On My Way. escrita por Af LaFont


Capítulo 5
I ain't gonna live forever.


Notas iniciais do capítulo

Bem, foi difícil fazer a parte de outros personagens senão a minha de forma fiel, mas foi, eu tentei. Espero que gostem, HAHA.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/508462/chapter/5

V - I ain't gonna live forever.

O fim de semana chegou bem rápido, enfim. Porém, não tinha nenhum clima de relaxamento pra Charlie Fabray, nem mesmo em pleno sábado pela manhã. A garota fazia o café mantendo sua cozinha o mais limpa que podia a cada passo que dava ou a cada coisa que tirava do lugar, dava uma olhada em seus e-mails, e ainda fazia sua rotina do dia ser repassada mentalmente, tudo isso ao mesmo tempo. O cheirinho bom do café exalava o apartamento, e isso acordou Quinn.

– Esse café cheira ao café da mamãe. – A mais velha disse ao entrar na cozinha, sorrindo pra Charlie. – Você não tem saudades? – Indagou, bocejando, pois era cedo e ela só tinha acordado mesmo pois sua consciência gritava que se ela não levantasse, sua irmã surtaria.

– Sim. – Suspirou a outra, olhando pra irmã. – Nossa, você está com uma cara péssima. Vai lavar esse rosto e se arrumar que logo sairemos daqui para o médico. Mantenha o banheiro limpo, por que eu o lavei ontem, e volte para tomar o café, que já está praticamente posto na mesa. – Soltou rapidamente, voltando as suas tarefas.

– Uh, nem precisava mudar de assunto assim. – Quinn disse fazendo uma careta. Mais uma vez Char evitara falar sobre sua mãe, não era fácil de se acostumar com aquela situação, e pra ser sincera, Quinn nunca tinha visto pais expulsarem filhos de casa desse jeito, e temia por isso, por que se estivesse mesmo grávida, isso aconteceria.

Quando a loira entrou no banheiro, sentiu o cheiro de lavanda, e relaxou um pouco. O clima limpo do ambiente lhe permitiu que ela tomasse banho e orasse pela sua vida enquanto isso, por que ela com certeza iria por água abaixo se a loira estivesse mesmo grávida como indicava os exames de farmácia que Charllote lhe fornecera.

Mais tarde, com as duas prontas e tomadas café, a mais nova mandou uma mensagem pra sua amiga, Santana Lopez, perguntando se seu pai atenderia mesmo as duas naquela manhã, e recebera a confirmação. Então, seguiram para o consultório do doutor Lopez, e lá, a mais nova deixou Quinn a sós com ele e as enfermeiras, pois confiava no médico. Enquanto isso, permaneceu do lado de fora, na sala de espera, andando pra lá e pra cá. Como o tempo meio que passava muito devagar, Charlie resolveu adiantar uma parte de sua rotina daquele dia, e telefonou novamente pra filha do médico e sua amiga, Santana.

– Fabray, você me ligou faz uma hora, está com saudades já? – Interrogou Santana, assim que atendeu o celular.

– Sem dúvidas, até te proporia alguma coisa pra hoje, mas tenho um compromisso marcado. – Charllote respondeu a latina, sorrindo ao telefone. – E aliás, você está inclusa nesse compromisso, e vai me ajudar com uma coisa.

– Hm, já vem me pedir coisas... – Rebateu a latina.

– Eu sei que você faz o que eu te pedir, com muito gosto, não faz, Lopez? – Enrolou a loira, com um tom de voz baixo e sensual ao telefone, que foi cortado por Santana com uma risada.

– Ok, desembucha, Fabray.

– Beleza! Preciso que reúna as melhores Cheerios que temos na minha casa essa noite. Diga a elas que passarei um comunicado importante a elas, e que preciso da presença de todas elas, mas que não devem contar nada a Sue ou as outras. – Indicou.

– Charlie... O que você vai... – Começou Santana, sendo interrompida pela loira.

– Faz o que eu te pedi, Lopez. É minha co-co-capitã, até que eu não queira mais. E por favor, não me faça não querer, não tem nenhuma bunda mais gostosa que a sua pra eu poder olhar mais de perto nas coreografias.

– Quando você fala assim... – Santana murmurou, mas Charlie sabia que era ironicamente. A latina era a única que sabia todos os papinhos da loira de cor e salteado, por isso não caia tão facilmente.

Nesse momento, Quinn saíra do consultório do pai da menina com quem Charlie falava ao telefone. E o rosto pálido mais pálido que o normal indicava que a Charlie teria um comunicado a mais a fazer.

