A Procura do Desconhecido escrita por Sofia Forbes


Capítulo 18
What?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Queria dizer que estou feliz com o andamento dessa história, obrigada leitores!
Boa leitura!
P.S. Personagens novos!!! Os pais do John vão finalmente aparecer.



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(Versão Toni)

Depois que Care desmaiou no carro, fiquei mais desesperado ainda. A culpa era minha, totalmente minha. Fui eu que se jogou em cima do cara, então fui o responsável pelo disparo da arma. Não conseguia pensar nas conseqüências que poderia acontecer a ela, isso me enojava; me enojava tanto que antes de entrar no carro e seguir para o hospital mais próximo, vomitei.

Henry, que estava sendo seguido pelos outros, seguiu o mais rápido possível pela estrada. Marie tentou chamá-la várias vezes, mas ela não abria os olhos. Havia sangue por toda parte, e por um breve momento, agradeci por Care estar desacordada. Já tínhamos andado uns 20 km, quando entramos na cidade e rumamos para o hospital. Andamos por mais 10min até avistarmos um hospital. Henry estacionou o carro numa vaga, peguei Caroline no colo, e corri até a entrada do departamento de emergência.

– ALGUÉM ME AJUDA! ELA FOI BALEADA! – gritava feito um louco.

Três enfermeiras apareceram com uma maca, coloquei-a em cima, e elas a levaram, me impedindo de entrar.

(...)

– Calma Toni, ela vai ficar bem. – Alice me consolava, enquanto esperávamos ansiosos por noticias de Care, que já fazia duas horas que havia sido levada.

– Belle? O que você tem? Está estranha desde que voltou? – Clary perguntou para uma certa Isabelle muito quieta, que estava sentada sozinha no canto da sala de espera.

– Hum... Eu?... Que isso, nada, estou bem. – Ela meio que tentou disfarçar com um pequeno sorriso de canto.

– Vocês que são acompanhantes de Caroline Peterson? – Um homem vestindo um jaleco branco perguntou quando chegou à sala.

– Sim, somos nós. – Respondi me levantando rapidamente louco por noticias.

– Ela está bem doutor? – Chris perguntou se aproximando.

– Ainda bem que a trouxeram a tempo. Por um terrível azar, a bala ficou alojada em sua perna, e com isso tivemos que fazer uma cirurgia para retirá-la. Não teve nenhuma hemorragia interna, então ela está bem. – Quando ele terminou de dizer, todos soltaram um suspiro de alívio ao saber.

– Obrigado doutor. – Disse aliviado. – Podemos entrar pêra vê-la?

– Sim, podem entrar, mas sugiro que dêem calma a ela, não fiquem muito em cima, nesse momento o que ela mais precisa, é descansar.

Quando chegamos ao quarto, Caroline estava acordada, aparentemente estava bem, mas bem pálida, e com olheira. Deu um belo sorriso assim que nos viu, mas logo ele sumiu do seu rosto.

– O que foi? – Isabelle perguntou antes mesmo que nós pudéssemos cumprimentá-la.

– Minha perna... Bem, está doendo um pouco... O efeito da anestesia deve estar passando. – Ela respondeu enquanto se arrumava na cama.

– Nos deixou preocupados. – Marie disse lhe abraçando.

– Sabe... Preciso de ar para ficar melhor.

– Que sufoco em! Nunca mais dá esse susto na gente. – Alice afirmou, falando melosa.

– Foi um susto e tanto. Não acredito que você está bem! – Disse depois que todo mundo já tinha a cumprimentado.

– Você me ajudou muito, obrigado...

Olhamo-nos no fundo dos olhos e sorrimos um para o outro.

– Não queremos ser chatos, ou estragas prazeres, mas não podemos demorar muito aqui, e nem sabemos quando você vai receber alta, precisamos seguir para Nova York. – Alice afirmou.

– Claro... Não precisam ficar... Não quero atrapalhar, e além do mais, os pais de vocês devem estar preocupados. – Care explicou antes que qualquer palavra saísse da minha boca.

– A gente fica com você Toni, pra quando Care receber alta. – John falou indicando ele e Lizy.

Acenei em sinal de agradecimento, e Caroline perguntou na hora:

– Mas Lizy, sua mãe não vai ficar preocupada?

– Não, eu mando uma mensagem inventando uma desculpa... Não se preocupe.

