Fire and Ice escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 5
Capitulo 4 - Something I'm not waiting for


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas! Como correu a semana?



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POV KATHERINE

Então aquela é Emily, Rainha de Fireland? Hum…

Emily era o que eu esperava dela. Cabelos loiros perfeitamente ondulados até meio das costas, olhos castanhos brilhantes e leitosos, pele dourada, tudo isso junto com um vestido vermelho sem mangas perfeito e um enorme sorriso na cara. A imagem de menina perfeita!

A seu lado, estava James do mesmo jeito que eu me lembrava dele há uma semana. Os cabelos castanho-claros despenteados, os olhos verdes desconfiados, o nariz direito, os lábios finos e com um tom de cereja. Ele estava vestido formalmente, mas sem grandes extravagâncias. Um fato simples, preto e vermelho. Ficava-lhe bem.

– James – cumprimentei-o. Ele retribuiu com um acento de cabeça.

– O meu nome é Emily – informou a loira, toda sorridente. – É um prazer conhecer-te.

Quase levantei a minha sobrancelha. Quase!

– Katherine – disse, - e o prazer é todo meu. – Apontei para Will. – Este é William Stone.

Emily sorriu e estendeu-me a mão para me cumprimentar. Sem saída, apertei-a. Quando as nossas peles se tocaram senti um choque e dei um passo para trás, assustada. Vi Emily abrir a boca com o choque e olhar-me.

– Estás bem? – Perguntou-me Will. Ele sabia que eu não era de demonstrar o que sentia. O meu simples passo para trás foi o suficiente para o alarmar.

Continuei com os meus olhos na loira à minha frente. O que ela tem que me fez receber choques?

– Óptima, como sempre – garanti ao moreno, sem desviar a minha atençãoEmily olhava para mim com os olhos a brilharem de felicidade.

Credo! Ela era assim tão… nem sei que palavra usar!

– Tens a certeza, Kate? – Insistiu Will. Olhei-o.

Anos e convivência permitiam-me saber o que ele estava a pensar apenas pelo olhar. William estava preocupado comigo, ele sabia que algo se tinha passado. Mas também sabia que, mesmo que fosse algo grave, eu não iria dar parte fraca.

– Tão bem quanto um cubo de gelo – brinquei e pisquei-lhe o olhos. Ele revirou os olhos. Olhei para Emily, que me sorria. – Parabéns pelos 21 anos! É um dia importante!

Se possível, o sorriso dela abriu-se mais.

– Ah, sim, é verdade – confirmou. – Parabéns para ti também!

– Obrigada! – Disse.

Havia coisa mais constrangedora do que ficar sem assunto para falar? Quer dizer, nós ficamos ali a olhar uns para os outros. James desconfiado, Emily sorridente, Will ansioso e, bem, eu normal. Pelo menos, era isso que aparentava. Por dentro, eu estava confusa!

Algo me dizia que Emily era importante, mas não sabia o quê. E o que foi aquele choque? Odiava não saber as coisas!

– O Jay tem razão – afirmou Emily, de repente. Olhei-a, sem demonstrar nada. – Tu realmente és a rainha do gelo.

A reação foi imediata. Eu arqueei a sobrancelha sem saber o que pensar sobre aquelas palavras, mas William engasgou-se. Na realidade, Will tossia e gargalhava ao mesmo tempo, o que fazia um som estranho.

– Rainha do gelo? Interessante achares isso de mim – disse, por dentro eu sorria. Oh querida, tu não fazes ideia do quão certa estás.

– Quer dizer, os teus olhos são tão azuis quanto o gelo – afirmou Emily. – Mas não só, tu escondes o que sentes – anunciou ela.

– Estás a contradizer-te – argumentei. – Se sou a rainha do gelo, como posso sentir algo? Afinal, o gelo não tem sentimentos, certo?

A loira arregalou os olhos.

– Todos têm sentimentos – afirmou. – São eles que nos guiam na nossa vida! É impossível tu não sentires!

Arqueei uma sobrancelha.

– Eu prefiro seguir-me pela lógica e razão – defendi-me. – Sentir não é algo que eu faça frequentemente. – Aquela conversa estava a dirigir-se muito para mim, não gosto disso. – Mas que tal fazermos as celebrações?

– Eu apoio essa ideia – disse James, falando pela primeira vez. – Quem começa?

– Eu posso – disse Emily.

A celebração dos 21 anos consistia num juramento. Cada uma de nós teria de jurar proteger o reino á custa de tudo.

Emily ajoelhou-se e colocou as mãos no chão, depois fechou os olhos.

– Eu, Emily, Rainha de Fireland, possuidora da chama ardente, juro, pela minha vida, proteger o meu reino com a minha essência. Juro, ainda, com o Fogo que me é dado, abençoar e purificar toda esta terra para que nenhum mal sobre ela recaia – pronunciou o texto decorado.

Por estar do meu lado da fronteira não senti, mas soube quando uma brisa de ar quente passou por Emily e James. A loira levantou a cabeça de olhos fechados apreciando-a, enquanto o homem colocou um dedo no colarinho e o afastou do pescoço, com calor. Emily abriu os olhos e levantou-se, sorrindo-me.

