O Refúgio Online escrita por Nedhand


Capítulo 4
Capítulo 48




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A luz do sol ia desaparecer completamente em dez minutos, não mais do que isso.



Quando isso acontecesse, Edelstein estaria às escuras. Nenhum morador havia se dado ao trabalho de acender os postes, lamparinas ou mesmo uma vela. A maioria das casas permanecia impenetravelmente trancada e a cidade estava quase tão deserta quanto escura – não totalmente escura, pois ainda havia alguma luz, e certamente não de todo deserta, pois os clãs ainda competiam por ela.



A essa altura a Guardaforte e a Softower mostravam-se muito resistentes, mas a luta era confusa e multilateral. Tabs fez uma pedra subir do chão e ir parar na cara de uma garota, depois veio alguém com espada lutar contra esta. Viu um dos bruxos vermelhos paralisado por um raio e trespassado por um machado, e seu corpo desaparecer em fagulhas. Também viu Nick, em suas roupas azuis, pulando em cima de dois adversários de cada vez.



Em outra praça, perto dali, um segundo mago que usava eletricidade fazia exatamente o mesmo: Zeon saltava de teleporte em teleporte, eletrocutando e fritando inimigo atrás de inimigo. Mas seu HP estava na metade, e a cada golpe que sofria, sua raiva aumentava e ele ficava mais mortal, e muito menos cuidadoso. Era essa a fraqueza que Italo temia. Quando o escolhera dentre os NPCs possíveis para ajudá-lo da guerra, tinha ouvido sua história no jogo: Zeon pertencia a uma família real há muito destruída, mas não aceitava o fato. Foi um dos últimos sobreviventes, mas não havia mais contra o que lutar, e suas técnicas de batalha foram se desvanecendo e ele era agora nível 80 – ainda poderoso, mas não como era antes, com o poder de sua família e do mundo onde vivia. Mas Zeon recusava-se a aceitar isso. Sempre que era atacado, respondia querendo esmagar seus inimigos, querendo mostrar que ainda era o antigo Zeon.



Leslie estava com ele enfrentando meia dúzia de pessoas, mas eles evitavam atacá-la. Não fazia sentido, a menina era uma torre impossível de se atingir, tinha defesa alta, era boa com o escudo e sua maça não deixava os desavisados escaparem. Zeon era muito mais rápido e inprevisível, mas os inimigos conjuravam explosões e cortinas de eletricidade, afetando uma área e baixando o HP de Zeon gradativamente. Seria uma questão de tempo... mas Zeon incapacitou um inimigo, fez outro fugir com o bônus de defesa ativado e agora socava um terceiro, com os punhos faiscadndo, enquanto era atacado por trás mesmo com Leslie tentando evitar.



Italo surgiu de uma esquina e parou quando os viu.



—Zeon!



Zeon virou um sorriso ensandecido para ele. Italo gritou "Zakeruga", estava prestes a gritar mais alguma coisa quando sentiu algo muito grande, duro e pesado abraçá-lo e correr com ele, arrastando-o por uma rua até muito longe.



Italo se debatia, mas as mãos que o prendiam eram duras como rocha. Era como se um minotauro de pedra o tivesse agarrado e agora corresse com ele como um pesado trem, afastando-o de Leslie e Zeon, passando por ruas, outra praça, um aeroporto e por fim largá-lo num amplo jardim, de grama baixa salpicado com flores.



Um bom campo de batalha, ele pensou ao ser projetado longe quando foi finalmente solto.



Rolou duas vezes, estabilizou-se e ficou de pé, a lança pronta na mão. Quem o tinha trazido até ali tinha formas humanas, toda feita de pedra escura com fendas que brilhavam em vermelho, que lembrava exatamente as paredes de um vulcão em atividade. A cabeça era pequena em comparação ao corpo largo e aos imensos ombros, feita de forma a parecer que era um capuz de pedra, com dois olhos amarelos brilhando severos na escuridão. A coisa era pelo menos uma vez e meia mais larga que Gatts. Nas costas, viu o cabo e a ponta de uma grande espada negra.



O fogo através das fendas fraquejou e perdeu o brilho, as pedras começaram a desmoronar como uma construção a ruir, desaparecendo ao tocar o chão... até que revelaram um rapaz alto, de pele clara e cabelos castanhos, vestido de roupas tão comuns que chegava a parecer quase cômico: calça bege clara, camisa branca por baixo de um casaco preto, similar à forma que o próprio Italo usava, porém a gola parecia feita de pelagem de animal, cinzenta, para o frio. Os sapatos eram tênis pretos de cadarços brancos, e ele não usava luvas. Sacou sua espada das costas: uma larga espada branca, de dois gumes, mais longa e mais larga do que as espadas comuns. Uma montante, Italo reconheceu, mas também resonheceu aquele rosto.



—Aphanyus — lembrou-se do nome que Rockfield tinha dito a ele.



—Então você lembra de mim.



—Sim... Você é aquele cara que eu derrotei primeiro e depois ficou uma semana na cadeia, não?



