Em busca da vingança escrita por Bia


Capítulo 9
009




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PDV Edward

Aprendi a não mentir para as pessoas mais importantes da minha vida. Ficar aqueles dias sem a Bella foi terrível. Apesar de eu temer que ela se machuque por eu ser um agente, a vontade de ter ela comigo é mais forte.

Depois da nossa reconciliação contei a Bella mais detalhadamente tudo sobre minha vida. Minha vida como agente secreto, sobre meus pais e a Jane. Ela chegou a falar que queria conhecer a Jane. E estavamos fazendo planos para isso.

No momento outra coisa me instigava. O documento que roubei do Billy Black. Aquilo estava muito estranho. E resolvi puxar a ficha da vida toda de Billy. Descobrir pouca coisa. Lembrei-me de quando conheci o Emmet e ele me falou por alto sobre o Black e resolvi que já estava na hora dele me falar sobre isso.

– Que bom que vocês se resolveram. Não guentava mais você choramingando no meu ombro - falou Emmet enquanto passava o comercial do jogo.

Era um domingo e fui pra casa dele assistir o jogo lá. Nossas garotas haviam ido ao shopping.

– Pois é. Só que no momento o que me preocupa é essa construção do Billy. Eu não posso abrir mão do projeto porque foi a empresa que eu trabalho que me enviou. E acabaram de emitir uma ordem para que os moradores se mudem porque vão começar a construir onde as pessoas moram.

– E você está preocupado com a Bella, porque ela mora exatamente onde será feita a construção.

– Isso Emmet. E me mata mais ainda o fato dela não conversar comigo sobre isso.

– Uma coisa é certa, Edward. Ela não vai morar na rua.

– Eu sei disso. - Falei suspirando

– Maldito do Black. Até hoje me pergunto onde ele arrumou tanto dinheiro.

– Como assim Emmet? - perguntei curioso.

– O cara só tinha uma oficina velha que ficava na garagem dele. E do nada ele aparece com tanto dinheiro que é capaz até de construir uma indústria. Tem algo errado nisso Edward. Mas nós policiais não conseguimos descobrir o que é.

– Chegamooos - falou a Rose, entrando no apartamento junto com a Bella e minha conversa com Emmet se encerrou.

O resto da noite foi entre brincadeiras, muitas risadas.

Assim que cheguei em casa mais tarde, depois de ter deixado a Bella em casa, vi um convite debaixo da minha porta. Era o aniversário do Billy que seria a exatamente uma semana e aquela seria minha oportunidade de descobrir todo o mistério que envolve aquele homem e o porque da viúva negra ter tentado invadir a mansão dele naquela noite.

Durante a semana tentei convencer a Bella a ir comigo, mas ela disse que não queria, que ficaria em casa.

A Bella estava começando a ficar estranha. Parecia sempre receosa quando estava comigo e sempre que eu perguntava o que estava acontecendo ela dizia que não era nada que era pra eu ficar tranquilo.

Uma vez passei na casa dela e depois de assistirmos a um filme ela ficou calada.

– Bella amor, tem certeza de que está tudo bem? - perguntei a ela depois de um tempo em silêncio. Ela estava com a cabeça deitada em meu ombro fitando o vazio.

– Humrum. Não é nada.

– Esses "nadas" incomodam.

Ela suspirou, levantou a cabeça me encarando e falou :

– Se você não quiser ficar aqui, pode ir, Edward.

– Não é isso, Bella. - falei acariciando seu rosto - Você sabe que eu prezo cada momento que passo com você. Mas ultimamente, parece que você está presente só de corpo. Eu preciso sentir que você também quer estar comigo.

– E eu quero. Você sabe disso.

– Então porque anda tão distante, tão dispersa.

Enquanto ela me encarava, percebi a indecisão em seus olhos, se me contava ou não. Então ela suspirou e falou:

– É só saudades. Dos meus pais sabe? - ela olhou para o vazio enquanto falava - Quando a gente perde alguém, ele fica com a gente. Pra lembrar sempre como é fácil se magoar.

– Sei como é. Hoje a dor é diferente, mas nem por isso é menos doloroso.

Ela voltou a deitar em meus ombros e ficamos ali lembrando dos nossos pais.

– Porque você tem tanta certeza que foi a viúva negra? - perguntou ela depois de um tempo, cautelosa como estava ultimamente.

– Aro. Ele é meu supervisor e me passou essa informação - ainda era estranho falar com a Bella abertamente sobre todo o mistério que envolve minha vida.

– E você simplesmente acreditou?

– Porque ele mentiria com algo tão serio?

