Pov. Lucy

–Coragem, você precisa de coragem Lucy! - Eu dizia a mim mesma enquanto encarava meu celular.

Hoje era 3 dias depois da mudança e a casa tava começando a pegar forma. Tava começando a ficar do nosso jeito.

Porém ontem, o Sr. Flinns descobriu o nosso novo endereço e veio atras da gente pronto pra matar, pronto pra acabar com qualquer alegria e paz que tínhamos. Se não fosse pelo seu advogado que o conteve, provavelmente não estaríamos mais vivos agora.

Eu deslizei os dedos pelo meu celular e suspirei fundo. Comecei a discar o numero do meu pai torcendo pra ele não atender, apesar de tudo eu ainda não queria falar com ele.

Mas infelizmente para o meu desespero ele atendeu no quarto toque.

–Alô! - ouvi sua voz rouca do outro lado da linha e suspirei de novo sem coragem pra responder - Lucy? É você?

–Oi... pai - disse num sussurro. Ele demorou quase um minuto pra dizer alguma coisa e aquilo me deixou nervosa.

–O que você fez? - ele perguntou de repente e eu bufei - Pra você estar me ligando depois de quase 9 meses é porque deve ter feito alguma coisa, tenho certeza!

Ate parecia que eu tinha 6 anos de novo pelo jeito que ele tava falando comigo. O pior é que ele me conhecia bem o bastante pra saber que eu queria alguma coisa e porque de estar ligando pra ele.

E acredite, eu não ligaria pra ele se fosse algo tao urgente assim.

–Ta ai um motivo pelo qual eu não te ligo. Você nem me perguntou se eu estou bem, que tipo de pai é você? - ouvi seu riso baixo com minha tentativa de filha magoada.

–Você esta bem Lucy? - ele perguntou ainda rindo e eu revirei os olhos.

–Não papaizinho, eu preciso da sua ajuda!

–Já imaginava! Mas o que quer que vá me pedir a minha resposta é não. Definitivamente não.

–Como não se eu nem disse o que eu quero? - deixei escapar um grito de raiva. Nossas conversas sempre eram assim, eu me estressava fácil com ele e ele comigo. -Olha só...

–Lucy, eu realmente tenho muito medo de saber porque esta me ligando. Eu estou trabalhando então por favor...

–Isso! - gritei o interrompendo - É disso que eu preciso. Não que você seja meu pai agora, mas sim meu advogado. - disse duma vez -Quer dizer, tipo de graça, porque sou sua filha então...

Eu escutei ele prender a respiração e me assustei quando ele não respondeu.

–Pai? Você ainda ta ai?? - Perguntei com a esperança dele me responder e não desligar o telefone na minha cara. - Pai! - Gritei.

–Luccia, pelo amor dos Deuses, o que foi que você fez pra precisar de um advogado? - sua voz agora estava mais seria do que antes.

–Não me chama assim - Pedi.

Odiava que me chamasse de Luccia.

–Fala logo!

–Calma, não foi nada demais - Eu respirei fundo - Eu só... Coloquei fogo em dois apartamentos do prédio onde eu moro "sem querer", agora o sindico ta processando a mim e meus amigos e... Ah meu deus. Eu preciso da sua ajuda!

Dizer a ultima frase doeu mais em mim do que um soco na cara. Esta evidente que não tenho uma boa relação com meu pai, e não gosto de pedir nada pra ele.

–Eu.. ah, meu deus - Ele gritou, tao alto que eu tive que afastar o telefone da orelha. Já conseguia imaginar a cara que ele tava fazendo - Se esse sindico não te matar eu mesmo vou mata-la. Você ficou louca? Você... eu não... consigo acreditar que colocou fogo em dois apartamentos. Por acaso estava drogada? Ou bêbada? Meu deus do céu, você passou de todos os limites Luccia Walker!

Juro por deus que esse sermão durou mais de 30 minutos e antes que ele me matasse eu mesma jã queria me matar.

–Ta bom, ta bom. Vai ou não vai me ajudar?

–Da pra me explicar melhor como aconteceu? - Disse depois de um longo suspiro.

