Feriado Entre Amigos, ou Quase Isso escrita por Anwar Pike


Capítulo 3
Ciumes


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas chegou! Espero que gostem e, boa leitura!



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Ciúmes

O galo cantou orgulhoso, mas o que realmente acordou os hóspedes foi o grito de Rapunzel e o som de golpes com travesseiro.

– JACK FROST!! O que estava fazendo no meu quarto seu maluco?! – A loira gritava, acertando o garoto repetidas vezes com o travesseiro.

Ela havia acordado cedo como sempre, porem se deu conta de que não estava sozinha no quarto. Cabelos brancos arrepiados descansavam tranquilamente na borda da sua cama. O susto foi tão grande que ela pulou para fora do colchão antes que ele sequer abrisse os olhos.

– Me... Desculpe... Eu... – Ele tentava responder, ao mesmo tempo em que se defendia do travesseiro assassino. – Ei, espera ai, me deixa explicar!

Punzie segurou o travesseiro ameaçadoramente, mas parou com os golpes. Nessa altura, eles já haviam saído do quarto e chamado atenção de todos na casa, que encaravam estupefatos os dois jovens descabelados.

– Bem, explique-se. – A loirinha estava ofegante. Elsa olhava de um para outro um tanto mal-humorada. Definitivamente não gostava de acordar cedo, muito menos com uma gritaria dessa. Flynn bocejou e colocou um dos braços ao redor dela, se apoiando na namorada.

Merida se virou e entrou no quarto, resmungando algo que soou muito como “Voces tem sorte de eu não estar com meu arco” e fechou a porta.

Jack respirou fundo. Tinha que inventar algo. E tinha de ser rápido.

– Err... Ora eu queria, hum, queria... – Ele coçou a parte de trás da cabeça ligeiramente envergonhado. Então uma ideia piscou em sua mente. – Eu queria dormir no seu quarto.

Os olhos de Rapunzel se arregalaram imensamente e ele percebeu que suas palavras soaram indecentes, então tratou de concertar.

– Digo, o seu colchão é muito mais confortável e eu queria ter escolhido esse quarto.

Os ombros de Rapunzel relaxaram um pouco, e a cor rosa de suas bochechas diminuiu.

– Ah. Bem, se quiser trocar tudo bem. – Ela forçou um sorriso.

– Não, esquece. – Ele sorriu de canto. - E me desculpe por entrar desse jeito no seu quarto.

Punzie assentiu e se dirigiu para o banheiro. Já que estava acordada, o jeito era se arrumar.

Depois do pequeno espetáculo matinal, todos decidiram acordar de vez. O dia seria cheio de atividades. Todos menos Merida, que ainda dormiu ate próximo da hora do almoço.

Foi estranho sentar a mesa, encarando aqueles que um dia haviam sido amigos e agora...Bem.

Astrid, porem, não parecia nem um pouco constrangida. Enquanto enchia seu prato com ovos mexidos, direto da granja, falava sem freio, sobre como estava ansiosa para ir ao rio, ou que os mosquitos não a deixavam em paz um minuto sequer.

– Você não trouxe repelente? – Flynn perguntou, com uma sobrancelha erguida.

– Não, acabei esquecendo. Mas não importa logo eles se acostumam com meu sangue. – Rapunzel riu junto com garota. Mas então seus olhos cruzaram com os de Frost e seu sorriso desapareceu.

– Sabe, tem uma coisa que eu ainda não perguntei para vocês. – Elsa começou, desconfiada. – Quem esta responsável por três adolescentes em uma casa de campo?

– Ah, desculpe, esqueci-me de falar. É Hans. Mas ele decidiu ficar em um hotel na cidade. Ele detesta campo.

Elsa parecia ter sido atingida em cheio por uma avalanche. Flynn, notando a mudança de humor na namorada ficou tenso. Hans, onde ele já havia escutado esse nome?

– H-Hans esta aqui? – Elsa não parecia recuperada de qualquer coisa que á tivesse feito ficar com a boca aberta e os olhos arregalados.

