Além da Eternidade - 1° temporada escrita por Savinon


Capítulo 71
Lindando com o fim


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de hoje, gente. Se eu conseguir editar mais entre hoje e amanhã, amanhã a noite eu posto mais. Obrigada pelos comentários! sz'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516380/chapter/71

Após encerrar a ligação, Thay deitou-se no sofá, agarrou uma almofada e mais uma vez chorou. Ela imaginava que não iria doer tanto como estava doendo, nem que sentiria o que estava sentindo. Poucos minutos depois e Angel chegou. Ela correu até o sofá, abraçou a amiga e elas ficaram ali por um bom tempo. Com Thay mais calma, Angel pediu que ela a contasse tudo o que havia acontecido e assim Thay fez, ela contou detalhadamente, em meio as lágrimas, toda a conversa.

Após a conversa e alguns conselhos, Thay foi deitar-se, também não estava com fome e só queria ficar sozinha. Angel respeitou a vontade de sua amiga e foi tomar seu banho, preparar a janta e logo foi assistir televisão na sala. Minutos depois e May chegou.

Mayane: Boa noite, Angel.

Angel: Boa noite, May. Já ficou sabendo do acontecido?

Mayane: Já sim. Eu estava com a Beta até agora.

Angel: Como ela está? – May sentou-se no braço do sofá.

Mayane: Ta inconsolável. Não quer comer, ta com os olhos inchados e só sabe chorar. E a Thay já chegou?

Angel: Já sim. E está do mesmo jeito que a Beta. Só chora, não quer colocar nada na boca e se trancou no quarto. Você acha que a Thay agiu certo terminando?

Mayane: Não sei. As vezes penso que sim, porque Beta estava sofrendo demais sendo a outra, mas logo penso que não, porque eu sei que no fundo, no fundo as duas se amavam.

Angel: É, agora que Thay está sem a Beta, ela vai ver que a amava.

Mayane: Você sabe que Thay sempre foi orgulhosa, ainda mais se tratando de amores.

Angel: E a Beta foi pra onde?

Mayane: Pro apartamento dela.

Angel: É uma pena tudo ter acabado assim. Mas enfim, a janta está pronta, vamos comer?

Mayane: Eu vou tomar um banho rapidinho, mas antes vou passar no quarto da Thay.

Angel: Ta bom, te espero. – May retirou-se.

Aos poucos May foi abrindo a porta do quarto de Thay.

Mayane: Posso entrar prima? – Thay estava abraçada ao travesseiro, chorando.

Thayane: Pode sim. – Sentou-se na cama e May fez o mesmo.

Mayane: Como você está?

Thayane: Péssima. Já soube?

Mayane: Sim. Eu vim do apartamento da Roberta.

Thayane: Como ela está?

Mayane: Do mesmo jeito que você. Me ofereci pra ficar lá, mas sabe como ela é cabeça dura.

Thayane: Eu não sabia que isso doía tanto, May. – Thay deitou sua cabeça no colo de May que acariciou seus cabelos.

Mayane: Eu não queria te dizer isso, mas isso é só o começo prima. Vai doer durante muitos dias e com o passar do tempo, só tende a piorar essa dor.

Thayane: Passou algumas horas e eu já sinto tanto a falta dela. – As lágrimas voltaram a cair por seu rosto.

Mayane: Ta em tempo ainda.

Thayane: Eu não posso voltar atrás, preciso ir até o fim agora. Mas um dia, quando eu já puder me livrar de tudo, eu vou atrás dela. Só espero que ela ainda me queira. – May sorriu.

Mayane: Aquela baixinha é louca por você prima, assim como eu sei que você é por ela.

Thayane: Você sempre soube ver o que se passa dentro de mim sem eu precisar falar.

Mayane: Ta no sangue. – Elas sorriram. – Mas agora, vai lavar esse rosto pra comermos.

Thayane: Não May, não estou com fome.

Mayane: Você precisa comer pra continuar linda quando for atrás da Beta. E você sabe que a Beta jamais permitiria você ficar sem comer, não é?

Thayane: Com certeza ela brigaria comigo e depois me arrastaria pra cozinha. – Sorriu.

Mayane: Pois é! Eu vou tomar meu banho e quando eu chegar na cozinha quero ver você lá, entendeu?

Thayane: Você tem o mesmo gênio da Beta.

Mayane: Então trate de fazer como eu disse. – May deu um beijo na testa de Thay e foi tomar seu banho.

Após tomar seu banho e colocar uma roupa bem confortável, May foi jantar já que estava morrendo de fome. Para sua surpresa, Thay estava na cozinha.

Mayane: E não é que o meu sermão funcionou? – May e Angel sorriram.

Angel: O bico dela chegou aqui na cozinha primeiro que ela.

Mayane: Mas pelo menos essa bicuda veio.