Tentei ser o mais detalhista possível mas quanto mais eu explicava, mais eu sentia que meu pai surtava do outro lado da linha a ponto de querer me internar.

–Então, você ta me dizendo que, a avó do seu amigo de faculdade é uma Stripper, e ela colocou fogo na cozinha do apartamento ao lado com um cigarro depois de vocês darem uma festa das meninas e dos meninos e ficarem bêbados? - sua voz estava totalmente descrente.

–É por ai...

E só agora eu percebi como era vergonhoso tudo isso.

...

Pov. Vick

Chad apertou o barão do quinto andar do elevador. Não falamos nada sobre o assunto o caminho inteiro, apenas acordei naquela manha ensolarada, me troquei e me enfiei dentro do seu carro.

Ainda tava me observando pelo espelho, ajeitando meu vestido preto enquanto Chad bufava olhando pro teto. O elevador parou e as portas se abriram mostrando um escritório muito bem arrumado e iluminado, com uma mesa de madeira redonda no centro, as janelas de vidro dando uma visão aberta da cidade, e poltronas no canto das paredes.

O homem sentado na poltrona tava distraido quando chegamos, remexendo nas gavetas e falando ao telefone. Chad pigarreou pra ele que sorriu ao nos ver e desligou o telefone.

–Bom dia! - ele se levantou e caminhou ate ele - Finalmente Drew, não pensei que pudesse adiar mais essa reunião.

–Desculpa, tive uns problemas essa semana. - Chad pegou na minha mao me puxando para o seu lado - Vick esse é o meu advogado Anthony, ele vai nos ajudar com... Hum, você sabe. Tony essa é a...

–Victoria Starks - Ele cortou Chad dirigindo o olhar pra mim - Entendi porque casou com ela sem querer, com certeza eu cometeria o mesmo erro. É um prazer finalmente conhece-la Vick!

Ele beijou o dorso da minha mao livre e eu fiquei meio sem reação pela gentileza dele. Cá entre nos não é todo homem que faz uma coisa assim hoje em dia. Mas era impressão minha ou esse cara tava me cantando? Feio ele não era, mas isso foi esquisito com Chad do meu lado

Que por sinal apertou minha mão e deu um tranco no meu braço fazendo minha outra mao escorregar pra longe daquele homem.

–Tem como irmos direto ao assunto? - Ele perguntou. Eu encarei ele desacreditada pela sua cara de pau, ele nem se quer me olhou tava num mal humor esquisito hoje. - Eu estou com um pouco de pressa.

–Claro! - O advogado ajeitou a gravata e se voltou para sua poltrona novamente.

Fiquei um pouco chatiada por pensar que Chad deveria estar louco pra se livrar de mim e sair pegando geral como ele sempre fez.

Ele puxou uma cadeira pra mim e se sentou do meu lado encarando o advogado.

–Querem alguma coisa? Uma agua ou um café!

–Não, obrigada! - Respondi já que esse idiota aqui do meu lado tirou o dia pra ser arrogante.

–Bom - Tony disse espalhando papeis sobre a mesa - Dei uma olhada no caso de vocês e acredite, vai ser bem rápido. É um caso simples e muito comum, não vamos precisar ir na justiça ou ter longas audiências. E sem chances de partilha de bens, correto?

–Correto! - Respondemos nos dois ao mesmo tempo.

–Enfim, é bem mais fácil quando os dois cooperam e não tem crianças envolvidas. Ou tem? - ele ergueu a sobrancelha na direção do Chad que pela primeira vez no dia sorriu.

–Não - Ele virou o rosto pra mim - Que eu saiba ne!

Eu revirei os olhos ignorando esse comentário idiota!

–Ótimo, melhor assim! - Ele disse enquanto revirava em uma pasta. Depois de segundos ele tirou uma folha de la - Esse aqui é o papel que mandei pro cancelamento do divorcio, só falta a justiça autorizar agora. Eles vão mandar uma copia pra cada um, vocês assinam e vai ta tudo pronto. Serão solteiros novamente!

