Além da Eternidade - 1° temporada escrita por Savinon


Capítulo 72
Tocando em frente - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com duas partes o/ Quero chegar logo nas emoções da fic kkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516380/chapter/72

No apartamento de Roberta

Eram dez e meia da manhã quando Beta abriu, com muita dificuldade, seus olhos. Sua cabeça estava explodindo e estava difícil até para respirar. Por um momento ela pensou que tudo aquilo era um sonho, aliás, um pesadelo, mas as dores em seu corpo a fizeram ver a verdadeira realidade. Com muito esforço ela levantou e foi até a cozinha tomar um remédio, voltando logo em seguida para a cama.

Lá pelas cinco e meia da tarde, ela novamente acordou, ainda sentia dores, mas agora mais fracas. Beta tomou um banho bem quente, colocou uma roupa que a deixasse confortável e foi para o espelho se maquiar. Ao olhar seu reflexo, percebeu seus olhos vermelhos e inchados pela noite mal dormida.

Roberta: Merda! – Passou as mãos em seu rosto.

Não existe cura para dores de alma, remédio não há que faça adormecer o tempo.

Há nuvens escuras que pairam acima do brilho do olhar, mágoas não saem no removedor.

Roberta: O que você fez comigo, Thay? – Ela fechou seus olhos com força e antes que aquela vontade de chorar voltasse com força, ela abriu os olhos e começou a se maquiar.

Assim que fez uma maquiagem forte, ela foi para a boate. Não era dia dela tocar, ela queria apenas dar uma volta, conversar com os amigos, qualquer coisa para esquecer o pesadelo que ela estava vivendo.

A boate ainda estava fechada, mas já estavam lá alguns DJ’S, o pessoal do bar e a dona da casa.

Roberta conversou um pouco e logo começou a beber. Não demorou muito e a casa abriu, menos de uma hora e já estava quase lotada. Ela bebia sem parar e Mila não deixou de notar isso, afinal, Beta não era de beber para cair e do jeito que estava bebendo, logo logo estaria assim.

Mila: Ei, ei. Você não acha que está bebendo demais?

Roberta: Não. – Mila sentou-se.

Mila: O que ta acontecendo com você?

Roberta: Nada. Só vim dar uma volta e beber um pouco.

Mila: É o namoro ainda?

Roberta: Namoro? – Ela sorriu, já estava bêbada demais. – Quem ta namorando aqui?

Mila: Você.

Roberta: Eu? – Sorriu mais. – Eu voltei a ser uma mulher livre! Eu voltei a ser da noite, a pegar geral, a não me envolver sentimentalmente.

Mila: E a ex hetero?

Roberta: Ela não me quis. Ela preferiu o noivinho dela. Aposto que se eu tivesse um pinto ela escolheria a mim. – Ela voltou a rir.

Mila: Terminaram então?

Roberta: Não. Ela terminou comigo! – Beta tomou um gole grande de sua caipirinha. – Aquela ingrata terminou comigo. – Beta levou sua mão até a gola da blusa de Mila e a puxou para junto dela, deixando seu rosto colado ao dela. – Você sabia que aquela ingrata terminou comigo?

Mila: Você acabou de me contar. – Beta a soltou.

Roberta: Cara, e como eu implorei pra ela deixar dele e ficar comigo. – Sorriu. – Me humilhei, me rastejei e ela cuspiu em cima. Como a gente fica idiota quando ama alguém e está a ponto de perdê-la. E eu? Eu a perdi!

Mila: Talvez foi melhor assim.

Roberta: Não faz nem 24 horas que tudo acabou e eu to sentindo falta dela como se eu tivesse há anos sem vê-la.

Mila: Vai atrás dela então?

Roberta: Não. Vou ficar sem ela e cada dia vou morrer um pouquinho.

Mila: Não fala essas coisas nem brincando.

Mila viu o quanto Beta estava mal com o fim do namoro e resolveu ajudá-la. Depois de conversar mais um pouco com ela, Mila foi até o escritório da boate falar com Luciana, a dona da boate.

Luciana é uma mulher de 28, 29 anos. Baladeira, da noite e bastante flexível com quem merecia. Roberta era uma das melhores DJ’S da casa e bastante respeitada por Luciana que sabia muito bem do que Beta precisava naquele momento.

Luciana: Boa noite, Beta.

Roberta: Boa noite, Luci. Senta aê.

Luciana: Não, não. Eu quero conversar com você, pode me acompanhar até o escritório? – Apesar da maquiagem, ela também notou os olhos inchados de Beta.

Roberta: Claro. Vamos. – Levantou-se.

Assim que chegaram no escritório, elas se sentaram.

Luciana: E esses olhos inchados? – Beta a fitou.

Roberta: Dormi demais.

Luciana: De mais ou de menos?

Roberta: Hãm...- Antes que Beta responde-se, ela a interrompeu.

