O reflexo da Princesa escrita por Lola


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Esse cap vai dar trabalho pra vcs jdbsobcxx hoje eu me inspirei e acabei escrevendo "um pouquinho" mas pelo menos compensa o de ontem que foi curto! Quem me acompanha no Twitter (@_lorealves) sabe que eu tive a ideia de fazer uma "entrevista" com os personagens. Vcs mandam pergunta e eles respondem. Vou colocar nas notas finais! ;D
P.S.: Dedico esse capítulo a mozão que brincou de mordidinha cmg hbxujadbcsxiaxijsbjxbaxjbx ADEUS VIDA, ADEUS MUNDO



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Felipe acaba adormecendo poucos minutos depois, fico apenas o observando. Ao contrário dele, passei a noite dormindo. Seu sono é pesado e ele dorme com uma expressão angelical. Se eu pudesse, não acordaria ele nunca só para ficar observando-o, só que alguns minutos depois ele começa a se mexer e murmurar algumas coisas que se assimilam a gritos de pavor. Tento acorda-lo.

“Acorde! É só um pesadelo!”

Começo a balança-lo e ele abre os olhos confuso. Sua testa está molhada e ele arfa.

“Fique longe! Se afaste dela!”

Ele grita isso várias vezes e me empurra como se tentasse me afastar “dela”. Ele se debate e eu subo em cima dele e seguro seus pulsos, prendendo seus braços na cama. Não sou tão forte, mas fiz curso de defesa pessoal e conheço alguns truques.

“Felipe, não sei o que você está vendo, mas não é real.”

Seus olhos parecem entrar em foco e eles se cravam aos meus. Ele alisa meu rosto como se estivesse conferindo se eu sou real. Estremeço com o seu toque suave. Seus dedos deslizam para meus lábios e fazem carinho neles. Tento manter minha respiração calma, porém é impossível. É como se eu tivesse desaprendido a respirar, se é que isso é possível. Ele parece despertar de um transe e balança a cabeça, como se quisesse afastar algum pensamento. Só então percebo que continuo encima dele. Rolo para o outro lado da cama tentando esconder o rubor das minhas bochechas.

“Eu ando tendo sonhos estranhos desde a noite que ‘entrei’ na sua cabeça.”

Ele se explica.

“Estão mais para alucinações, você continuou tendo mesmo quando eu te acordei. Aliás quem você estava protegendo?”

Suas bochechas ficam vermelhas quando ele responde.

“Você. Nos sonhos eu tento te proteger daquela vidente daquele sonho. Falando nela, você não vai vê-la de jeito nenhum, certo?”

Nunca pensei que fosse ficar feliz por ver Joana, mas quando ela entra no quarto de Felipe, eu quase solto fogos. Assim não tenho que explicar nada para ele. Ela lança um olhar acusador para nós.

“Pensei que você fosse noiva de Eduardo.”

“E eu sou.”

“Então o que é isso? Se atrapalhou e acabou dormindo com o irmão errado?”

Sua voz ferve de raiva, ela está se controlando para não gritar.

“Não aconteceu nada do que você está pensando!”

Felipe entra no meio da conversa/ início de uma briga.

“Fale a verdade.”

Ela ordena.

“Essa é a verdade.”

Joana parece satisfeita e fala que temos que começar a colocar nosso plano em ação. Felipe passa as mãos pelos cabelos e solta um suspiro. Nunca fiz uma poção antes, mas mesmo assim acho que os ingredientes dessa são um tanto complicados.

“Podemos começar com as lágrimas de uma viúva.”

Sugiro e Joana rebate perguntando onde podemos conseguir isso.

“Em um cemitério, claro.”

Eles me encaram como se eu estivesse doida. No final das contas acabo convencendo eles a fazerem isso. Arrumamos as coisas, estamos levando comida e água, além de roupas reservas e armas. Depois de muito azucrinar os juízos de Felipe e Joana, eles deixaram que eu carregasse uma adaga de prata. Ela é simples, tem um cabo rodeado de couro e a lâmina é quase do tamanho do meu antebraço. Felipe me ensina alguns golpes básicos.