– Santana, isso é pra hoje, ok? Depois do meu trabalho no Breadstix eu quero essas meninas na minha casa. Não, melhor, no Breadstix mesmo. – Disse Charlie, desligando o celular a seguir, olhando pro pai de Santana, e logo depois pra Quinn. – E então?

Estava escurecendo, quase sábado a noite, e Charlie ainda estava no Breadstix trabalhando, pra conseguir uma grana extra. Trabalhar nos fins de semana era uma escolha boa pra isso, e no fundo ela gostava de servir as pessoas naquele restaurante, todos eram muito simpáticos com ela. Claro, agora que a cidade estava recebendo novos habitantes, tinha uma pancada de gente nova, e isso fazia do seu trabalho naquela noite ainda mais interessante.

– Char, mesa seis. – Disse uma colega de trabalho, apontando uma bandeja em cima do balcão que dividia a cozinha do espaço dos clientes. A loira foi lá, pegou a bandeja, checou a torta de chocolate e o refrigerante, e foi entregar. Enquanto caminhava até a tal mesa seis, avistou Santana entrando com as Cheerios, Chelsey, Quinn, e uma outra a quem não conhecia. Santana sinalizou que estaria na mesa dez e deu tchauzinho, e Charllote acenou de volta enquanto andava sem olhar pra onde ia, por que conhecia bem o local.

– Seu pedido. – Então ela voltou sua atenção pra mesa, limpou-a de pano com a mão que estava livre da bandeja e pousou o pedido na mesma, levantando assim seu olhar e seu sorriso pra quem estava servindo aquela bomba calórica.

– Obrigada, Fabray. – Disse a menina, retribuindo o sorriso da loira.

– Oh, Jorden! – Charlie riu nervosamente com a surpresa, seu coração acelerando, mas nada que aparentasse externamente. – Tudo bem? – Questionou sem pressa, já recomposta.

– Eu estou muito bem, e você? – A outra retribuiu.

– Vejo que sim. Estou sempre ótima, aliás... Bom, posso servi-la em algo mais? – A loira pegou no bolso de sua saia rodada de cor preta uma cadernetinha e uma caneta e preparou-se pra anotar mais algo enquanto oferecia; - Calda para sua torta, sal, sorvete, farinha, uma massagem...? – Ao dizer o último direcionou seus olhos até o de Emily, que sorria um tanto corada.

– Você massageia as pessoas aqui? – Inquiriu a maior, rindo sem graça.

– Não, só ia massagear se fosse você. – Rebateu a loira, guardando seu bloquinho no bolso outra vez.

– Aposto que diz isso a todas.

– Então você me deve algo... – A loira concluiu com um sorriso malicioso, mas logo foi interrompida pelo seu gerente.

– Eu sei o quanto você ama flertar com as clientes, mas faça isso depois do expediente, tá bom? Já está acabando, só tem mais aquela mesa ali e pronto. – O rapaz dizia enquanto passava por elas, e então sumia em meio as mesas. Charlie revirou os olhos e voltou-se pra Emily quando ela parecia divertir-se com a situação.

– Seu chefe te entregou, parece que você é quem me deve algo agora, Fabray. – A menina ultimou, fazendo a outra rir.

– Okay, você venceu. Estou as suas ordens, pra te pagar quando quiser. – A loira piscou pra maior, mordeu os lábios e saiu, indo buscar o pedido pra servir sua última mesa.

Era a mesa dez a última a ser servida, então Char serviu-as, trocou de roupa, e voltou pra conversar com as mesmas. Antes de começar, checou se Emily ainda estava por lá, e ela não estava mais, então começou o que tanto queria.

– Meninas.

– Char! – Disseram Santana, Quinn e Chelsey, entusiasmadamente.

– Oi. – Disse a única desconhecida.

– Essa é a Pandora, Char. Ela é nova, mas considerei trazê-la, por que ela foi ótima no teste com a Sue e tem um incrível histórico como dançarina. – Santana explicou.

– Ótimo! Seja muito bem vinda, Pandora. Belo nome, a propósito. – A loira estendeu a mão até a menina de cabelos pretos com mexas verdes escuras, e sorriu abertamente.

– Obrigada! – A garota respondeu, tocando e alisando a mão da loira demoradamente.

