Feriado Entre Amigos, ou Quase Isso escrita por Anwar Pike


Capítulo 2
Dividindo


Notas iniciais do capítulo

Ola, aqui estou de novo com outro capitulo pessoal, espero que aproveitem :D
Boa leitura!



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Dividindo

O moreno virou-se ate a garota com as sobrancelhas levantadas. Realização se espalhou por sua face.

– Rapunzel! E Merida! – Ele praticamente gritou, sorrindo grande. Adiantou-se, soltando-se de sua namorada e abraçou as antigas amigas.

Anos atrás, os quatro eram melhores amigos, mas, após uma serie de acontecimentos, eles acabaram por separar-se. E que ironia, após tanto tempo, se encontrarem desse jeito.

– Eu tive uma ideia – Elsa disse, após sair do abraço de Soluço. Jack permanecera paralisado, não acreditando em seus próprios olhos. – Por que não dividimos a casa? Eu aposto que ela tem quartos suficientes.

Após uma breve serie de acordos, e caretas imperceptíveis de Flynn e Astrid, eles aceitaram.

Os meninos ajudaram, ainda que a contragosto, a levar as malas das garotas para dentro.

Os únicos que dividiriam quarto seriam Flynn e Elsa, já que só havia seis quartos. Bem, e por outros motivos mais pessoais.

Rapunzel e Merida colocaram as coisas nos quartos e desceram para almoçar. Já eram três da tarde, mas a fome estava fazendo a barriga das duas roncar com vontade.

– Com fome, loirinha? – Jack perguntou, sentando ao lado de Rapunzel.

Ela o olhou irritada.

– É Rapunzel Jack, e você sabe. Pare de chamar de loirinha.

Ele sorriu de lado.

– Esta bem, Punzie. – Ele riu um pouco mais ao receber um olhar reprovador da garota.

Já Merida estava passando pela situação mais desconfortável do século.

Antes, quando eles ainda eram melhores amigos Merida tinha uma queda por Soluço. E ter de sentar entre Soluço e Astrid, ouvindo as conversas melosas era como receber finas agulhas geladas em seu peito.

Que droga, ela pensou consigo. Tinha que se livrar dessa paixonite o mais rápido possível.

Passaram uma refeição um tanto tensa e, depois do almoço se dispersaram rapidamente.

Merida foi aos estábulos, junto de Rapunzel, para escolher seus cavalos.

Enquanto caminhavam, Punzie notou um silencio anormal vindo da ruiva.

– Qual é o problema Merida? – Ela perguntou com delicadeza. Viu a ruiva suspirar resignada e virar o rosto.

– Não é nada Punzie. Nada mesmo. – Ela forçou um sorriso. Finalmente chegaram ate os estábulos e passaram toda a tarde fazendo carinho nos cavalos e dando-lhes cubos de açúcar.

No final do dia, Rapunzel se despediu de Maximus e Merida de Angus, os garanhões que elas haviam escolhido como seus. A sua frente o sol se punha rapidamente.

Ao entrarem na casa, encontraram Jack jogando videogame e Soluço lendo junto de Astrid, que, para o desgosto de Merida, não parava de beijar o pescoço do moreno, fazendo-o arrepiar-se.

– Onde esta Elsa? – Rapunzel perguntou, um tanto desconfortável. Jack nem ao menos desviou os olhos da TV, mas seus ouvidos se alertaram imediatamente ao ouvir a voz doce da garota.

– Ela esta no quarto com Flynn. – Soluço respondeu, lançando um olhar desconfiado á um dos quartos no andar de cima.

Punzie corou, mas Merida riu descontrolada. Essa Elsa...

Mais tarde, todos foram dormir em seus respectivos quartos, embora Merida não conseguisse pegar no sono. Revirava-se constantemente na cama, amaldiçoando aquele magricela cheio de sardas.

Finalmente, se dando por vencida, ela resolveu tomar um copo de leite. Isso sempre a acalmava.

Desceu devagar, tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Abriu a geladeira e sentou-se, bebendo devagar.

Soluço ouviu barulho de passos não muito cuidadosos no andar de baixo. Abriu a porta silenciosamente e saiu, seguindo para a cozinha.

Tentou controlar as batidas de seu coração ao ver a pessoa que bebia tranquila um copo de liquido branco. Leite.

– Dificuldade em dormir? – Ele viu os ombros dela se levantarem rapidamente com o susto. O copo caiu e se estilhaçou no chão. Ele riu baixinho.

– Oh, caramba, você quer me matar de medo? – Ela repousou a mão sobre o peito. Então, de repente, seu rosto ficou serio de novo e ela voltou-se para limpar os cacos.

Ele se ajoelhou ao lado dela, para ajuda-la, mas ela recusou, afastando a mão dele, um tanto rude.

O garoto recuou e permaneceu em silencio. E quanto mais tempo ele permanecia assim, mais culpada a ruiva se sentia. Essa era a diferença entre Soluço e outros garotos. Ele não discutia ou argumentava com piadinhas. Ele ficava em silencio. E isso a fazia querer morrer.

Depois de ter jogado todos os cacos no lixo, ela se dirigiu ao armário para pegar outro copo. Mais dois copos na verdade.

– Eu achei que gostaria... – Ela disse, torcendo para que o rubor em suas bochechas não pudesse ser visto no escuro. Ele aceitou o copo e sorriu, assentindo.

Eles passaram alguns preciosos minutos conversando frivolidades, como videogames e outras coisas, ate que terminaram de tomar leite e resolveram subir para seus quartos.

– Boa noite. – Ele sussurrou, se aproximando dela para um abraço, mas ela recuou um pouco e virou-se, acenando com uma das mãos.

– Boa noite. – Ela bateu a fechou a porta e se encostou contra a madeira, sem se dar conta de que o garoto fazia o mesmo do lado de fora.

O moreno encostou uma de suas mãos na madeira e suspirou baixinho. Por que, de todas as pessoas que ele poderia estar dividindo a casa, tinha de ser justo ela?

Muito tempo depois de voltar á seu quarto, quando já havia pegado no sono, foi à vez de outra pessoa levantar.

Jack abriu a porta sem se importar em fazer barulho. O copo derrubado no andar de baixo já afugentara seu sono de qualquer modo.

Ele estava com uma bermuda passando os joelhos, mas havia tirado a camisa. Sem mesmo decidir o lugar que iria, seus pés o guiaram diretamente ao quarto da loira de olhos verdes. Rapunzel. Cara, como ele sentira saudades dela.

Provavelmente não deveria estar entrando no quarto de uma garota no meio da noite, mas ele deu de ombros e entrou mesmo assim.

Ele só queria poder olhar no rosto dela enquanto estivesse calma e tranquila, mergulhada profundamente no mundo de sonhos.

Ele se acercou a cama, pisando na madeira com cuidado. Como alguém podia ser tão meiga e ao mesmo tempo fazer seu coração se espremer dolorosamente em seu peito.

Jack se abaixou ao lado da cama e, resistindo ao impulso de afastar uma mecha de cabelo do rosto dela, ficou observando-a respirar profundamente.

Havia sido tão difícil se separar dela da primeira vez, e agora, ele teria que passar por toda aquela agonia de novo?

Ele deitou a cabeça no lençol por um momento. E, antes que se desse conta, já tinha adormecido.

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Notas finais do capítulo

E entao, comentem, opinem, me deixa muito feliz mesmo gente, ate o proximo :D