Recomeçar escrita por Lisbela


Capítulo 4
Capítulo 4




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Ao descer do avião Fatinha já se sentia em casa. Até mesmo o ar do Brasil é diferente, a médica pensou. Ao olhar para o saguão do aeroporto reconheceu as pessoas que tanto sentiu falta. Mas uma em especial não estava ali. Abraçou a cada um, as lágrimas já se faziam presentes em seu rosto. Um rapazinho, porém, parecia muito tímido.

– E você Davi não vai abraçar a Dinda?- Ju perguntou. A médica se abaixou perto dele e o olhou.

– Eu posso, diiinda? – Ele perguntou receoso.

– Claro que pode, meu amor. Dinda sentiu tanto a sua falta. – Ela o abraçou bem forte.

– Pala, dinda. Tá me apetando. – Davi disse fazendo todos rirem. – E meus presentes?

– Seu aniversário é amanhã, campeão. Dinda trouxe tudo que você pediu. Mas só amanhã!

(...)

Bruno estava em seu apartamento. Logo após Davi nascer, Ju se mudou do apartamento onde eles moravam para o de Gil. Desde cedo ouvia uma movimentação no apartamento da frente. Ele sabia o que estava acontecendo ali. Ela estava de volta. Segundo Ju, haveria um jantarzinho em seu apartamento para comemorar a sua volta. Ele não teve coragem de ir até o aeroporto. Mas se não fosse ao jantar todos desconfiariam que algo estava acontecendo. Então buscou Ana e foram para o apartamento da irmã. Ao chegarem lá viu a coisa mais linda do mundo. Fatinha deitada no tapete com um Davi risonho sobre ela. Eles brincavam e o afilhado parecia radiante. Nunca o havia visto tão feliz.

Ana que percebeu os olhos do rapaz brilhando, tratou de quebrar o clima.

– Olá Fatinha. Voltou antes do previsto?

– Ana... – Bruno a repreendeu.

–Voltei sim, Ana. Era para eu ter ficado mais dois meses, mas não perderia por nada mais um aniversário desse príncipe. – Fatinha retrucou beijando Davi. – E oi Bruno. Bom te ver. – Disse seca e fria. - A distância entre eles era palpável. Tanta coisa aconteceu. Ele conseguiu o emprego que tanto ele queria, ficou noivo. E pelo que Davi e Ju contavam, ela também tinha alguém. O tal Rafael. Soube também que assim que voltasse para o Rio de Janeiro teria um emprego garantido no Hospital que tanto sonhava em trabalhar. Ela havia mudado. Era injusto ele querer encontra-la do mesmo jeito de antes? Claro que sim. Fatinha não era mais aquela moça apaixonada que esperava até o último segundo pelas palavras tão sonhadas. Ela havia se tornado forte o suficiente para seguir a vida. Mas não para esquecê-lo.

– Oi, Fatinha. Fico feliz em saber que ainda tenho minha vizinha de apartamento. – Eles riram. Ana bufava e Davi parecia alheio à conversa.

– Fatinha, cadê você? – Rafael apareceu na sala. Bruno gelou na hora. Seria o tal Rafael? Então o que Davi falou é verdade, eles estão juntos!, pensou.

Rafael havia chegado duas semanas antes. Ele havia se tornado um grande amigo para Fatinha. Os dois tinham várias coisas em comum, desde o amor a medicina aos gostos musicais, a apreciação por comida japonesa.

– Aqui, Rafa. Bruno, Ana, esse é o Rafa, o melhor amigo que alguém pode ter.

– Prazer te conhecer, Rafael. – Ana foi logo falando – Vocês fazem um lindo casal. – Ironizou.

– Nós somos apenas amigos, Ana. – Rafael a corrigiu. – Boa noite, Bruno. – Bruno acenou com a cabeça. Não fazia a mínima questão de cumprimenta-lo. Estava na cara que eles tinham algo.

– Diinda. – Davi puxava a barra da saia de Fatinha para a mesma pegá-lo no colo.

– Oi, meu amor!

– Conta a historinha do Pooh pra eu mimi, dinda? – Davi perguntou coçando os olhinhos.

– Ih perdi o posto, campeão? – Bruno fingiu estar magoado.

– Não, Bubs. – Davi disse como se fosse óbvio – Mas hoje é a dinda.

– Então vamos lá! – Fatinha o levou até o quarto, e contou à historinha que Davi tanto amava. Nessas horas ela entendia o porquê da volta ao Brasil. Acabou adormecendo ao lado do menino, sendo acordada por uma Ju frustrada.

– O que houve Ju?

– Tô tão ansiosa pra amanhã que acabei deixando a lasanha queimar. – Fatinha riu, era bem típico da Ju – Se importa de comer pizza?

– Claro que não. Quantas vezes isso já não aconteceu não é? Lembra quando você descobriu que estava grávida e queria fazer um jantar pra contar aos seus pais?

– Como não lembrar? Até hoje não como camarão. Bendita hora que fui inventar de fazer aquela receita. Me dá enjoo só de pensar. Outra coisa que me enjoa é aquela nojenta da Ana. Não sei como o Bruno a aguenta. Tá lá embaixo reclamando. “E a minha dieta, Bruno?” – disse a imitando.

– Ju, foi uma escolha dele. Se ele a ama, nem eu, nem você devemos nos intrometer. Agora vamos descer! Tô morta de fome!

(...)


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