P.O.V Emily

Desde que a Maya saiu, Alison tem estado diferente. Ela está mais fria, sempre ignorando o que eu falo a respeito do baile e principalmente a respeito da Maya. Eu sempre ouvia tudo o que ela dizia sobre o Noel sem reclamar e com um sorriso no rosto, mas ela não pode fazer isso. Era sua obrigação como minha melhor amiga.

–Alison, o que tá pegando?

–Nada, eu não estou pegando ninguém. Pensei em pegar o Noel, mas a essa altura eu nem sei mais o que eu quero. – ela disse suspirando.

–Não é isso. – digo. Loiras como sempre burras. – O que você tem? Porque você ficou tão diferente quando conheceu a Maya que até acho que vocês já se conheciam e que não se gostavam.

–Não, Emily. – ela responde. – É só que... Não fui com a cara dela. Ela não parece ser seu tipo.

–O que? – digo, parando de andar e olhando para sua cara. – Eu tive que te aturar falando do Noel sem reclamar e ainda fiquei do seu lado quando as meninas falaram que não confiaram nele. Você acha que eu confio? Não, eu não confio! Mas mesmo assim, me forcei a confiar porque é isso que amigas fazem. Ajudam umas as outras e escutam umas as outras. Mas parece que você apenas gosta de ser escutada, e quando chega a sua hora de retribuir fica deste jeito. – após falar fui embora.

Eu estava certa. Normalmente eu sempre acho que Alison está certa, sempre a defendo. Mas pela primeira vez quem tinha a certeza era eu a certa. Era justo. Uma amizade é sustentada por duas pessoas que se ajudam. Mas ela não queria me ajudar, ela só se importa consigo mesma. E as pessoas têm um pouco de razão quando dizem que ela é egoísta e manipuladora. Ela nos forçou cegar a Jenna, e foi por culpa dela que Toby sofreu tanto e foi chamado de psicopata pelo próprio pai. Ela fez todos sofrerem.

Fui para o colégio praticar um pouco. Sempre relaxava quando nadava. Sozinha no escuro. Era perfeito. Mas não me senti sozinha naquela tarde, parecia que havia alguém comigo. Estava mergulhando, quando o ralo começou a puxar o meu cabelo, que estava solto sem a touca. Estava muito forte, não conseguia sair. Tentei gritar, mas isso apenas dificultou o tempo que eu iria passar de baixo da água. Meus olhos começaram a se fechar e o ar se deu por vencido. Quando acordei estava deitada a beira da piscina e Alison estava do meu lado. Tosci um pouco, tentando acordar totalmente. O que tinha acontecido? E porque ela estava do meu lado?

P.O.V Aria

–Oi! Desculpe a demora. – ele disse sentando-se na cadeira. – Tive que corrigir umas provas.

–Tudo bem, eu também acabei de chegar. – digo após Ezra chegar. Ele estava quinze minutos atrasado, mas se dissesse isso, acho que forçaria a barra.

–Já fez o seu pedido? – ele disse colocando a pasta no chão e apoiando o cotovelo sobre a mesa. – Claro que já fez, desculpe. – ele disse encarando a minha xícara.

–Cheguei um pouco cedo porque gosto de ler em cafeterias. O café sempre me acompanha nas leituras não sei dá um toque...

–Especial? – ele diz e depois sorri. – Sinto o mesmo. Sabe Aria, para ser sincero com você, não parei de pensar em você. Oh, meu Deus. – ele disse fazendo uma pausa e pedindo o seu café, descafeinado com espuma. – Eu quis dizer que desde que conversamos percebi que você é mente aberta, tem personalidade. Você é diferente de tudo o que eu já vi.

–Isso é um elogio? – eu digo com um leve sorriso.

–Sim. – ele responde e rimos um pouco.

–Fico lisonjeada. – digo após tomar um gole do meu café. – Já que o Sr. Fitz já fez uma analise minha, agora é a minha vez.

–Vamos lá! Estou ansioso! – ele diz sorrindo e apoiando a xícara sobre o descanso de copos.

–Ezra Fitz. Professor de literatura, que não gosta de aceitar a opção de culpar um homem. – ele ri após eu mencionar a nossa ultima conversa. – Refere-se a suas alunas como amigas e as acha diferente. Gosta de ler livros enquanto toma café e de longos passeios pela praia ouvindo o som dos golfinhos. – digo esta frase num tom de brincadeira. - E, principalmente, é o professor mais incrível do mundo.

–Parabéns! – ele aplaude. – Me descreveu perfeitamente. Se bem que eu não sei a sensação de caminhas pela praia com barulhos de golfinhos.

–É maravilhoso! Você não sabe o que está perdendo! – digo, quando termino o meu café.

–Quem sabe um dia você não me leva para ver... – ele diz sorrindo. – Mas mudando de assunto... Acha mesmo que sou o professor mais incrível do mundo. – ele pergunta levantando uma das sobrancelhas me fazendo gargalhar.

–Me pergunte quando sairmos novamente, Sr. Fitz! – digo com um sorriso misterioso no rosto.

Coloco uma nota de dez dólares na mesa. Ele pega meu dinheiro e me entrega, e no lugar dos meus dez dólares ele coloca uma nota de vinte. Conversamos mais um pouco andando até o ponto de ônibus. Ele não é apenas elegante, charmoso e bonito. Ele é simpático, engraçado e tem um ótimo gosto musical.

–Foi muito bom sair com você, Srta. Montgomery.

–Digo o mesmo Sr. Fitz. - Deposito um beijo em sua bochecha que o deixa com um sorriso bobo. Embarco no ônibus e volto para Rosewoold. Coloco os fones e começo a ouvir música enquanto observo a paisagem da Philadelphia sumir.

Meu celular vibra e vejo que há duas novas mensagens. Uma da Hanna, perguntando como tinha sido o encontro. E outra de um número privado.

“Não se preocupe Aria. Namorar um professor é super normal. Pergunte ao seu pai. Ele com certeza sabe tudo sobre este assunto. Kisses –A.”

Minha mão ficou trêmula, quase derrubei meu celular no chão. Uma brisa gelada envolve meu corpo, me fazendo passar mal. Como alguém poderia saber sobre isso? Apenas as minhas amigas sabiam disto. Quem era –A? E o que ele queria comigo?