não posso Angel. Ela estava tão contente com a garota.

Antes que Angel pudesse falar qualquer coisa, May invadiu o quarto, para variar, ela estava ouvindo atrás da porta.

Mayane: É esse o seu problema Thay! Você tem medo de arriscar. Será que você não vê que a vida ta te dando uma segunda chance? Você vai jogar fora como da primeira vez? Você quer ver a Beta indo embora novamente e agora acompanhada por alguém?

Thayane: Você não viu o jeito que a Beta tava tratando a menina. Foi carinhosa, cuidadosa, bem como era comigo.

Mayane: A Beta te ama, droga! Deixa de ser covarde e vai atrás de quem você ama! Você tem mais uma chance e essa pode ser a última. Diz tudo o que você sente sem medo da resposta e se no fim você ouvir uma resposta negativa, pelo menos você tentou. – Thay não falou nada, apenas voltou a chorar. – Você passou esses anos todos imaginando como seria a vida de vocês se vocês tivessem ficado juntas. Quer passar o resto da vida assim de novo? – May ao ver Thay chorando, percebeu que tinha pegado pesado e diminui seu tom. – Deixa, uma vez na vida esse orgulho de lado prima. Depois desses anos longe, vocês não ficariam juntas de novo se ainda não existisse algo entre vocês.

Angel: A May tem toda razão. Se a Beta voltou e vocês passaram a noite juntas, não foi por simples prazer. Se ela não te amasse ainda, não ficaria chateada quando Vitor falou aquelas coisas na boate.

Angel e May a abraçaram forte e assim elas ficaram durante alguns minutos, enquanto Thay continuava chorando. Ela tinha que tomar uma decisão importantíssima e tinha pouco tempo para se decidir. Depois de pensar bastante, chegou a uma conclusão.

Thayane: Vocês tão certa. Eu preciso tentar e se eu ouvir um não, a vida vai continuar, mas agora com a certeza de que sem a Beta. Não posso perder a minha pequena de novo. Não posso! – As meninas sorriram.

Mayane: Essa é a minha prima!

– Angel: Eu sabia que você tomaria a decisão certa. Agora lava esse rosto e corre que ainda dá tempo.

Thay não pensou duas vezes, correu para o banheiro, lavou seu rosto, retocou a maquiagem e foi para a boate atrás de Beta. Para o seu azar, Beta tinha saído mais cedo e provavelmente estaria em seu apartamento. Novamente ela correu a procura de Beta. Chegando ao apartamento, Thay tocou várias vezes a campainha, mas ninguém atendia.

Thayane: Não me diz que você já foi pro encontro, por favor, não! Abre essa porta Beta, abre!

Thay insistia em tocar a campainha e quando estava se dando por vencida, a porta abriu.

Roberta: Thay? O que faz aqui? – Thay engoliu seco. Beta estava linda, com certeza estava quase na hora de ir para o encontro.

Thayane: É..eu preciso falar com você.

Roberta: Agora?

Thayane: É urgente. – Beta reparou nos olhos inchados de Thay e percebeu que era sério.

Roberta: Tudo bem. Entra. – Thay entrou e sentou-se no sofá. – Ta tudo bem com você?

Thayane: Na verdade não.

Roberta: Você ta me assustando, Thay. O que houve? Por que você ta assim?

Thay até tentou falar, mas seus olhos encheram de lágrimas, ela não queria chorar, então ficou mais uns segundos quieta até engolir o choro.

Thayane: Eu não sei como te falar isso. Na verdade, eu nunca fiz isso antes e to me sentindo totalmente perdida.

Roberta: Quanto mais você fala, menos eu entendo, juro.

Thayane: Isso que eu vou te falar, eu devia ter falado há cinco anos atrás, mas fui boba, medrosa e guardei pra mim.

Roberta: Ferrou! – Pensou.

Quando Thay tomou ar para falar, o celular de Beta tocou, ele estava na frente de Thay e era Jaque. Thay não falou nada, apenas olhou Beta para ver se ela iria atender.

Roberta: Só um minuto, Thay. – Beta levou sua mão para pegar o celular, mas Thay colocou a sua mão sobre a dela, impedindo Beta de pegá-lo.

Thayane: Não atende, Beta. Por favor!

Beta tremeu ao sentir o toque de Thay e fez como ela pediu.

Roberta: Ok. – Beta coçou a cabeça. – Thay, você ta me assustando!

Thayane: Eu sei, eu nunca agi assim. Mas eu mudei e eu vim te provar isso.

