Take me Back escrita por Sky Hope


Capítulo 8
Capítulo 6 - Relax


Notas iniciais do capítulo

Oiiie! Olha eu aqui minha gente!
Então... Nesse capítulo não acontece muita coisa, mas ele está gigante e eu amei escrevê-lo. É só para vocês conhecerem mais os nossos personagens e a vida que eles estão levando...
Miiiiiiiiiiil desculpas pela demora de Delena acontecer! É que vocês tinham que entender a história primeiro...
Para compensar vou soltar um spoiler: no próximo capítulo, os nossos queridos Damon e Elena vão se conhecer! Ebaaaaaaaa! kkk
Bom, boa leitura para vocês.
Nos vemos nas notas finais... Fui!



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3 anos depois...

1... 2... 3... 4...
Vamos lá Damon, só faltam mais quatro. Você consegue.
5...6...7... 8...
Meus braços fraquejaram e eu coloquei os pesos que estava levantando no suporte acima de mim.
– Damon!
Um rapaz alto e loiro entrou na sala de treinamento, parecendo muito preocupado. Olhei para ele com a minha melhor cara de "foda-se você e seus problemas, eu não estou no clima para ladainhas hoje".
– Me dá uma folga, Alaric.
– Não. Você vai largar esse peso agora e me ouvir. É importante.
Alaric era meu melhor amigo. Pensando bem, ele se classificava como sendo meu único amigo. Assim como eu, também era um agente da SSS. Dividíamos o dormitório e treinávamos juntos todas as manhãs. Mas naquele dia eu não havia esperado pelo meu amigo e já estava levantando pesos na sala de treinamento, as quatro da manhã.
– Por que não me contou sobre seu pai?
Me levantei, tirei os fones de ouvido com um puxão e olhei para meu amigo. Meu pai havia marcado uma reunião comigo nesta tarde e eu simplesmente não conseguia relaxar. Passei a noite olhando para o teto e quando vi que não conseguiria dormir, fui para a sala de treinamento.
– Durante os três anos que estou aqui, o total de vezes que conversei com meu pai foram quatro Alaric, sendo que uma delas foi quando minha antiga vida foi completamente remodelada diante de meus olhos. As outras três foram para receber missões tão perigosas que fui obrigado a matar para não acabar morto. Então me desculpe se eu não quis tocar no assunto.
Alaric sentou ao meu lado e pôs a mão no meu ombro, me sacudindo levemente, tentando me consolar.
– Está com medo da missão que vai receber não está?
Dei uma risadinha. Se qualquer outra pessoa tivesse me perguntado aquilo, provavelmente não teria mais dentes. Mas com Alaric eu podia ser eu mesmo, não Damon Salvatore, filho do dono da agência SSS, conhecido por sua frieza e brutalidade. Aquele era um dos motivos pelo qual eu passava quase todo meu tempo livre com meu amigo.
– Não é das missões que eu tenho medo cara. E sim de quantos terei que matar para concluí-las.
Cada pessoa lidava com o fato de matar de uma maneira. Alaric ficava horas a mais na sala de combate, socando sacos de areia até seus dedos sangrarem. Stefan, um outro colega nosso, escrevia o nome das pessoas que matava na parede do closet do seu dormitório. Eu havia escolhido uma maneira mais simples, mas não menos dolorosa, de lidar com a culpa. Eu a trancava lá no canto mais escuro de mim, para que ninguém mais a visse.
– Damon. Você precisa entender que essas pessoas que você mata não são civis inocentes. São terroristas que matam civis inocentes.
– Preciso não é? - eu disse, sendo sarcástico.
Alaric abriu a boca para falar mais alguma coisa, mas antes que conseguisse, um homem baixo entrou na sala.
– Damon Salvatore está presente?
Suspirei e levantei a mão desanimado.
– Aqui professor. - Dei um risinho. O homem me olhou com cara de poucos amigos e eu fiquei sério novamente. - É... quer dizer... Aqui, senhor.
– Me acompanhe senhor Salvatore. - ele me deu as costas, e caminhou até a porta. Fiz um gesto, mostrando o dedo do meio pela suas costas, fazendo Alaric rir discretamente. - E guarde esse dedo com o você senhor, antes que eu o quebre.
Bufei e o segui.
A sala de reuniões ficava no andar superior, então chamamos o elevador. Eu simplesmente odiava elevadores, eles me deixavam com falta de ar e tremendo. As escadas sempre foram a melhor opção para mim, mas pelo jeito aquele baixinho não estava de acordo. As portas de metal se abriram e eu entrei em pânico.
– É melhor eu ir de escada sabe... emagrece e...
– Senhor Salvatore, entre no elevador agora. Se você pensa que vai fugir de mim, está muito enganado.
O encarei. Quem aquele idiota pensava que era?
– E se eu não quiser?
Então o homem fez uma coisa tão inesperada que não tive tempo de revidar. Ele me pegou pela orelha esquerda e me puxou para dentro do elevador.
– Ai! Qual é a sua cara?
Então eu me desesperei. As portas haviam de fechado e estávamos nos mexendo. Ai meu Deus, Damon, acalme-se, acalme-se. Encostei-me na parede fria de metal e fechei os olhos tentando respirar. Quando os abri novamente, um baixinho me encarava com uma expressão divertida no rosto.
– Quer que eu segure a sua mão senhor Salvatore?
– Vai para o inferno.
Então a porta se abriu novamente e eu praticamente saltei para fora daquela caixa de fósforos metálica. Estava ofegante e suado. Perfeito para a ocasião.
– Entre na primeira sala a esquerda. Todos já estão te aguardando. Boa sorte.
– Obrigado. - eu carreguei minha voz de sarcasmo o máximo que consegui, mas se o homem notou, não demonstrou. Apenas me deu as costas e saiu andando. - Tudo bem Damon, vamos fazer isso.
Segui as instruções e acabei em frente a uma porta de madeira bem escura. A placa dizia: "Sala de reuniões, bata antes de entrar". Mas eu não estava no clima para regras naquela manhã, então apenas girei a massaneta fria e entrei. Aquele homem estava certo, já estavam me esperando. Haviam meia dúzia de homens sentados em volta de uma grande mesa, também de madeira. Três do lado esquerdo e três do lado direito. Na ponta estava meu pai. Na outra ponta, uma cadeira vazia me aguardava.
Entrei com passos confiantes e me sentei. Em seguida encarei melhor os meus companheiros. Estavam todos trajando ternos, com os cabelos cuidadosamente penteados para trás. Eu ainda estava com as roupas que usava para treinar (regata e bermuda) e meu cabelo não fora penteado naquela manhã. Ops.
– Damon, quanto tempo meu filho.
– Como é que vai, papai? - Usar sarcasmo para esconder o nervosismo? Bela jogada, Damon.
– Imagina o por quê se encontra aqui hoje, meu rapaz?
Não havia um "Você está bem?", nem um "Senti saudades" ou "Nossa! Como cresceu!". Pelo nosso diálogo, dava-se a entender que havíamos nos visto pela última vez naquela manhã, não oito meses atrás. Eu estava com muita raiva por me sentir mal com a indiferença do meu pai. Eu não devia me sentir assim. Ele não merecia.
– Não mesmo. Por que o senhor não pula as formalidades e me conta, para que eu possa sair por aquela porta e não olhar para o seu focinho pelos próximos oito meses?
Meu pai soltou uma risada, mas vi um vislumbre de fúria em seus olhos. Os demais olhavam alternadamente de mim para ele, visivelmente preocupados com o que faríamos em seguida.
– Ótimo. Então podemos começar.
.........................................................//

