O reflexo da Princesa escrita por Lola


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

O que falar sobre esse jogo? Eu quase não tenho palavras... Quase. Muitas pessoas estão aos prantos, brigando, se desesperando como se o mundo fosse acabar. Acho que as pessoas não estão tristes e sim frustradas. Eu também estou frustrada. Esse é o risco que enfrentamos ou colocar nossa felicidade (mesmo que momentânea) nas mãos de outras pessoas , elas podem tanto nos alegrar quanto nos decepcionar. O que mais me incomoda em situações como essa é não poder fazer nada. Torcemos, vestimos roupa da cor da seleção, reunimos a família, gritamos até ficar roucos, mas a verdade é que isso não ajuda em nada, só nos passa uma falsa sensação de segurança, como se fazendo isso a vitória fosse certa. A tristeza é inevitável, mas a questão é como lidamos com ela. Podemos levar nunca boa e torcer pra ficar pelo menos em terceiro ou se desesperar, gritar, brigar, xingar, fingir que não é mais brasileiro, criar tags escrotas no Twitter e outras coisas. Para você que escolheu a segunda opção só digo uma coisa: isso não vai fazer o Brasil ganhar e muito menos vai diminuir o que você está sentindo (seja lá o que for!). Minha forma de lidar com a frustração foi escrevendo, agora quase no final do texto me sinto bem mais leve. E a mensagem que eu deixo para os jogadores (mesmo que eles nunca leiam rçrç) é: não deixem os fantasmas do passado assombrarem o futuro. Porque é isso que esse jogo é: passado. Nada mais, nada menos. Vamos pensar no próximo jogo. Terceiro lugar não é ruim considerando o fato de que muitas pessoas (inclusive eu) achavam que a seleção não passaria da etapa dos grupos. Cabeça erguida e bola pra frente!
Sei que não é o melhor texto do mundo, mas fiz o que pude. Espero que tenha ajudado e aqui está um cap novo pra alegrar! =D



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Existe um limite entre encher a paciência e pedir para apanhar. Joana está quase o ultrapassando. Respiro fundo e tento prestar atenção no livro que leio enquanto ela joga seu charme encima de Felipe. Tenho que admitir que ela é muito boa. Ela é o tipo de garota que domina a arte de flertar, coisa que eu sempre invejei. Só que para minha felicidade e tristeza dela, Felipe está mais interessado em sua leitura e em descobrir como se livrar dessa maldição do que paquerar. A verdade é que Joana não sabia exatamente a poção que desfaz essa maldição, ela só sabia em quais livros procurar. Por isso, estamos na biblioteca há duas horas lendo livros e mais livros.
Olho de relance para Felipe. Ele usa as mesmas roupas de ontem só que elas estão amaçadas e seu cabelo emaranhado. Eu cheguei à biblioteca e ele já estava aqui, não duvido que tenha vindo assim que o sol nasceu. Qualquer idiota perceberia que ele passou a noite em claro afogando quaisquer que sejam suas mágoas na bebida, o cheiro de álcool é perceptível à distância. Seus olhos vermelhos e rodeados por bolsas pretas percorrem as páginas dos livros em busca de alguma informação que lhe seja útil. Dói vê-lo assim, porém uma parcela de mim tem esperanças de que o motivo da sua insônia seja eu. Essa mesma parcela acredita que ele me ama e passou a noite em claro se culpando por ter dado corda a Joana e achando que eu não gosto dele pelo jeito que o tratei na noite de ontem.
Ok, chega de sonhar.
Volto a me concentrar no livro, como sempre dou sorte em pesquisas desse gênero, acho de tudo menos o que estou procurando. Um grito entusiasmado vindo de Joana tira minha atenção do livro mais uma vez.
“Achei!”
Ela fala e vejo os olhos de Felipe se encherem de esperanças e entusiasmo. Ele levanta da cadeira que estava e a abraça enquanto agradece. Por incrível que pareça eu não fico com ciúmes do abraço, acho que até eu seria capaz de abraça-la. Mentira. Nem se ela conseguisse me levar de volta para casa eu a abraçaria. Ela recita os ingredientes da poção e meu estômago se revira de nojo.


• Um fio de cabelo da pessoa que lançou a maldição
• Lágrimas de uma viúva
• Sangue de um coração puro
• Ouro de uma bruxa


A reação de nojo é compartilhada por todos. Tenho pena de Felipe que vai ter que beber isso. Ele leva a mão à xícara ao seu lado para dá mais um gole no café. Café é o responsável por mantê-lo acordado uma vez que não tem a bebida. Acho que ele evita beber na minha frente depois daquela noite. Eu o impeço antes que ele leve a xícara aos lábios.
“Felipe, acho que você deveria descaçar.”
Desde que descobri sobre a maldição, venho evitando usar verbos no imperativo. A ideia de Felipe obedecer a tudo que eu falo é tentadora, porém errada.
“Não, Bia. Temos que continuar. Preciso acabar logo com isso.”
“Felipe, você não vai ser muito útil desse jeito. É melhor fazer uma pausa, você vai estar dormindo e ninguém vai poder te perturbar, prometo.”
“Sem strip?”
Ele pergunta e um fantasma de sorriso se forma em seus lábios, é bom saber que ele continua o mesmo.
“Sem strip.”
Respondo e nesse momento um guarda entra na biblioteca e avisa a Joana que o pai dela quer vê-la. Eu quase solto fogos, sério. Ela deixa o recinto com uma careta eu e Felipe fazemos o mesmo. Acompanho-o até o seu quarto e quando chegamos a porta, ele faz um pergunta que me pega de surpresa. Ele pergunta se eu posso ficar no quarto com ele, não detecto segundas intenções em sua voz. Se isso é bom ou ruim, ainda estou decidindo. De qualquer forma, eu aceito. Entramos, ele toma um banho e depois se deita na cama, deito ao lado dele. Nesse tempo todo ficamos em silêncio, mas não aquele silêncio constrangedor, é aquele silêncio bom, sereno.
“Posso ver suas cicatrizes?”
Pergunto em um sussurro, ele responde com o mesmo tom.
“Para quê?”
“Eu quero saber quantas vezes você precisou de mim e eu não estive aqui.”
Ele me mostra os pulsos, faço carinho neles tocando as finas linhas que atravessam sua pele macia e branca. Apesar de terríveis, elas são meio que uma prova de que ele é real. Porque esse garoto abusa do direito de ser incrível. Ele tem cabelo, corpo, olhos, rosto, tudo perfeito. Tem um senso de humor estranhamente legal, é charmoso e muitas outras coisas. Certa vez li em um paradidático de escola (aqueles que todo mundo acha ruim, mas no fundo, no fundo gosta) que somos como estrelas. De longe parecemos perfeitos, mas de perto somos na verdade estrelas tortas. Essas cicatrizes me fazem perceber que Felipe também é “torto” e isso faz com que eu o ame ainda mais.


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Notas finais do capítulo

Sei que tá mttt pequenininho, mas eu fiz com amor pra alegrar vcs, chuchus! Gostaram (do textinho e do cap)? Comentem, favoritem, recomendem e me sigam no twitter: @_lorealves ! Beijocas!
P.S.: MOZÃÃÃÃO OBG POR FAZER PELO MENOS UM GOL! CHORA NÃO! VOU PRA AMERICANA TE CONSOLAR!