Take me Back escrita por Sky Hope


Capítulo 3
Capítulo 2 - Idiot!


Notas iniciais do capítulo

Volteeeeeei *--*
Eu queria agradecer as LINDAS que comentaram! Vocês me deixam muito feliiiiiz!!! Este capítulo é para vocês!
Também queria agradecer os fantasminhas que não comentam, mas estão acompanhando.
Nos vemos nas notas finais
Boa leitura



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Eu brincava com a comida no prato enquanto fingia que prestava atenção na conversa que se passava ao meu redor. Não espere, aquilo não era uma conversa, era uma discussão. E daquelas bem feias.
Não que aquilo realmente me importasse. Eu só queria poder voltar para o meu quarto e fazer aquilo que tinha se tornado minha vida agora. Me jogar na cama com um pote enorme de sorvete e meu pastor alemão e assistir séries pelo resto do dia. Tudo que uma garota de quatorze anos podia querer não é?
Mas pelo jeito, eu não sairia daquela mesa tão cedo...
– A resposta é não! Se você acha que eu vou deixar minha neta nas suas mãos irresponsáveis está muito enganado! Ela merece uma vida digna, como a mãe dela teve!
Fechei os olhos e abaixei a cabeça. Meu Deus, aquilo não estava acontecendo!
Flash Back On
Eu ainda estava sentada naquela viatura de polícia quando percebi dois rostos conhecidos, e muito tristes, me observando pela janela. Na mesma hora abri a porta e saltei para os braços deles.
Então elas vieram com força total. As lágrimas que eu segurei desde quando ligaram para minha casa me avisando do acontecido. Me assustei com o alívio que senti por poder chorar e extravasar tudo aquilo que eu estava sentindo. Mas uma culpa enorme me envolveu ao mesmo tempo. Eu não devia estar chorando. Eu prometi.
Me separei deles e sequei o rosto com as mãos. Eu nunca mais choraria. Não por esse motivo.
Foquei minha atenção no casal a minha frente. Meus avós maternos, Tom e Jenna. O gentil policial avisou que eles viriam me buscar porque moraria com eles agora. Não sabia como me sentia em relação a isso, Jenna e Tom eram muito legais, mas nos visitavam muito pouco. Só os vi em alguns natais e ações de graças. Mas eram minha família, provavelmente a única que eu tinha agora, e eles se comprometeram a cuidar de mim, o que me deixava infinitamente grata.
– Elena querida! Está tão linda... Tão parecida com a sua mãe... - Vó Jenna disse, chorando. Todos diziam isso. Eu havia herdado muitas características da minha mãe, dos longos cabelos castanhos e lisos até os olhos negros e cílios longos. Dei um sorriso amarelo em resposta e a abracei.
– Não sabe como fico feliz em ouvir isso vovó.
Então me virei para meu avô, que era mais calado e bem menos escandaloso na hora de expressar seus sentimentos. Seu choro era bem mais silencioso do que o da minha avó. O abracei.
– Que saudade de você minha flor do campo!
– Eu também vovô... - Seu abraço era tão reconfortante, que tive vontade de ficar ali, sentindo seu cheiro de charuto misturado a menta por horas a fio.
Mas ele se separou devagar de mim e com a mão ainda nos meus ombros disse:
– Vamos sair daqui está bem?
Deu um sorriso fraco, porém que transmitia confiança. Assenti e sorri também. Eu não estava sozinha nessa, eu ainda tinha pessoas que se preocupavam comigo. Isso fez com que eu me sentisse um pouco melhor. Só um pouco.
Flash Back Off
Já havia duas semanas que eu morava com meus avós numa fazenda no Texas, quando ele apareceu. Klaus Gilbert, irmão mais novo da minha mãe, em princípio ovelha negra da família, bebia e arrumava muita confusão. Mas quando chegou na fase adulta, começou a se dedicar a arte. Era um cantor-barra-dançarino-barra-desenhista de primeira. Se formou em uma das melhores faculdades de arte do país e agora trabalhava num internato, que também funciona como acampamento de verão nas férias, para jovens dotados da mesma capacidade artística que ele.
