POV Bella

Os dias passaram voando, e eu parecia uma barata tonta. Como Nessie iria desfilar, ela passava muito mais tempo treinando e se preparando, junto com Esme e as outras meninas. Esme me passava cada detalhe das peças da nova coleção que seriam apresentadas. Eu analisava tudo e ia anotando e me preparando, para que quando chegássemos lá, eu já tivesse tudo pronto e preparado. A maquiagem era um complemento e tanto, um brilho a mais. E, em todos os aspectos da minha vida, eu me cobrava a perfeição.

As vezes a perfeição é meio inalcançável, mas ao menos algo próximo a isso... É o suficiente.

Eu terminava de arrumar minhas malas, pois iríamos viajar dali à 3 horas. O apartamento estava um caos completo e eu estava a ponto que berrar sempre que não encontrava o que precisava. Logo, terminei de arrumar tudo e meu celular tocou. Era uma mensagem. A abri, e vi que era de Edward. Controlei a vontade de rir feito uma retardada.

Meio difícil, quando você já ficou retardada. Suspirei.

Pode vir ao meu apartamento agora? Preciso falar com você antes da viagem, é urgente. -E

Engoli em seco. O que seria tão urgente?

Como o apartamento dele era a algumas quadras do meu, dava para chegar rapidinho e depois ir direto para a casa de Esme. De lá, iríamos todo juntos para o aeroporto.

Terminei de arrumar tudo, peguei minhas duas malas - uma de roupas e outra com as maquiagens - e minha bolsa de mão. Tranquei o apartamento e fui arrastando tudo até o estacionamento do prédio. Alguns vizinhos me cumprimentaram e me olharam assustados devido a quantidade de coisas que eu carregava.

Talvez Edward quisesse uma carona até a casa de Esme, já que ele tambem iria viajar conosco, apesar de não desfilar mais. Iria apenas para assistir.

Eu só esperava que ao chegar lá, estivesse tudo bem.
(...)

Deixei o carro estacionado em frente ao prédio de Edward e corri até seu apartamento. Eu já estava um pouco atrasada para chegar à casa de Esme.

Toquei a campainha três vezes seguidas, ansiosa. Logo a porta abriu. Eu já me preparava para abraçá-lo, quando paralisei com a visão à minha frente.
– Oh, que surpresa.

Engoli em seco.

Isso não podia ser verdade.

Não era verdade.

Jason Mraz - I Won't Give Up

– O que faz aqui, querida? - ela perguntou.

Controlei a vontade de fazê-la engolir aquele "querida".
– Eu só... - tentei colocar a voz para fora. - Edward está?
– Ele está dormindo agora. - Alice disse, sorrindo maldosamente e jogando seu cabelo para trás, de forma que a blusa que ela usava ficava mais curta em seu corpo.

Blusa de Edward.

Em Alice.
– Tudo bem. - falei. - Avise que a viagem será daqui a algumas horas. Se ele se atrasar, não poderá ir.
– E quem disse isso? - ela perguntou, desmanchando um pouco aquela pose de convencida. - Você é a dona da viagem, por acaso?

Ela quer me tirar do sério. Respirei fundo.
– É uma viagem à trabalho, Brandon. - falei, despejando todo o meu cinismo em seu sobrenome, e ela ficou séria rapidamente. - Não de férias. Se ele não cumprir o horário que Esme estipulou, estará fora.
– Eu converso com a minha sogra. - ela disse, dando bastante ênfase às últimas palavras. - Eu explicarei que ele se atrasou por ótimos motivos.

Fechei as mãos em punhos, tentando controlar a vontade de estapeá-la. Minha garganta doía.

Eu não acredito que Edward fez aquilo comigo.
– Só dê o aviso à ele. - falei, me virando em seguida para ir embora.
– Bella?

Eu parei onde estava e me virei para trás. Edward estava atrás de Alice, vestido apenas com uma calça de pijama, olhando-a como se ela fosse de outro planeta.

O que eu sempre acharei ser verdade.
– O que está acontecendo aqui? - ele perguntou, intercalando seu olhar entre Alice e eu.

Engoli em seco e rapidamente me virei para voltar ao elevador. Edward gritou por mim novamente, mas eu apressei os passos e me enfiei no elevador, apertando o botão do andar rapidamente.