Então o combinado foi o seguinte, John e Lizy ficariam comigo, esperando Caroline receber alta até podermos ir pra casa, enquanto os outros seguiam para Nova York. Mais tarde o médico disse que precisávamos deixá-la descansar um pouco, e que talvez à tarde, Care já podia ir pra casa. Depois de sairmos do hospital, fomos a uma lanchonete comer alguma coisa, já que estávamos sem comer a horas.

(...)

– Cuidado... Não esquece que não pode dobrar a perna... – Comecei alertar Care do que ela podia ou não fazer, assim que ela recebeu alta, e a estava colocando no carro.

– Já disse que estou bem, não se preocupe...

– Sim eu tenho que me preocupar, até porque foi por minha causa que você levou um tiro.

– Como assim? Sua culpa? Pirou?

– É, minha culpa. Se você não percebeu eu fiz burrada pulando em cima daquele cara hoje mais cedo. Naquela confusão toda, a arma disparou. – Disse me explicando.

– Mas não foi você que apertou o gatilho. – Ela falou fazendo um sinal de negação com a cabeça.

– Não, não foi... Mas...

– Para de tentar colocar a culpa em você. – Care me interrompeu, enquanto colocava sua mão em meu rosto.

– Acho que deveria me afastar de você, pelo menos por um tempo. – Afirmei abaixando a cabeça, quebrando nosso olhar.

– Toni, eu te proíbo de se afastar de mim... Não tem idéia do quanto tem sido importante pra mim esse tempo? Estou muito mais feliz, vivendo mais a vida... – Ela disse, levantando minha cabeça, me forçando a olhá-la.

– Vivendo tanto a vida que acabou levando um tiro na perna.

– Para de falar assim... Eu estou bem... Não foi nada de grave. Tenta me entender, eu preciso de você. – Care explicou, aproximando seu rosto para mais perto do meu, assim podendo sentir minha respiração.

– Estamos prontos? – John chegou perguntando.

– Sim, já podemos ir. – Respondi seco.

(...)

(...)

(...)

O caminho foi longo, sem conversas, sem assunto algum para que alguém falasse alguma coisa. Passou se três horas e meia andando, até que finalmente chegamos.

– Care, vou te deixar na sua casa. Você não quer ligar para sua mãe ir pra lá? – John perguntou enquanto tirava seus olhos do volante e olhava para trás, na direção de Care.

– Bom, eu achei que Toni ficaria comigo, por isso não iria incomodar minha mãe com isso, sem contar que quando ela me ver nesse estado, vai pirar.

– Olha Care, não é porque eu não quero cuidar de você, mas tinha prometido pro meu irmão que passaria um tempo com ele. – Falei seco. Ainda estava convencido de que tinha que me afastar dela.

– Ah... É... Sem problema, pode ficar com ele, não quero atrapalhar. Qualquer coisa eu ligo pra minha mãe... Afinal, eu consigo andar... – Ela respondeu um pouco nervosa e desapontada.

– Olha Caroline, eu juro que se não fosse meu pai precisando de mim, ficaria com você. – Lizy opinou com cara de consolo.

– Lizy, para... Não quero incomodar, tenho mãe, pai, eles podem cuidar de mim... E além do mais estou bem, não quero ser um encosto pra vocês. – Care afirmou, e pela primeira vez senti raiva em sua voz, mas não raiva de Elizabhet e sim de mim.

(...)

– Obrigado por me deixar em casa John. – Care agradeceu assim que chegamos a sua casa, entrei com ela nos meus braços, e a deixei no sofá.

– Não precisa agradecer. – Ele devolveu com um sorrisinho de canto.

– Qualquer coisa liga, e não se mete em mais nenhuma confusão. – Lizy disse melosa enquanto a abraçava, ou melhor, a sufocava.

– Ta pode deixar.

– Toni, vou te deixar em casa. – John afirmou, quando nós já estávamos na rua, prontos para entrar no carro.

Assenti e fomos.

– Por que você não quis ficar com ela Toni? – Lizy foi direta na sua pergunta, deixando John constrangido, o que fez ele se desculpar:

– Lizy? Qual é... Isso é pergunta que se faça? Me desculpe Toni.

– Não... Não temos que pedir desculpa... Ficar com seu irmão? Sério? Tem outros dias pra ficar com ele, agora ela está precisando de você... – Ela ficou irritada comigo, de verdade, por isso estava me dando aquela bronca.

