The New Caribbean - New Pirates on Seven Seas escrita por Black


Capítulo 10
Capítulo 9: O Caminho Até Tortuga


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpem a demora, mas eu estive com problemas para escrever um capítulo decente.
Enfim, sem fazer vocês esperarem mais, espero que gostem e boa leitura!



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O Destemido seguia pelos mares em direção à Tortuga. Aquele era o navio mais rápido do reino, mas mesmo assim, possivelmente ainda teriam alguns dias antes de finalmente chegarem à cidade dos piratas.

Andersen passou o olhar apressadamente pelo convés, mas franziu o cenho ao notar que havia apenas os homens de sua tripulação ali. Massageou as têmporas com a ponta dos dedos e chamou a atenção do marinheiro que passava próximo a ele.

– Onde estão as garotas? – Perguntou com preocupação misturada a sua própria frustação, resultado do navio a qual agora era encarregado de encontrar.

– Devem estar em uma das cabines. – O rapaz a quem perguntou respondeu e então ele percebeu se tratar de Hansel, finalmente virando-se para ele.

– Jack e Soluço? – Perguntou no mesmo tom de antes.

– Provavelmente com elas. – Hansel deu de ombros com certo desinteresse. A verdade era que não entendia os motivos para a Rainha de Wonderland, a Princesa de Highland, a Princesa de Corona e a filha do Duque de New England estarem naquele navio à procura do Vingança dos Sete Mares. – Heitor pediu para que não as perdessem de vista. – Explicou ao notar a surpresa e a confusão presente nos olhos verde-floresta do capitão do navio.

– Obrigado, Hansel. – Andersen agradeceu antes de voltar sua atenção para o mar à sua frente. Jack e Soluço estavam com as garotas, então não havia nada com que ele devesse se preocupar.

Não é?

– Me explique de novo. Eu ainda não entendi. – Jack repetiu pelo que Mirana, Alice, Rapunzel e Merida julgavam ser a décima vez.

O que acontecia era que as quatro ainda tentavam convencer o albino de seus motivos para estarem ali, afinal elas tinham razões tanto quanto ele tinha, por mais que a delas fosse resgatar a amiga enquanto a dele era derrotar a pirata que o venceu num duelo.

– Ora, vamos, Jack. Não é tão difícil. – Soluço massageou as têmporas com a ponta dos dedos. Entre os seis, o castanho e a Rainha de Wonderland eram os únicos que não pareciam irritados com o aparente descaso de Jack para com o motivo de elas estarem a bordo daquele navio. – Perdoem esse idiota que eu chamo de amigo, senhoras. – O castanho se desculpou sem graça.

– Temos cara de velhas? – Merida cruzou os braços e fez bico, insatisfeita por supostamente ter sido chamada de idosa.

– Não, claro que não. – Soluço se apressou em se corrigir. – Foi só por respeito. Sinto muito. – Desculpou-se, passando a mão pelos cabelos castanhos lisos, sem graça.

– Merida. – Mirana pronunciou o nome da ruiva em tom de repreensão. Não combinava muito com o semblante sempre gentil da Rainha de Wonderland, mas foi o suficiente para fazer com que Merida desfizesse a carranca e descruzasse os braços, embora a ruiva ainda parecesse insatisfeita.

Assim, o silêncio reinou naquela cabine, onde o único som provinha do convés ou das ondas batendo no casco do navio do lado de fora.

– Há quanto tempo vocês conhecem a Princesa Anna? – Soluço decidiu tentar mudar de assunto, incomodado com o clima tenso que se instalara ali.

– Não sei. – Rapunzel pareceu pensar por alguns instantes antes de responder. – Acho que minha vida inteira. Ela é minha prima, sabe? – A morena sorriu como uma criança, o que combinava perfeitamente com o rosto eternamente infantil que ela tinha.

– Não sabia disso. – Jack finalmente se pronunciou depois de algum tempo em silêncio, mas não disse mais nada depois disso.

– E vocês? – Soluço virou-se para Alice, Mirana e Merida, que haviam se mantido quietas desde que a Rainha de Wonderland repreendera a Princesa de Highland.

– Creio que desde que os pais dela morreram e as irmãs desapareceram. – Mirana respondeu repentinamente mais triste do que se mostrara apenas segundos antes. – Eu compareci ao enterro, afinal Wonderland e Arendelle são boas parceiras de negócios. Foi lá que eu conheci a Anna, se não estou enganada. – Pareceu pensar por alguns segundos depois disso, mas não disse mais nada.