Ela não me perguntou mais e nada e ficamos cada um preso em seus próprios pensamentos.

PDV Bella

É incrível como minha vida mudou em tão pouco tempo. E agora a culpa por estar escondendo algo desse tipo para o Edward estava me corroendo.

Estava na casa do Jasper me desabafando com ele.

– Jazz, eu não posso fazer isso com ele. Logo eu que falei tanto sobre confiança, estou traindo a dele.

– Você passou por tanta coisa, vai desistir logo agora ?

– Jazz ...

– Pense minha linda, pense. Veja qual é o melhor modo de resolver isso. Não tome decisão nenhuma precipitada.

E ele tinha razão. Eu já tinha chegado até aqui. Não podia simplesmente abrir mão, por mais tentador que parecesse.

– Obrigada Jazz por estar aturando todo esse drama que é minha vida. Mas é porque você é o único que sabe sobre tudo mesmo.

–Não precisa agradecer. Eu faço porque te amo Bells. Nunca esqueça disso, ok?

– Oh Jazz - falei indo abraça-lo. - E eu te amo muito também.

Fiquei em seus braços protetores e prometendo que por enquanto eu manteria meu foco no aniversário do Black. Os dias dele estavam contados. Ele não perdia por esperar.

PDV Edward

A Bella não quis vim comigo para a festa de aniversário de Billy Black. Então aproveitei para tentar descobrir algo sobre Billy em seu escritório.

Tudo naquela festa gritava dinheiro e minha curiosidade aumentou para saber a origem desse dinheiro.

Cumprimentei Billy, lhe agradecendo pelo convite e lhe parabenizando. Conversamos um pouco, observando o lugar e logo lhe perguntei onde ficava o banheiro, e logo indo em direção a tal.

No corredor da mansão, olhei com cuidado sobre meus ombros para ver se não tinha ninguém me observando e mudei meu caminho, procurando seu escritório. E caramba, aquela mansão era enorme. Ele realmente tinha muito dinheiro.

Finalmente achei a porta e quando abrir, tomei um susto ao ver a viúva negra agachada pegando um pen drive de dentro do cofre que ficava num esconderijo no chão, embaixo de um tapete.

Saquei a arma, entrei e fechei a porta.

– Largue esse pen drive ou eu atiro.

Ela me olhava desacreditada. Respirou fundo e levantou-se.

– Mantenga la calma. - ( Tenha calma) falou ela.

– Se você se mecher novamente eu atiro. Largue esse pen drive. - falei e ela levantou as mãos.

– Usted no será capaz de golpear el tiro de mí - ( Você não vai conseguir acertar o tiro em mim) falou ela dando um passo em minha direção.

– Dê mais um passo e mostro que você está errada.

– Pensé que habías dicho que no me siga no más. ( Achei que tinha dito para não me seguir mais.)

– Não estava te seguindo. E mesmo assim não sigo ordens de ninguém. A propósito, belo soco. Passe o pen drive e pare de andar. - falei engatilhando a arma.

– Bueno. Te voy a dar el pen drive. - ( Tudo bem. Vou te dar o pen drive) Ela parou de andar e jogou o pen drive em cima de mim.

Agarrei o pen drive , mas abaixei a arma. Ela aproveitou se jogou em cima de mim. Caímos no chão e o pen drive foi para um lado e a arma para o outro.
Nos olhamos e olhamos para os objetos caídos. Ela saiu de cima de mim se arrastando pelo chão atrás do pen drive. Mas eu a puxei pelas pernas, passando na frente dela e pegando o pen drive. Ela chutou minha mão e o pen drive voou para perto da arma.

Ela se levantou correndo e eu me joguei em cima dela e caímos, o corpo dela amortecendo minha queda e cara ... aquele cheiro dela era tão familiar.

Sair de cima dela e conseguir pegar a arma apontando para ela que estava em cima de mim novamente.

– Pare. Senão atiro.

Nesse momento a porta foi empurrada com toda violência e muitos seguranças entraram com o Billy logo atrás.

A viúva negra muito rapidamente levantou-se e se jogou pela janela, estilhaçando toda a vidraçaria. Os seguranças com as armas em punho foram até a janela, mas já era tarde. Ela havia ido.

Billy aproximou-se de mim que ainda estava no chão ofegante. Seus olhos fixados no pen drive.

– Tudo bem com você, Edward? - ele perguntou

– Sim - respondi e ele se abaixou pegando o pen drive e enfiando em seu bolso. - Ela estava atrás disso.

– E como você sabe? - ele perguntou estreitando os olhos.