– Elizabhet?! – John exclamou novamente, mas ela fingiu que não tinha ouvido e continuou:

– Se acha que a culpa é sua por ela ter levado um tiro, está enganado... Estava lá, a culpa não foi sua, eu vi... – Ela disse e eu a olhei, querendo saber de como ela sabia de tudo aquilo, mas no mesmo momento ela afirmou. – Eu ouvi a discussão de vocês, me desculpe, quer dizer, não tinha como não ouvir...

John tentou chamá-la novamente, sentindo que ela estava sendo indelicada se intrometendo no meu assunto com Care, mas ela logo o calou, e depois dessa, ele resolveu ficar quieto, ouvindo no que essa história ia terminar.

– Olha Lizy, sei que você a ama, por isso quer me convencer de que estou errado, mas por mais que goste muito dela, sei que fui o culpado por ela ter levado o tiro... Quero que ela fique bem, por isso estou fazendo isto... – Finalmente consegui me defender, mas logo em seguida Lizy já estava falando novamente:

– Toni!! Tenta entender o que você está fazendo! Está poupando sua pele, se acha que foi tanto o culpado assim, por que ao invés de se afastar dela, não tenta ajudá-la nesse momento tão complicado? Ela com certeza deve estar sofrendo. Sofrendo por ter a deixado, e por você estar colocando esse peso nas suas costas. Ela gosta tanto de você, que não consegue mais te ver longe dela...

– Você tem certeza do que está falando? – Perguntei quando John parou o carro em frente minha casa. Tínhamos chegado.

– Claro que tenho... Tenta voltar atrás, se realmente gosta dela. – Lizy me respondeu. Assenti; me despedi e sai do carro.

Entrei em casa pensando em como ela tinha razão. Eu amo Care, como pude ser tão egoísta, pensando apenas em mim e me esquecendo dela? O pior é que nesse momento ela deve estar me odiando mais que tudo.

– Oi mano! – Meu irmão falou enquanto me dava um abraço depois que me viu entrar em casa.

– Oi Caio, tudo bem? Onde está o papai? – Perguntei me sentando no sofá e ele do meu lado.

– Ele saiu, disse que tinha que resolver uns problemas... O que você tem? – Ele percebeu minha cara de preocupado e triste, e perguntou.

– Problemas com uma linda loira... – Respondi fazendo careta.

– Mulheres em?! Vocês estão juntos? – Caio perguntou com carinha de malicia. Cara, ele tinha 10 anos e já sabia maliciar as coisas?

– Não... Na verdade é uma coisa pior.

– O que aconteceu?

– Não consigo entender muito bem elas, e por isso acabo fazendo burrada. – Respondi me aconchegando mais no sofá, de modo que ele podia me engolir.

– Sabe que queria te ajudar com isso, mas entendo menos que você sobre elas.

– Está a fim de sair? Conhecer essa loira? – Perguntei animado enquanto me levantava do sofá e dava um sorriso grande, por um momento minha tristeza tinha passado, e tinha uma idéia maravilhosa.

– Só se for agora. – Ela respondeu fazendo o mesmo que eu. Alguns minutos mais tarde, estávamos saindo de casa e rumando para a casa de Care.

(...)

Quando chegamos, estacionei o carro, bati na porta e entramos, já que ela não podia vim abri-la.

– Quem é? – Ouvi uma voz abafada ao fundo perguntar.

Não respondi, mas quando entramos na sala, ela obteve sua resposta.

– Toni...

– Olá. Bom, esse é meu irmão. – Disse mostrando um menino de cabelo castanho ao meu lado.

– Olá. – Ela devolveu com um sorriso.

– Oi Care – Caio a cumprimentou, e ela fez cara de surpresa – Posso te chamar assim né?

Ela sorriu novamente, e respondeu sua pergunta inocente:

– Claro que pode.

– O que fez na perna? – Ela perguntou para uma Care sentada no sofá, com a perna pra cima e esticada.

– Ah... É longa história... Gosta de filmes? Tenho uma gaveta cheinha deles... – Care percebeu que precisávamos conversar, e deu uma distração para ficarmos sozinhos. Caio assentiu e foi em direção onde ela lhe dissera que iria encontrar os filmes.

– O que veio fazer aqui? Achei que ia ficar com ele. – Ela perguntou tentando fazer cara de brava, mas a única coisa que senti no seu olhar foi uma garota tentando se mostrar forte.

– Vim porque não consegui ficar longe de você... – Respondi e ela se mostrou frágil novamente, deu um sorrisinho de canto meio tristonho e eu continuei a falar – Na verdade Lizy me deu a maior bronca... Me desculpe, fui egoísta pensando só em mim, não sei se tive culpa, mas mesmo assim acho que por mais que queira, nunca vou conseguir ficar longe de você.