– Sim, vocês se conhecem? – Jack perguntou, desviando seus olhos de Rapunzel.

A mais velha demorou para responder. Todos os olhares na mesa se voltaram para ela.

– Ele é... Ele foi meu namorado. – A garota parecia bastante balançada, e somente com a menção do nome dele. Será que ela ainda sentia algo pelo ex?

Flynn ia ficando cada vez mais emburrado. Ele não havia visto Elsa constrangida desse jeito desde o dia em que ele lhe dera flores na universidade. Um enorme buque de rosas bem encima da mesa dela.

E isso não era bom sinal.

– Caham, eu acho que vou preparar os cavalos para o piquenique. – Flynn se levantou, não se preocupando em mascarar a expressão irritada. Elsa notou que algo estava errado antes mesmo de olhar para o namorado. Flynn, indo lidar com cavalos?

Elsa fez menção de levantar-se para ir atrás dele, mas um olhar dentro de seus olhos castanhos a avisou que ele não queria companhia. A aura ao redor da mesa esfriou imediatamente.

– Bem, - Rapunzel começou, tentando desviar a atenção de todos da cena constrangedora. – Quem vem pegar as frutas comigo?

Soluço e Astrid se ofereceram, levantando e seguindo a loira de olhos verdes em direção á um pomar próximo a casa.

Merida ainda não havia acordado, assim que Jack resolveu irritar a ruivinha, se ele bem se lembrava, ela explodia com facilidade.

Elsa olhou ate o pomar, onde Soluço, segurando Astrid pela cintura, a levantava em direção á uma maça mais alta. O que será que estava errado com Flynn?

Desfazendo a trança, ela se pôs em direção aos estábulos. O vento acariciava seu rosto gentilmente, assim como o sol que já passava do topo das arvores.

Então Hans estava na cidade? Seu corpo inteiro tremeu diante da ideia de encontra-lo novamente. Da ultima vez que o havia visto, a briga foi, no mínimo, muito feia.

Ela estava de sandálias abertas, por isso, ao entrar no grande galpão onde os cavalos ficavam, tomou cuidado para não pisar em algum ‘presentinho’ deixado no chão pelos animais.

– Flynn. – Ela chamou, jogando os fios prateados para trás. – Flynn, cadê você?

Vindo de algum lugar mais ao fundo da estalagem ela ouviu um gemido. Caminhou ate lá com cuidado e esticou o pescoço. A cena com que se deparou fez seu queixo baixar ate o chão.

Seu namorado, o charmoso e durão Flynn Rider, esta caído em meio á um monte de estrume de cavalo, se protegendo dos coices de um cavalo branco parecendo muito zangado.

– Oh meu Deus, Flynn, o que foi que você fez? – A jovem perguntou seria, embora seus lábios tremessem por conter a risada,

– O que eu fiz!? Eu fui tentar colocar a cela nesse cavalo pirado e ele começou a me agredir! – O moreno fez um biquinho como um garoto mimado. Elsa não aguentou mais, gargalhou alto, com as mãos a frente dos lábios.

O cavalo branco, que Elsa reconheceu como Maximus, bufou orgulhoso e voltou á sua ‘casa’.

Depois de muitas risadas e caretas ultrajadas de Flynn, ela finalmente estendeu a mão para ajuda-lo. Uh, e como fedia!

Seu rosto se contorceu em uma careta de nojo, que ela tentou disfarçar.

– Você esta tão linda. – Ele olhou-a com aquele olhar apaixonado que sempre a derretia e foi se aproximando. – Tao linda minha rainha do gelo.

Antes que ele encostasse os lábios sujos ou se aproximasse um centímetro a mais ela o empurrou rindo debochada.

– Não hoje, Rider. Você vai se livrar desse fedor horrível primeiro.

Flynn cruzou os braços e voltou a caminhar, murmurando xingamentos contra Maximus. É esse seria um passeio divertido.

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Notas finais do capítulo

Comentem, opinem, critiquem, mas comentem :D