P.O.V Spencer

Chegamos a um hotel, parecia estar abandonado. Ele tocou a campainha e logo um rapaz veio nos atender. Ele nos deu a chave de um quarto e eu o segui. Chegamos a um quarto pequeno onde estavam algumas das coisas dele.

– Você vem aqui sempre? – digo após me sentar na cama.

– Às vezes. Fiquei aqui um tempo depois de sair da clínica. – ele disse observando o sol, seus olhos ficaram claros e tinham certo brilho especial.

– Então você saiu antes da clínica? – ele confirmou com a cabeça. – Então porque não voltou antes?

– Depois que a Jenna ficou cega, meu pai não confiou mais em mim. Jogou a culpa para a morte da minha mãe e disse que talvez eu tivesse o mesmo problema que ela. Naquela época, Jenna acreditou que eu tinha a cegado. E acho que acredita até hoje. Ela me molestava e eu não gostava e fiquei com muita raiva. Mas nunca pensei em fazer aquilo. Agradeço a Alison por deixar aquela vadia cega. Mas assumir a culpa não foi nada fácil. – ele disse suspirando. – Mas até que foi bom. Claro, as pessoas ficam com um pouco de medo de mim, mas logo passa. Jenna não me trata igual antes. E se eu contasse para as pessoas que foi vocês que a cegaram, não seria muito legal. Eu teria mentido para um oficial de justiça e traria muita confusão.

– Mas porque você aceitou na época? Se a Alison sabia que você não abusava da Jenna, porque guardou segredo? – digo, intrigada. Estava adorando esse negócio de investigação. Estava me sentindo a Hanna.

– Jenna convenceria a todos que eu fazia aquilo. E também não estava satisfeito com o que estava acontecendo em Rosewood. O casamento do meu pai, Jenna e seus problemas... É tudo muito complicado. – ele disse.

– E porque tivemos que vir para cá? – digo, confusa. – Quer dizer, porque não me disse na sua casa?

– Alguém vem cercando minha casa desde que mudei. Não sei ao certo quem é. E também tem meu pai e a Jenna. Não quero que saibam a verdade. – ele disse, parecendo triste.

As meninas estavam perplexas, não sabiam do quanto ele tinha sofrido. Ele parecia de verdade uma boa pessoa. Decidi que iria o ajudá-lo dali para frente.

– Espere um minuto. – Aria disse. – Tudo bem, ele guardou o segredo, mas ele pode ter mandando a mensagem para a Alison.

– Eu sei, eu também pensei nisso. – Alison disse. – No começo, achei que era o Tobby querendo se vingar. Mas não sabia que ele iria tão longe.

– Não, o Tobby não faria isso. – Emily disse. – Pelo que a Spencer disse ele é uma boa pessoa. A pessoa que fez isso com você não é boa pessoa.

– Talvez seja alguém da máfia russa! – Hanna disse. – Pensa bem, Alison. Alguém descobriu o que a gente fez com a Jenna e neste exato momento estão filmando a gente.

– Não viaja Hanna! – digo, achando a idéia absurda. – O tobby não fez isso com você Alison. Ele não seria capaz de fazer isso. Ele te agradeceria pelo o que fez com a Jenna.

– Aconteceu mais alguma coisa depois disso? – Aria disse enquanto Alison e todas continuavam pensativas. – Mais algum “acidente”?

– Não. – ela respondeu. – Talvez tenha sido uma brincadeira.

– Uma brincadeira de muito mal gosto. – Emily disse ao se lembrar da história. – E se esse maluco voltar a te perseguir?

– Ele vai se arrepender. Eu juro! – Alison respondeu.

– Vamos mudar de assunto! – digo. – Aria nos conte sobre o seu encontro.

– Na verdade não é bem um encontro. Vamos tomar café na Philadelphia. Não tenho muito o que contar. – ela disse. – Estou animada, mas acho que tem outra pessoa que deve nos contar algumas coisas. – ela apontou para a Hanna, que ficou com cara de ‘o quê?’ – O cara da loja!

– Que cara da loja? – Alison disse – Hanna arrasando corações.

– Não é nada de mais. A Aria está exagerando. É apenas um carinha bonitinho que pediu meu telefone. – ela disse e depois deu umas risadinhas.

– Meu deus! Hanna! – digo – Qual o nome dele?

– Caleb – ela diz envergonhada. – Spence, você não pode falar nada, porque você está perdidamente apaixonada pelo Tobby Cavanaught.

– Você é doida? Eu não gosto do Tobby, seria muito estranho isso. Você deve ter bebido. – digo – Tenho aula agora, depois nos falamos. Boa sorte hoje, Aria!

Saio andando devagar, mas consigo as ouvir dizendo:

– Ela ficou com vergonha por causa dele.

P.O.V Aria

O refeitório se esvaziou rapidamente, mas ainda tinha muitas aulas antes de me encontrar com o Ezra. Ainda estava esperando a mensagem com o endereço que chegou dez minutos antes do final da ultima aula. Fui para casa e me arrumei. Procurei na internet o lugar e procurei a rota de condução para ir. As horas se passaram e logo deu a hora do encontro. Eu estava pronta, na hora e no lugar que havíamos combinado. Agora só faltava ele.

P.O.V Alison

Estava andando com a Emily pelo shopping quando paramos na loja de cupcakes. Ficamos conversando um pouco, imaginando como a Aria estaria se sentindo naquele momento e também o que a Hanna estaria fazendo. Tudo estava bem. Eu gosto da Emily. Mas estou meio confusa com os meus sentimentos. Ela é super engraçada, gente boa e linda. Ela realmente me faz sentir uma pessoa boa, por mais das barbaridades que eu fale ( ou falava) das pessoas.

– Emily! – uma garota disse ao se aproximar.

– Oi Maya! – Emily a cumprimentou com um beijo no rosto. – Essa é a Alison, minha amiga.

A garota mal olhou para mim. Elas iriam ao baile dos calouros juntas, participavam do mesmo grupo de natação e faziam um belo casal. Odiava essa garota, mas não sei o porquê. Talvez eu sinta algo pela Emily, talvez...