O olhar de Aphanyus endureceu. Italo ergueu uma mão e uma esfera roxa surgiu dela, dissolvendo-se em tentáculos que o banharam e depois desapareceram. Criou também seu sarcófago dourado, que aumentava o HP e MP máximo. Aphanyus esperou ele terminar, parado. Não precisava conjurar seus [i]buffs[/i], pois os Mestres das Armas já viviam com eles.



Esperou até que o outro pusesse a lança à frente do corpo, um sinal que estava pronto para lutar. Aphanyus correu até ele, a espada erguida na lateral do corpo. Segurando no cabo, tinha o mesmo alcance que seu oponente. Italo esperou pacientemente que ele viesse e girou o corpo de lado.



Aphanyus deu um salto na diagonal, ficando novamente de frente para ele. Seu golpe foi uma cortada no ar que Italo bloqueou com a lança. Tentou mais golpes, por cima, pelas laterais e uma forte estocada.



Este último golpe não tinha como ser parado, então Italo o desviou ao invés de bloquear, e a lâmina branca passou deslizando ao lado de seu corpo. Aphanyus abriu bem os olhos quando a ponta da lança avançou e acertou seu peito. Sem armadura, recebeu todo o impacto do golpe.



Ele não podia se esquivar ou a lâmina faria um rasgo em seu peito. Foi então para trás, e Italo foi para a frente. Antes que ele colocasse o pé no chão, Aphanyus levantou a perna e o chutou, obrigando Italo a tirar a lança ao recuar para trás e evitar o chute. Fez isso puxando a lança para o lado, rasgando o peito e causando mais dano.



Aphanyus estava bem com 85% do HP agora. Tentou outro ataque à cabeça, mas Italo era mais rápido do que ele esperava e esquivou-se do golpe, cravando a lança nele mais uma vez. Ao invés de continuar, recuou para trás imediatamente antes que Aphanyus tentasse algo.



Este saltou para trás, abrindo distância, e fez uma série de golpes acertando o ar perto de si, criando vento, que rodopiava e ficava mais forte até um ciclone aparecer diante dele, e Aphanyus desferir um último golpe para lançá-lo na direção de Italo. O furacão avançou lentamente, assoprando.



O vento era forte e puxava as coisas para si, mas Italo não se deixou levar. Moveu-se e fez uma larga volta ao redor do ciclone, evitando-o, e investiu então contra Aphanyus. Este correu também, mas antes que ficassem ao alcance dos golpes, Aphanyus saltou, um pulo inacreditavelmente alto, passando muito por cima de Italo. Este se voltou imediatamente para ele... E Aphanyus deu um segundo salto no ar antes de ser engolido pelo ciclone.



O guerreiro desapareceu nele por um instante e então, sem aviso, saiu dele como um míssil de espada apontada para frente. Italo pensou rápido e tentou desviar a lâmina com a lança, mas foi forte demais e conseguiu evitar que atingisse seu peito, mas a espada penetrou-lhe no queixo. Aphanyus baixou o corpo com as pernas flexionadas e o chutou com as duas pernas. Italo foi jogado longe, ao chão.



Ao se levantar, Aphanyus estava parado e arrastava a espada no chão. A ponta brilhava e soltou uma bola de luz azul ao ser disparada que foi como uma bala de canhão. Italo a destruiu com um corte rápido. Investiu contra o rapaz, usando de toda a sua rapidez, golpeando, recuando, tornando a golpear, saltando para o lado e para cima, descendo a lança como se fosse uma serra, enquanto Aphanyus movia menos os pés, e muito mais as mãos, a espada indo onde a lança pretendia ir. Italo talvez tivesse um pouco mais de destreza e rapidez com a arma, e sabia achar brechas melhor que seu oponente. Às vezes conseguia um golpe, e quando a resposta de Aphanyus vinha, a lança estava outra vez perto de si para protegê-lo. Vendo que não conseguiria muita coisa naquele combate corpo a corpo, Aphanyus recuou.



Cortou o ar, e uma meia lua de energia saiu da lâmina. Italo bloqueou, mas foi como se defender de uma onda com uma vara, e a energia do golpe o atingiu.



Aphanyus saltou, baixando a espada e Italo esquivou-se, o golpe acertou o chão e emitiu uma onda de energia em área ao redor. Italo só foi desequilibrado por um instante, e Aphanyus deslizou muito velozmente e desferiu três cortadas rápidas. Todas elas atingiram o alvo, e no leve intervalo após essa última, Italo se recuperou e levantou a lança o máximo que podia, segurando-a com as duas mãos e apontando para o céu. Seu corpo começou a atrair partículas de energia negra que surgiam no ar, como que fortalecendo-o, mas Aphanyus não o atacou, temendo ser algum truque. Em vez disso esperou e uma bolha negra apareceu ao redor do oponente, cobrindo-o.



Aphanyus afastou-se. A bolha durou alguns segundos e então explodiu. Quando o revelou, Italo havia trocado a cota de malha pelo casaco azul, muito mais leve, e a camisa azul escura por baixo. Pôs o pé esquerdo à frente do corpo, conjurou novamente seu sarcófago e depois três raios surgiram do chão, vindos de um círculo invisível ao redor dele, atingindo-o de forma a lembrarem um tripé. Os raios escureceram até ficarem negros. Quando Italo saiu de lá, uma figura larga aparecia do ponto onde os raios se encontravam, formada de raios negros, carregando uma lança e usando capacete. Não saía do lugar, mas Aphanyus percebeu que fazia exatamente a mesma posição que Italo.



