Tempo sem Tempo

Algumas vezes me vejo pensando naqueles dias em que eu ficava com a cabeça em teu colo. Eu gostava de escutava você murmurar sobre o cantarolar dos pássaros, o uivar do vento, o balbuciar do tempo.

Aquele tempo que não tinha tempo pra nada. Passava rápido nas horas boas, mas nas ruins não passava nada. Era bom ficar lá contigo, sem ninguém para atrapalhar sem motivo. Um beijo, um abraço; e fumando um maço eu faço, tudo o que já duvidou de mim.

— Dedicado à uma pessoa especial, que agora me resta apenas em memória. {Isabella}

Afogado em palavras

Gosto de falar dos oceanos azuis, do céu nublado e do céu estrelado. Por quê tão difícil permanecer calado? Assuntos errados!

Sabe aquela sensação de que está se afogando, não com água, e sim com palavras presas em sua garganta? Palavras amargas e ao mesmo tempo tão doces. Doloridas, porém exitantes. Segredos debaixo da língua. Dentes a flor da pele, esperando o momento certo. Mas quando? Talvez só quando formos fracos de mais.

Realidade

E quando eu durmo, libero a dor que vive dentro de mim. A dor que se alimenta de meu passado e que faz meu presente se tornar sempre escuro. Fecho os olhos e sinto-a saindo diante deles. A tristeza escorre por minhas bochechas, atualmente pálidas e frias. Meu ar para. Sinto-me afogando em minha própria mente doentia, cheia de sofrimento e cheia da realidade.

Tempo

Por quanto tempo ainda irei pensar no som da sua voz, em busca de tentar me lembrar de você? Me olho no espelho, e só o que vejo são dúvidas, perguntas sem previsão de respostas, medo e incertezas. 

Não consigo viver um dia sequer sem pensar nisso. Por quanto tempo ainda terei que viver neste tormento de minha própria memória, em busca de alguém que nem sei mais quem é? Ou melhor, quem foi. 

— Dedicado à uma pessoa especial, que agora me resta apenas em memória. {Oswaldo}

Doente

Minha mente antes era feliz, e agora, dormente. Olho em minha volta e sinto meu corpo doendo, como o de um doente que está deitado, tentando repousar. Seguirei em frente?

Chorei noite e dia, já se tornara fluente. Abri minha pele, tão descontente. Era alegre e inteligente, enquanto considerava minha vida descente. Agora morri por dentro como uma descrente, que sobre o mundo, as coisas e as pessoas já nada mais sente.

Somos Jardins

 Hoje sinto-me melhor e cheia de luz, como uma flor que desabrocha em direção ao sol. Com as pétalas do meu corpo aquecidas, posso sorrir de volta à todos que querem me ver bem.

Preferi esquecer-me da dor, e daquela tristeza que me tomava o céu e deixava minha vida inteira acinzentada. Somos jardins, e nossas flores só desabrocham ao passar do tempo; e mesmo que em alguns momentos seja inevitável a perda de algumas folhas, talvez isso só valorize seu crescimento.

Batalha Diária

Se algum dia no passado, algo ou alguém viesse até mim e me dissesse que minha própria mente seria minha pior inimiga; eu não acreditaria. Jamais imaginaria que eu fosse estar nessa situação.

Acabei me perdendo ao passar dos anos, e já não sei mais quem sou, ou quem deveria ser. Sinto que a cada dia que se passa, mais eu me afundo em meus próprios pensamentos, em minhas próprias palavras jamais ditas. E não, não importa quantas vezes eu tente ou até consiga sair desse sentimento, eu sempre acabo voltando ao início desse longo e difícil caminho ou então desisto no meio dele.

É frequente. A dor, a angústia, o medo, a insegurança e outros sentimentos ruins estão sempre presentes em meu dia-a-dia; e muitas vezes não consigo combatê-los. É uma batalha diária comigo mesma.