Olhei para as portas se fechando e ainda tive uma última visão de Edward parado na porta, falando algo com Alice, com uma expressão de raiva. Desviei o olhar e as portas do elevador de fecharam. Eu me encostei na parede atrás de mim, sentindo meu coração bater rapidamente. Meus olhos ardiam.

Eu não iria chorar por isso. Não iria. Respirei fundo e engoli o choro. Eu iria esquecer isso e iria focar no meu trabalho.
Sorri sem humor. Foi assim a minha vida inteira, e não iria mudar agora.
(...)

– Nossa, que cara é essa? - Nessie perguntou assim que bateu os olhos em mim.

Apenas balancei a cabeça, forçando um sorriso. Ela crispou os olhos para mim.
– Bella, me conta. - ela pediu, em um tom mais baixo. - O que houve?
– Não é nada, Nessie. Está tudo bem. - falei.

Ela me olhou por alguns segundos e em seguida assentiu. Mas eu sabia que ela iria cair em cima querendo saber o que aconteceu depois.
– Bella! - Esme disse, vindo em minha direção com um sorriso carinhoso e me abraçando. - É tão bom te ver! Cadê aquele meu filho desnaturado?
– Ele... Eu ainda não falei com ele hoje. Ele deve estar vindo. - falei rapidamente.

Nessie me olhou desconfiada e Esme ficou com uma expressão chateada.
– Tomara que ele não se atrase. - Esme disse. - Logo teremos que sair.
– Ei! - Emmett apareceu. - Até que enfim você chegou, garota.

Emmett me abraçou e me deu um beijo na testa. Sorri fracamente para ele, e ele também pareceu notar meu humor. Rapidamente dei um jeito de fazer outra coisa, antes que me bombardeassem de perguntas.

Fui para a grande sala junto com Esme, e todas as outras modelos já estavam lá, juntamente com os outros rapazes que também iriam desfilar. Ao todo, eram 22 modelos. 11 mulheres - contando com Nessie e com Alice, que devia estar aqui também - e 11 homens.

Eu me enfiei em uma poltrona mais afastada e fiquei lá quieta. Esperávamos pelas vans da agência que iriam nos levar até o aeroporto. Esme preferiu assim, por dessa forma ninguém iria se atrasar para pegar o voo.

Tentei me concentrar em outras coisas, interagir, mas a dor era insuportável.

Eu não lembrava de como era essa sensação desde que... Desde que perdi meus pais. Edward superou todas as minhas expectativas em relação a várias coisas, e dessa vez não foi diferente.

De qualquer forma, não éramos namorados. Estávamos juntos, mas não de forma tão séria. Pelo o menos, não pra ele.

Suspirei.

Eu tinha que esquecer isso, caso contrário, iria acabar comigo.

POV Edward
– Eu posso saber que porra acabou de acontecer?! - eu gritei, sentindo vontade de socar algo.
– Calma, amor... - Alice disse.
– Calma, Alice?! Calma?! Que merda você inventou agora? Por que está vestindo a minha blusa?!

Alice engoliu em seco, desviando o olhar de mim.
– Você é meu noivo, eu tenho todo o direito de...

Eu a interrompi, olhando-a sem paciência alguma. Eu tentei ser educado o tempo todo até agora, mas eu já imaginava o que havia acontecido, e a última coisa que eu tinha vontade de ser era educado. Não com Alice. Não com uma pessoa tão maldosa e... Céus, eu sinto nojo dela. De verdade. Ela conseguiu me fazer chegar ao ponto máximo da minha raiva.
– Alice, fica quieta. A melhor coisa que você faz é ficar calada. - falei, fechando as mãos em punhos. - Você planejou tudo isso, não é? Entrou no meu apartamento enquanto eu dormia, vestiu uma blusa minha e fez todo esse teatrinho, não é?
– Você é meu, Edward! - ela disse, começando a ficar nervosa.
– NUNCA FUI SEU, ALICE! - eu gritei, e ela arregalou os olhos assustada. - ENFIA ISSO NA SUA CABEÇA! Eu não amo você, nunca amei! Entendeu? Eu não quero você aqui, nem na minha vida, nem na minha frente, NUNCA! Eu ainda tinha um pouco de consideração por você, apesar de querer o máximo de distância, mas agora eu tenho nojo de você! Satisfeita? Se impôs tanto, encheu tanto o meu saco que conseguiu me fazer sentir nojo de você!
– Pare de ser exagerado, Edward! - ela bateu o pé. - Você só está confuso e...