Saímos sorrateiramente do castelo, mas ao tentarmos atravessar o portão, um guarda nos impede. Na verdade ele me impede.

“Aonde pensa que vai, Princesa?”

“Não te interessa.”

Ignoro-o e vou atrás de Felipe e Joana que já atravessaram o portão sem nenhum problema, mas ao perceber que eu fiquei para trás eles param e voltam. O guarda me segura pela cintura. Afasto as mãos dele de mim.

“Tenho ordens rígidas de não deixar a Princesa sair a não ser que tenha autorização do Rei e esteja com, no mínimo, cinco guardas com ela.”

Lanço a ele um olhar de ódio e estou preste a mostra-lo minha “autorização” (lê-se: meu dedo do meio) quando Felipe aparece e me segura. Ele olha nos olhos do guarda e fala com uma voz calma:

“Ela está conosco, você não precisa se preocupar e nem falar a ninguém que nos viu sair, ok?”

Estremeço ao perceber que ele está usando magia. Descobri que esse tipo de magia se chama compulsão. O guarda só dá um sorriso irônico.

“Compulsão não funciona comigo, Sr. Lington. Esse bebê me protege.”

Ele tira um amuleto de dentro do uniforme, mas logo o guarda novamente. E então Felipe parece ter uma ideia, só que para minha tristeza não é para convencer o guarda a me deixar ir. É para convencer-me a não ir.

Ele segura gentilmente minha mão, olha no fundo dos meus olhos e fala com uma voz aveludada:

“Bia, o guarda tem razão. É muito perigoso para você lá fora. Fique aqui no castelo, você já ajudou bastante.”

Uma energia calma me envolve. Sou tomada por uma vontade incontrolável de fazer o que ele está mandando. De repente a ideia de ir a um cemitério sem guarda algum só com uma adaga me parece loucura. Tudo o que eu quero é voltar para o meu quarto, onde estarei segura, e dormir.

Espere, eu não quero isso. É só a magia de Felipe.

“Deixe de ser idiota, eu não perco essa aventura por nada.”

O meu próximo movimento é tão rápido que as pessoas só o percebem depois que ele está feito. Tiro a mochila das minhas costas e, agarrando sua alça, faço um movimento de arco com o braço e bato-a com força na cabeça do guarda. Ele cai no chão desacordado e eu saio correndo com Felipe e Joana boquiabertos atrás de mim.

Só paramos de correr quando chegamos a uma praça em um vilarejo perto do palácio. Meus pulmões clamam por ar e meus músculos queimam, gostas de suor escorrem copiosamente por todo meu corpo. Apesar de eu estar péssima, Joana e Felipe estão piores. Agradeço silenciosamente a minha tia que sempre me obrigou a praticar corrida todas as manhãs e a entrar em um curso de defesa pessoal. Apoio as mãos nos meus joelhos e tento recuperar o folego. Felizmente minha pressão não abaixou como quase sempre acontece quando faço muito esforço físico embaixo do Sol quente.

Nunca senti tanta falta do meu tênis. Correr de bota não é muito legal, mas pelo menos eu estou de calça, ao contrário de Joana que me laçou um olhar incrédulo quando me viu de calças e disse que isso era roupa de homem. Só revirei os olhos para não começar um discurso feminista, não valia a pena. Agora eu tenho certeza de que ela daria tudo para colocar uma calça em vez do vestido que ela está usando.

Bebo um pouco de água e me recomponho, depois vou ajudar Felipe e Joana. Os dois estão sentados em um banco quase morrendo. Rio do estado deles.

“Por Deus, Bia! Eu não sabia que você corria tanto!”

Felipe fala.

“Aquilo não foi nada! Tive que ir devagar para alcançar vocês!”

Isso é mentira. Fiquei o trajeto inteiro na frente deles, mas eu estava quase me matando. Não queria correr mais rápido que eles só que o desespero de o guardinha acordar e vim atrás de mim com um exército foi tão grande que eu nem liguei para o fato de todos os meus músculos estarem queimando de dor.

