Rede de Mentiras escrita por Gaby Molina


Capítulo 9
Capítulo 9 - O Pior Mentiroso


Notas iniciais do capítulo

Ninguém acertou a origem do nome do Fletcher, socorro. Vou dar mais dicas porque sim, já que tem muita gente que tá curiosa.

1o) Fletcher não é um primeiro nome comum.Porém, é um sobrenome bem mais comum.
2o) O Monstro (com letra maiúscula, como no elfo) não gosta muito desse cara.
3o) Então, sim, é um personagem.

Acho que se vocês descobrirem quem é vai ficar bem clara a relação entre os dois. Boa sorte :3



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Well, reality is due

What you say just can't be true

When the story is streched and so far-fetched

That you're lacking an excuse

You lied.

You Lied, Green Day

Clarissa

— Você parece exausta. Sequer está me ouvindo?

— Estou me esforçando.

— Pode ir dormir, não tem problema.

— E te deixar aqui?

Fletcher deu de ombros.

— Ah é, não vamos deixar Fletcher Kingston sozinho, afinal, ele não está acostumado com isso.

— Bem, costumes não são necessariamente bons.

— Então dorme aqui, até deixo você amassar meu estômago. Não dói mais tanto.

A ferida em seu lábio ainda era visível, e eu apostaria que o estômago não estava nem um pouco melhor.

— Não vamos fazer disso um costume.

Ele me encarou por um momento.

— Vai dormir, Clarissa. Não precisa ficar cuidando de mim — murmurou ele.

— Olha, eu só... — fiz uma pausa para espirrar.

— Saúde — disse ele. — É isso, vamos para o dormitório. O vento claramente não está te fazendo bem.

— Eu estou legal, foi só um espirro. Não precisa ficar cuidando de mim.

Ele me ignorou e se levantou, me puxando junto. Acabamos no dormitório. Deitei-me na minha cama e Fletcher sentou-se no tapete, encostado na cama.

— Ok, isso parece desconfortável — falei.

— Na verdade, não. É surpreendentemente bom, quer testar?

Dei de ombros, mas sentei-me ao lado dele. Era melhor do que eu teria imaginado.

— Está com febre? — perguntou ele, e pôs as costas da mão na minha testa.

— Eu estou bem — revirei os olhos, mas depois fitei-o. — Estou?

— Não sei — ele abriu um sorriso torto. — Acabo de perceber que não sei medir febre direito. Minha mão está gelada demais. Alguma outra coisa? Dor de cabeça, dor muscular, outros sintomas de gripe que eu deveria saber, mas não sei?

— Gostei do tom, bastante médico da sua parte.

— Elena — ele deu de ombros. — É só eu tossir uma vez que ela já acha que eu tenho câncer, acabei pegando a mania. Ah — ele se lembrou. — Elena estava estudando para ser enfermeira antes de vir para cá.

— Ela sabe que não ia poder usar os sapatos dela no trabalho?

Ele riu.

— Boa pergunta. Você vai acabar dormindo, sabe.

Encostei a cabeça em seu ombro.

— Que perseguição, puta merda.

— Não fale alto, senão vamos acordar a Elena.

Ficamos em silêncio por um minuto, até que Fletcher soltou uma risada.

— No que está pensando?

— É engraçado como eles acham que vão entender e curar o que se passa nas nossas cabeças — disse ele. — Quero dizer, nem eu entendo a minha mente. Estou sozinho dentro dela. Não há mapa, nem estrada. Ela é especial, assim como a sua.

Ergui a cabeça, e percebi que ele me observava do jeito que vinha me observando nos últimos dias. Assim, respirei fundo e tomei coragem para dizer:

— Tem alguma coisa aqui, não é? Não está acontecendo só na minha cabeça?

Ele estreitou os olhos.

— Do que você está falando?

Ele não me faria dizer, certo? Ele não era tão cuzão assim.

Certo?

— Você sabe do quê.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Acho você está interpretando mal a situação.

Ergui uma sobrancelha de volta.

— Estou, Fletcher? É mesmo?

— Você... Você é a menina da pulseira, eu não...

— Não, eu não sou. A gente...

— Deveríamos dormir — ele se mexeu e minha cabeça caiu, perdendo o apoio.

— Bacana, vamos dormir — revirei os olhos. — Quer saber, esqueça que eu disse qualquer coisa.

— Você não pode seriamente ficar brava por isso, Clarissa.

Eu já estava debaixo dos cobertores.

— Brava pelo quê?

Ele suspirou.

— Boa noite, Clarissa.

— Boa noite.

Fletcher

Meu olhar estava inevitavelmente cravado nela o café-da-manhã inteiro.

— Vocês dois estão bem? — Elena ergueu uma sobrancelha. — Quero dizer, a tensão já está quase se tornando um substantivo concreto aqui.