Italo então atacou, e se era rápido antes, agora estava tão veloz que nem parecia um lanceiro. Aphanyus mal conseguia recuar e evitar os golpes, que vinha a uma velocidade impressionante – Aphanyus também era rápido, mas sua velocidade de reação não era tão boa, embora a rapidez e os reflexos fossem excelentes. Italo, com a lança atrás para ganhar impulso, espetou-o no ombro – o homem atrás dele fez o mesmo movimento e três raios surgiram do ponto onde a lança entrara, como se o guerreiro preso ali estivesse dando sua força ao golpe.



De repente, Aphanyus deu as costas ao inimigo e correu, e embora Italo o perseguisse, Aphanyus tinha as pernas mais longas e era mais rápido. Sem aviso, deu um salto mortal para trás passando por cima do adversário, girando e dizendo "flw otario" enquanto corria de volta até o guerreiro nos raios. Arrastou a espada no chão enquanto corria e a liberou com um corte em arco para cima, parando enquanto uma bola de luz, faiscante e rodopiante, surgiu e acertou o guerreiro. Destruiu-o imediatamente, com aquele único golpe.



Aphanyus se voltou, num giro que era também uma habiidade, por isso a estocada de Italo foi desviada para a esquerda e ele voltou a espada para a direita, rasgando-o na barriga. Italo golpeou o chão, e uma explosão negra surgiu na frente dele, mantendo Aphanyus preso. O golpe seguinte de Italo foi no queixo, de baixo para cima e atirando o inimigo longe. Aphanyus, no ar, ficou em pé de repente e aterrissou no chão, leve como um gato.



Encararam-se, Aphanyus com mais HP que Italo em número, porém menor em porcentagem. Italo conjurou mais algumas habilidades em si mesmo.



—Então você vem numa guerra de clãs pra se vingar? — Italo lhe perguntou — Não está aqui pra ganhar, então?



—Não há uma razão concreta, eu só estou seguindo minha própria convicção. Enquanto você estiver aqui, seu clã não ganha.



—Se você me matar, meu clã não vai precisar de mim pra ganhar, você sabe disso, não é?



—Você não sabe o que acontece quando o líder do clã morre — Aphanyus, que era filho de um dos hackers, desdenhou —Eles querem impedir que seu clã vença segurando vocês pra que não cheguem no final... Mas eu sei uma maneira mais eficiente de fazer isso...



Aphanyus correu. Atacou de cima para baixo e Italo levantou a lança, mas quando o golpe estava a poucos centímetros de ser completado, Aphanyus pulou para trás, e mudou a direção do golpe, de baixo para cima. Italo foi erguido poucos centímetros no ar e Aphanyus bateu no chão, criando uma pequena explosão que o manteve flutuando; em seguida levantou a espada, jogando Italo vários metros para cima e saltou também, atacando-o e fazendo com que ele mergulhasse. Quando atacava no ar, Aphanyus caía mais devagar – deu três cortes: um arco diagonal, um para cima e outro na diagonal oposta, criando três crescentes azuis de energia. O primeiro deles atingiu Italo antes mesmo que ele terminasse de cair, e os outros dois chegaram ao chão junto com ele. Aphanyus chutou o ar e mergulhou no ar, para frente e para baixo. Ao chegar perto de Italo, chutou a frente e interrompeu o mergulho, cortando-o com a espada enquanto ia para trás.



Italo, já de pé, atacou e Aphanyus foi para atrás dele, movendo-se aos saltos, e o atacava por trás. Não considerava isso um golpe baixo, porque Italo era rápido o bastante para virar-se novahodor into mente, mas não o suficiente para bloquear como deveria. Quando acontecia de a lança se interpor entre os dois golpes, a força superior de Aphanyus derrubava a defesa e o acertava mesmo assim. Às vezes parava de atacar para pular e criar meias-luas azuis com a espada, depois voltava ao chão e retomava os ataques. Segurava a espada com as duas mãos e às vezes largava a direita, surpreendendo-o com um golpe diferente.



Até agora, Italo conseguia se esquivar ou bloquear a maioria dos golpes, e quando podia, punha a própria arma para atacar. E então era Aphanyus quem tomava a defensiva, colocando a grande lâmina no caminho, e enquanto a girava para defender, aproveitava o movimento para fazer um corte, e Italo voltava a se defender... A luta era instável e cedo ou tarde alguém poderia perder o controle. Italo movimentava sualança, tentando escapar da larga lâmina que bloqueava seu caminho.



Aphanyus fez uma espiral com a espada, e a espada simplesmente atravessou a lança, a ponta indo atingir Italo no rosto. A espada estava acima da lança e ele a baixou, forçando a lança para baixo. Empurrou Italo com a força do ombro e deu uma cortada em arco que passou por ele ao meio. A cota de malha teria absorvido mais dano, mas ele usava o casaco, e foi atravessado como papel.



Aphanyus ganhou espaço para atacar e o atingiu repetidas vezes. Uma vez derrubado o equilíbrio de Italo, era difícil se recuperar, era como se lutasse no meio de cem chuvas pesadas, cego e sem conseguir impedir os golpes. Seu HP chegou à metade, caiu aos 45%, 43%, 38%...