– Eu estava procurando o banheiro, quando escutei um barulho vindo daqui. Vim ver o que era e a vi roubando o pen drive. Tentei impedi-la e ai vocês entraram. -

– E desde quando usa arma de fogo?

– Desde sempre. - falei me levantando e me recompondo - Eu faço minha própria segurança.

Ele me encarou por uns momentos, tentando provavelmente decidir se acreditava ou não em mim. Por fim ele disse:

– Bom, agradeço a você. Esse pen drive é muito importante para mim.

– Não foi nada. E sinto por sua festa.

– Ah não. Ninguém percebeu. Os seguranças ouviram uns barulhos e vieram ver o que era. Ninguém mais percebeu. Vamos voltar a festa. Meus seguranças cuidam de tudo.

– Claro, claro.

Fiquei mais um tempo na festa para disfarçar, mas logo fui embora. Frustrado pela noite mal sucedida.

Assim que cheguei em casa tomei um banho e fui para meu escritório. Eu precisava investigar mais a fundo a vida de Billy. Algo nele era errado.

Mandei um e-mail para Riley Biers, um amigo meu do FBI que era mestre em tudo relacionado a tecnologia, pedindo que ele me desse toda a informação possivel sobre Billy Black e que ele procurasse investigar sobre o símbolo que estava no documento que roubei do Black.

E depois fui dormi.

PDV Viúva Negra

Droga, droga. Mil vezes droga.

Eu estava sendo perseguida pelos seguranças do Billy Black e não estava conseguindo despista-los.

Não consigo me concentrar em minha fuga pensando em Edward Cullen. Eu disse que era pra ele parar de me seguir e lá estava ele, mais uma vez no mesmo lugar que eu. Preciso fazer com que ele entenda que não é seguro para ele continuar a me seguir e que eu não sou culpada pela morte de seus pais.

Ainda estava correndo, e uma rápida olhada por meus ombros vi que os seguranças estavam quase me alcançando. Entrei numa viela logo me escondendo entre uma casa e outra. Logo ouvi seus passos entrando na viela e prendi minha respiração que estava ofegante.

– Para onde ela foi? - ouvi um dos marmanjos perguntar.

– Vocês três continuem até o fim da viela e vocês dois venham comigo. - falou o que parecia ser o capitão deles.

Logo pairou o silêncio. Continuei ali por uns minutos só por precaução e quando achei que era seguro sair daquele minúsculo espaço olhando atentamente para os lados. Não vi ninguém.

Fui me esgueirando pela parede em direção a saída, andando agachada, arrastando minhas mãos pelas paredes e olhando por sobre meus ombros. Estava limpo.

Me recompus e fui andando olhando para trás, para a viela e quando olhei para frente tinha uma pessoa já em cima de mim.

Tomada pelo susto, puxei meu punhal que ficava preso em minha coxa e esfaqueei a pessoa até o fim da lâmina.

Quando olhei nos olhos da pessoa eu gelei e fiquei paralisada.

A pessoa desmanchou o sorriso que tinha na face e ofegou pela facada.

Puxei meu punhal de volta ainda sem acreditar no que acabei de fazer e a pessoa caiu aos meus pés, perdendo sangue.

Tremi e cair ao lado dele.

Não, não, não !

– Bells - ele ofega e eu pego sua mão, meus olhos transbordam lágrimas, mas nenhuma delas cai.

Eu não fiz isso. Oh meu Deus.

Ele dá um último ofego e sua cabeça pende pro lado e seus olhos encaram o vazio.

Ele morreu.

– Oh Meu Deus - eu o abraço apertado, meu peito se aperta e eu não consigo respirar.

– Jasper. Fale comigo - eu o sacudo - Jazz, por favor me perdoe.

Eu me debruço sobre ele e grito :

– JASPER !

PDV Jasper

Eu perdi meus pais cedo. Um acidente de carro. Mas por incrível que pareça, nunca senti falta deles. Minha avó, nunca me deixou sentir falta de nada. Ela foi meu tudo e quando ela morreu, fiquei sem rumo. Só não sucumbi porque eu tinha a Bella.

Ah, Bells. Era minha irmã, minha melhor amiga, minha mãe. Era tudo o que eu precisava. Ela me ajudou a superar a morte de minha avó e foi ela que me deu a maior força para eu ir até Paris conhecer a Alice. E eu não me arrependi nem um pouco de ter feito isso. E eu sentia que estava em dívida com Bella. Toda essa confusão e esse perigo que a rodeava me obrigava a ser como um irmão mais velho para ela ou até mesmo um pai que sempre estava ali pra lhe fornecer abrigo e segurança.

Eu estava planejando leva-la comigo a Paris. Eu queria tira-la um pouco dessa confusão toda e aproveitar para apresenta-la a Alice.

