Doce Amargura escrita por Clarinha


Capítulo 2
Imenso Vazio


Notas iniciais do capítulo

❊ Olá leitor (a)!
❊ ALERTA DE GATILHO - SE VOCÊ NÃO SE ENCONTRA EMOCIONALMENTE E MENTALMENTE ESTÁVEL/BEM, NÃO LEIA O SEGUINTE TEXTO. Busque ajuda, disque 188 (Centro de Valorização da Vida).



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Eu sou um ser-humano comum, e até mesmo sem a mínima graça quando comparada à algumas pessoas. Não importa quanto tempo eu esteja sobrevivendo a isso tudo, no fim, eu sempre me dou conta de que sou só mais uma, como qualquer outro ser vivo, que possui necessidades e fraquezas.

Nada que eu faça ou diga irá mudar isso. No fim das contas, só me restará a mim; o próprio demônio em pele de cordeiro, se auto sabotando e se matando aos poucos.

“Afinal, qual é o real propósito disso tudo?”. Nada e nem ninguém possui as respostas que eu gostaria, e como sempre, só me restam migalhas de explicações vazias. Talvez esse seja o problema de ser uma pessoa que pensa de mais: você, na maioria das vezes, terá que se contentar com a eterna dúvida, com o sentimento de nunca realmente ter encontrado um objetivo e nem mesmo argumentos válidos o suficiente pra confortar tua alma solitária e carente por atenção.

“E se no final, tudo tiver sido em vão?”. Bem, isso é viver, não?! Se entregar a cada dia, como se fosse o último, na esperança de ter aproveitado tudo que poderia e, ainda assim, correr o risco de no final deles se tornar um nada; apenas restos de um alguém feito de momentos.

Acredito que, se fosse possível, muitos escolheriam permanecer dentro de um casulo, assim como uma borboleta, à fim de evitar o tão temido “final”. Mas do que adiantaria? A morte as buscaria da mesma forma, e eles nem sequer teriam se arriscado, mesmo que por segundos, a ver os raios do sol que os aqueciam de fora para dentro.

É terrível ter que aceitar que uma hora ou outra vai acontecer, e que essa é a única certeza que temos na vida. Mas eu, apesar de tão sonsa e indiferente, tenho tentado a cada dia fazer com que eu não seja essa “pessoa do casulo”; somos feitos de momentos, fases e memórias... E eu quero me lembrar, enquanto ainda respirar, do quão extraordinário e ao mesmo tempo assustador é ter que conviver com essas informações, tentando não se deixar ser “engolida” por elas.

Talvez, no final a minha trajetória faça sentido, e até mesmo se torne importante e memorável à alguém. Até lá, estarei tentando dar o melhor de mim para conseguir entender e me encontrar nesse imenso vazio que é a vida.


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Notas finais do capítulo

❊ Leitor (a), você chegou ao fim do texto!
❊ NÃO COPIE! Plágio é CRIME.
❊ Erros ortográficos? Por favor, me avise pelos comentários ou pelas mensagens.