Num breve momento, conseguiu ver o bastante para jogar longe a lança. Em vez de voltar ao inventário, ela caiu espetada no chão como uma árvore inclinada, e um pulso negro saiu dela. A grama do chão morreu e as flores murcharam ao redor de um grande círculo. Aphanyus viu o chão mudar e saltou para trás, afastando-se.



A barra de HP de Italo ficou negra.



[spoiler=]Apelo da Escuridão][i]Chama os servos das sombras para ajudá-lo quando estiver com pouca vida. Os servos das sombras acudirão e o livrarão de qualquer tipo de [i]debuff/[i], enquanto garantem Velocidade e Pulo aprimorados e regeneração de HP. O MP será zerado, ataques restauram MP de acordo com o dano e habilidades não custarão MP. Esses efeitos só serão válidos numa área de cinco metros ao redor da arma.



Ao remover a lança do chão, a habilidade é cancelada e o guerreiro deve pagar o preço da ajuda com 100.000 almas. Cada ponto de MP vale 10 almas - se o MP atual não for suficiente, descontará o restante em HP, que vale 5 almas cada ponto. Se não for feito em um minuto, a escuridão clamará a alma do guerreiro e todo o seu HP.[/i][/spoiler]



Italo ganhou uma lança muito mais simples, não mais que um longo cabo negro com ponta roxa. Ele a apontou para o chão e tentáculos de escuridão o envolveram, puxando-o para a terra. Foi surgir diante de Aphanyus que, tendo previsto a manobra, saltou para evitá-la. Italo veio do chão como um foguete e alcançou Aphanyus no ar. Cravou a lança nele uma vez e ambos caíram em pé.



Ele mal esperou os pés tocarem a grama morta e pôs-se a atacar, com uma ferocidade que Aphanyus não tinha visto antes. Notou que Italo, embora rápido, não [i]parecia[/i] se mover com velocidade. Ele mantinha os pés no chão, firme, e seus braços faziam o resto. E então suas pernas entravam em ação e ele mudava de lugar, para atacar por um flanco ou para uma estocada frontal, com ambas as mãos alinhadas fazendo força. Aphanyus achava mais fácil evitar esses ataques e conseguia colocar sua espada nele mais vezes, mas notou que a vida de Italo surgia mais rapidamente. Não o bastante para cobrir os danos de Aphanyus, contudo.



Italo voltou a ponta da lança para mais perto de si e a pôs nos ombros. A arma literalmente girou ao redor dos ombros e do pescoço, impulsionada por braços que faziam movimentos de onda, como numa dança egípcia. Italo não a segurava. Ao mesmo tempo que a lança girava, ondulava para cima e para baixo, fazendo vento, como se atraísse partículas de magia [i]negra[/i] que batiam na lança e espalhavam-se em volta. Aphanyus foi atingido por vários deles, sem poder se defender. Tinha boa defesa contra magia e não perdeu tanto HP quanto deveria.



Conforme Italo mexia mais os braços, o giro ficava mais veloz e as partículas eram mais finas e mais dolorosas. E a ponta da lança também roçava de raspão na pele de Aphanyus quando Italo andava para mais perto, com uma força muito maior do que parecia ter. O problema com a habilidade era que Italo ainda não sabia manobrá-la completamente - de fato, a lança acabou por escorregar dos seus ombros e rodopiar para longe.



Empurrou Aphanyus com ambas as mãos e correu para sua lança, a azul. Pôs as mãos nela e a sacou do chão avidamente. Seu HP, que tinha voltado até quase uns 60%, pareceu levar uma boa mordida quando baixou novamente, pouco menos da metade. Isso significava uns 15000 HP, e não sabia se isso era maior que os 50% que Aphanyus tinha agora.



Uma bola azul veio voando até ele. Italo a destruiu com a lança. Aphanyus aproximou-se, mas Italo já tinha dominado a velocidade do adversário - um segundo antes de ele o atingir, flexionou um joelho e o empalou na barriga, movendo-o para cima e fazendo com que passasse por cima dele em arco. Aphanyus foi levado ao chão com a lança espetada nele. Italo pisou nele e puxou a arma, cravando-a de novo. A grande espada de Aphanyus não era de muita ajuda naquela situação. Quando a lança veio pela terceira vez, largou a espada e rolou várias vezes para o lado como se tivesse propulsão. Levantou-se pulando, e pulando de novo no ar, sacando a espada e convocando um dos seus crescentes.



Agora era noite completa, e o crescente veio brilhando azul na escuridão. Italo escapou dele. Aphanyus caiu à sua frente e puseram-se a lutar. A espada vinha feroz, a lança ia um pouco mais sutil, mas agora ambos jogavam com um pouco mais de cautela. Poucos golpes chegavam a ferir, e houve um momento em que ficaram por um minuto inteiro sem atacar. Rodeavam-se, dando passos lentos em um grande círculo, prevendo o que o outro poderia fazer. Aphanyus de vez em quando lançava-se numa investida, e Italo recuava e bloqueava. Quando era Italo quem atacava, Aphanyus usava sua mobilidade para se distanciar e estavam de novo no chão, encarando-se, esperando.