–E quanto tempo esse papel pode demorar pra chegar? - Chad perguntou

–Isso depende Drew, pode demorar algumas semanas como eles podem mandar amanha mesmo. Vai depende da sorte de vocês. Entretanto, depois que assinarem tem que trazer os papeis pra mim, assim eu vou oficializar e fazer a certidão de divorcio de vocês dois.

–Tudo bem. Então só isso? - Eu perguntei. Aquele assunto tava me deixando zonza.

–Sim, senhorita Starks!

–Ta! - Chad levantou me puxando novamente. - Vamos. E obrigada Tony, a gente se fala quando eu trouxer os papeis.

–Tenham um bom dia. Foi bom conhece-la Vick! - ele sorriu pra mim e eu retribui.

–Igualmente!

–Fica com o meu cartão, caso precise me ligar, você sabe pra... Tirar duvidas! - ele me estendeu seu cartão e eu peguei guardando na bolsa.

–Tchau! - Chad disse.

Quando dei por mim o elevador já tinha chegado e ele praticamente me empurrou pra dentro dele bufando e resmugando alguma coisa. Nem consegui me despedir direito do Tony.

–Mas o que te deu hoje heim? - Perguntei. Ele tava de costas pra mim eu puxei ele pelo braço pra me olhar - O que ta acontecendo, pode me dizer?

–Ah serio que você ta me perguntando isso? - Ele soltou um riso sem vida - Esse advogado é atraente o bastante pra você ou vai dar um bolo nele? Já ta pretendendo quando vai ligar pra ele?

–O que?

–Ué, você achou que esse papozinho de me "Ligue pra tirar duvidas" é verdade? Eu sei porque ele quer que você ligue pra ele!

Eu também sabia, e nem ligava. Porem eu fiquei olhando Chad sem entender porque de todo esse discurso dele. As portas do elevador se abriram e ele saiu andando pra fora procurando a saída e eu fui atras dele.

–Só deixando claro que também sei porque ele me deu o cartão dele e não ligo pra isso! - Corri pra alcança-lo.

–Eu percebi - ele colocou os óculos e entrou no carro.

–Então não to entendendo o porque desse assunto.

–É que na verdade eu não acho que ele faz muito seu tipo... - deu de ombros.

–Na verdade ele faz sim - Disse de repente e ele me olhou por cima dos óculos - Que foi? Vamos nos separar e eu acho que já ta na hora deu pensar no que vou fazer depois do divorcio!

–Ah serio? Não acredito no que to ouvindo. - ele arrancou com o carro tao rápido que tive que me segurar.

–Chad...

–Já chega desse assunto. Pode ficar pensando ai no que vai fazer com Tony quando nos divorciarmos. Eu nao me importo!

Ele não tocou mais no assunto, tipo se eu abrisse a boca era capaz dele me bater então optei por ficar quieta e me aproveitar da situação.

Ate porque eu tava rindo por dentro de tudo aquilo. Por que no fundo aquilo tudo se chamava ciumes e ele se importava sim.

Peguei o cartão do Tony e fiquei alisando enquanto olhava o seu numero. Chad me encarou diversas vezes mais não disse nada. Fui sorrindo o caminho inteiro pelo mal humor dele que eu já tinha entendido o que era.

Só que assim que chegamos em casa Chad desceu do carro todo apressado sem nem me esperar. Bateu a porta da frente com força e sumiu dentro de casa. Eu respirei fundo antes de sair do carro. Hoje ele decidiu que ta com TPM, só pode!

Assim que entrei eu encontrei a casa no maior silencio. Todos estavam na faculdade ainda, apenas Vegas e seu brinquedinho de pelúcia, quer dizer, o que sobrou dele porque ele rasgou o brinquedo todo, estavam na sala.

Subi as escadas correndo e troquei olhares do meu quarto pro dele. Abri a porta e já fui entrando sem nem mesmo bater, ele estava se trocando e eu levei um pequeno susto quando o vi sem camisa, já ele praticamente não ligou pro fato deu estar ali.

–O que foi? - Perguntou grosso sem nem me olhar enquanto revirava uma gaveta procurando por uma camisa.

– Ta bravo comigo? - Perguntei num sussurro.

Ele se virou pra mim como se eu fosse uma idiota, era obivio que ele tava bravo.