1... 2... 3... 4...

A voz firme de Klaus podia ser facilmente ouvida por todo o salão, apesar de a música estar bem alta. Eu precisava estar no ritmo, então me movia conforme sua contagem.
5... 6... 7... 8...
– Ai Elena! Cuidado com o meu pé!
Ou pelo menos eu estava tentando.
Havia entrado para aquelas aulas de dança de salão no mês passado, por insistência do meu tio, é claro. Ele chegou a conclusão de que eu não trabalhava muito bem em dupla e que precisava praticar. Depois de uma semana, já tinha pego fama de ter dois pés esquerdos e ninguém se oferecia para ser o meu par nas aulas. Por isso eu havia arrastado meu melhor amigo para me acompanhar.
– Desculpe Aaron.
– A sua sorte é que eu te amo. Se não, já teria te dado o fora como os últimos três caras.
Pisei no seu pé novamente, mas dessa vez por querer. Aaron soltou um gritinho indignado e também pisou em mim. Em poucos segundos, uma aula sensual de dança de salão havia se transformado em uma competição de quem pisava no pé do outro por mais vezes.
– Elena! Aaron! Venham aqui agora mesmo! - meu tio gritou, furioso. Aaron me lançou um olhar reprovador e eu apenas dei de ombros. Paramos de "dançar" e caminhamos até a frente da sala, desviando dos demais casais que rodopiavam pelo salão.
– Elena, eu só permiti que Aaron frequentasse essas aulas porque você jurou que levaria a sério.
Suspirei frustada e abaixei a cabeça. Eu odiava decepcionar meu tio, mas também odiava aquelas aulas idiotas.
– Eu sei Klaus. Me desculpe. É só que... eu odeio dançar em dupla. Não consigo entrar em sincronia com par nenhum poxa!
– É... meus pés que o digam. - Aaron suspirou dramaticamente, colocando a mão sobre a testa. Meu tio lançou-lhe um olhar divertido.
– Os meus também Aaron... os meus também...