Eu peguei seu pulso, apertando-o. Não com força a ponto de machucá-la, mas apenas ao ponto de fazê-la ficar quieta e prestar bastante atenção ao que eu dizia. Ela me olhou quieta.
– Some. Da. Minha. Vida. - eu falei pausadamente. - Entendeu? De uma vez por todas.
– Tem certeza?
– Eu nunca tive tanta certeza na minha vida, Alice! - falei, largando seu pulso. - Mas você parece ter algum tipo de retardo mental ou algo parecido, mas fica fazendo essa cara de sonsa, diz que entendeu e depois volta pra me assombrar!
– Para de ser grosso. - ela disse, cruzando os braços. - Eu já entendi que você não me quer mais, tudo bem. Eu supero isso. Agora... Me largar para ficar com aquela coisinha? Eu pensei que seu gosto fosse melhor, meu amor.
– Na verdade, ele melhorou agora. Eu tinha um péssimo gosto na época em que aceitei namorar com você. - falei.

Alice revirou os olhos. Peguei suas coisas que estavam em cima do meu sofá e as joguei em seus braços.
– O que...

Eu a arrastei até a porta da frente, enquanto ela berrava feito um cabrito para que eu a soltasse. O fiz apenas quando ela estava no corredor.
– Nunca mais apareça, entendeu? - falei por fim, batendo a porta na cara dela e trancando.

Corri até o meu celular, que estava largado na bancada da cozinha, e rapidamente liguei para Bella. Só caía na Caixa Postal. Bufei.

Isso não podia estar acontecendo.

Olhei a hora e eu já estava mais do que atrasado. Minha mãe ia comer o meu fígado.

Corri para o banheiro e tomei um banho rápido. Vesti as primeiras roupas que achei no guarda-roupa. Minha sorte era que eu havia arrumado minha mala na noite anterior.

Parecia que eu estava adivinhando esse caos todo.

Peguei um cartão de táxi que havia na minha carteira e liguei, para que fosse me buscar.

Fiquei andando de um lado para o outro, até que o taxista chegou, 15 minutos depois. Eu me enfiei dentro do carro e dei o endereço da minha mãe.
Eu precisava conversar com a Bella. Nós não tínhamos nada sério, mas... Os últimos foram...

Porra, isso vai ser a coisa mais gay que eu já disse na minha vida, mas eu realmente não lembrava de ter me sentido tão bem e feliz quanto fui nesses últimos dias. E eu quero mais disso. Eu não quero que tudo acabe por causa de um encosto feito a Alice.

Senti meus olhos arderem e engoli em seco. Isso, Edward. Agora chora no ombro do taxista latino, pede conselhos amorosos para ele e cante uma música bem deprimente, só para melhorar ainda mais a sua imagem.

Eu acho que já nem tenho mais reputação, de tão socada e pisoteada que ela foi.

Demorou 20 minutos para que eu conseguisse chegar à casa dos meus pais. Joguei algumas notas para o taxista e pulei do carro, com a mala em mãos. Corri para o portão da casa e ele automaticamente se abriu. Acenei para o Joseph, o porteiro/segurança/motorista de vez em quando, e ele acenou de volta.

Corri pelo jardim e passei pelo chafariz. Vi que já havia algumas vans da agência. Já estavam saindo. Na hora em que terminei de subir os degraus que levavam à entrada da casa, a porta se abriu, revelando a senhora Masen.
– FINALMENTE! - ela gritou, se pendurando em meu pescoço e enchendo meu rosto de beijos. - Eu pensei que você tinha morrido, meu filho!
– Quase isso. - sussurrei.
– Oh, o príncipe encantado chegou! - Nessie disse, bagunçando meus cabelos.
– Já está na hora de irmos. - Esme disse para mim, logo em seguida virando-se para as outras mulheres que homens que haviam ali. - Podem ir para as vans e escolherem seus lugares!

Todos fizeram o que ela disse, e no final da fila de pessoas que passou por nós, estava ela.