Ficaram assim por um bom tempo.



—Preciso ir ajudar o meu clã — Aphanyus disse com certa hesitação — Eles podem estar com problemas agora.



—Estou pensando no meu também — Italo admitiu.



—Vai ser difícil terminar essa luta... Estamos bem balanceados, talvez fiquemos a noite inteira aqui... Não temos todo esse tempo. E eu fiz uma promessa pro Gatts.



—Eh, provável que o Nerdos esteja matando meu pessoal a essa altura. Você luta muito bem, literalmente o meu maior desafio nessa guerra. Mas parece que eu tenho responsabilidades agora.



—Eu sei como é — Aphanyus respondeu quase com cordialidade — Lembre-se que essa luta não acabou... Vamos continuá-la outro dia.



Pela primeira vez, ele viu Italo sorrir.



—Eu te convido então. A cidade sendo minha eu reservo esse campo pra gente.



Eles se deram as costas e foram um para cada lado. Quando já estava longe, Aphanyus sentiu que seu coração batia forte. Temeu por seus amigos... Poderiam estar mortos enquanto ele estava fora. Estava tão distraído que não lembrou de verificar a lista de amigos.



A primeira pessoa que ele encontrou foi Giu, arrastando Tábata como se ela fosse um saco de trigo. Aphanyus pediu informações, e a menina disse que Nick e South voltaram para a base, e que logo estariam de volta. O rapaz pensou um pouco e por fim pegou a garota desacordada, correndo para a base com ela. A barreira azul tinha desaparecido, e o caminho por onde tinham vindo estava deserto e silencioso. Encontrou Nick correndo de volta, e o garoto o cumprimentou com um aceno e um sorriso feroz enquanto corria para voltar à batalha. Não viu South nem Donnie. Deixou Tabs descansando na base e fez o caminho de volta.



Não demorou até Giu encontrá-lo, e ela o levou até o barulho: lá estavam Zeon, Leslie e um bom pedaço da Sunrise of Astoria, junto com a Guardaforte, a Softower e os magos de túnica vermelha, que usavam fogo. Havia também uma boa quantidade de homens vestidos em aço e capacete, sem níveis de Honra. Notou sombriamente que não pareciam atacar ninguém da Sunrise of Astoria.



Viu Nick, South e Zeru lutando, com Anna ao redr deles. Thugles curava a todo vapor. Gatts não estava em lugar nenhum; Giu disse que havia sido emboscado por Cara de Cavalo, e que travava a própria luta.



A situação era um verdadeiro caos... Então Aphanyus percebeu por quê. Estavam todos num amplo quarteirão aberto, no meio de prédios em construção e casas. Mas seguindo duas quadras estava a prefeitura, segundo Giu lhe contara, com a fachada mudada e disfarçada para parecer uma loja comum, de portas brancas.



Mad Shadow tinha sido vista por alguns enquanto as tropas que salvara a conduziam até a prefeitura. Começara uma luta, cujo barulho foi atraindo pessoas até que de repente estivessem quase todos ali. A escassa Solaris estava junta, com Zeru tomando a frente já que Gatts não estava ali. Viram Aegan, o homem de túnica negra e espada cinza, com as luvas azuis brilhando enquanto lutava. Giu voltou a se juntar a eles, deslizando e cortando com sua adaga dupla, parecendo sumir na noite. Um Pirata de soqueira pulou em cima de Nick, e Thugles atirou nele. Levava o cajado numa mão e a pistola na outra, protegendo e atirando. Mas a cada minuto era mais um que caía, com bônus de defesa ativado, e fugia rapidamente para a base.



"[i]Eles vão vencer[/i]", Thugles pensou consternado. Só Tabs estava fora de combate, mas ninguém da Team Italo parecia morrer. Se ao menos os outros clãs focassem neles! Em vez disso, tinha que atirar numa menina na Guardaforte, e gritar para que Zeru acudisse Anna enquanto três outros iam pra cima dela.



—Juntar! — Zeru gritou. Toda a Solaris se organizou em volta dele.



A grande maioria da Sunrise of Astoria estava ali, com todos os seis gatunos de Mad Shadow, Zeon e Leslie, os cinco membros do grupo de Dark Corpse e mais alguns... Embora o próprio Dark Corpse não estivesse ali. Há alguns minutos atrás, ele estava sozinho lutando contra dois desgarrados de seus clãs: um Pirata de soqueira e um guerreiro de espada de duas mãos.



Atirava nos dois ao mesmo tempo. Quando o guerreiro fez aparecer um pedaço de parede para se proteger, levou a outra pistola ao Pirata. Ele ficou com HP crítico antes de chegar perto. Quanto ao outro, Dark Corpse o enxotou com desprezo; pulou por cima da parede até suas costas, esquivando-se de dois golpes, não mais que isso, até o HP do guerreiro cair o suficiente.



Alguém se aproximava sorrateiramente por uma barraca, ele se virou mas parou ao reconhecer a sombra negra mascarada.



—É você — a voz de Dark Corpse tinha o desprezo que sentia pelos dois que derrotara — Já achou a...?