Luciana: Não precisa me contar. Faz uns dias que eu venho notando você diferente.

Roberta: Diferente como?

Luciana: Diferente, não é a mesma Roberta de antes. Até quando você toca da pra sentir você um pouco distante do que está fazendo.

Roberta: Desculpa. Eu realmente estou com uns problemas pessoais e sei que não deveria ta deixando isso interferir no meu trabalho. Mais uma vez peço desculpas, isso não vai mais acontecer.

Luciana: Tudo bem Beta, só da pra notar essa diferença quem realmente te conhece. Em relação a esses problemas pessoais, que tal você tirar uns dias pra descansar? Vai te fazer bem.

Roberta: A Mila te contou alguma coisa?

Luciana: Não é preciso que alguém chegue e me conte algo que esta em evidência. Nós mulheres só ficamos mal por causa de coisas do coração e trabalhar nessas condições não dá. Nós achamos que é bom, mas no fundo nos precisamos descansar da realidade um pouco. Tire quantos dias você precisar.

Roberta: Obrigada. – Levantou-se.

Luciana a acompanhou até a porta.

Luciana: Ah, e quando você voltar eu quero aquela Roberta de antes. – Beta sorriu.

Roberta: Pode deixar que ela virá.

Luciana: Se cuida minha flor. – Beta retirou-se.

Assim que a conversa finalizou ela voltou para o seu apartamento, até tentou falar com Mila antes, mas a menina tinha tomado chá de sumiço. No caminho para casa, Beta comprou uma garrafa de whisky. Com certeza seria mais uma noite mal dormida.

Chegando ao apartamento, ela colocou uma roupa mais confortável, tirou a maquiagem, serviu um pouco de whisky e foi até a sacada olhar o movimento na rua. Não havia ninguém de interessante por lá, apenas alguns casais, um grupo de amigos e alguns carros. Beta levou o copo até sua boca e deu o primeiro gole.

Roberta: Cruzes, até esqueci o quanto isso é forte!

Mais alguns minutos ali e Beta resolveu se deitar. Sua cabeça começava a querer doer e ela não queria ter que tomar remédio de novo. Chegando ao quarto ela se jogou na cama e como de costume, ficou olhando para o teto.

– Roberta: Consegui sobreviver ao primeiro o dia.

Ela respirou fundo e minutos depois acabou adormecendo.

No apartamento de Thay

O dia de Thay foi mais estressante do que de costume, talvez porque ela não estava com humor para nada. Sua única vontade era de ficar em seu quarto o dia todo. Assim que chegou em casa, tomou um banho e foi se deitar. Por vezes ela olhou o telefone e quis ligar para Beta, a saudade a consumia aos poucos e ela precisava ouvir sua voz.

Sem pensar ela pegou seu celular, colocou no confidencial e discou seu número, chamou algumas vezes e lá pela quinta vez, Beta atendeu.

Roberta: Alô. – O coração de Thay acelerou e Beta insistiu. – Alô. – A respiração de Thay estava ofegante. – Tem alguém na linha?

Thay até tentou falar alguma coisa, um oi que fosse, mas não saiu nada. Sua única reação foi finalizar a chamada. Nesse momento Angel entrou em seu quarto a assustando.

Angel: Te assustei?

Thayane: Não, eu estava distraída.

Angel: Como você não foi jantar eu vim ver se você está bem.

Thayane: To sim, mas to sem fome.

Angel: Você não comeu nada hoje.

Thayane: Eu almocei na empresa.

Angel: Eu não acredito.

Thayane: É sério. Só quero dormir.

Angel: Ta bom. Se precisar de mim me chama. Boa noite.

Thayane: Boa noite. – Angel retirou-se.

Três semanas depois

Nesse meio tempo, Roberta se isolou do mundo. Ficou durante esses dias em seu apartamento e não saiu para nada, nem atendeu telefone algum. Mayane não pôde ir a sua casa por causa das provas da faculdade, mas finalmente ficou mais aliviada e foi até o apartamento de Beta.

Roberta: Oi May.

Mayane: Oi May? Oi uma pinóia! Por que razão você sumiu esses dias? Onde estava? Te liguei feito uma condenada e você não me retornou uma única vez se quer!

Roberta: Calma May, eu te explico. Entra. – May entrou e se sentou.

Mayane: Pode começar.

Roberta: Eu tirei uns dias pra pensar, pra ficar sozinha. Aproveitei que ganhei uns dias de folga na boate e quis uns dias de folga da realidade. – May esqueceu que estava brava com ela.

Mayane: Ta melhorzinha? – Beta respirou fundo.

Roberta: Não. Quanto mais os dias passam, parece que fica mais difícil ainda. Não tenho animo pra nada.

Mayane: Mas você não pode se entregar assim. Sai de casa, vai dar uma volta, conhecer pessoas, se distrair um pouco.