— Nenhuma tensão — Clarissa esboçou um sorriso. — Que tensão?

Elena olhou para mim. Ela não queria saber de Clarissa, queria saber por mim.

— Se ela disse que estamos bem, estamos bem — murmurei, enfiando mais cereal na boca.

— É, é fácil assim — Clarissa murmurou também.

— Eu vou me levantar — anunciou Elena. — E vocês dois vão resolver isso. E eu não quero saber. Eu realmente não quero saber.

E então ela fez isso, deixando a cozinha. Continuei observando Clarissa, que já estava ficando enrubescida.

— Já disse para esquecer — ela pediu.

— Não, eu não vou esquecer. Você nunca é sincera sobre nada, e foi sincera em relação a isso. Foi difícil para você, eu sei que foi, e eu não deveria ter sido tão insensível.

— Ok, pare — ela me encarou, esboçando um sorriso entretido. — Eu não sou a vítima aqui. Não preciso de proteção. Guarde o discurso heroico para outra pessoa.

— Eu não tenho outra pessoa.

— Exatamente — disse ela, se levantando.

Eu me levantei também e a segui.

— Você quer que eu diga que estou a fim de você, ou algo do tipo?

— Eu não quero que você diga nada, Fletcher.

— Se eu dissesse, não seria a verdade.

— Está bem.

— Você não acredita em mim. Meu Deus, Clarissa, não se ache.

Ela riu.

— Eu não estou dizendo nada! Não acredite em tudo o que você pensa!

Já estávamos no corredor, e eu não sabia para onde estávamos indo, ou se sequer tínhamos uma destinação. Só sabia que eu estava resignado de todos os outros pensamentos que não aquele.

— Então, qual o objetivo dessa conversa?

— É você que está fazendo a conversa, Fletcher, eu estou apenas ouvindo.

— Eu não sei de quantas maneiras eu posso dizer isso para você entender.

— Vamos lá, tente.

— Eu não gosto de você.

— Já entendi.

— Você está achando isso engraçado?

— É um pouco engraçado, sim.

— Sua autoestima não é tão alta assim.

— Minha autoestima não é nem um pouco alta. Seu tom desesperado que é a graça.

— Tá, você acha que eu gosto de você?

— Eu não acho nada.

— Está bem, vou te mostrar.

Sem pensar no assunto por mais de meio segundo, apertei o passo para alcançá-la e em um movimento só prensei-a contra a parede do corredor, erguendo-a para que ficássemos da mesma altura e prendendo-a com meu corpo. Eu sentia seu coração batendo contra o meu, a respiração desritmada pelo susto. Seus olhos, mais claros que os meus, começavam a se acalmar.

E então eu juntei nossos lábios, acariciando seu cabelo castanho e sentindo o cheiro de seu shampoo de... framboesa? Bem, foda-se. Ela não reagiu a princípio, mas depois pude senti-la retribuindo o beijo. Ela pôs os braços ao redor do meu pescoço, nos juntando mais, e era como se fôssemos duas pessoas completamente diferentes, como se todos os nossos defeitos, que basicamente nos constituíam, não fossem importantes. Talvez aquele próprio beijo fosse resultado de nossos defeitos.

Quando nos separamos, ela tomou um momento para recuperar o ar e me fitou por um momento, sem saber direito o que fazer, e eu sabia que uma coisa eu atingira: agora era a guarda dela que estava baixa.

Mas eu ainda tinha que provar meu ponto.

— Viu? Não senti nada — desafiei-a, soltando-a devagar.

Pensei que ela fosse ficar brava, ou retrucar, ou simplesmente sair andando. Basicamente, pensei que ela fosse ter uma daquelas reações que garotas geralmente têm quando você as beija e depois diz que não significou nada.

— Sabe qual é o pior mentiroso, Fletcher? — não havia mais sorriso, mas também não havia uma carranca. — O que acredita na própria mentira.

Ergui os braços, me afastando.

— Como quiser — e entrei no dormitório.

Clarissa

Era como um jogo. Não com Fletcher, mas com a minha própria cabeça, onde eu podia sentir dezenas de Mini Clarissas correndo por aí e fazendo baderna. Meus lábios não paravam de formigar, e eu sabia que era puramente psicológico, porque eu ainda sentia a parte ferida da boca de Fletcher no canto da minha.

Era por isso que estávamos naquele lugar. Era por isso que não podíamos ter vidas normais. Claramente não estávamos aptos a tal coisa. Eu dissera a Fletcher que ele estava afundando na própria mentira, mas era eu quem estava. E por quê? Eu não estava apaixonada por ele nem nada, não podia jogar a culpa em meus sentimentos. Não queria que ele me beijasse, mas não o afastei.

Ou queria? Ele devia pensar que eu o manipulara, mas na verdade era a minha cabeça que estava um lixo.