A sombra passou-lhe uma rasteira tão veloz que Dark Corpse não teve tempo de reagir. Caiu atirando, errando tudo. Estrelas negras de metal atravessaram seu corpo a toda volta e depois uma grande, maior que um escudo, passou por ele. Gemeu e levantou-se. Olhou em volta e o viu tão perto que quase o tocava.



O homem levantou as mãos e Dark Corpse levantou o braço para atirar. Acertou uns dois tiros enquanto o outro se esquivava.



—Sou eu, sou eu! Professor Lord! Poke! — o de preto conseguiu segurar-lhe o braço, e Dark Corpse parou perplexo — Não era eu, era o outro...



A sombra gêmea de Rockfield, que agia conforme seus comandos, chutou as pernas de Dark Corpse por trás e ele caiu. O alto rapaz conseguiu ver duas sombras escuras na noite por meio segundo antes de se estatelar no chão.



—À esquerda! — Professor Lord avisou, mas era tarde demais. Um soco o fez voltar a cair quando tentou se levantar, depois um ombro bateu nele e o jogou de lado antes que tornasse a cair.



—Faça alguma coisa! — o pistoleiro gritou.



—Não posso, ele é Nightingale que nem eu! Não posso atacá-lo!



—Mesmo assim... Faça alguma coisa! — Dark Corpse tossiu e agarrou o pulso do atacante dessa vez, mas uma shuriken(de Rockfield) passou de raspão no rosto e ele o soltou. Mãos firmes o agarraram pelas pernas e Professor Lord o arrastou pelo chão até chegarem num velho parquinho abandonado. Rockfield o jogou na piscina infantil vazia, e ele praguejou.



—Ele não vai te achar aí — garantiu, e sumiu na escuridão. Dark Corpse gritou uma praga, mas não obteve resposta.



Rockfield encontrou o local da luta pouco depois de Zeru gritar para o clã se reunir. Viu oito da Solaris no meio de quarenta, e ninguém parecia ter um alvo específico; em todos os jogadores, qualquer um que não fosse membro do próprio clã era um alvo. Viu Mad Shadow e seus Gatunos, não viu Italo, mas sim aquele Mago Elétrico, Zeon... E então viu seu amigo Aphanyus, quando ele subiu no topo de um telhado.



Os outros jogadores levaram algum tempo para perceber que algo estava acontecendo. O chão de pedra, escuro da noite, começou a ficar cinzento como era de dia, e as sombras foram se afastando. A noite estava ficando mais clara e de algum modo mais viva. Viram a lua, uma grande pérola brilhante no céu negro sem nuvens, que parecia maior do que nas outras noites. Estava quase cheia, nas últimas noites do seu quarto crescente, como uma maçã com uma pequenina mordida. Ela inundava Edelstein com sua luz, dissipando a escuridão.



Quando baixaram os olhos, pararam ao chegar num telhado onde havia alguém, um rapaz magro e alto de tal modo debaixo da luz que a lua era como um holofote sobre ele. Bem visível na noite, seu corpo emitia uma fina aura azul de energia e ele tinha as mãos cruzadas no cabo da espada. Seus cabelos castanhos esbranquiçaram-se e se avivaram como um fogo branco, e então ele também se juntou à luta.



Ao invés de descer por um telhado, ele [i]pulou[/i] dele, ficando muito acima de todos e parecendo parar no ar quando girou sua grande espada. Arcos de luz azul surgiram dela e caíram na pequena multidão de jogadores. Muitos gritaram e tentaram se afastar, mas Aphanyus estava sobre eles. Dominou uma jogadora com dois pesados cortes de espada, agarrou um pela cabeça e lhe serrou o pescoço. Investiu para a frente numa ousada estocada, depois girou sobre si mesmo acertando outros dois que tinham se aproximado para enfrentá-lo.



—Softower! — um rapaz baixo berrou.



Atrás de si, um pessoal se juntou para cercá-lo. Aphanyus tinha a espada voltada para a direita; puxou-a para o peito ao se virar e encará-los. Flexionou só um pouquinho os joelhos e então sumiu, mas ao mesmo tempo [i]se multiplicou[/i] quando saltou de um lado para o outro, cobrindo vários metros de distância a cada passo a uma velocidade tão rápida, que houve quem tivesse ficado tonto.



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Gritos soavam enquanto as pessoas voavam, jogadas ao ar quando Aphanyus passava por elas, tão rápido que não percebiam que ele estava ali até serem atingidas. Jogou duas, três, cinco pessoas, e os dez Aphanyus que pareciam estar no chão sumiram quando ele pulou e girou em diagonal, acertando com a espada todos eles, golpeando dois e rebatendo-os para longe enquanto os outros dois simplesmente caíram.



Os demais membros da Solaris, impressionados, recuperaram o moral e voltaram a lutar. Os que conseguiam escapar de Aphanyus eram os guerreiros de armadura mais pesada e alguns outros, que ele não percebia que ainda esperavam uma chance de apanhar dele. Contra esses Zeru lançou-se em silêncio, com Anna fazendo fumaça para confundí-los e Nick querendo ser tão bom quanto Aphanyus, e saindo-se bem para falar a verdade. Thugles baixara o cajado e usava a pistola, quase que praticando os tiros.