Eles se recuperam dez minutos depois e vamos para o cemitério que é bem perto. Ainda bem porque nenhum de nós aguentaria ir para um lugar muito longe. O cheiro de coisa apodrecendo indica que estamos perto. Andamos mais um pouco e assim que chego percebo o porquê de Felipe e Joana me acharem louca por ter a ideia de vir até o cemitério.

O lugar é no mínimo sinistro, um cenário digno de filme de terror. Não é possível ver onde o terreno termina, pois uma névoa que paira acima do local não permite. A terra parece morta e as poucas árvores que há não têm folhas e estão morrendo. Não sei ao certo o que é isso, mas acho que o medo tem um efeito diferente em mim do que nas outras pessoas. Em vez me esconder atrás de Felipe, como Joana está fazendo. Vou para frente dele, como se de alguma maneira pudesse protegê-lo.

“Vamos?”

Tento soar confiante, porém o que sai é um fio de voz. Andamos lentamente até o cemitério, eu vou à frente. Não como uma atitude altruísta de proteger eles. É que além de medo esse lugar tem um ar de mistério que me desperta curiosidade. Além de nós, tem apenas mais três pessoas corajosas que se aventuraram a entrar nesse cemitério para prestigiar seus entes queridos. Primeiro vamos a um homem e a uma mulher que choram abraçados na frente de um túmulo. A mulher está toda vestida de preto e usa uma aliança. Joana pergunta em um tom gentil de voz se a mulher era esposa do falecido. Ela fala que era irmã e nos saímos, deixando-os com seu luto. Depois vamos falar com outra mulher que está sozinha. Ela usa um vestido todo branco de noiva e um véu cobre seu rosto. Ela está cabisbaixa e segura uma rosa solitária nas mãos. Mesmo de longe posso ver uma aliança dourada brilhando em seu dedo. Aproximo-me mais e acabo me distanciando de Felipe, apesar de seus protestos. Quanto mais perto chego dela, mas clara para mim fica sua dor para mim. Seu choro é silencioso e ela tem uma expressão amargurada no rosto. Chego ainda mais perto e olho para o rosto de baixo do véu. Quase solto um grito. O rosto dela tem várias queimaduras ainda recentes. Mal posso imaginar pelo que essa mulher passou. Piso em um graveto e isso denuncia minha presença. Ela vira para mim.

“Alteza.”

Ela faz uma reverencia e me lança um olhar gélido. Seu maxilar se contrai e ela parece se segurar com todas as forças para não me atacar, dou um passo para trás ao perceber isso. Mas logo depois sua expressão dura e fria vai embora e ela volta a chorar. Eu quero perguntar o que ele era dela, mas não sei como fazer isso em parecer indelicada. Felipe e Joana chegam atrás de mim e Joana pergunta, ela não é nada delicada, mas parece não se importar com isso.

“O Governo aconteceu. Era o meu casamento, era para ser o dia mais feliz da minha vida só que o Rei estragou tudo! Ele mandou soldados incendiarem o local! Eu vi o amor da minha vida queimar diante dos meus olhos! Só porque eu me recusei!”

“Você se recusou a que?”

Pergunto.

“A dormir com o Rei.”

Suas palavras me atingem como uma bomba. Nunca gostei do Rei, mas ele continua sendo meu pai. E saber que o pai está traindo a mãe não é fácil para ninguém...

“É tudo culpa dele!” Seu tom de voz aumenta a cada palavra pronunciada. “Agora eu vou fazê-lo pagar! Ele não tirou de mim uma coisa que eu amava? Então vou tirar dele uma coisa que ele ama.”

Antes mesmo que ela pudesse terminar seu raciocínio, Felipe já tinha se colocado na minha frente e estava apontando a espada para ela. Em vez de recuar, ela se aproxima mais.

“Vai, me mata, por favor! Mata-me e acaba com o meu sofrimento!” O que eu vejo agora não é mais uma mulher que dura e pronta para me matar só por vingança. O que eu vejo é uma mulher que está desesperada para acabar com a dor que está sentindo. Uma mulher que não tem mais nada a perder, cuja vida não faz mais sentido. “Por favor...”
Ela suplica, mas Felipe abaixa a espada. Peço para conversar sozinha com ela e ele pergunta se estou louca. Percebo que não conseguirei convencê-lo e resolvo apelar para a maldição. Mando que ele se afaste e Joana o acompanha. Ela quer mais é que eu morra.