– Então. – Charlie soltou delicadamente a mão dela e começou a falar com o coletivo. – Como vocês ouviram a Santana e devem ter entendido, foram chamadas aqui por serem as melhores Cheerios que temos. Por serem as melhores, resolvi confiar em vocês para fazer um pedido um pouco pessoal. Todas sabem que eu não desejaria mal a nenhuma de vocês, então ao ouvirem não especulem nada, apenas deem suas respostas, sim, ou não. – Dizia rapidamente, e muito claramente. – Estou convocando-as, como melhores Cheerios, para o clube do coral. Estarei entrando pra fazer dessa uma atividade extra mais desejada pelos outros, pois ser Cheerio é, mas ser do coral só pode ser se olharem pra ele com menos desprezo. Pra que os outros populares enxerguem dessa forma, eu só preciso de algumas Cheerios e garotos do futebol para o grupo e logo mais todos irão querer entrar. Eu, Finn e Puck estamos dentro praticamente. Chelsey, Pandora, estão dentro?

– Eu... – Começou Quinn, em um tom baixo.

– Quinn, você e Santana estão dentro. – Afirmou a loira, sem dar espaço pra gêmea e pra latina, que se entreolharam confusas. - Chels, Pand?

– Eu estou dentro. – Pandora respondeu sem pestanejar.

– Isso! – Charlie comemorou, voltando-se pra Chelsey, que demorou um pouco a responder, mas disse um ‘tanto faz’ em rendição por fim. – Muito bem garotas, preparem suas bundas para a audição.

Domingo, e um terrível congestionamento de carros em Lima. Aquela Lima que todo mundo conhecia como a cidade que mais parecia uma daquelas de faroeste em filmes, de tão deserta. Estava tão movimentada, que por um momento, Arthur achou que não se arrependeria de ter se mudado pra o local. Ele adorava agitação, diferente de seu primo com quem viera, Zachary, o qual ficava totalmente atrapalhado na frente de pessoas normais.

– Zach, dude, para com isso. – Arthur estapeou a mão do outro, que cutucava o seu casaco de couro. – Isso aqui me custou muito caro, não queira estragar, ou estragarei com a sua cara. – Continuou o rapaz de olhos azuis.

– Foi mal, tô ansioso. – Respondeu o maior, recolhendo sua mão.

– Rapazes, vamos demorar um pouco mais, se quiserem descer, comer algo, estarei aqui esperando, pois pelo visto esse congestionamento não acabará tão cedo. Bem vindos ao novo caos de Lima. – Disse o motorista do pai do Arthur, que estava levando os dois pelas ruas de Lima, ou melhor, que estava estacionado no meio da principal rua de Lima.

– Aí, tem uma praça aqui perto. Podemos tomar um sorvete enquanto esperamos. – Sugeriu Arthur.

– Super! – Zach concordou, animando-se.

– Certo, estamos indo Robert, qualquer coisa nos telefone. – Arthur, que tinha um cabelo castanho claro, olhos azuis e sem duvida era um cara boa pinta, abriu a porta do carro e saiu, seguido de seu primo, que era um pouco mais alto, tinha os mesmos olhos azuis só um pouco mais escuros assim como o tom do castanho de seus cabelos, mas era um pouco mais simpático e charmoso que o menor, assim como desajeitado, sem duvidas. – Z, procura um banco pra gente sentar que não tenha nenhum mendigo ou ralé, vou comprar o sorvete pra distrair. – Disse o menor, se afastando do outro e deixando o mesmo um pouco perdido ali na praça.

– Mas... – Zach tentou, e fez uma carinha de cachorrinho abandonado, porém rendendo-se e indo fazer o que o outro mandou. A maioria dos bancos da praça estavam ocupados por idosos que conversavam e davam comida para os pombos, então Zach ia andando e andando até que achou um lugar. E também se deu conta de que estava perdido, então, frustrado, sentou-se no acento branco onde havia apenas uma garota, de cabeça baixa entre os joelhos, e suspirou.

Algum tempo se passou e nada do Arthur, então o rapaz começara a bater o pé ritmadamente pra se distrair, não deixando de observar a garota ao seu lado, até que não aguentou mais e a cutucou no ombro.

– Ei, você está bem? Posso te ajudar? – Investigou ele. A garota levantou seu rosto fino desviando seus olhos até a imensidão azul dos de Zachary, e suspirou antes de finalmente falar.

– Você por um acaso tem um cigarro? – Ela respondeu com outra pergunta, a qual deixou o rapaz um tanto surpreso.

– Hm, eu... Eu não tenho. Cigarros fazem mal ao pulmão. – Ele explicou, acenando com a cabeça.