–Imagina, só to pensando se o Tony é tao seu tipo assim porque você não liga pra ele? Ou ta esperando a gente se divorciar pra isso?

–Não sei, to pensando ainda no que vou fazer - Ele cruzou os braços com uma expressão totalmente incrédula -Eu... Acho que vou ligar mais tarde pra ele. O que você acha?

–Acho loucura. Se não posso ficar com ninguém enquanto estamos casados, você também não pode!

–Nada disso, você prometeu. Já eu não me lembro de ter prometido nada pra você!

Ele negou com a cabeça como se não acreditasse no que estava ouvindo. Eu consegui ouvir ele suspirar e fiquei surpresa quando ele avançou na minha direção e tomou a bolsa que eu tava segurando e começou a jogar tudo em cima da cama dele.

–O que você pensa que esta fazendo? - Perguntei olhando ele remexer nas minhas coisas como um louco. Vi um pequeno sorriso se formar no canto dos seus labios quando ele achou o cartão do Tony - Me da isso aqui!

–Não - ele ergueu o cartão em cima da cabeça dele quando eu corri na direção dele.

–Você não tem direito de fazer isso. Me da esse cartão aqui Chad Drew! - ele negou balançando o cartão no alto pra me provocar.

–Eu sou seu marido e tenho todo o direito sim sobre você!

Estava baixando a Lucy em mim, eu tava sentindo e isso não ia prestar.

Eu me joguei em cima dele e caímos os dois em cima da sua cama numa luta pra ver quem pegava o cartão que escorregou da mao dele. O papelzinho caiu em baixo da cama e quando eu fui levantar pra pegar ele me segurou pela cintura e deitou em cima de mim.

–Você não vai pegar esse cartão. Não vou deixar - ele tava rindo da minha raiva e eu comecei a rir junto com ele pela situação.

–Você não pode me prender aqui!

–Quem te disse que não?

E foi então que ele me beijou.

Aconteceu rápido demais pra eu conseguir processar toda a informação. Uma hora atras estávamos no escritório do advogado gostosão dele com esse infeliz dando pit por ciumes. Agora eu estava jogada na cama dele, beijando meu futuro ex marido por causa de um cartão.

Eu nem sequer tentei impedi-lo, ou para-lo. Eu queria muito isso porque seria temporário. Logo mais estaríamos divorciados e eu não poderia me dar ao luxo de ter uma noite com ele, por isso eu aproveitaria hoje como se fosse a ultima.

[...]

Pov. Nicolas

Estavam começando a chegar as provas finais por conta do fim do ano. Felizmente terminariamos nosso primeiro ano de faculdade daqui a 2 meses e eu estava me esforçando muito pra conseguir passar. Mas eu vou desabafar viu, que ano foi esse? Não conseguimos ter uma semana normal desde que as meninas viraram nossas vizinhas. Depois amigas, e bom, agora já nem sei mais.

Foram tantas coisas esse ano, tantas pessoas, tantos lugares... Lucy! Não estava preparado pra esse furacão.

–Vou te dar um soco - Ela ameaçou sem conter conter o sorriso e eu provoquei de novo - Estou falando sério, eu não gosto disso!

–Mas você ta rindo - Falei e ela revirou os olhos.

–Porque você ta basicamente me forçando, fazendo cosquinha em mim! - Eu ri quando ela gargalhou só por eu ter encostado na sua cintura. - Nicolas!

–Para de ser louca, nem encostei em você direito. - A tia da biblioteca nos encarou por ela ter gritado. Estávamos "estudando" juntos pra prova de amanha . Mas estava um pouco difícil me concentrar.

Ela estava sentada do meu lado, bem próximos eu diria ja que a biblioteca estava vazia. A única pessoa que nos vigiava era tia da biblioteca que estava morrendo de raiva pelos risos histéricos da Lucy.

–Quer ser expulso da biblioteca também?

–Eu levo você comigo caso ela me expulse, porque vou colocar a culpa toda em você - ela revirou os olhos de novo rindo - Mudando de assunto, falou com seu pai?