Era um dia normal de trabalho. Eu estava voltando para casa e estava feliz porque eu já tinha comprado minha passagem e a dela e as passagens estavam no bolso do meu casaco, dentro de um envelope com um pedido a Bella para ir comigo. Não importava se Edward pirasse porque ela iria ficar longe dele por uns 4 dias, ela precisava disso.

Estava caminhando pela calçada, minha casa já estava perto. Quando eu a vi saindo da viela. A viúva negra. Minha Bella. Ela andava olhando para trás e eu quis assusta-la. Esse foi meu erro. Parei em sua frente com um sorriso na cara, justamente na hora em que ela virou-se para frente. E tomada pelo susto, ela me esfaqueou.
Ofeguei sentindo a dor.

Oh droga. Eu vou morrer. Eu não posso morrer.

Ela puxou o punhal de volta e eu desabei no chão. Ela desaba ao meu lado e ao ver seus olhos transbordando de lágrimas, percebo que ela se culpará por isso o resto da vida.

– Bells - ofego tentando falar para ela seguir em frente e não se martirizar por isso. Mas é tarde demais. Minha visão embaça e a escuridão me cega. E então o nada.

PDV Viúva Negra

– Jasper, por favor - falei ainda agarrada a ele. Vi que ele estava com a farda do trabalho, provavelmente voltando para casa e só então me dou conta de que estamos a poucos metros de sua casa.

Ouço passos se aproximando e considerei ficar ali e deixar que os seguranças de Billy Black me capturassem.

Eu matei o Jasper. Oh meu Deus.

Mas então a lembrança de Carlisle, de que eu precisava encontra-lo me faz mudar de ideia. Vejo um pedaço de envelope saindo do bolso de seu casaco e o pego.

Os passos estão mais proximos, e então um dos seguranças grita: 'ela está aqui, ela matou um cara' . E me levanto e muito relutante abandono o corpo inerte do Jasper ali. E eu fujo.

PDV Bella

Eu sou como um aeroporto. Chegadas e partidas são as únicas certezas em minha vida.

Ali parada, vendo o caixão que abrigava o corpo do meu melhor amigo, ser enterrado, eu pensei no quão injusta a vida é. Eu perdi meus pais muito cedo e de uma forma brusca. E agora o Jasper. Uma das únicas pessoas que conseguiu invadir minha vida pessoal.

Respirei fundo ao ver a terra que começava a cobrir o caixão e sentir os braços de Edward se apertarem ao meu redor. Era a forma dele de me passar força em silêncio. Naquele momento foi impossivel não lembrar do enterro da senhora Withlock, a avó do Jass. Lembrei-me do quão devastado o Jasper ficou. Eu ofeguei e me obriguei a engolir o choro que ameaçava irromper.

Não havia muita gente no enterro. A única familia do Jass era a senhora Withlock. Jazia ali eu, Edward, Rose e Em, uns amigos do trabalho dele e uns vizinhos.

Olhei para a entrada do cemitério e vi Alice entrar sendo ampara por sua mãe. Me desvencilhei do Edward e fui falar com ela, sentindo os olhos dos meus amigos sobre mim. Quando ela me viu, me abraçou apertado e chorou, eu senti seu corpo pequeno estremecendo.

– Oh Bella, meu Jasper - ela soluçou mais ainda e novamente com uma força descomunal empurrei meu choro para longe abraçando-a apertado. Abracei sua mãe também e fomos para mais perto da cova.
Eu conversava com Alice por vídeo quando eu ia até a casa de Jasper e eu realmente gostava muito dela. Ela fazia bem ao Jazz e eles faziam muitos planos juntos. Me doía saber que eu era a responsável por ter interrompido os planos deles.

Estava deitada na cama, pronta para dormi e só ao sentir os braços de Edward me envolverem foi que percebi que o resto do dia se passou num borrão. Lembro-me muito vagamente de ir até o aeroporto me despedi da Alice e ela me falando antes de embarcar que Jasper me amava muito e não iria querer que eu parasse de viver, que eu devia me permitir ficar de luto, mas que eu superasse e fosse viver, porque ele iria querer que eu fosse feliz. E isso era a cara do Jasper, senão fosse eu a sua assassina e aquilo estava me corroendo por dentro. Lembro do Edward me trazer para seu apartamento dizendo que era melhor eu dormi com ele hoje. Todas eram lembranças vagas, como se fossem parte de um sonho. Mas não era. Era tudo real.

Senti a mão do Edward acariciando meu rosto e migrando para meu queixo e o puxou para cima, para que eu pudesse olha-lo.