Senti meu coração acelerar. Ela descia degrau por degrau com o rosto abaixado. Ela ainda não havia me visto. Mal notei quando o motorista de uma das vans pegou a mala da minha mão para colocá-la no porta-malas. Assim que Bella passou ao meu lado, eu segurei seu braço. Ela levantou seu rosto, e quando seus olhos bateram em mim, ela ficou surpresa.

Esme e Nessie olhavam de mim para ela, com os olhos do tamanho do mundo.
– Eu tenho ótimos lugares para vocês. - Esme disse, nos arrastando até a terceira van, que era a mais vazia, já que as outras duas vans estavam completas.

Ela nos enxotou para os bancos da parte de trás da van e Nessie e Emmett entraram logo atrás da gente, mas se acomodaram nos bancos da frente, junto com mais dois modelos. Apenas nós e o motorista. Ideal.

Olhei para Bella e ela me ignorava, enquanto olhava para o lado de fora pela janela.
– Bella... - murmurei.
– Pra você é Isabella. - ela disse, seca.

Revirei os olhos e peguei em sua mão. Ela tentou se afastar, mas eu continuei firme.
– Olha pra mim, garota. - pedi, segurando seu rosto, enquanto ela o forçava para o outro lado. - Deixa de ser resmungona, sua chata. Olha pra mim, Bella. Olha pra mim, olha pra mim. - eu sabia o quanto ela odiava quando eu repetia as coisas, e eu senti vontade de rir. - Olha, olha, olha, olha pra mim, coisinha chata.

Seu corpo sacudiu levemente, e eu vi que ela tentava segurar uma risada. Finalmente eu consegui fazê-la me olhar, e ela ficou séria.

Quando ela abriu a boca para falar, eu coloquei um dedo sobre seus lábios. Ela ficou quieta.
– Deixa eu falar, tudo bem? - pedi.

Ela assentiu fracamente e desviou o olhar de mim.
– Foi tudo armação daquele exú, Bella. - comecei. - Eu juro. Eu estava dormindo, eu não tinha ideia do que estava acontecendo. Ela entrou no meu apartamento, vestiu uma blusa minha e, não sei como, você apareceu lá.
– Você me enviou uma mensagem. - Bella disse.
– Não mandei, não. - falei, olhando-a confuso.

Bella suspirou e pegou seu celular. Logo em seguida, me mostrou a ta mensagem. Suspirei, passando as mãos no rosto.
– Foi ela que mandou isso. - falei. - Eu juro, Bella. Você sabe que eu nunca iria fazer isso, muito menos com você. Eu quero distância dela há tempos, e...
– Ok, Edward. - Bella suspirou. - É bem a cara dela fazer isso.

Eu sorri, aliviado. Aproximei meu rosto do de Bella para beijá-la, mas ela o virou.
– Isso não quer dizer que... - Bella murmurou. - Acho melhor se nós dermos um tempo no que seja lá o que for que nós temos, Edward.
– Por que?
– Porque sim.
– Me dê um bom motivo, Swan. - falei, cruzando os braços.

Bella abriu a fechou a boca, sem saber qual desculpa dar, e por fim suspirou.
– Bella, por favor... Não faz isso. Não joga tudo fora. - eu pedi.
– Tudo o que?
– Tudo o que nós construímos até agora.

Bella me olhou, parecendo sentida, e suspirou.
– O que nós contruímos até agora, Edward?
– Eu não sei exatamente, mas foi algo. - falei, e ela sorriu fracamente. - Bella, eu... Eu adoro cada segundo que passo com você, e sei que você sente o mesmo. Esses últimos dias tem sido a melhor coisa pra mim. Não vamos jogar tudo fora por causa de uma armação de um ser rejeitado e mal-amado. Por favor.
– Tudo bem. - ela disse, rendida. - Mas se aquela mulher aparecer na minha frente novamente, eu não vou me controlar. É sério.
– Pode se descontrolar. - falei, com um sorriso de orelha em orelha, pegando o rostinho dela entre minhas mãos e enchendo suas bochechas de beijos, fazendo-a rir. - Se descontrola, fica selvagem, arranca os cabelos dela e depois faz o que quiser comigo, ok?
– Eu vou gravar isso, pro caso de você esquecer. - ela disse, com um sorriso bobo no rosto.

Eu fiquei olhando-a por alguns segundos e suspirei.

Definitivamente, eu precisava de tudo aquilo. Bella se tornava mais importante pra mim, e isso era esquisito.