–Falei - ela suspirou de repente - E ele não ficou muito feliz por eu ter pedido a ajuda dele com o que aconteceu. Mas disse que consegue resolver tudo com um acordo, já conseguiu ate falar com o advogado do Sr. Flinns. Acho que vai ficar tudo bem!

–Por quanto tempo heim?

–Por quanto tempo o que? - ela me encarou.

–Vai ficar tudo bem? Quero dizer, por quanto tempo tudo vai ficar normal? - ela demorou um pouco pra me responder.

–Olha só, não tem nada normal acontecendo na nossa vida e eu prefiro assim. Acabamos de nos mudar por colocar fogo nos nossos apartamentos, estamos sendo processados, somos vizinhos de um cabeleireiro Drag Queen tarado, temos um casal de amigos que casou em Las Vegas, temos um cachorro chamado Vegas que roubamos de uns traficantes, Cassie e Ryan fingem estar namorando pra enganar o ex psicopata dela, Katy foi expulsa de casa... - Ela riu sozinha listando os nossos problemas.

–E nos? Quando a gente se encaixa nisso? - Eu perguntei vendo ela ruborizar.

–Nos... Somos um caso complicado.

Ela não gostava de tocar no assunto "Nos" e eu não sabia porque. Também não gostava de falar muito sobre isso, preferia deixar do jeito que tava.

Fui puxar ela pela cintura pra mais perto e a louca começou a rir e me bateu pra variar.

–Nossa, vocês tao só sorrisos hoje! - Tyler apareceu de repente avaliando nos dois.

Lucy se afastou rapidamente de mim se recompondo e olhou pra ele como se ele tivesse se materializado ali. Brotado do chão.

–Posso saber qual a graça? - ele provocou ela se sentando na nossa frente.

–Não! - Lucy fechou o livro dela com força e guardou na bolsa.

–Tava rindo porque então?

–Sou uma pessoa feliz Tyler, só isso - ela deu de ombros - Cade a tua namorada?

–Aonde você acha que katy esta agora? - ele riu da própria pergunta como se fosse obvio.

–É, na cantina. Comendo com certeza - Lucy respondeu. - Bom garotos vou atras dela. Tchau pra vocês!

Tyler acenou enquanto ela saia da biblioteca apressada. Ela sempre ficava assim quando alguem nos via sozinhos.

Tyler continuou me olhando sorrindo como um imbecil que ele era. Eu bufei.

–Que foi?

–Nada! - Ele respondeu - Só me diz ai, o que tava rolando aqui?

–Você não tem mais o que fazer, não? - Perguntei bufando.

Me levantei juntando todo o meu material também e sai da biblioteca com Tyler no meu ouvido. Levou alguns minutos pra eu convence-lo de que eu e Lucy só estávamos estudando. Não sei se ele acreditou, mas espero que sim!

Fomos todos juntos pra casa depois de quase uma hora ainda na faculdade. Eu tava cansado e precisava de um banho.

Bati na porta do meu quarto varias vezes mas Chad não abriu a porta e eu preferia pensar que ele estava dormindo ou algo do tipo.

–Alguem viu a Vick? - Cassie perguntou saindo do quarto da frente.

–Provavelmente ela deve ta aqui dentro - Apontei pra porta e Cassie cobriu a boca desacredita e depois riu maliciosa.

Com certeza ela ia fazer algum comentário bobo mas a campainha no andar de baixo tocou. Descemos os dois enquanto conversavamos sobre o casalzinho Las Vegas.

Cassie abriu a porta e eu levei um baita susto. Vou admitir.

–Olá! - Não, não era o Ricky. E sim a irmã do Jason.

Lembram daquela irmã gostosa e tarada dele? Bom, ela estava na minha frente agora!

–Julie? - Cassie perguntou tao surpresa quanto eu.

–Jason esta por ai? Sera que tem lugar pra mais um nessa casa?

Ela sorria enquanto enrolava o cabelo nos dedos. Quando olhei pro chão tinha umas 4 malas rosas enormes espalhadas por ele. Ou ela tava de mudança pra cá ou ia passar muitos dias aqui. Cassie me olhou confusa e eu retribui o olhar dando de ombros. Não tava entendo nada.

Como Jason não nos avisou? Isso, se ele sabia que ela viria...