P.O.V Spencer

– Um café extra-forte e um descafeinado com leite, por favor. – digo assim que chegamos à cafeteria.

Aria procura uma mesa para nós. Pego o pedido, que é rapidamente preparado, e me junto a ela.

– Me lembre de novo o porquê das meninas não poderem ter vindo? – pergunto entregando o descafeinado dela.

– Hanna não foi pra escola hoje, Emily tem treino de natação e a Alison ensaio para as lideres. – Aria diz suspirando.

– Aria. – digo – Entendo que tem sido difícil para você após o divorcio e sei que você está se saindo bem, cuidando do Mike, da casa e do seu pai. Mas acho que é muita coisa para você.

– Eu se Spencer. Eu não estou mais agüentando. Não sabia que seria tão difícil. – diz Aria, tomo um gole de café - Mas não é isso que está me preocupando.

– O que é então? – pergunto curiosa. Aria era minha preferida, entre as meninas. Nunca havíamos brigado, e não havia segredos entre nós.

– Meu pai vai se mudar para Nova York. – ela diz.

– O que? – digo – Não. Você não pode ir, em pleno começo do ano letivo.

– Eu sei, mas é por causa da Meredith. – Meredith. Ela foi a principal causa do divórcio dos pais da Ari. Foi por causa dela que Aria começou a ficar estranha.

– Não. Você não pode ir. – digo. Eu nunca vou deixar aquela vadia levar a minha melhor amiga para longe. – Porque não contou pra gente?

– Eu não sei, acho que fiquei com medo. De perder vocês, de voltar a ser a Aria estranha do ano passado. – Achei que ela começaria a chorar. E foi isso que aconteceu. Eu a abracei, ela chorou. Chorou tudo o que não tinha chorado nesse tempo todo.

– Calma Aria. Eu não vou deixar você ir embora. Você pode ficar na minha casa, por um tempo. Seu pai nunca irá embora sem você. – digo.

– Spencer, eu sou menor de idade, não posso morar sozinha. – ela diz, como se eu não soubesse. Aria é a única de nós que ainda é menor de idade.

– Eu sei, mas você pode ficar comigo até o seu aniversário, daqui a 2 meses. – digo.

– Obrigada. – diz ela, secando as lágrimas e tomando o que restou do seu café. – Mas o que você queria me contar?

– Nada. – digo. Após um choque desse, eu não poderia contar que serei tutora do Toby, o nosso inimigo, mesmo sabendo que ela não da a mínima.

– Spencer, eu te contei o meu segredo. Eu confio em você, e sei que não vai contar para ninguém até termos resolvido a situação. Porque não quer me contar? – Aria pode ser a mais baixa e a mais nova de nós, mas ela sempre tem certeza.

– Tudo bem. – digo após um suspiro. – Eu vou ser a nova explicadora do Toby Cavanaught.

– Oh, Spencer! Isso é demais! – disse Aria, animada. Por acaso ela tinha ouvido o que eu tinha dito? – Sei que você está com o pé atrás com o Toby, mas quem sabe vocês não se conhecem melhor, e você vê que ele é uma pessoa totalmente diferente do que era.

– Do que você está falando? – digo, mas ela ignora tomando um pouco de café. – Você está a fim do Toby!

– Ah meu deus, Spencer. Você viaja na maionese! Eu não estou a fim do Tobias. Você está! – diz ela como que isso fosse evidente.

– Lógico que não, Aria! Você está doida! – digo.

– Spencer, o que eu preciso fazer para você se tocar que ele mudou? – diz ela. Como ela deveria ter tanta certeza disso? – Ele é legal, Spencer. E para provar, vamos investigá-lo.

– O que? – Aquilo era um absurdo. O que ela tinha na cabeça? Com certeza aquele café fez mal para ela.

– Juntas. Amanhã depois da escola, vamos segui-lo. Se você vir alguma coisa suspeita, eu paro de pegar no seu pé. – diz ela. – E se eu estiver certa, eu quero ser a madrinha do seu casamento!

Depois daquilo, gargalhamos até ficar sem fôlego. Aria foi embora logo depois, pois ia para o shopping com a Ali. Elas iam começar a operação “Aria pega Fitz”. Eu estava anciosa para ver o desfecho dessa operação.

O ano mal começou e todas as meninas já haviam ganhado um paquera. Aria e Fitz, Alison e Noel. Ok, todas não. Apenas Aria e Alison.

– Spencer! – Emily veio me cumprimentar ao me ver sentada na cafeteria.

– Emily, oi! – digo.

– Acho que estou um pouco atrasada. – diz ela. Sim estava, mas não era importante. Decidi manter aquilo em segredo com a Aria, afinal tínhamos uma nova operação a fazer. – O treino prolongou e não sabia se você ainda estava aqui.

– Estou, Aria saiu agora pouco. – digo. – Tem noticias da Hanna?

– Não, mas estava indo na casa da Hanna agora. Quer ir comigo? – diz ela, pagando o biscoito que havia comprado.

Entramos no carro e seguimos o percurso. Hanna não morava longe, era só descer a rua da ponte e atravessar o shopping. Contei a Emily que Aria foi se preparar para a operação Fitz. Ela riu. Ela me disse que começou a conversar com uma menina do time de natação, Maya; disse que ela era bonita e legal. Nós já estávamos acostumadas com a opção dela, e para nós estava tudo certo, desde que ela estivesse feliz.

Batemos à porta e Hanna abriu. Ela estava com os olhos inchados, só podia significar uma coisa. Ela estava chorando.