– Tua vez – anunciou.

Assenti e coloquei-me de joelhos.

O meu juramento era muito parecido, apenas mudando algumas palavras. Coloquei as mãos na neve e fechei os olhos, sentido o cabelo cair em cortinas á minha volta.

– Eu, Katherine, Rainha de Winterland, possuidora do coração gelado, juro, pela minha vida, proteger meu reino com a minha essência. Juro, ainda, com o Gelo que possuo, abençoar e purificar toda esta terra para que nenhum mal sobre ela recaia – suspirei e senti-a.

A brisa que me atravessou, mas desta vez, vinda com pequenos flocos de neve que, ao tocar na minha pele, derretiam. Pela primeira vez, desde que me lembro, eu senti-me completa e feliz.

A brisa parou e eu levantei-me.

Os três olhavam para mim.

– Então foi isto – disse, sem saber o que fazer agora.

– Parece que sim – concordou Emily, na mesma situação que eu. – Sabes, eu…

Mas não foi capaz de continuar, porque a chão tremeu. Literalmente, o chão tremeu. Olhamos uma para a outra e depois para o lado. Arregalei os olhos. Algo vinha na nossa direcção. E não era algo normal! Era gelo! Espera! Gelo?

Sem pensar duas vezes, fui ao encontro de Emily, afastando-a da trajectória do gelo recém-formado. Ambas caímos no chão.

– Estás bem? – Perguntaram James e Will, ao mesmo tempo. Levantei-me, rapidamente, sendo seguida por Emily.

– Óptima – respondemos. Ela olhou para mim por ter respondido ao mesmo tempo que ela, mas a minha atenção estava noutra coisa. Para ser precisa, eu olhava para o muro de gelo que se tinha formado. Como é que aquilo foi ali parar?

– Kate, o que tu fizeste? – Perguntou Will.

Olhei-o, cetica.

– Tu achas que fui eu que fiz isto? – Ironizei. – Oh, claro, porque nada melhor que um pouco de drama numa cerimónia.

– Alguém o fez e como tu és a mais próximo de rainha do gelo que temos… - acusou James. Olhei-o.

– Pois, aqui a Rainha do Gelo não fez nada! – Olhei de novo para o muro. – No entanto, eu conheço isto de algum lugar…

Dei um passo em frente, ficando mais próxima e estiquei a mão.

– Kate? – Chamou-me Will. – Sabes o que estás a fazer?

Sorri-lhe.

– Não – admiti. – Mas eu já estou congelada, o que mais tenho a perder?

Voltei a minha atenção para o muro, estiquei a mão e toquei-lhe. Um simples toque, apenas um encostar de um dedo no gelo, e a minha mão foi projectada para trás com uma dor horrível.

– Ai – queixei-me e agarrei a minha mão. Eu não conseguia acreditar! Eu fui magoada por gelo!

– Oh deus! – Guinchou Emily. Correu para mim. – Deixa-me tratar disso – disse pegando a minha mão. Observei-a. Estava congelada! A minha mão estava congelada! Comecei a sentir calor vindo das mãos da loira.

Franzi o sobrolho. Será? Sorri! Obvio que sim! Como é que eu não tinha visto mais cedo?

Aos poucos a minha mão voltou ao normal, embora eu conseguisse cuidar dela sozinha.

– Kate, o que é isto? – Will apontou para o muro. – Como? – Perguntou referindo-se ao facto de eu estar magoada.

– Obrigada – agradeci á loira que me sorriu. – Não é gelo normal, acredita em mim. De gelo percebo eu… isto é diferente!

– E o que vamos fazer? – Perguntou Emily. – Isto não pode ficar aqui, alguém pode magoar-se.

Revirei os olhos.

– Descobriste isso sozinha, Sherlock? – Ironizei.

– Kate! – William repreendeu-me. – Tenta ser mais simpática, sim?

Suspirei.

– Querida Emily, que tal tu tentares derretê-lo? – Questionei.

– Como é que tu sabes que eu…?

– Oh por deus – disse sem paciência. – Tu és a rainha de Fireland, possuidora da chama ardente? Além disso, há poucos minutos tentas-te cozinhar a minha mão – afirmei sarcasticamente.

– Tu és sempre assim tão agradável? – Perguntou James sendo irónico.

– Sou – confirmei. Olhei para Emily. – Poderias fazer o favor de tentares derreter?

Emily sorriu e aproximou-se do gelo, esticou a mão e suspirou. Chamas apareceram! Quentes, vermelhas e inúteis! O muro continuou igual.

– Podes parar – disse James. – Não resultou. O que fazemos agora? – Questionou para ninguém em especial.

– Podíamos tentar deitá-lo a baixo – sugeriu Will.

– Mas isso iria demorar muito tempo – argumentei. – Que tal tapá-lo?

– Isso ainda iria demorar mais, não achas? – Perguntou James. – E como o iríamos fazer? Panos?

Revirei os olhos.

– Obvio que não – disse. – Com gelo!


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Notas finais do capítulo

Eu espero comentários, pelo menos um



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