Foi um homem de preto quem parou Aphanyus, agarrando seu braço quando ele chegou outra vez ao chão.



—Team Italo — sussurrou, e Aphanyus arregalou os olhos. Havia um Gatuno deles meio grogue no chão e com quase um quarto de HP, mas os demais haviam sumido. Assim como a tropa de NPCs de Mad Shadow, que a levaria para a prefeitura.



Rockfield sumiu e Aphanyus conduziu os outros para seguí-lo. Giu, a mais rápida depois dele, foi até a base para ver se Tabs estava bem. Depois, todos os membros da Solaris receberam uma mensagem: Donnie tinha saído do clã.



Gatts a teria visto, mas estava ocupado lutando contra cinco. A armadura ainda estava negra por causa de Italo, embora o efeito negativo tivesse passado. Kiara estava ao seu lado. Ela usava Flechas Divinas e fazia aparecer um anjo sobre ela, que cegava os inimigos. Gatts estava tendo alguma dificuldade com aqueles cinco.



Tinham sido na verdade quinze, todos da Sunrise of Astoria: Guerreiros, Magos e Arqueiros, incluindo da Cara de Cavalo e o Gatuno da atadura. Este já tinha iso embora há muito tempo, mas o do cavalo ainda lhe escapava, rindo e disparando flechas. Era perigosamente rápido, e sabia onde colocar as pontas afiadas. A armadura de Gatts deveria inutilizar flechas inimigas, mas não contava com a penetração de armadura. Outro arqueiro também estava ali e ficavam ambos em pontas opostas, mantendo Gatts no meio deles enquanto os outros três eram mais ousados.



Dentre eles havia um mago de túnica azul com duas listras douradas verticais delimitando um rio, cabelos que iam até os ombros e óculos. Ficava à distância e tinha rosto liso, hesitante e tímido. Com os outros dois já eram diferente. Ambos usavam um machado de duas mãos cada um, um deles com um capacete chifrudo e o outro com um machado de lâmina dupla, mais pesado, lento e mortal. Eles bloqueavam bem e mantinham-se na defensiva enquanto os arqueiros lhe atiravam flechas e o mago lhe drenava o MP.



Kiara apareceu diante deles, entre Gatts e os dois guerreiros. Seu anjo apareceu sobre ela antes que pudessem reagir. Na surpresa, olhavam diretamente para a menina e receberam toda a luz dos golpes. Sentiram então a espada de Gatts em seus corpos e o chão tremer, enquanto o de capacete caía e o de machado duplo cambaleava, de pé, mas por pouco tempo. Gatts o derrubou com o próprio corpo e depois se lançou nos arqueiros.



O arqueiro sem máscara soltou um grito quando a shuriken veio em suas costas, facilitando o trabalho de Kiara com ele. O mago tentou congelar Gatts, mas acertou o guerreiro no chão. "NERDOS!", berrou enquanto descongelava, e o infeliz mago pulou como uma garota assustada, balbuciando desculpas.



Restou Vile Slayer com sua cabeça de cavalo. Gatts foi até ele de espada nas mãos, pegando fogo e sibilando. Vile Slayer correu e atirou, correu e atirou, virando de costas para atirar e para correr até Gatts o alcançar.



Vile Slayer desviou-se dele e Gatts pisou numa armadilha, que lhe deu um comichão em toda a perna direita. Sentiu as costas cobertas por flechas e quando se virou, foi atingido na cara por uma flecha explosiva. Vile Slayer disparou mais flechas. Kiara o atingiu com uma Flecha Divina atrás dele, o outro se virou com um "hue" indignado e acertou nela uma flecha grande, que gastava cinco flechas, obrigando a garota a se teleportar para escapar. Atirou cinco flechas em um meio círculo entre ambos, que explodiram criando cortinas de fumaça. Voltou-se bem a tempo de acertar Gatts outra vez, mas com uma flecha elétrica que pouco lhe causou dano. O guerreiro saltou sobre ele, mas Vile Slayer simplesmente passou por baixo dele e fugiu por uma viela.



O mago e os dois guerreiros também tinham saído. Então Rockfield veio falar com eles.



—Eles já sabem onde está a prefeitura — mesmo com o disfarce da máscara, era possível sentir a urgência em sua voz — Gatts... Acho que já chegaram. Precisamos ir rápido.



Gatts ficou quase sem fôlego quando lá chegaram, depois de correr tanto que sua armadura poderia ter esquentado. Encontraram Aphanyus lutando, já sem os cabelos brancos e sem aura azul. A prefeitura parecia não ser nada mais que uma grande loja numa rua comum, no meio de outras duas grandes lojas. Ao longo da rua, os clãs se enfrentavam, embora houvessem aqueles que estivessem lá dentro.



—Entrem lá! — Aphanyus gritou quando os viu - era o único do lado de fora, junto com Thugles. Rockfield acertou uma shuriken em Gatts e avançou para o meio da luta.



[buraco na trama descoberto]



—Lord, sai daí! — ouviu a voz de Mad Shadow, mas foi tarde. Ele tentou entrar por aquele lado da rua que passava ao lado de um edifício branco. A construção inteira explodiu, lançando grandes pedregulhos por toda parte, mas na rua principalmente. Ela e outros dois Gatunos viram seu diamante de Honra flutuando do outro lado, com HP no mínimo, e desacordado. Carregaram-no e o levaram até dentro da prefeitura.