As três começaram a jantar em seguida. May e Angel faziam o possível pra não falar nada que pudesse lembrar Beta. Thay comeu pouquinho, mas pelo menos comeu. Quando elas já estavam terminando de jantar, Christian invadiu o apartamento delas.

Christian: Fala suas lindas! – Deu um beijo na cabeça de May e Thay e um selinho em Angel. – Nossa mãe, o cheiro ta bom, me convidam pra jantar? Obrigado! Angel traga um prato pra visita, por favor?

Angel: Visita? Você é um metido abusado, isso sim! – Angel pegou um prato e o entregou.

Mayane: Foi a sua namorada que fez.

Christian: Ah, tinha que ser a minha lindona. Dá beijo no garanhão aqui, anda!

Angel: Eu vou te tacar o prato na cabeça, isso sim.

Christian: Vocês estão vendo meninas, quando a gente é romântico, vocês não dão valor, daí quando perdem ficam chorando! – Angel e May apenas se olharam. – Falando em romântico, cadê a Beta? Preciso entregar um cd com umas músicas que ela me pediu. Ela já chegou? – Ele deu uma garfada na comida.

As meninas mais uma vez se olharam e permaneceram em silêncio. Thay percebeu que as meninas estavam desconfortáveis e resolveu sair dali.

Thayane: Eu vou me deitar. Boa noite gente. – Levantou-se e retirou-se.

As duas fitaram Christian que ficou sem entender.

Christian: Que foi que eu fiz?

Mayane: Meteu os pés pelas mãos, Chris!

Christian: O que? Eu to bonitinho comendo minha comida aqui!

Angel: Thay e Beta terminaram.

Christian: Como é que é?

Mayane: É, as duas terminaram hoje de manhã e Beta foi embora. Thay ta malzona com isso.

Christian: Quem terminou com quem?

Angel: A Thay terminou com a Beta.

Christian: E a Beta, alguém sabe como ela está?

Mayane: Eu dei uma passada no apartamento dela e ela tava bem pra baixo. – Chris largou seu prato.

Christian: Eu vou dar um pulo lá, conhecendo ela como eu conheço, até imagino como ela deve estar.

Mayane: Aproveita e leva algo pra ela comer.

Christian: Ta bom, eu pego alguma coisa no restaurante. Já volto. – Ele deu um selinho em Angel e saiu apressado.

Enquanto ele seguiu para o apartamento de Roberta, Angel e May arrumaram a louça e foram se deitar.

No apartamento de Roberta

Roberta estava deitada em sua cama, ouvindo música baixinho quando bateram na porta.

Roberta: Ah não, visita agora não! – Ela levantou-se e foi até a porta onde olhou no olho mágico e viu que era Chris, então resolveu abrir.

Christian: Te acordei? – Fez uma cara de quem estava prestes a levar um tapa. Beta sorriu.

Roberta: Não, não. Eu estava ouvindo música. Entra. – Ele entrou e ela fechou a porta.

Christian: Eu fiquei sabendo do rolo. Como você ta?

Roberta: Péssima. – Eles se sentaram no sofá, mas antes Chris largou algumas sacolas no balcão. – Lembra de como eu fiquei daquela vez? Então, to o dobro agora.

Christian: Ta a fim de conversar?

Roberta: Quer saber como tudo aconteceu?

Christian: Quero, mas se não quiser falar agora, ta de boa.

Roberta: Tudo bem, eu vou te contar, mas antes, quer beber algo?

Christian: Tem cerveja?

Roberta: Tem.

Christian: Deixa que eu pego. – Ele levantou-se e pegou a cerveja na geladeira. – Pode começar.

Roberta respirou fundo e começou a contar como foi a conversa delas hoje de manhã. Apesar da vontade enorme de chorar, ela conseguiu se controlar e apenas encheu os olhos de lágrimas, algumas vezes.

Roberta: E agora eu voltei pra ca. – Finalizou o relato.

Christian: Que foda cara. Quer ir la pra casa?

Roberta: Não. Tudo o que eu preciso é de distância da Thay.

Christian: Porra Beta, eu não quero te ver daquele jeito de novo. Da tempo ao tempo, quem sabe a Thay volta atrás.

Roberta: Relaxa Chris, vai passar. Se eu sobrevivi da primeira vez, não será diferente agora.

Christian: É assim que eu gosto de ver a minha pentelha, pensando positivo! – Ele o abraçou e Beta sorriu.

Roberta: Faz tanto tempo que você não me chamava assim.

Christian: Era assim que eu te deixava com raiva, lembra? Você saia correndo atrás de mim, quando não me jogava o que estivesse por perto. – Beta continuo rindo.

Roberta: E eu tinha mira boa.

Christian: Eu sei e como sei! O tempo passa, a gente fica velho, começa a namorar e as coisas vão mudando.

