Um ano e meio se passou. Isso mesmo que você leu, um ano e meio. E Aika cresceu bastante nesse meio tempo; já havia dado seus primeiros passos e dissera as primeiras palavras. Que por acaso foram "mama e papa".

E essas eram as primeiras palavras que Minato e Kushina ouviam todas as manhãs. A pequena Namikaze sempre dava um jeito de sair do berço sozinha e ia para o quarto dos pais acordá-los.

Mas naquele dia, isso aconteceu cedo demais:

– Papa, atoda (acorda). - Aika chamou-o, com a vozinha baixa e sonolenta. - Atoda, papa. - Chamou novamente, agora chaqualhando-o de leve.

Minato se remexeu na cama, e abriu os olhos para encontrar com os orbes azuis e inocentes que tanto conhecia. Sabendo que Aika nunca o acordava por nada, ele sentou-se na cama e esfregou o rosto antes de olhar pela janela. O céu de Konoha ainda estava escuro, embora não parecesse que o nascer do sol demoraria muito mais.

– Ainda está cedo. O que foi, My Melody? - Indagou o loiro, virando para a filha. Pelos olhinhos cansados, ele podia dizer que a ruiva não estava acordada porque queria; e notando que ela trazia seu coelhinho de pelúcia logo teve uma ideia: - Teve outro pesadelo?

Para a surpresa de Minato a pequena balançou a cabeça negativamente.

– Tem um gaoto (garoto) na pota (porta). – Ela anunciou. - Ele tá chamando você.

Com calma para não acordar Kushina, Minato se levantou, vestiu blusa e seguiu a filha até a sala. E quem estava na porta? Ninguém mais ninguém menos que Kakashi.

– Algum problema, Kakashi? - Perguntou o Namikaze agora mais sério.

– O Hokage quer falar conosco, sensei. Rin e Obito também já forma convocados.

– Certo. - Antes de ir, Minato virou-se para a filha. - Volte a dormir, Aika. Eu volto logo. - E saiu.

Kakashi já ia saguí-lo, mas o olhar que sentiu sobre si o fez parar. Olhou para dentro da casa, mas só quando baixou o olhar que viu. A filha de seu sensei o encarava com uma inocente curiosidade, parecendo estudar principalmente seu rosto coberto pela máscara.

– Você é aluno do papa? - Indagou a menor.

– Ehh... sou. - Kakashi respondeu, sem entender o poraue de uma garota tão pequena lhe perguntar isso.

A ruiva deu alguns passos a frente e o Hatake estava para perguntar o que ela queria quando a viu estender a pequena mão para ele.

– Pazê, sou a Aika.

Kakashi ficou sem saber o que fazer; não esperava uma atituda dessas vinda da pequena Namikaze. Achou que Minato estivesse falando como um pai quando disse que a filha era bem inteligente; e pelo sorriso doce da menina ele via que o apelido dado a ela por alguns da vila fazia sentido.

"Tomate-cereja" – Ele relembrou - "É, realmente tem haver com ela."

– Caham! - O pigaro da ruiva o trouxe de volta ao momento. - E você é... - Ela deixou a pergunta no ar.

E sem saber direito o porque, Kakashi apertou de volta a mão da menor.

– Hatake Kakashi.

– Kaka... shi... Kashi... - Era visível o esforço da menina para falar direito e o Hatake teve de conter uma risada pelas diverças expessões que ela fazia. - Kashi-chan?

A vontade de rir passou de imediato. Que apelidinho mais tosco! Kakashi até queria, mas não se atreveria a brigar com uma garotinha, principalmente quando a garota era filha de seu sensei.

E por falar nisso:

– O Minato-sensei não te mandou voltar pra cama?

– Ah, hai! - Aika confirmou com pressa, lembrando-se disso apenas agora também. - Até mais, Kashi-chan. - Ela acenou antes de correr para o quarto.

O Hatake apenas suspirou. Será que teria de aturar esse apelido para sempre?

"Claro que não, Kakashi. É só uma fase."– Confirmou para si mesmo, finalmente rumando para o prédio Hokage. - "Logo passa."