[buraco na trama fechado com sucesso]



—Cadê ele? — Gatts perguntou alto — Italo!



Ele o viu chegando pelo outro lado e correu para lá. Ambos de vida cheia, Italo investiu primeiro, mas Gatts o cortou fácil como manteiga e Italo foi jogado para o lado.



—Todo mundo entra, agora! — a voz dele soou alta e grave, e o pessoal do seu clã apressou-se a obedecer.



Convergiram todos para dentro. Só restava agora ele e Dark Corpse, que vieram juntos. Da Solaris, Gatts bloqueava-lhes o caminho à esquerda da prefeitura. Giu e Kiara estavam atrás dele.



Então saiu outro membro do clã do Italo, o rapaz de túnica azul e óculos.



Nerdos segurou seu cajado no meio, na vertical e com o braço esticado. Uma proteção de gelo se ver ao redor dele como pedaços congelados girando em um tornado. Ele recitou algo, e Italo começou a brilhar... Não atacava, mantinha-se longe de Gatts, e então este percebeu o que o mago estava fazendo: iria teletransportá-lo.



O guerreiro avançou e Dark Corpse atirou no chão, embora estivesse longe deles; seu corpo foi envolvido em fumaça. Ele saiu da fumaça e agarrou Italo, jogando fumaça em ambos. A espada de Gatts espalhou a nuvem escura, mas os dois tinham aparecido do outro lado da fumaça. Corriam agora na direção da prefeitura...



Dark Corpse parou quando Giu saltou em suas costas, agarrando seu pescoço e cortando com a faca. Ele nada pôde fazer além de cair, mole como um boneco, mas Giu levou uma estocada tão forte de Italo que metade da vida se perdeu. Ela fugiu, apressada. Gatts chegou logo depois, mas Dark Corpse já se levantava e atirava nele, apesar de que as balas causavam muito menos dano nele que as flechas. Escapou por muito pouco e depois os dois correram de volta para a prefeitura.



Não havia nada em seu caminho agora. Ele viu Tabs entre eles e a prefeitura, mas o que ela poderia fazer? Ela levantou o cajado e usou alguma coisa em Gatts. Mais alguns metros, e os dois últimos que restavam da Team Italo chegariam na prefeitura, e venceriam...



Com um rugido, Gatts pulou, descendo a espada no chão com força surpreendente. A habilidade de Tabs nele brilhou mais forte e uma parede surgiu em linha na frente dele, passando bem na frente de Dark Corpse e Italo. Giu deu a volta e correu, mas os outros dois inimigos não conseguiriam a tempo.



A parede bloqueava a rua em diagonal, com Gatts em uma extremidade e os outros dois no meio. Bastava que ele a contornasse e corresse na frente... Mas não sabia se o outro clã teria algum truque. Se pudessem escalar a parede, a velocidade deles o superaria e ganhariam. Estava se decidindo quando ao que fazer quando Italo levantou a lança e atacou, três vezes seguidas, o pistoleiro ao seu lado.



O próprio Dark Corpse pareceu perplexo com aquilo, seu HP caindo como se pedaços dele estivessem sendo. Tentou se distanciar, mas Italo o segurava firmemente com uma mão e atacava com a lança, usando sua habilidade Sacrifício - perdendo HP para causar dano extra. Como só usava uma mão, o dano era menor e ele atacava as pernas, que não eram partes críticas, mas causavam um dano tremendo. A cada golpe, Italo perdia cinco vezes mais que seu companheiro, que tentava escapar aos gritos, certo de que seu líder enlouquecera.



Mas Gatts percebeu o que ele queria fazer...



Ele esqueceu a parede e correu o mais que podia para a prefeitura, mas Italo deu a volta facilmente com a velocidade triplicada. Dark Corpse, que já era rápido, pôs-se a seguí-los. De repente Italo - seu HP era um mero toco vermelho - se jogou para o lado de Gatts e bateu nele de lado, quase o derrubando. Dark Corpse passou correndo por ele. Italo entrou primeiro na prefeitura, Gatts gemeu e Dark Corpse entrou depois dele.



A porta se fechou. Os membros da Solaris, Guardaforte, magos de vermelho, todos os que ainda estavam lá dentro gritaram, e Gatts gritou para eles, mas do telhado da prefeitura, formas escuras surgiram. Vestiam toga e túnicas, carregavam cajados e varinhas e saíam dos becos, de dentro das casas, de bueiros, todos sem nível de Honra. A última defesa de Edelstein fora ativada.



O ar pareceu se dobrar quando um forte barulho estrondou na cidade escura. Veio um vento forte, que levava embora os gritos dos que ainda estavam do lado de fora, e Gatts foi impelido para longe da prefeitura. Seus amigos da Solaris ainda estavam lá, mas o vento o empurrava longe. De repente, veio um tranco e ele foi carregado longe, por uma força invisível e passou por cima de casas, muralhas e árvores, caindo na grama fora da cidade.



Membros de outros clãs choveram ao redor dele. O vento parou, e a voz misteriosa voltou para anunciar os vencedores da guerra de clãs.






























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