– Então você não pode me ajudar. – Ela finalizou aquela conversa, voltando a abaixar a cabeça entre os joelhos.

– Talvez você só precise ocupar a boca com outra coisa... – Sugeriu o menino, e isso chamou a atenção da garota, fazendo-a levantar os olhos até ele novamente. Surpreendentemente ela não encontrou nenhum tom malicioso em sua expressão assim como não havia percebido no seu tom de voz. – Eu tenho um chiclete de bruxa que comprei antes de vir! Você quer? – Sugeriu novamente, tentando mesmo ajuda-la.

– Hm. Ah... Eu acho que aceito sim. – A desconhecida abaixou suas pernas do banco e se ajeitou, esperando que Zach lhe desse o que ofereceu.

– Claro. Mas ó... – Ele estendeu o chiclete, mas fez uma pausa antes de entregar. – Ele é azedo.

– Eu posso aguentar. – A menina tomou o chiclete, abriu, levou até a boca e fez uma caretinha, tirando uma gargalhada de Zachary.

– Eu disse, azedo. – Repetiu ele.

– Tudo bem, já provei coisa mais forte. – Ela rebateu, e então estendeu a mão até ele. – Sou Victória, pode me chamar de Vic, ou do que você preferir. – Riu.

– Sou o Super Zach. – Ele apertou a mão dela, falando sério. – Vou te chamar de Super Mocinha, você é a super mocinha que precisa ser liberta do super vilão chamado Cigarro e eu sou o Super Super herói que te salva com uma super rajada azeda feita por uma bruxa. – Dito isso, ele soltou sua mão e sorriu um sorriso inocente, largo e fofo em direção a Victória.

– Isso soa muito legal, Super Zach. – Vic comentou rindo, gostando de tamanha inocência que encontrara no rapaz.

– ZACHARY ANTHONY COOPER, EU TE PROCUREI POR ESSE PARQUE INTEIRO! – E então uma voz atrapalhou a troca de sorrisos entre os dois. Era a voz de Arthur, que finalmente achara o primo. – Eu te pedi pra sentar longe dos ralé, não longe do mundo inteiro. – Exagerou o rapaz menor.

– Foi mal. – Zach se defendeu, abaixando a cabeça. – Ah, essa é a Super Mocinha, Super Mocinha, esse é o Art. – Apresentou-os.

– Hey... – Vic respondeu um pouco envergonhada.

– Arthur Agron. Deve ter ouvido falar de mim, sou rico. – Gabou-se o rapaz. – Agora vamos, Z, a fila do sorvete estava e-nor-me, e Robert telefonou dizendo que o transito está melhor. Vem. – O menor puxou o garoto pelo braço sem nem dar tchau a nova conhecida deles.

– Tchau Vic! – Gritou Zachary de longe.

Victoria ficou ali, sentada no banco por mais uns minutos, sorrindo como boba por causa do tal Zachary. Ele tinha sido um fofo e muito meigo, e cheirava engraçado. Bem, devia ser gay e pelo jeito tinha namorado, ela não deveria se animar tanto. Porém, era a única coisa que teve pra pensar por um longo tempo, até que seu celular tocou.

– Alô.

– Vic, é a Pandora. – Disse a voz metálica do outro lado do telefone. – Os antigos donos da casa perto do parque chegaram na cidade, as últimas caixas que estavam lá estão por chegar. Pode vir pra cá me ajudar a arruma-las?

– Claro, estou perto daí, já chego. – Victoria afirmou, desligando o celular e se levantando do banco da praça pra ir até a mansão da Pandora.

Pandora recolheu seu telefone celular e guardou, dando um suspiro um pouco longo. Girou nos pés e fitou o rapaz a sua frente. – Pronto, Pedro, ela está vindo. Mas não pense que eu ficarei te ajudando a tentar consertar a Vic, eu tenho planos... – Dizia sem realmente olhar para o rapaz, perambulando pela casa até uma mesa onde tinha vários anuários antigos do WMHS, onde ela havia se matriculado esse ano. Um deles, o mais novo, estava aberto na parte exclusiva das Cheerios, e a menina serpenteou os dedos na foto até chegar onde estavam duas loiras sorridentes, mais conhecidas como Sue, e Charllote. – Eu pretendo mudar de vida, esquecer o passado. Eu não vou viver pra sempre... – Voltou a girar-se no pé, agora em direção a Pedro. – Quero novos amores, novos dramas, novos motivos de alegria... Nova vida, Cevoni.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "On My Way." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.