Roberta: Provar pra mim? – Thay olhou para o chão e logo para os olhos de Beta.

Thayane: Eu sinto sua falta.

Beta ficou pasma, ela não sabia se tava delirando ou se Thay realmente estava em sua frente dizendo aquilo.

Roberta por não imaginar o motivo real da visita de Thay, tentou se manter firme.

Roberta: Não precisa se sentir culpada por essas coisas, e nem vir me pedir desculpas agora. Já passou, não se preocupe.

Thayane: Eu quero que você me desculpe pra valer, não da boca pra fora.

Roberta: É sério, eu desculpo você, não se preocupe. – Beta se levantou.

Por mais que as palavras de Thay tivessem mexido com ela, ainda doía tocar no assunto. Os anos passaram e os últimos acontecimentos deixaram evidente que Beta ainda sentia algo por Thay dentro dela. Para evitar se machucar mais, Beta tentou finalizar a conversa logo.

Roberta: Bom, se você veio me pedir desculpas, eu já desculpei você, acho que está tudo certo. – Forçou um sorriso. – Se você não se importar, eu tenho um compromisso e to quase atrasada.

Thayane: Não! – Thay se levantou. – Não vai, Beta, por favor! – Beta estranhou o pedido de Thay.

Roberta: Thay, eu tenho um compromisso, a gente pode terminar essa conversa um outro dia.

Thayane: Você não ta entendendo que não pode ser outro dia, Roberta?

Roberta: Você já me pediu desculpas e eu a desculpei, o que mais você quer que não pode ficar pra outro dia?

Thayane: Você!

O silêncio tomou conta do apartamento. Beta ficou quieta por entender menos ainda o que Thay pretendia e Thay por temer a resposta de Beta.

Thayane: Se eu te deixar sair por aquela porta eu vou te perder e eu não quero isso! – Elas se olhavam. – Eu não quero te perder pela segunda vez, Beta.

Roberta: Você ta me confundindo, Thay.

Thayane: Não aceita esse pedido de namoro. – Thay segurou a mão de Beta. – Por favor.

Roberta: Como você sabe disso?

Thayane: Não interessa agora, o que interessa é que eu vim impedir isso.

Roberta: Magoas não passam com um pedido de desculpa. E...- Thay levou seu dedo indicador até os lábios de Beta impedindo que ela falasse, se quer, mais uma palavra e logo encostou sua testa na dela.

Thayane: Eu sei que um pedido de desculpa não vai mudar muita coisa, mas eu quero recuperar o tempo perdido. – Enquanto Thay ia falando, seus lábios iam roçando nos de Beta e antes que o beijo acontecesse e Beta se rendesse, ela se afastou.

Roberta: Chega Thay! Eu não quero ouvir mais nada! Não é justo agora que eu to resolvendo minha vida você vir me falar essas coisas, você sabe o quanto eu sofri nesses anos?

Thayane: Você fala como se eu não tivesse sofrido!

Roberta: Foi escolha sua o caminho mais difícil. Você sabe que eu nunca quis isso e eu estava aqui o tempo todo do seu lado.

Thayane: Você se lembra que foi embora sem avisar? Eu não tive nem chance de tentar evitar.

Roberta: Ah, agora a culpa é minha?

Thayane: Não. Eu só to fazendo agora o que eu não tive chance de fazer quando você foi embora sem avisar.

Roberta: E você acha que chegando aqui e pedindo desculpas as coisas vão se resolver? Cinco anos se passaram, muitas coisas mudaram.

Thayane: O que você sentia por mim mudou? – Roberta não teve coragem de falar nada, ficou quieta e desviou o olhar. Thay se aproximou dela. – Responde Roberta, o que você sentia por mim mudou?

Roberta: Isso não importa agora.

Thayane: Importa sim! O amor que você sentia por mim acabou? – Roberta se mantinha quieta. – Fala Beta, fala que você não sente mais nada por mim que eu vou embora e deixo você livre pra viver com a menina que ta te esperando. – Thay encheu seus olhos de lágrimas enquanto Beta continuava calada. – Me diz que tudo acabou que eu vou aceitar te perder pra sempre, por mais que isso me machuque. – Com muito esforço e Beta olhou nos olhos de Thay.

Roberta: Por que você ta fazendo isso comigo?

Thayane: Eu não quero te perder, Beta!

Roberta: Isso ainda dói em mim!