Roberta: Sorte a minha que eu tenho você e que nossa amizade não mudou nada.

Christian: Sorte tua? Sorte minha de você não ter cansado de mim. A propósito, você já jantou?

Roberta: O que isso tem haver com o que estávamos conversando?

Christian: Nada, mas se eu for embora sem ver você comer, a May é capaz de me matar. E eu to com fome também, larguei o prato e vim pra ca. Borá devorar essa comida toda que eu trouxe?

Roberta: To sem fome, Chris.

Christian: Ah não, se você não comer, eu não como. Pelos velhos tempos, vai? – Beta sorriu.

Roberta: Ta bom, eu como. Mas não foi você quem cozinhou, né?

Christian: Claro que não, não sou louco de comer a minha comida. – Eles riram e se serviram.

Enquanto devoravam a comida, eles iam conversando. Chris falava sobre tudo a todo momento pra Beta se distrair um pouco. Algumas horas depois e Chris resolveu ir embora.

Christian: Eu to vazando, Beta. Amanhã acordo cedo.

Roberta: Ta bom. Obrigada pela companhia.

Christian: Se cuida tampinha, qualquer coisa me procura.

Roberta: Pode deixar. – Chris deu um beijo em Beta e retirou-se.

Agora era só ela e as lembranças que ela tentava esquecer. O silêncio às vezes se tornava seu melhor amigo e às vezes seu pior inimigo.

Roberta foi até seu quarto, arrumou sua cama e deitou-se. Ela permaneceu olhando o teto por alguns minutos enquanto lembrava que há poucos dias atrás, nessa mesma hora, ela estava deitada na cama de Thay e agora estava sozinha.

...cuando la vida te sonreír y despues juega con tus sentimientos.

Beta relembrava tudo o que havia acontecido desde que conheceu Thay. A primeira vez que se viram, o primeiro toque, o primeiro beijo, o primeiro ciúme, a primeira noite de amor, a primeira briga, as brincadeiras, as noites viradas, os risos, os carinhos, enfim, ficava cada vez mais difícil para ela aceitar o que estava acontecendo. Primeiro Thay aparece em sua vida, cura seus medos, devolve as esperanças, faz ela acreditar no que já não tinha fé e agora ela terminava tudo.

Foi tentando entender o que havia acontecido que ela acabou adormecendo.

No apartamento de Thay

Assim que Thay foi para seu quarto, ela escovou seus dentes e deitou-se. Assim como Roberta, ela também ficou olhando para o teto por alguns minutos e antes que as lembranças começassem a atormentá-la, ela resolveu pegar um livro para se distrair. Ao abrir a gaveta, ela viu um livro, um pouco empinado como se tivesse algo por debaixo dele. Ela colocou sua mão e a levou até o fundo até que sentiu algo em seus dedos, ela segurou o que havia sentido e tirou sua mão da gaveta. Era uma rosa, um pouco seca pelo ambiente em que se encontrava. Imediatamente ela lembrou do que May havia lhe contato e percebeu que aquela era a rosa que Beta havia tirado do buquê no dia do restaurante. Embaixo do livro também havia um pedaço de papel amassado, como se alguém tivesse o socado ali de qualquer jeito. Thay pegou o papel, abriu e começou a ler.

‘Eu quero deitar no seu colo quando der tudo errado. Eu quero chorar com você. Eu quero te fazer sorrir, eu quero te fazer feliz. Quando as coisas saírem de forma contrária ao que planejamos, eu quero pensar em uma forma melhor de fazer você entender que sempre vai dar certo se for com você. Quando você perder o chão, eu quero ser a primeira pessoa a segurar sua mão e a te mostrar que por maior que seja seu medo, eu te darei toda a minha confiança. Eu quero te provar que o mundo inteiro pouco importa se eu tiver você; que as dúvidas são mínimas, que a minha felicidade ao seu lado é maior do que qualquer coisa e eu não trocaria todos os dias ao seu lado por nada nessa vida nem em todas as outras. Que essa data se repita mais vezes e que eu possa ter você pra sempre ao meu lado. Eu te amo, muito!

Na primeira linha, as lágrimas já rolaram pelo rosto de Thay. Com certeza Roberta a daria esse texto no restaurante, junto com as rosas.

Thayane: O que eu fui fazer, meu Deus? O que eu fiz com você, Beta? O que eu fiz com nós e comigo mesma?

Thay chorou e se lamentou por um bom tempo até que o sono venceu e ela acabou adormecendo.

Na manhã seguinte ela acordou um pouco atrasada, tomou seu banho e saiu correndo, nem tomar café deu tempo, pois ela tinha uma reunião importantíssima e não queria chegar atrasada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijinho e breve mais emoções kk!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além da Eternidade - 1° temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.