Quando ela ia me perguntar o que eu tinha, pela a minha cara de retardado enquanto olhava para ela, eu a beijei. Ela entrelaçou os braços em meu pescoço e eu suspirei contra seus lábios.

Tudo ficaria bem.
(...)
POV Bella

O camarim estava um caos completo. As meninas corriam de um lado para o outro, Esme ajeitava as roupas em três modelos ao mesmo tempo, enquanto eu terminava de maquiar as duas últimas modelos.

Pensei em respirar, mas constatei que não tinha tempo para isso. Apesar de tudo, céus, isso era maravilhoso. Todo o ambiente, todo o evento - que por sinal, era gigante - e todas aquelas pessoas.

Quem cuidava do camarim dos homens era Alexander, um estilista nova-iorquino e amigo de Esme.

Logo eu terminei de maquiar a última modelo e ela pulou da cadeira para ir vestir sua roupa. Nessie surgiu, toda linda, e com uma expressão assustada.
– Eu acho que vou desmaiar, me socorre. - ela disse, segurando em meus ombros.
– Nem pense nisso. - falei, sacudindo-a levemente. - Engole o desmaio.

Nessie riu.
– Pode deixar, vai ser super fácil. - ela disse, suspirando em seguida. - Tem tanta gente lá fora, acho que eu não vou conseguir, Bells.
– Vai sim. Olha só pra você. - sorri, virando-a para um grande espelho que havia na parede. - Você nasceu pra isso e vai mostrar isso lá na passarela. Ok?
– ESTÁ NA HORA! - Esme gritou, ansiosa.

Nessie olhou para mim com um sorriso.
– Ok. - ela disse, me abraçando.
– Me deixe orgulhosa. - falei, a abraçando apertado.

Logo nos separamos e ela foi para a entrada do palco. Esme ajeitou cada uma delas e se deu início ao desfile.

Como eu já havia feito a maquiagem de todas elas, de acordo com o que Esme havia pedido, eu estava liberada. Peguei um cappuccino em uma máquina que havia encontrado perdida em um corredor e procurei por Edward. Eu o encontrei sentado na quarta fileira, com uma cadeira vazia ao seu lado. Fui rapidamente para lá e me sentei. Ele sorriu pra mim.
– Finalmente. - ele disse. - Guardei o lugar pra você.
– É bom que tenha sido para mim mesmo. - eu sorri.

Ele revirou os olhos.
– Estamos indo bem, já temos uma cena de ciúme aqui, hm.
– Não estou com ciúme.

Edward sorriu.
– Mas eu estou, aquele cara não para de olhar pra você. - ele disse, com o olhar fixo no outro lado do local.

Segui seu lugar e vi que quem me observava era Henry Costello, um outro amigo de Esme, que era Editor de Moda.

E gay.

Ele acenou para mim e eu acenei de volta. Edward me beliscou de leve na costela e eu ri.
– Ele é gay, Edward. - sussurrei. - É amigo de sua mãe.
– Ah é?
– É. Ele disse que sentiu inveja do meu cabelo.

Edward riu e passamos a prestar atenção ao desfile. As meninas estavam lindas, assim como as peças da coleção. Logo Nessie apareceu. Conti a vontade de gritar, e Edward riu da minha cara. Nessie sorriu discretamente para mim e eu mandei um beijinho.
– Vocês são tão melosas. - Edward resmungou.
– É a minha melhor amiga. - falei, ainda observando Nessie. - Estou tão orgulhosa dela.
– Eu também estou. Quando nos conhecemos, ela só sabia comer enquanto assistia TV. Agora está desfilando em NY e arrasando corações. - Edward falou, com um tom debochado. Mas eu via o quanto ele estava orgulhoso, também.
(...)
– UM BRINDE À TODOS NÓS! - Esme disse, e todos nós brindamos.
– Mãe, acho melhor você parar por aí. - Edward disse, tentando tirar a taça de champanhe da mão de Esme, que riu.
– Querido, vai dar atenção pra sua namorada, vai. - ela disse.

Edward bufou, e eu ri. Resolvemos jantar no restaurante do hotel em que ficamos hospedados. Apesar do cansaço, aquilo era merecido. Carlisle havia ligado para avisar que estava à caminho também. Ele não havia conseguido vir junto conosco devido a alguns problemas do trabalho, mas assim que surgiu uma brecha, ele pegou o avião. O dia seguinte seria para descansarmos e curtirmos um pouco NY, e na manhã do terceiro dia nós iríamos voltar para São Francisco.