– Eu estava com a Mirana nesse dia. No enterro, quero dizer. – Alice respondeu, aparentando estar com a cabeça a quilômetros dali, pensativa. Era bastante natural a loira se perder dentro de sua própria mente.

– Eu a conheci quando Rapunzel me levou para visita-la no castelo. – Merida deu de ombros, tentando descontrair o clima tenso formado desde que a Rainha de Wonderland e a Filha do Duque de New England mencionaram a morte do Rei e da Rainha de Arendelle. – Ela devia ter uns sete anos, talvez. Nós tínhamos dez. – Deu de ombros mais uma vez.

Os Seis só foram interrompidos em sua conversa quando a porta da cabine se abriu e de lá entrou Heitor Macintosh, uma figura que Merida conhecia bem, afinal ele era filho de um dos Lordes de seu Reino.

– O Capitão está chamando todos vocês lá em cima. – Heitor disse com simplicidade antes de se retirar dali, fechando a porta ao sair.

Os seis se entreolharam e logo subiram ao convés, encontrando todos os marinheiros lá formando uma roda ao redor de um grande espaço vazio no centro do local. Já estavam para perguntar ao tripulante mais próximo quando Andersen se aproximou deles.

– Bem... – O rapaz aparentava estar sem graça, mas seus olhos verde-floresta brilhavam com certo entusiasmo. – Como sabem, estamos indo para Tortuga. Ainda teremos alguns dias até chegarmos lá, mas seria bom se as senhoritas soubessem ao menos o básico de uma luta de espadas, caso venha a ser perigoso em alguma hora. – Passou a mãos pelos cabelos negros, nervoso.

Mirana, Merida, Rapunzel e Alice se entreolharam, cada uma sorrindo de seu próprio modo. Mirana com satisfação, Merida com presunção, Rapunzel com infantilidade, Alice com curiosidade.

– Não será necessário, capitão. – Mirana se pronunciou depois de as quatro terem passado um tempo em silêncio. – Apenas me dê um adversário. – Pediu.

Andersen se surpreendeu com o pedido da Rainha de Wonderland, mas não fez objeção. Apenas gesticulou com a mão para que Hansel se aproximasse e assim o rapaz o fez, desembainhando sua espada e entregando também uma à moça.

– Tem certeza? – Hansel questionou com a espada em punho, já em posição.

– Absolutamente. – Mirana respondeu, ajeitando o vestido e também em posição.

Ninguém soube dizer o que aconteceu para as coisas chegarem àquele ponto, mas em um momento Hansel partiu para cima da Rainha, tentando ataca-la, mas a mesma desviou abaixando-se e deu-lhe uma rasteira, fazendo-o cair no chão e pegando sua espada. A essa altura, todos estavam boquiabertos, exceto por Merida, Rapunzel e Alice, que sabiam bem do que a Rainha de Wonderland era capaz de fazer.

– Isso foi incrível! – Soluço elogiou, ainda boquiaberto pela cena que acabara de presenciar.

– Onde aprendeu a lutar assim? – Jack questionou, também impressionado.

– Quando se tem uma irmã mais velha psicopata, você aprende algumas coisas caso haja alguma emergência. – Mirana sorriu sem graça e, embora o sorriso trouxesse a sombra de uma tristeza antiga, parecia satisfeita.

– E vocês? – Andersen se virou para as outras garotas, que haviam permanecido quietas rindo até então.

– Uma louca me sequestrou e me prendeu numa torre. Quando se passa muito tempo sozinha, tem de se achar alguma coisa para ocupar a mente. – Rapunzel respondeu com um sorriso nos lábios enquanto girava nos dedos uma espada que Heitor havia acabado de lhe entregar.

– Meu melhor é com pistolas. – Merida pegou uma pistola ao invés da espada que Heitor lhe estendia. – Não importa a distância. Eu nunca erro. – Sorriu. – São muitos anos de prática para evitar enlouquecer com as regras de etiqueta da minha mãe.

– Quanto a mim, não há muita coisa a se dizer. – Alice sorriu sapeca enquanto pegava a espada que Heitor lhe estendia. – Gosto de aprender coisas novas. – Finalizou.

Os tripulantes veteranos do Destemido se entreolharam, surpresos, mas no fim assentiram e voltaram às suas atividades, afinal ainda tinham um longo caminho até Tortuga, a Cidade dos Piratas.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
O capítulo compensou a demora?