Fora um bom beijo. Eu sabia disso. Como ele podia não saber disso? Elena, Elena, Elena. Ele estava pensando em Elena? Ou era eu quem estava?

Eu queria falar com alguém, mas não tinha com quem falar. Foi então que notei que não tinha amigos, e acabara de foder de forma provavelmente permanente minha relação com a pessoa que estava mais próxima disso.

Fletcher, Fletcher, Elena, Ethan, Fletcher, Fletcher, Fletcher...

Cinco minutos depois estava na sala da psiquiatra, sem horário marcado.

Fletcher

— Você parece prestes a me contar que tem câncer — Elena esboçou um sorriso.

Eu não olhava para ela.

— Posso ter um tumor no cérebro, isso explicaria muita coisa.

Elena se aproximou de mim, prestes a segurar minha mão, mas eu a afastei. Eu sentia como se a tivesse traído, mesmo que ela não fosse e jamais fosse ser minha namorada, e mesmo que eu nem tivesse mais certeza de que um dia quisera que ela fosse. Eu não me sentira daquele jeito nem quando beijara Jessie, então por que agora doía tanto?

— Você viu a Clarissa?

— Não desde o café — murmurei, esperando que ela não notasse.

Ela sempre notava.

— Fletch.

— Nunca entendi por que você me chama assim.

— Bem, por que você me chama de Ellie?

— Porque... Porque você é a Ellie. Só.

Clarissa

— E, sabe, eu acho que deveria me relacionar com alguém mentalmente estável, que fosse me levar para o caminho da sanidade, certo? — fitei Teresa. — Porque eu não me sinto sã agora. Nem um pouco. Por que você está sorrindo?

Teresa parou de sorrir.

— Desculpe. É só que vocês são fofos juntos.

— Teresa!

— Mas é! Toda essa coisa convencional de "Eu sou ruim para você" e o não muito convencional "Ah, cala a boca, seu viadinho". — ela balançou a cabeça. — Perdão. Me exaltei. Certo... Vocês dois empurram um ao outro até o limite o tempo todo, uma hora a coisa toda explodiria de algum jeito.

— Ele me beijou para provar que estava certo!

— E você está brava por isso?

— Eu... Não, eu... — franzi o cenho. — Eu não sei. Eu deveria estar?

— Não posso te dizer como se sentir, Clarissa.

— Não, é que... Acho que eu não sei mais como é. Sentir alguma coisa de verdade, entende. Eu não sei mais diferenciar. Isso contribui para o fato de que eu não tenho amigos e a única pessoa para quem contei que beijei um cara foi a minha psiquiatra.

— Tem a Hora da Amizade, hoje. Por que você não tenta fazer um amigo?

— É, minha última hora da amizade não deu muito certo.

Teresa ergueu uma sobrancelha.

— Tente, Clarissa. Não vai conseguir se não tentar.

Quando abri a boca para retorquir, a porta se escancarou.

— Kingston, ninguém te ensinou a bater? — ergui uma sobrancelha.

— Está na hora da minha consulta, Clarissa — Fletcher retrucou, parado no batente.

— Esperem, podemos resolver is... — Teresa começou.

— Tudo bem, já acabei — levantei-me. — Tchau, Teresa.

Fitei Fletcher por um momento enquanto passava e notei os olhos dele me acompanhando.

* * *

— Clarissa, você está encarando. Não é gentil encarar.

Roubei mais Ruffles de Ethan.

Fletcher não é gentil. Ele está me provocando.

Ethan ergueu uma sobrancelha.

— Por que ele te provocaria?

— Esqueça que eu disse isso.

— Espere, Fletcher está... — Elena estreitou os olhos, se aproximando de nós.

— Conversando com uma garota aleatória. Educadamente — Ethan fez uma pausa. — Quer Ruffles?

Houve um segundo de silêncio antes de Elena pegar um pouco de Ruffles e sentar-se conosco no jardim.

— Vocês conhecem ela? — perguntei.

— Do karaokê — respondeu Elena. — Callie, ou algo assim — ela revirou os olhos. — Que merda de nome é Callie?

— Alguém está com ciúme — Ethan provocou.

— Eu estou com ciúme, seu panaca.

— Panaca — ele repetiu, se divertindo. — Uau, essa doeu.

— Ele não fala com garotas aleatórias — Elena murmurou. Depois se voltou para mim. — Hum, mais ou menos. Mas você não é... Sabe o que quero dizer! Fletcher não consegue sustentar uma conversa normal com outro ser humano!

— Nisso concordamos — murmurei.

Mas, mesmo assim, ali estava ele, sentado num banco de pedra conversando com a tal Callie. Morena, alta, sorridente Callie. Há mais de quinze minutos.

