Em busca da vingança escrita por Bia


Capítulo 8
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PDV BELLA

Eu estava me sentindo como um vaso velho que foi muitas vezes quebrado e consertado. Pedaços se soltam com frequência e é preciso colar de novo, de novo ... e de novo.

Saber de tudo aquilo da vida de Edward foi loucura demais.

Passei o dia todo vagueando pela cidade, sem rumo. Só pensando no que tinha acontecido. O Jasper esteve comigo o tempo todo e lhe contei tudo o que aconteceu. Ele era o único que sabia de todos os meus segredos. Por isso era fácil conversar com ele sem ter que policiar cada palavra que eu diria. Ele me disse que era pra eu esfriar a cabeça e conversar com mais calma com Edward. Claro que ele falaria isso. Ele sabia de todo o mistério que envolvia a minha vida e achava que Edward era saúdavel para mim.

Só percebi que as horas passaram quando vi o entardecer. Comprei um lanche numa barraquinha, me despedi do Jass e fui para casa.

Quando falei aquilo para Edward, não imaginei que fosse doer como estava doendo agora. Enquanto o Jass estava comigo, me distraindo não sentir tanto, mas agora sozinha percebi a falta que ele já estava me fazendo.

Estava pensando nisso quando cheguei em casa e vi a Rose sentada na porta de minha casa.

– Edward chegou em minha casa desesperado, e conversou com Emmet sobre o que aconteceu. - falou ela se levantando assim que me viu e me abraçou. - Como está? Porque não me ligou?

– Eu não estava sozinha Rose. O Jazz estava comigo.

– Humpf, não gosto dele.

– Você tem ciúmes de mim com ele. Não seja boba, Rose. Você sabe que os dois tem o mesmo grau de importância para mim. - Rosalie nunca gostou do Jasper, ela achava que ele me roubaria dela. Por isso nunca conseguir faze-los serem amigos.

– Que seja Bella. - falou ela sentando no sofá, depois de eu ter aberto a porta e sentei do seu lado - Me conta o que aconteceu.

– Mas você já sabe Rose. Ele te contou.

– Na verdade ele contou pro Emm e eu ouvi. Mas eu quero saber de você.

– Me diz o que ele te falou que eu te conto se foi isso mesmo . - Na verdade eu queria saber o que ele contou para não falar nada que o comprometesse depois.

– Ele disse que tinha uma parente doente em Los Angeles e não contou para ninguém porque não queria que as pessoas tivessem pena. Mas que você descobriu e ta achando que ele te traiu.

– Foi isso que ele falou? Ele acha que eu nasci ontem?

– Ele parecia bem sincero, Bells.

– Sincero o escambau, Rose. Não vou ser corna e fingir que não sei de nada.

Eu achando que ela veio me consolar ou algo tipo, não. Ela começou a gargalhar do que eu disse.

– Isso não tem graça, Rosalie.

– Eu sei, desculpa. Mas você devia conversar com ele novamente e dessa vez deixar ele se explicar.

– Cacete, você e o Jass me disseram a mesma coisa - falei porque eu sabia que aquilo a irritaria. E funcionou.

Mais tarde, naquela noite lembrei dos conselhos dos meus amigos. O Jazz disse que pelo que me conhece eu nem deixei o Edward falar e que eu deveria conversar com ele depois. Rosalie viu como Edward estava e jurava que ele não estava me traindo. Ela sabia de algo que eu não sabia e não quis me contar. Ainda disse que se eu quisesse saber que eu fosse conversar com o Edward. Safada !

–--*---*---*---

Eu estava com muita raiva da Rosalie. Ela tinha feito isso de proposito. Já tinha uma semana em que eu evitava todos os telefonemas de Edward, mudei o caminho de onde eu passeava com os cães para ele não ir me encontrar, sempre espiava pela fresta janela quando a campainha tocava e se fosse ele eu não atendia. Eu sei, era imaturidade minha, mas eu não queria ver ele. Então o evitava ao extremo.

Mas cá estou eu, num jantar na casa da Rosalie, onde aquela vadia convidou o Edward. Eu neguei ir até a casa dela porque era o mesmo prédio do Edward. Mas ela conseguiu me convencer. E eu tive todo um processo ao entrar no prédio pra evitar vê-lo. Mas de nada adiantou, porque aquela vaca loira o convidou também e não me avisou. Eu sabia que ela fez aquilo para que eu e o Edward nos acertassemos. Mas eu já tinha desistido. Ele já era de outra antes mesmo de me conhecer. Aquele vagabundo.