Logo Carlisle apareceu, depois de ter feito check-in. Ele abraçou Esme apertadamente, e eu sorri com a visão.

Eu gostava tanto de observá-los juntos. O amor deles era nítido. Dava para ver o quanto eles se importavam um com o outro.
– Ei. - Edward sussurrou em meu ouvido. - Vamos deixa-los aí, eu quero te mostrar uma coisa.

Eu o olhei curiosa, e ele sorriu. Saímos discretamente da mesa, já que todos estavam entretidos em suas conversas. Edward me pegou pela mão e me puxou para fora do restaurante. Atravessamos todo o hall de recepção até o elevador. Edward apertou o botão do último andar.
– Para onde vamos? - perguntei.
– Shhh... - ele me abraçou, beijando meu rosto. - Eu já me hospedei aqui várias vezes com a minha mãe, e um dia eu encontrei uma coisa que eu tenho certeza que você vai gostar.

O olhei desconfiada e ele sorriu.

Logo chegamos ao último andar e saímos do elevador. Edward me puxou pela mão até o fim de um corredor, e demos de cara com um lance de escadas. Edward me puxou para que eu corresse, e subimos as escadas rindo. Por fim, uma porta.

Edward a abriu e eu arfei com a visão.

Snow Patrol - Just Say Yes

Dava pra ver, absolutamente, Nova Iorque inteira dali de cima.

Andei até a cerca de proteção que havia e olhei todas aquelas luzes, encantada. Dava pra ver a Times Square bem próxima, e tudo era tão iluminado.
– Gostou? - Edward perguntou, me abraçando por trás.
– É incrível. - murmurei. - É tão...
– Eu passava horas aqui. A noite, e essas luzes, me relaxam.

Suspirei. Realmente, a sensação era ótima. Um vento frio passou por nós e eu me encolhi de frio. Edward rodeou seus braços ao meu redor e eu encostei a cabeça em seu peito.
– Bella, eu posso te fazer uma pergunta?
– Sim.
– Você realmente me odiava?

Sorri. Olhei para cima, para o seu rosto, e ele parecia ansioso pela resposta. Suas bochechas estavam rosadas devido ao champanhe e ao frio, e seus cabelos bagunçados. Passei a mão em seus fios revoltos e ele suspirou.
– Não. - respondi. - Eu não odiava você. Eu o tratava daquela forma porque era frustrada comigo mesma, e com tudo ao meu redor.
– Entendi. - ele murmurou. - E agora, o que mudou?

Suspirei.

Valia a pena eu me abrir assim pra ele? Eu o observei por alguns segundos e cheguei à conclusão de que: Sim, qualquer coisa valeria a pena se fosse com ele.
– O que mudou foi a minha forma de ver as coisas. - comecei. - Foi graças a você e toda aquela conversa, lembra? Tudo aquilo que você disse, sobre me ajudar. Quando eu estava indo embora, eu me perguntei se aquilo realmente havia acontecido. Eu olhei para trás e você ainda estava sentado lá, olhando para a baía com uma expressão confusa. E sempre que eu olho para trás, ou para frente, você está lá, me esperando. Isso mudou tudo. - eu senti meus olhos arderem, e Edward sorriu carinhosamente para mim, acariciando meu rosto. - E tudo o que a sua mãe tem feito por mim, e o seu irmão... E a felicidade da Nessie por ter conseguido tudo isso... De repente, você fez mais por mim em um mês do que qualquer outra pessoa já fez. E me fez sentir bem mais do que qualquer outra pessoa.

Edward ficou me observando por um tempo, com a expressão séria. Pensativo. Mordi meu lábio inferior, ansiosa.

O que ele estava pensando?

POV Edward

Ela iria ser minha.

Eu a observei por alguns segundos, digerindo tudo o que ela havia dito. E podia não ser amor, e toda aquela coisa de filmes, mas eu via no rosto dela... E na forma como ela falava...

Se não era amor, era quase. E isso era tão, mas tão, mas tão meloso. E tão necessário.