Roberta: Minha única vontade é de ficar nesse apartamento.

Mayane: Ta comendo pelo menos?

Roberta: To sim. Não é sempre, mas quando a fome fica forte eu como. – Sorriu.

Mayane: Você ta mais magra mesmo.

Elas ficaram conversando por mais umas horas e logo May teve de ir para a faculdade.

Essas três semanas não foram fáceis para Thay também. Assim como Beta, ela não tinha vontade de nada, mas ia trabalhar por obrigação, totalmente contra sua vontade. Nos primeiros dias seu rendimento na empresa diminui e ao perceber, ela se esforçou um pouco mais para pelo menos ir bem na empresa. Seu dia-a-dia era do apartamento para a empresa e da empresa para o apartamento.

Angel: Como você está? – Sentou-se ao lado de Thay que estava no sofá.

Thayane: Bem, apenas com um pouco de dor de cabeça.

Angel: Dor de cabeça que você vem tendo todos os dias. Não acha melhor darmos uma passada no médico?

Thayane: Não há remédio que diminua ou acabe de vez com minha dor.

Angel: Por que não vai atrás dela?

Thayane: Foi melhor assim.

Angel: Você achou que seria melhor assim, mas não está sendo. Você ficou muito mal com o fim desse namoro, será que não percebe?

Thayane: Eu já pensei em ir atrás dela, mas ela não veio atrás de mim como nas outras vezes. Não me ligou, não mandou uma mensagem...nada pra, pelo menos, saber como eu estou. E se ela não fez isso, é porque as coisas não são como antes. Talvez ela tenha se cansado de mim, do meu jeito, dos meus problemas.

Angel: Você a expulsou da sua vida, Thay. Quem sabe ela está apenas respeitando a sua vontade? – Thay apenas a olhou e abaixou o olhar em seguida.

O final de semana chegou, May e Chris decidiram ir fazerem uma visita a sua amiga. Para variar, Roberta estava trancada em seu apartamento.

Roberta: Oi gente. – Os dois deram-na um beijo e entraram.

Mayane: Viemos te visitar, se importa?

Christian: Se, se importar não vai fazer a menor diferença porque vamos ficar do mesmo jeito. – Jogou-se no sofá, arrancando um sorriso de Beta.

Roberta: Não, tudo bem. – Andou até eles e sentou-se no outro sofá.

Mayane: Como você está hoje?

Roberta: Me acostumando.

Christian: Vamos pra boate hoje? Só nós três?

Roberta: E a namorada?

Christian: Ela não vai se importar, eu vou com a minha amiga e se eu fizer algo de errado, a prima da melhor amiga dela vai abrir o bocão.

Mayane: Eu jamais te dedaria, ok?

Christian: Eu sei. Falei só pra ficar mais convincente. – Eles sorriram. – Vamos?

Roberta: Ah não Chris, ainda não to com animo pra balada.

Christian: Ah pára de gayzagem! Você não era assim de ficar mal desse jeito. Te vendo assim, até eu to ficando mal.

Mayane: Esse tabacudo não sabe o que é perder quem a gente ama.

Christian: E você sabe?

Mayane: Não, mas eu imagino. Se a Beta quer ficar aqui, ficamos com ela.

Christian: Mulheres, sempre em complô contra a gente! Ta bom, vocês ganharam. A gente trouxe uns dvd’s, vamos pedir uma pizza e assistir?

Roberta: Deixa eu ver os dvd’s. – Ela pegou a sacola e começou a olhar um por um.

Mayane: Tem um que você vai adorar.

Roberta: Não creio, até do chaves? – Ela sorriu.

Christian: Foi ideia minha! Vou ligar pra pizzaria, qual sabor vocês querem?

Roberta: Por mim tanto faz.

Mayane: Calabresa.

Christian: Coração.

Mayane: Não, calabresa.

Christian: Coração é melhor.

Mayane: Mas eu não acho.

Christian: Vamos decidir no par ou impar!

Roberta: Por que vocês não pedem metade de cada sabor?

Christian: Ta vendo? A Beta é inteligente. – Ele entregou o telefone pra May. – Você liga.

Mayane: Por que eu?

Christian: Você prefere ligar ou fazer a caipirinha?

Mayane: Deixa que eu ligo.

Christian: Foi o que pensei. Vou ali na cozinha, Beta.

Enquanto May pedia a pizza, Chris fez as caipirinhas. Ao voltar para sala, ele largou os copos na mesinha que ficava na frente dos sofás e quando ia se sentar, a campainha tocou.

Christian: Ta esperando alguém? – Sentou-se.

Roberta: Não. Já volto, vou atender.

Enquanto ela foi abrir a porta, Chris e May continuavam discutindo.

Roberta: Nanda? – Sorriu.

Fernanda: Fiz mal vir sem avisar? – Retribuiu o sorriso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijinhos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além da Eternidade - 1° temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.