– Amor você quer conversar? - falou ele e sentir toda sua preocupação. Eu apenas balancei a cabeça me negando a falar qualquer coisa e me aninhei em seus braços e logo depois a escuridão me envolveu.

–--*---*---*---

– Já chega Isabell - Edward falou batendo o copo na mesa. Pulei na cadeira tomando um susto e levantei meus olhos para ele sem entender nada.

– Já chega o quê? - perguntei encarando ele que estava de pé em frente para mim com a mesa de sua cozinha nos separando.

Já fazia duas longas semanas desde a morte do Jasper e eu praticamente me mudei para seu apartamento. Eu não gostava da ideia de ficar em minha casa onde tudo me lembrava do Jass.

– Depois da morte do Jasper, você se fechou mais ainda. Não conversa comigo nem com a Rose, vive no mundo da lua. Não quer nem fazer o que você mais gostava que era seu trabalho com os cães. Até mesmo o Bolota você esta negligenciando.

– Me desculpe se meu melhor amigo morreu e agora eu esteja deprimida. - falei ironicamente tentando não deixar que suas palavras me machucassem

– Eu não falo de você estar triste. Mas sim de você estar se entregando, Bella. - ele falou e se aproximou se sentando na cadeira ao meu lado - Amor, eu sei que dói muito. Mas você não pode se esquecer de viver e eu estou aqui para te lembrar disso, ok?

Suspire.

– Edward eu ... - fui interrompida pelo toque do seu celular. Ele o pegou e franziu o cenho olhando para a tela.

– O que foi Edward?

– É o Aro - falou levantando seus olhos para mim e ele estava pálido. - Alô Aro - falou ele depois de levar o celular até seu ouvido. E enquanto ouvia Aro falar ele arregalou os olhos.

– O quê? Mas o médico falou que ela estava melhor - respondeu e levantou-se andando de um lado para o outro e eu o seguia com meu olhar. Depois de uns minutos conversando com Aro ele desligou o celular e se encostou no balcão da cozinha e sem me olhar falou suspirando

– A Jane piorou e agora está respirando com ajuda de aparelhos - passou a mão em seus cabelos e me olhou - Eu irei para Los Angeles de novo Bella. - ele esfregou as mãos no rosto impaciente - Eu preciso convence-la a fazer a cirurgia - me levantei e fui em sua direção enquanto ele falava - Eu não posso perde-la. Eu não estou pronto, eu ...

Peguei seu rosto em minhas mãos e falei olhando em seus olhos. - Vou com você.

Nos encaramos por uns minutos, ele suspirou e me puxou para um abraço. Eu o apoiando e ele me apoiando.

–--*---*---*---

Deixei Bolota sob os cuidados de Rose, que ficou muito feliz em saber que eu decidir viajar com Edward. Tivemos uma longa conversa onde eu pedi desculpas pelos dias em que fiquei fora do ar e ordenei a ela que cuidasse do Bolota exatamente como ela cuida do Emmet.

Emmet nos levou até o aeroporto e se despediu de nós, me dando um abraço que quase nos fez perder o vôo de tão demorado que foi. Depois de um longo vôo, fomos direto para a casa de Edward em Los Angeles. Era noite quando chegamos. Tomamos banho, jantamos e fomos descansar para amanhã irmos cedo ao hospital.

– Edward, fica calmo ta? - falei a ele, dentro do táxi que nos levava ao hospital.

– Estou ansioso.

– Vai dar tudo certo. Você vai ver - falei tentando acalma-lo.

Demos nosso nome na recepção e fomos para o quarto da Jane. Antes de entrar falei ao Edward para ele ir primeiro, que eu ficaria na sala de espera e que depois eu entraria. E depois de um beijo em minha testa e ele entrou no quarto e eu me sentei esperando pacientemente e fiquei pensando em tudo o que estava acontecendo a nossa volta.

Não sei quanto tempo se passou, se foram segundos ou minutos. Eu perdi a noção do tempo. Só vi Edward saindo quarto com os olhos vermelhos e me chamando para entrar. Levantei e fui em sua direção que pegou minha mão e eu falei:

– Tudo bem? - perguntei preocupada.

– Vou ficar - ele sussurrou e me puxou para dentro do quarto. Então fiquei nervosa. Nervosa porque eu conheceria a única pessoa que fazia parte da familia de Edward. Eu queria que eu e a Jane nos dessemos bem, apesar dos pesares.

Assim que entrei, vi uma linda jovem loira deitada na cama, com alguns aparelhos conectados a ela. Apesar de estar muito magra, e com aparência cansada, ela era linda. Com certeza deve ter arrasado muitos corações.