O jantar foi muito estranho. Eu evitava olha-lo, e ele me encarava o tempo todo. Fiquei quieta o jantar todo. Aquilo estava ridiculo.

Em um certo momento fui para a sacada e dei a desculpa de que queria tomar um ar. Menti descaradamente, porque eu nunca tomava ar.

Eu tinha planejado ficar ali uns 5 minutos e voltar dizendo que já iria embora. Mas o capeta resolveu vir até mim.

Eu estava escostada no parapeito olhando as pessoas passando ali embaixo. Senti o cheiro dele quando se aproximou.

– A lua está linda - falou ele e percebi que ele estava tenso. Olhei para a lua e realmente ela estava divina - Claro que não mais que você.

– O que você quer Edward? - falei ainda de costas para ele - Pra que isso tudo? Sei que foi invenção da Rosalie, mas você concordou.

– Eu sei, mas é que eu preciso conversar com você.

–Não tenho mais nada pra te falar.

– Mas eu tenho. Só me escuta por favor - aquele tom suplicante dele me pegou de surpresa. - Bella.

Suspirei virando-me e pela primeira vez naquela noite eu realmente o olhei. Ele estava com uma expressão angustiada, cansada.

– Sou toda ouvidos.

– Eu sinto muito por toda essa confusão - falou ele depois de uns minutos me olhando - Sinto que você esteja achando que eu te trair e tudo o mais ...

– Achando? Edward pelo amor de ...

– Deixa eu terminar de falar, antes que haja outro mal entendido. - ele respirou fundo e se aproximou de mim. Instintivamente recuei uns passos, mas minha coluna bateu no parapeito, eu estava encurralada. Ele pegou meu rosto entre suas mãos e por um momento achei que ele fosse me beijar e me peguei ansiando por aquilo. Mas então ele falou olhando no fundo dos meus olhos.

– A Jane é minha irmã.

Não sei quanto tempo fiquei fora do ar. Apenas continuei ali com cara de tacho.

– Você acha que sou idiota, Edward? - Falei depois de uns minutos fora do ar.

– Lembra que te falei que a Jane também sofreu com a morte de meus pais?

– Isso não explica nada.

– Bella, por favor. Confia em mim.

– É como eu já falei antes, Edward. Confiança se conquista. Não posso entregar de mão beijada. - falei e afastei sua mão de meu rosto. Antes que eu me afastasse dele, ele pegou meu braço fazendo com que eu o olhasse e ele falou sussurrando:

– Não bastou eu te contar sobre minha vida secreta? Ao te contar sobre isso eu confiei minha vida a você. Porque se alguém descobre, eu poderia morrer. Não é questão de confiança Bella. Isso ficou claro em seus olhos assim que te falei que a Jane é minha irmã. Você acreditou em mim. Mas usou isso como desculpa pra encobrir o que realmente te faz não querer ficar comigo.

Assim que ele pronunciou aquelas palavras percebi que ele estava certo. Quando Jasper soube o que eu realmente era ele me disse :

' as pessoas são camadas e camadas de segredos. Você acredita que as conhece, que as entende, mas seus motivos estão sempre escondidos de você, enterrados em seus próprios corações. Você nunca vai conhecê-las, mas você decide confiar nelas. '

E eu percebi que estava sendo hipócrita por falar com Edward sobre confiança, quando eu mesma ocultei uma grande parte de minha vida pra ele.

Respirei fundo e falei olhando em seus olhos:

– Eu tinha me convencido de que tudo bem desistir, ficar na zona de conforto, sem dramas. - desviei meus olhos para a lua - Mas os meus motivos não passam de desculpas. O que eu to fazendo é me esconder da verdade. E a verdade é que ... - parei respirando fundo e olhei em seus olhos verdes tão lindos, eu estava prestes a chorar, pois meus olhos estavam marejados. Eu sabia que eu não choraria, eu nunca mais chorei. Eles só estavam marejados - ... a verdade é que eu to com medo, Edward. To com medo de me deixar ser feliz por um momento e ai o mundo inteiro desabar e eu não sei se vou conseguir superar.

Ele olhou em meus olhos, acariciou minha bochecha e falou:

– Eu conheci uma garota, conversamos e foi incrível. E ai o sol nasceu e caímos na realidade. Essa é a realidade Bella, aqui e agora.

E então sem mais delongas ele acabou com a distância entre a gente e me puxou para perto de si, beijando-me intensamente.

Aquele beijo foi diferente. Uma mistura de saudade com urgência. Uma súplica muda havia entre nós. Apesar de não haver nenhuma palavra eu o entendia muito bem. E ele me entendia. Eu precisava dele e ele também precisava de mim.


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