Thayane: Você não imagina o quanto dói em mim também. Você não sabe, mas eu sofri quando descobri que você foi embora. Eu fiquei em depressão, me tratei com psiquiatra e tomei remédio controlado durante três meses. Cheguei a deixar de lado minha empresa. Sei que não foi menos pra você, mas queria que soubesse que eu também sofri com tudo isso.

Roberta: E o que você pretende agora?

Thayane: Eu quero mais uma chance, só mais uma.

Roberta: Como assim mais uma chance?

Thayane: Não aceita namorar com aquela garota e volta pra mim.

Roberta: Pra namorarmos como antes? E o Vitor?

Thayane: Eu termino com ele, eu faço o que você quiser. Só vou precisar de um tempo.

Roberta: Eu não quero passar por tudo de novo, Thay. Eu não quero criar expectativas em vão mais uma vez, muito menos te dividir com outra pessoa.

Thayane: Daquela vez eu não havia prometido nada a você em relação a ele e agora eu to disposta a deixar dele por você.

Roberta: Tem certeza que é isso que você quer? Você tem noção do que ta falando? Eu to a ponto de magoar uma pessoa muito especial que gosta de mim e realmente quer ficar comigo.

Thayane: Tenho certeza absoluta.

Roberta: É melhor você pensar bem, eu vou machucar alguém que não tem nada a ver com essa história.

Thayane: Eu já te respondi. Agora acho que é sua vez de me dizer se realmente quer isso, já que você ta tão preocupada com essa garota. Talvez seja você quem esteja com dúvidas.

Roberta: Eu nunca tive dúvidas sobre o que eu sentia por você.

Thayane: E qual sua resposta? – Beta ficou em silêncio mais uma vez. – Responde Roberta!

Roberta: Eu não sei. Esperei tanto tempo pra ouvir isso que agora não sei o que falar.

Thayane: Você não tem certeza se me ama ainda?

Roberta: Não é isso. É o Vitor, eu não vou mais aceitar te dividir com ele. Você vai ter que escolher: ou ele ou eu. Posso até te dar um tempo pra se resolver, mas desta vez será o meu tempo, sem um minuto a mais.

Thayane: Tudo bem, eu faço do seu jeito.

Roberta: Ainda assim não é tão fácil responder. Não quero agir no calor da emoção.

Thayane: Eu entendo você. – Thay olhou para o lado como se procurasse algo e logo olhou Beta novamente. – Vamos fazer assim: Eu dou um tempo pra você pensar. Eu vou embora, você pensa com mais calma, depois vai até essa sua amiga, dá uma resposta pra ela e depois vai até mim com uma resposta definitiva.

Roberta: Por que primeiro vejo ela e depois você?

Thayane: Porque eu tenho a esperança de que depois que eu receber sua reposta, passaremos a noite juntas. – Beta gostou do que ouviu, mas não demonstrou emoção.

Roberta: E onde nos veríamos?

Thayane: No apê da May.

Roberta: Ela já sabe?

Thayane: Eu falo com ela, não se preocupe.

Roberta: Tudo bem então, vou pensar e te dou uma resposta.

Thayane: Certo. – Thay pegou sua bolsa. – Eu vou embora então. – Thay deu alguns poucos passos e deu um beijo na bochecha de Beta. – Até daqui a pouco.

Beta apenas acenou com a cabeça e Thay retirou-se. Até poucos minutos atrás Beta tinha suas escolhas feitas e sem dúvidas alguma, agora estava completamente perdida. Ela tinha medo de arriscar voltar com Thay e sofrer tudo de novo, mas também tinha medo de investir em Jaque, continuar amando Thay e machucar ela que não tinha nada a ver.

Roberta já estava mais do que atrasada, resolveu pegar um táxi e ir até a casa de Jaque, e no caminho, pensar no que faria. A distância era pequena, meia hora da casa de Beta para a casa dela, mas parecia que durou 5 minutos. Beta sabia que ainda amava muito Thay, mas sabia também que Thay ainda era noiva. Não demorou muito e o taxista acordava Beta de seus pensamentos, falando que já estavam no local. Ela pagou a corrida e desceu, um pouco antes de bater na porta, ela pensou mais um pouco.

Jaqueline: Minha linda! – Abraçou Beta assim que a viu.

Roberta: Oi Jaque. – A abraçou também.

Jaqueline: Nossa, seu coração esta acelerado. Tudo isso é tensão? – Sorriu brincando.

Roberta: É sim. – Retribui o sorriso.

Jaqueline: Então, vamos?


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