Me aproximei da cama junto com Edward. Ele se sentou na beirada e eu fiquei em pé bem em frente.

– Jane querida, a Bella está aqui. - Edward falou suavemente. Ela abriu os olhos, mostrando o belo verde que eram. Ela sorriu e estendeu sua mão para mim.

– A famosa Bella.

– Olá Jane. Não tenho certeza quanto ao famosa. - nós rimos. Eu puxei uma cadeira e sentei próxima ela, ainda segurando sua mão.

– O Edward falou tanto de você em nossas breves ligações que é como se eu já te conhecesse.

– Hum, serio? - perguntei e olhei para Edward que olhava para a Jane como se quisesse gravar todos os mínimos detalhes dela.

– Oh sim. Finalmente o Edward Cullen teve seu coração arrebatado - nós duas rimos e Edward revirou os olhos.

E ficamos assim, entre brincadeiras, conversas, nos conhecendo. E eu me senti uma idiota por ter achado que Edward tinha algo com a Jane. Ela era tão adorável, tão otimista apesar das condições em que ela se encontrava.

Em um dado momento, um homem branco, com cabelos negros que iam até o meio de suas costas entrou no quarto. Jane revirou os olhos quando viu de quem se tratava. De primeiro momento achei que fosse o médico, mas ele não usava jaleco. E logo eu soube quem era quando Edward falou :

– Aro, o que faz aqui?

– Ora, como assim o que faço aqui Edward - falou ele me olhando curiosamente, como se me conhecesse. Desviei meus olhos para Jane quando ela falou :

– Edward, diz pra ele que aqui tem médicos a todo momento e que ele não será útil aqui, portanto ele pode ir embora.

– Jane - falou Edward repreendendo-a.

– O quê? Ele não larga do meu pé. - exclamou a Jane.

– Não sejamos mal educados. Me apresentem a bela moça - disse Aro olhando-me muito intensamente pro meu gosto.

– Essa é a Bella. - falou Edward e Aro veio em minha direção pegando minha mão e beijando-a.

– Prazer em conhece-la, Bella. - E eu apenas sorrir.

– Pode largar ela agora, Aro. - falou a Jane e ele desviou seu olhar para ela e a encarou.

– Jane você ...

– Aro, eu gostaria de falar com você um momento em particular. Pode ser? - falou Edward abrindo a porta e chamando-o e os dois se foram com Aro dando breves olhadas sob o ombro me olhando. Fui trazida a realidade quando ouvi a Jane bufar.

– Você não gosta dele. - afirmei.

– Não, não gosto. - Ela me olhou e eu fiquei pensando no que acabou de acontecer. - Tem algo estranho com ele, Bella. Apesar dele ficar por aqui o tempo todo a pedido do Edward, eu não confio nele. - Jane falou fracamente.

– Ei, não se esforce tanto- Falei me aproximando e ajeitando seu travesseiro com uma intimidade já adquirida.

– É serio Bella.

– Descanse um pouco, certo? - Ela pegou meu braço e me obrigou a encara-la.

– Eu tenho medo dele fazer algum mal para o Edward. Prometa para mim que você cuidara do Edward quando eu morrer.

– Você não vai morrer - falei com o coração apertado. Estranhamente eu já tinha um vínculo com ela e me doía saber que ela partiria. Era visível que seria antes do que eu imaginava.

– Você sabe muito bem que isso acontecerá a qualquer momento. Prometa Bella, por favor. Prometa que não deixara Aro tocar um dedo em Edward e que não deixara que ele definhe quando eu morrer. - Ela falou e ficamos nos encarando por um momento

– Prometa! - ela exclamou sussurrando.

– Eu prometo - sussurrei de volta. Quebrei nosso contato visual e sentei na cadeira. - É tão grave assim? - falei baixinho.

Achei que ela não tivesse escutado, mas depois de uns segundos ela respondeu:

– Sim, os médicos já desenganaram e mesmo a cirurgia não adiantaria. Estou muito fraca para suportar uma cirurgia desse porte.

Olhei para baixo, odiando que a vida tivesse sendo tão dura com Edward. E eu estava sendo uma filha da mãe por estar escondendo coisas para ele. Edward não merecia nada disso.

Levantei meus olhos ao ouvir o barulho da porta se abrindo. Era Edward.

– Oi - ele falou se aproximando - Aro já foi embora. - ele falou e desviou seu olhar para Jane que agora ressonava tranquilamente.