Eu havia visto meu tio duas vezes na vida e trocamos meia duzias de palavras. Uma foi numa festa de ação de graças onze anos atrás, quando eu tinha 3 anos e ele ainda era um adolescente punk. A outra foi no enterro dos meus pais.
Como deu para perceber, depois de atingir o "sucesso", Klaus não se fez mais presente nas nossas vidas. Mas apareceu na porta da casa dos meus avós algumas semanas atrás e foi logo dizendo:
– Eu quero a guarda da garota.
Desde então ele e meus avós estão numa briga judicial, onde minha opinião é total e completamente nula, e toda santa vez que eles se reúnem começam a brigar e discutir meu futuro como se eu não estivesse presente.
– Mamãe, eu não sou mais irresponsável. Eu tenho um emprego fixo e muito bem remunerado e sou perfeitamente capaz de cuidar de uma adolescente, principalmente uma paradinha que concorda com tudo como ela. - Se virou para mim e deu uma piscadela - Sem ofensas, love.
Deu uma risadinha irônica e acenei com a cabeça. Quem aquele cara pensa que é? Ele acha mesmo que vai ganhar minha guarda? Apesar de todo seu histórico perfeito (quase), ele tinha apenas 24 anos caramba! E o que um cara de 24 anos iria querer com cuidar da sobrinha "adolescente paradinha e que concorda com tudo"? Essa pergunta já foi feita por todos, até por mim, mas ele apenas se contentava em balançar a cabeça. Mais um dos hábitos totalmente irritantes dele: balançar a cabeça e rir de tudo que você fala e que não o agrada. Some isso ao hábito de me chamar de love e você terá o resultado de como está minha vontade de socar-lhe aquele lugar agora mesmo.
– Klaus, por favor, apenas nos responda. O que você quer com ela? Não acha que essa garota já sofreu o suficiente? - Apesar de conhecer meu avô e estar ciente do quão tranquilo ele é, sua calma para lidar com situações frustrantes ainda me deixava assombrada.
– Qual é pai! Tudo bem, reconheço, ela sofreu. Mas o negócio é o seguinte: bola para frente. E com vocês dois aqui deixando ela faltar dois meses da escola e ficar aqui parada assistino televisão não vai diminuir a dor dela. Eu quero mostrar que a só vida vale a pena quando a gente luta por ela. E tudo que essa garota está fazendo é fugir dos problemas, como uma covarde.
Tudo bem, aquilo já era demais para mim. Eu precisava mostrar quem é que era covarde ali. Não gostava de ser mal educada, mas eu havia me segurado por muito tempo.
– Tudo bem, olha só - disse que levantando com um salto, arrancando olhares surpresos dos presentes - Meus pais foram atropelados e mortos por uma pessoa que eu julgo ser a verdadeira covarde. Ela estava bêbada, pegou um carro e matou dois inocentes. Eu cheguei lá e meu pai ainda estava vivo. Ele morreu do meu lado, olhando nos meus olhos, dizendo para eu não ter medo. Mas quer saber de uma coisa Klaus? Eu estava com medo. E, não tenho vergonha nenhuma de dizer, eu ainda estou com medo! Estou com medo de que essa dor terrível não saia de mim nunca mais! Estou com medo de tornar a vida dos meus avós mais difícil, por ser tão parecida com ela. Estou com medo de voltar para a escola e receber apenas olhares de pena e compaixão. Mas nessas últimas semanas, meu maior medo é que você ganhe esse processo e me leve embora. EU NÃO QUERO IR COM VOCÊ! ENTÃO POR QUE NÃO PARA DE GASTAR SEU SALÁRIO BEM REMUNERADO COMIGO E VOLTA PRO PALCO DE ONDE VOCÊ SAIU?!
Sai correndo e chorando em direção ao meu quarto. Tranquei a porta e me encostei nela, escorregando até o chão. Não conseguia enxergar um palmo a minha frente, haviam muitas lágrimas.
– Desculpe papai... Eu não consigo parar de chorar... Dói muito.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!!
Nos próximos três capítulos mais ou menos, eles continuarão tendo 14 e 15 anos, porque é necessário que vocês entendam algumas coisas antes da história real começar. Paciência meus caros!
Quantos comentários esse capítulo merece? Dois? Três?
xoxo
Sky Hope