– Agora você entendeu né? Demorou... Não quero você longe de mim, nunca quis, e para mim você nunca teve culpa nessa história toda. – Ela afirmou, fazendo ameaça para se levantar, mas como sua perna doía quando era forçada no chão, eu a impedi de cair.

– Fique sentada, não pode forçar sua perna. – Alertei- a enquanto ajudava a se sentar.

– A gente pode assistir a este filme? É o que eu mais gosto. – Caio apareceu com o filme Harry Potter e o Cálice de Fogo nas mãos, pedindo para nós assistíssemos com ele.

– Jura? É o meu preferido também. – Caroline disse feliz.

– Já que somos dois contra um, vamos assistir esse. – Falei sorrindo.

(...)

(Versão John)

Deixei Lizy em casa quando era umas 18hs, logo em seguida rumei para casa. Quando estava parando o carro, pronto para entrar na garagem, vi que as luzes de casa estavam acesas, e quando o portão abriu, vi mais um carro na garagem. “Não era possível, como não fiquei sabendo?” Meus pais haviam voltado do Canadá.

– Mãe?! – A chamei quando entrei em casa e a encontrei pela primeira vez, em muito tempo, toda iluminada.

– John! – Ela apareceu na sala, vestindo uma calça jeans, uma blusa branca, tênis nos pés e com o cabelo todo arrumado. Veio em minha direção e me deu um abraço bem forte e esmagador – Querido, como estava com saudade de você me chamando de mãe...

– Eu gostaria de te chamar de mãe de novo, mas para isso preciso de ar... – Disse enquanto ela me sufocava com seu abraço apertado e demorado. Quando ela me soltou, estava com seu sorriso mais alegre no rosto. Segurou nos meus ombros e começou a me examinar, me olhando de cima abaixo.

– Você está magro demais meu filho! – Minha mãe me falou depois de alguns minutos me olhando.

– Ah para com isso. Estou ótimo... Onde está meu pai? – Quando fiz essa pergunta, seu sorriso sumiu de seu rosto, dando agora ar de preocupação e tensão, como se tivessem tido algum problema.

– Ele está lá em cima, no seu escritório.

– Vou subir para falar com ele. – Afirmei começando a me mover em direção as escadas.

– Não! – Ela puxou meu braço, tentando me impedir de ir vê-lo.

– O que está acontecendo?

– Nada meu filho. – Me responderam, mas dessa vez não foi minha mãe, e sim meu pai, que havia aparecido atrás de mim. Me virei e vi um homem bem mais magro desde a última vez que tinha o visto. Seu rosto só havia traços de preocupação. Ele veio até mim, me deu um abraço e em seguida em sorriso, mas logo sumiu ele desapareceu.

– Vou perguntar de novo, o que está acontecendo aqui?

– Precisamos conversar. – Ele me falou.

(...)

– Ontem eu recebi a visita de policias aqui em casa, e eles estavam te procurando.

– Eu sei... Bem o que tenho para te contar não é nada muito agradável. – Carl falou sério quando estávamos sentados no sofá atentos ao o que ele ia dizer.

– Peço que você ousa com atenção, e nos deixe explicar antes de tomar qualquer atitude. – Minha mãe completou.

– A gente demorou pra voltar porque houve problemas no Canadá. Problemas com a nossa conta bancária... E bem, no momento, não nos resta nada nela...

– O que vocês querem dizer com isso? – Perguntei olhando de um para o outro. Sim, eu estava com medo que pudesse ser verdade.

– Estamos pobres John. – Minha mãe respondeu, e eu senti meu coração gelar por um momento.


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Notas finais do capítulo

Bom e aí? O que acham do John?
Quero fazer uma pergunta:
Se que escrevesse outra fic, vocês leriam?
Quero respostas e comentários, please!!! Quero leitores que dão sinal de vida...
Pais do John:
Mãe: http://veja4.abrilm.com.br/assets/images/2013/4/141713/gwyneth-paltrow-atriz-20050912-79-size-598.jpg
Pai: http://www.addiction.org.uk/wp-content/uploads/2013/12/bradley-cooper.jpg
Irmão do Toni: http://vilamundo.org.br/wp-content/uploads/2012/07/dj-caio-augusto.jpg
Beijjos!!!! Até o próximo.



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