Bella me olhava ansiosa. Provavelmente pensando que eu iria largá-la aqui. Sorri, e ela pareceu ficar aliviada. Quando ela abriu a boca para falar, eu a beijei. Rapidamente aprofundei o beijo, enquanto ela colava ainda mais o seu corpo no meu. Ela acariciou minha nuca e eu gemi, já sentindo o "Eddie Jr." gritar por alívio.
– Eu amo você. - falei, assim que separei um pouco os meus lábios dos dela. Ela arregalou os olhos. - E se você não sentir o mesmo, tudo bem, ignora o que eu disse, mas não esquece. Porque você se tornou uma droga pra mim, Bella. Desde quando eu era seu capacho, eu não queria admitir, mas... Eu já sentia... Céus, eu amo você. E eu preciso de você, Bella. Agora. Pra sempre.

Sem dar chance de deixá-la falar, eu a beijei novamente, e ela se agarrou à mim.
(...)

Assim que entramos no meu quarto, ainda agarrados um no outro, eu a empurrei contra a parede, arfante. Fechei a porta com um baque e Bella se pendurou em mim. Agarrei suas pernas e a levantei, fazendo-a entrelaçá-las em minha cintura. Bella gemeu contra os meus lábios quando as nossos intimidades se tocaram. Eu a levei até a cama e fiquei por cima dela. Acariciei seu rosto, retirando alguns fios que caíam sobre seus olhos. Tudo ainda estava escuro, mas como eu havia deixado a porta da varanda aberta, toda aquela luz nova-iorquina bastava para iluminar o necessário.

Os olhos dela brilhavam, e eu senti vontade de me afundar neles. Acariciei delicadamente o seus labios avermelhados, e ela sorriu levemente.
– Eu sou sua. - ela sussurrou.

Senti aquele arrepio conhecido percorrer a minha espinha e colei meus lábio nos seus. Seu corpo quente contra o meu. Logo eu arranquei aquele vestido dela, enquanto suas mãos afoitas tiravam minha blusa de mim. Eu afundei meu rosto em seu pescoço mordiscando-o, enquanto ela abria o meu cinto. Empurrei minha calça de mim e ela rodou nossos corpos, ficando por cima. Ela sentou sobre o meu abdomên e eu sorri.
– Vai ficar selvagem agora? - eu perguntei.

Bella riu e se inclinou sobre mim, me beijando. Eu suspirei contra os seus lábios. A sensação de tê-la ali era tão boa...

Eu a empurrei contra o colchão novamente e abri suas pernas com os meus joelhos, me colocando entre elas. Minha cueca já havia ido embora. Eu desci meus lábios pelo o seu pescoço e seios. Bella gemia debaixo de mim, agarrando meus cabelos, enquanto eu experimentava tudo dela. Mordisquei levemente a sua barriga e ela se contorceu. Sorri.

Rapidamente eu retirei sua calcinha e me encaixei nela. E, como sempre, eu estava no céu. Bella se abriu mais para mim, rodeando minha cintura com suas pernas macias. Eu me movimentei dentro dela, ao mesmo tempo em que sugava e mordiscava seu pescoço. Bella arranhava minhas costas, gemendo alto.

Eu aumentei a velocidade, agarrando os seus cabelos e colando os meus lábios nos dela. Até que, por fim, aquela sensação veio.

E era como se com ela, a sensação resolvesse ser ainda melhor. Porque era ela.

Bella afundou suas unhas em minhas costas, ao mesmo tempo em que dava um gemido longo e afundava o rosto em meu pescoço. Eu senti todo o meu corpo, e o seu, relaxarem. Suspirei, arfante.

Acariciei seus cabeços delicadamente, e trilhei um caminho de beijos desde o seu ombro até seu rosto. Ela sorriu, ainda de olhos fechados, quando depositei um beijo no canto de seus lábios.
– Eu te amo. - ela sussurrou, abrindo um pouco os olhos para me olhar.

Senti meu coração bater mais forte. Tão patético.
– Sério? - perguntei.
– Não, Edward, eu resolvi fazer uma piadinha agora. - ela sussurrou, cheia de deboche.

Eu ri e beijei seus lábios com força. Ela sorriu.
– Eu vou fazer valer a pena. - falei, acariciando seu rosto. - Eu prometo.
– Já está fazendo. - ela sorriu.

E eu acho que essas foram as revelações do ano.

Esse dia vai entrar pra história.