Respiro fundo e me aproximo da mulher, seguro suas mãos calejadas e olho bem no fundo dos seus olhos.

“Acredite em mim, você estaria fazendo um favor ao Rei se me matasse. Sei que a dor que você está sentindo é imensa e tudo que você quer é acabar com ela, mas pense bem. É isso que ele ia querer que você fizesse? Não desista agora. Viva. Viva por ele. Viva como um ato de rebeldia. Viva para mostrar ao Rei que ele nem sempre consegue o que quer.”

“Cale-se! Você é igual a ele!”

“Eu não sou igual a ele!” E então eu completo baixinho. “Eu o odeio.”

Você o odeia?”

Ela pergunta incrédula e eu faço que sim com a cabeça.

“Sei que não estou com condições de te pedir um favor, mas você deixaria que eu coletasse uma lágrima sua?”

“Eu sabia! Você é uma interesseira! Você é igualzinha ao seu pai! Só ajuda as pessoas quando tem um interesse por trás!”

“Desculpa...”

Falo e saio meio correndo antes que ela tenha outro ataque e resolva me matar. Vou até Felipe e Joana que estão perto de uma árvore, Felipe com a espada em punho pronto para o ataque. A mulher não me seguiu, continuou lá chorando como se nada tivesse acontecido.

“Felipe acho melhor encontrarmos outra pessoa.”

Falo.

“Tudo bem. Esse não é o único cemitério do reino. Podemos procurar outro amanhã.”

Ele me consola, apesar de eu saber que não está nada bem. Ele quer se livrar dessa maldição logo.

Atravessamos o portão do cemitério e as palavras da mulher ecoam na minha mente. “Eu sabia! Você é uma interesseira! Você é igualzinha ao seu pai! Só ajuda as pessoas quando tem um interesse por trás!” Será? Será que eu sou igual ao meu pai? Eu realmente queria ajuda-la, mas não é mentira que só me aproximei dela para conseguir as lágrimas.

Escuto um grito de Felipe e minha mente começa a agir no piloto automático. Meus olhos o localizam no meio do cemitério gritando e se contorcendo de dor. Tudo ao meu redor parece nebuloso. Agindo por instinto, corro até ele, mas chegando lá ele está bem. Mais do que bem nada verdade. Ele tem uma expressão serena e calma no rosto. Sua calma me envolve e eu sorrio. Esqueço todos os meus problemas, nem lembro mais o que vim fazer aqui.

Ele me abraça e sem dizer nada, me beija. Um beijo intenso e muito bom. Ele para de me beijar e começa a beijar meu pescoço. Uma sensação de prazer toma conta do meu corpo. Seus lábios fazem uma trilha até meu ombro e sinto seus dentes afiados pressionarem minha pele. Segundos depois meu ombro explode em dor.


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Notas finais do capítulo

ENTREVISTA
Entrevistador: Bia, por que você faz tanto cú doce?
Bia: Não sou eu! É Felipe! Esse viado!
Entrevistador: Essa pergunta é de uma leitora chamada Nic: "Felipe, posso dar pra você?"
Felipe: Depende, por quanto?
Bia: Você quer morrer sua bitch??? Felipe é MEU!
Entrevistador: Essa pergunta é de @sofiajuliaa: "eu quero perguntar pra Bia o que ela queria fazer com o Felipe depois de ter bebido na festa."
Bia: Muita, muita miséria. Eu queria arrancar a roupa dele com meus dentes e... Bem, a censura da fic ñ permite...
Felipe: ~olhar de medo~
Entrevistador: E por último, uma pergunta de Júlia: "Eu quero strip do Felipe e eu não pararia na calça."
Felipe: Isso é uma pergunta?
Bia: Sonhe pequena gafanhota!
.
POR HJ É SÓ, CHUCHUS! Mandem mais perguntas nos comentários ou no meu Twitter: @_lorealves! Kisses!



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