– Ei! Calem a boca! - protestei, mas sem conseguir não rir. - A culpa é sua tio! Não sei porque, depois de três anos, concluiu que eu preciso aprender dança de salão. Quer dizer... Eu sei tantas outras danças!
– Elena, no ano passado você não conseguiu o papel principal de três apresentações importantes porque caiu em cima do parceiro, ou derrubou o parceiro, ou quase quebrou o pé do...
– Parceiro - completei, lembrando-me daqueles acontecimentos. Matt, o parceiro que eu derrubei, cai em cima e quase quebrei o pé, era meu namorado na época e se eu não consegui ter química nem com ele... - Eu sou péssima. Já entendi. - sentei-me no chão desanimada.
– Ei! Não diga isso! - Aaron sentou-se ao meu lado, acariciando meu braço - Você é a melhor dançarina dessa escola! Só ainda não encontrou o par perfeito.
– Aaron. Você dança bem com qualquer garota! E, um detalhe importante, você é gay! Isso não é questão de encontrar o par perfeito.
– Eu tenho que discordar Lena. - disse meu tio também se sentando no chão, do meu lado desocupado. - As pessoas são diferentes. Aaron consegue dançar com qualquer um porque...
– Eu ainda não tentei dançar com você Klaus. Não generalize as coisas.Mas nós podemos resolver isso, a música ainda está rolando. - o rapaz disse com uma voz rouca, mordendo o lábio.
Klaus lançou um olhar assustado para Aaron e eu gargalhei alto.
– É... Como eu ia dizendo, Aaron consegue dançar com qualquer GAROTA, porque para ele a dança significa... - meu tio gesticulou para que o garoto falasse.
Depois de pensar um pouco, Aaron sacudiu a cabeça e falou:
– Diversão. A dança é a melhor maneira que eu encontro de relaxar e me divertir.
– Exatamente. Para mim, dançar significa liberdade. Mesmo dentro da contagem e do ritmo que precisamos seguir, eu me sinto livre quando danço. Para Aaron, dançar significa diversão, entretenimento. E para você, Elena, o que a dança significa?
Pensei nisso. Quando meus pais estavam vivos, eu dançava principalmente para ver o sorriso orgulhoso da minha mãe. Também dançava quando estava triste, feliz ou zangada. Depois da morte deles, tudo mudou. A dança não espelhava mais o que eu estava sentindo, ela me ajudava a fugir. A fugir da dor que eu estava sentindo. Mas em ambas etapas da minha vida, dançar só teve um significado para mim.
– Sentimentos. Dançar para mim é expressar o que você está sentindo, ou o que você não quer sentir.
Aaron pegou minha mão, entrelaçando os dedos nos meus. Meu tio apenas assentiu, me olhando de maneira terna.
– Então Elena, para conseguir dançar com um parceiro, não pode se esconder dos seus sentimentos, como faz quando dança sozinha. Você precisa compartilhá-los. Dançar em sincronia significa estar bem consigo mesma e com o outro. É disso que você tem medo? Compartilhar seus sentimentos?
Suspirei. Sim, era disso que eu tinha medo.
– Tudo bem. Já chega por hoje. Aaron, porque não leva a Elena para a piscina? Só faltam algumas semanas para as aulas começarem e vocês dois precisam descansar.
Dei um abraço no meu tio. Eu sinceramente não sabia como seria minha vida sem ele. Provavelmente estaria pesando mais de oitenta quilos, passando os dias deitada numa cama, assistindo séries onde vampiros gostosos brigavam pelo amor da mocinha indefesa.


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Notas finais do capítulo

Eae? Gostaram?
Gente eu estou um pouco mal... Muitas pessoas estão visualizando e pouquíssimas comentando! Vamos lá fantasminhas! Apareçam! Eu não mordo!
Então... Comentem, recomendem e favoritem!
Gente... sou muito pidona... kkk 0:)
Então até o próximo capítulo!!!
Xoxo
Sky Hope