Ele sentou-se novamente na beira da cama olhando para sua irmã. Eu levantei e me aproximei dele, passando meu braço por seu pescoço e ele envolveu minha cintura com um braço e encostando sua cabeça em minha barriga. Acariciei seus cabelos e perguntei:

– Tudo bem?

Ele demorou um pouco para responder, então levantou o rosto me olhando e falou com os olhos cheios de lágrimas e me olhando falou:

– Não Bells, não está tudo bem. Eu vou perde-la e eu não posso, eu ...

– Ei, eu estarei aqui ta? Sempre estarei aqui. Sendo sua guardiã quando tudo estiver desmoronando.

Ele sorriu fracamente e encostou sua testa em meu abdomem e eu acariciei seus cabelos olhando para a Jane determinada a cumprir a promessa que fiz a ela.

Era madrugada e havíamos acabado de desembarcar e estávamos no carro indo para minha casa pegar umas roupas e depois ir para o apartamento de Edward. Mas antes de Edward sair do aeroporto pedi para irmos a um lugar. Fui guiando ele o caminho todo.

– Estamos indo para o Mirante de Forks?- ele perguntou ao ver uma placa passar por nós. Eu rir.

– Quase isso !

Subimos mais um pouco a estrada e chegamos até onde os carros iam para o Mirantes. Mas ao invés de leva-lo lá onde a maioria das pessoas iam, eu o puxei para dentro da floresta.

– Amor, você sabe para onde estamos indo?

–Sei, vem ... - o puxei andando e subindo mais um pouco, até que encontrei a abertura entre as árvores que davam a visão de Forks inteira.

–UAL

– É lindo né? - falei observando ele admirar o lugar. Era um tipo de Penhasco, acima do Mirante. Dali víamos Forks inteira e mais ao longe o oceano.

Sentamos em um tronco que havia ali admirando o nascer de um novo dia.

– Como você achou esse lugar? - perguntou ele com os braços em minha volta.

– Não sei - falei rindo - Estava andando sem rumo e o encontrei. É o meu lugar de refúgio. É para aqui que venho quando quero ficar sozinha. E eu quis compartilhar esse lugar com você.

– O seu lugar!

– Nosso! O nosso lugar agora. Veja como uma forma de agradecimento por tudo o que você fez por mim desde que o Jass ... se foi. E também uma forma de dizer que quero compartilhar tudo com você.

– Inclusive seu passado? - enjirecir ao ouvir isso

– Edw...

– Olha - falou ele me virando de frente para ele - Sei que esconde seu passado de mim. Já percebi isso. Não vou te pressionar a me falar o que aconteceu. Mas também não quero que você demore para me contar o que houve. Quando estiver pronta, estarei aqui para te ouvir. Só não demore muito. - ele falou acariciando meu rosto. - E obrigada por dividir esse lugar comigo.

Ficamos mais um pouco lá e quando deu 06:15 fomos embora. Estávamos indo para minha casa. Eu iria ficar lá. Já tinha ficado tempo demais abusando a boa vontade do Edward. Estranhei ao ver um papel pendurado em minha porta e me surpreendir ao ver o que estava escrito :

" ORDEM DE DESPEJO. VOCÊ TEM DOIS DIAS PARA RETIRAR SUAS COISAS OU DERRUBAREMOS TUDO.
– SENHOR BLACK "

Fiquei inerte encarando o papel.

– Mas que porra é essa? Isso é loucura! - Só então percebi que Edward estava ao meu lado e assim despertei do transe.

– Não é não! - falei suspirando

– Ele não pode fazer isso - falou Edward muito nervoso.

– Isso tudo aqui é dele. Ele comprou Edward. E está exigindo o que é dele por direito.

– Inferno com o direito dele. Ele nem deu tempo para pessoa se retirar - falou ele frustrado.

– Tecnicamente, ele deu tempo sim!

–Dois dias? O que são dois dias Bella? - eu não falei nada, fiquei apenas encarando aquele papel. Que diabos eu faria agora? - Me desculpe, Bella! Eu.. Eu não sei se posso fazer algo, eu...

– Você não tem culpa disso. - falei desviando meu olhar para ele - Só não sei o que vou fazer agora.

– Como assim? - ele falou franzindo o cenho. Suspirei desviando o olhar e falei:

– Não sei se você percebeu, mas esse intimato aqui, quer dizer que estou sem casa, que eu ...

– Você não está sem casa. Você vai morar comigo!

– Edward ...

– E isso está fora de discussão. - falou ele encerrando a conversa.

Ligamos para Emmet e Rose virem ajudar. Emmet ficou possesso de raiva ao saber de tudo e quis ir socar a cara de Billy. Mas conseguimos controlar ele. Não levei muita coisa, só o necessário e o resto eu doei a uma instituição de caridade. Agora eu viveria com Edward e eu teria que ser muito mais cuidadosa.