— Tirei o nome da Clarissa na Hora da Amizade — comentou Ethan. — Achei que estivesse com sorte, mas o plano dela é sentar aqui por uma hora com essa cara de ultraje.

Elena me encarou por um minuto, como se tentasse ver minha alma. Era ligeiramente assustador, mas eu não me sentia ameaçada, pois não tinha certeza de que ela encontraria mais do que um buraco negro.

— Callie tem que morrer — ela resmungou.

Observei um sorriso leve se formar no canto do lábio ferido de Fletcher. Não era com Callie que eu me importava.

* * *

Quando a Hora terminou, Elena gritou:

— Ei, seu grandessíssimo energúmeno!

— Grandessíssimo energúmeno — Ethan repetiu. — Seus xingamentos me inspiram.

Ela ignorou-o. Fletcher apontou para si mesmo como se perguntasse "Eu?".

Não, o papa, Kingston. O papa.

Em minha defesa, a raiva de Elena era contagiosa. Os sentimentos não eram propriamente meus. Porque eu não era lá muito sentimental, principalmente se tratando de alguém como Fletcher.

Não havia o que fazer. Eu apenas fugi para o telhado, mesmo que ainda fosse dia e que eu estivesse em plenas condições de ser pega.

Eu apenas me sentei. Depois de muito o tempo, o por-do-sol apareceu. Eu não conseguia mais vê-lo como uma ocasião feliz, e odiei Fletcher por isso. Aquele ódio me fez desistir de convencer a mim mesma que só estava perturbada por causa de Elena.

Eu queria que Fletcher se sentasse comigo e me contasse sobre suas teorias depressivas sobre a vida e as pessoas. Eu não queria brigar com ele, eu não queria que nada mudasse. Eu só queria ser a pessoa com quem ele contava. Em quem ele confiava. E não Teresa. Eu gostava muito de Teresa, mas ela não entendia.

Comecei a entender como Elena se sentiu quando eu apareci. Mas agora era tarde demais, eu já era parte da vida dele. Mas Callie, e sabe se lá quantas outras? Essas não eram importantes, e nem seriam. Eu queria Fletcher ali comigo quase tanto quanto queria que o sol nascesse de novo depois do por-do-sol.

E eu o odiava por isso.

Fletcher

— Às vezes imagino o mundo explodindo, e que imagem bela essa seria — contei a Callie enquanto caminhávamos. — Sem despedidas. Sem segundas chances. E ficaria tudo bem, porque ninguém realmente se conhecia, sabe?

Ela me encarava como se eu tivesse acabado de dizer que apreciava enforcar crianças no meu tempo livre.

— Fletcher... Isso é meio... errado.

— Você se surpreenderia com a quantidade de níveis de "errado" que existem.

Ela assentiu, apertando os lábios cheios, mas não contribuiu para o desenvolvimento do diálogo. Merda, o que eu estava fazendo?

—... Tá, eu não imaginava que alguém como você entendesse.

Ela pareceu ofendida.

— Bulimia é uma doença séria, Fletcher.

— Eu sei que é. Mas, ainda assim, você não quer que o mundo exploda, quer? Essa é a diferença entre nós — encarei-a. — Você maltrata a si mesma. Mas eu não quero só me explodir. Eu quero levar todo mundo comigo. Mas eu já fiz isso hoje, e não suportaria fazer com você também. Então... Me desculpe, mas... Eu tenho umas janelas para escalar.

— Você... Eu me sinto ofendida!

— Ah, perdoe-me por indiretamente querer explodir você. Mas não entendo qual é o grande problema, já que você quer se explodir também — balancei a cabeça. — Certo, isso foi insensível, e você se importa. Por isso eu vou, hum, parar de falar com você agora. Foi muito bom conhecê-la. Tchau!

Bem, foi uma conversa de pelo menos duas horas antes de eu não conseguir mais esconder o Fletcher Sombrio. Tinha de ser um novo recorde.

Corri pelo jardim até as janelas laterais do casarão, rezando para que o orgulho de Clarissa não tivesse falado mais alto. Mas lá estava ela. Sem dizer nada, sentei-me ao seu lado. Ficamos em silêncio por um minuto, até que eu o quebrei:

— Eu falei para uma garota que eu queria explodi-la — comentei.

Clarissa esboçou um sorriso.

— Isso foi antes ou depois de ela esfregar os peitos dela em você?

— Antes. E então ela começou a dançar Macarena com os Ursinhos Carinhosos.

— Acontece muito.

— Eu sei, certo?

Fitamo-nos por um momento, e então ela apenas encostou a cabeça no meu ombro. O silêncio era preenchido, como sempre. Ela não sentia a necessidade de falar, e nem eu. De alguma forma, eu sabia que ficaríamos bem. E aquele era um pressentimento que eu não tinha há muito tempo.


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