Mais tarde naquela noite, antes de dormi, Edward me prometeu que sempre estaria comigo, independente de qualquer coisa. E eu me peguei rezando para que aquilo fosse verdade.

Tinha se passado um mês desde o meu 'despejo'. Foi um mês turbulento. Primeiro que Edward mal parava em casa. A construção estava em reta final e isso exigia a presença constante dele. E isso o deixava extremamente irritado e a ponto de arrancar a cabeça de Billy a qualquer momento. Mas sempre fazia questão de tomar café comigo, me ligar pela manhã, no horário do almoço, pela tarde e sempre jantava comigo. Era algo que já estava se tornando rotina. Então eu ficava em casa o tempo todo com Bolota, sem fazer nada.

Mas aquele dia estava estranho. Primeiro que era o dia da inauguração da maldita fábrica. Segundo que não era para Edward ir trabalhar hoje, mas houve imprevisto e atrasado ele saiu sem poder tomar café comigo. O dia foi tenso e sem nenhuma ligação dele. Provavelmente ele estava muito ocupado. Quando ele voltou para casa, já estava na hora da inauguração e ele já chegou se arrumando.

Fiquei deitada na cama observando ele em frente ao espelho se atrapalhar todo com a gravata. Eu rir baixinho e fui ajuda-lo. Me posicionei em sua frente, substituindo suas mãos pelas minhas e facilmente fazendo o nó da gravata. Apesar de estar olhando para o que estava fazendo eu sentia o olhar dele em mim.

– Tem certeza que não quer ir? - ele falou acariciando minha bochecha. Eu levantei meus olhos para ele e falei:

– Tenho certeza. Não quero espancar Billy no meio da festa. Seria anti-ético.

Nós rimos e ficamos nos encarando até que ele falou:

– Quando eu chegar, vamos conversar ok?

Suspirei e assentir.

– Estarei aqui te esperando.

Depois de me beijar ele foi para a inauguração. E eu suspirei mais uma vez me jogando na cama.
Naquele dia, antes dele receber a ligação exigindo sua presença no trabalho, estávamos conversando e eu perguntei a ele o que ele faria se não conseguisse pegar a viúva negra. Ele havia me dito que ficaria Forks até encontra-la. E quando eu perguntei se ele iria embora quando a capturasse e ele não me respondeu, apenas me encarou até que o seu celular tocou e ele teve que ir ao trabalho. E era sobre isso que ele queria conversa quando chegasse.

E eu não sabia o que fazer. Estava me matando esconder aquilo de Edward. Eu não sabia o que fazer.

Respirando fundo, levantei da cama e fui para a cozinha. Eu ia fazer algo para comer. Mas quando passei pela porta do escritório, vi o barulho típico de quando você recebe um fax. Entrei no escritório para desligar a máquina e quando eu já estava me virando para voltar a cozinha, vi um lampejo do fax que ele recebera. Parecia com aquele símbolo que ela tinha tatuado no lado esquerdo de seu quadril.

Tomada pela curiosidade, ela pegou o fax e viu que realmente era o símbolo. Ela arfou e sem pensar duas vezes passou a ler o conteúdo do fax.

"
De: Riley Biers
Para: Agente Edward Cullen

Resultado do documento que você me enviou. Não se preocupe, eu mantive em segredo como você me pediu.

Conforme as análises, foram concluídos que:
1° O símbolo contido no documento, pertence ao ex-presidente do FBI e falecido, Charlie Swan.
2° Os valores contidos no documento significam parcelas de um pagamento e pelas datas contidas neste mesmo documento, falta apenas uma parcela desse pagamento.
3° Durante o pagamento da última parcela, o senhor Billy Black deverá entregar ao supostamente senhor Charlie Swan, um objeto não identificado.
4° Provavelmente o senhor Charlie Swan está vivo.

Atenciosamente, Biers !

Suando frio e tremendo vi o documento pelo qual fôra chegado essas conclusões. Não, não pode ser. Meu pai não está vivo. Ele morreu. Ele morreu. Se ele estivesse mesmo vivo, ele viria até mim. Isso, com certeza ele viria.
Mas eu não posso ignorar isso que acabei de ver. Fechei meus olhos, amassando os papéis em minhas mãos respirei fundo, sabendo que somente uma pessoa me diria se isso era verdade.

Billy Black. E ele me diria isso hoje.

Abrir meus olhos, rasgando os papéis e os largando no chão do escritório, indo pegar minha roupa de viúva negra. Sim, ela voltaria.


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