I Lost Touch With me
I was And Still Am Fire
Ignite! To the Mountains!!!

– Certo... Precisamos saber que, ao entrarmos lá, a chance de sairmos vivos é nula! Sejamos sensatos... Esse cara tem um exército de réplicas de nossas esposas, matou as reais e provavelmente vai foder o nosso rabo na primeira oportunidade que tiver... Eu vou entrar lá, eu vou achar ele, vou esmurrar ele até a morte e depois vou usar o tampão do crânio dele pra cagar! Velho desgraçado, não é possível que ele tenha matado uma mulher indefesa e grávida...

Heno respirou fundo, olhando para Odran e Odran para Ogird, que estava numa sincera e gritante pilha de nervos. Eles precisavam pensar em conjunto, afinal, não era a toa que Anairah confiava no grupo e, antes de sumir, entregou cada uma de suas insígnias para cada um. Raramente ela se metia em algo e nos últimos meses, só se metia em guerras em último caso. Pois bem... Odran tranquilizou o amigo e abriu o enorme mapa. Pelas coordenadas do mapa e a visão de onde o caça estava, estavam perto de um tipo de relógio gigante (que apesar da circunstâncias, AINDA FUNCIONAVA MUITO BEM!). Esse relógio seria o ponto de referência de onde deveriam voltar caso as coisas saíssem de controle. Ainda bem que Ogird era mecânico. Com os restos mortais da ciborgue que Heno abateu, conseguiu reparar o painel do caça. Ao cair da noite, pegaram suas roupas, armas e foram desbravar a tal Coração de Onyx. Com suas motos, nem precisaram de Mach 2. Logo estavam em frente ao complexo gelado e quando viram, ficaram abismados... Nessa hora até foi engraçado, pois os 3 engoliram seco e falam em uníssono:

– CAARAALHO!

Era simplesmente um complexo monstruoso, magalômano. E algo dizia que o coração deles podiam ficar tranquilos... Maraya, Lenayhe e Anairah estavam vivas em algum lugar daquele complexo gelado...

– Mano... Olha isso... Vamos levar ANOS desbravando isso aqui. Olhem quantos caminhos, escadas, pontes. Se ele quis se esconder, ele sabe EXATAMENTE O SINÔNIMO de esconder...

Heno logo foi analisando tudo que podia enquanto Ogird simplesmente sucumbia a tamanha grandiosidade. Em sua mente, Heno criou rotas rápidas para subir aquelas pontes, pois lá num alto quase vertiginoso, haviam luzes, caminhos de puro LED azul e branco.

– Olha... Pelo mapa que a Anairah traçou, essa porra de lugar é 10x o tamanho de nossa colônia. Como vamos explorar isso?

Odran, como sempre muito rápido e sem pensar muito, respondeu ao amigo

– Simples. Seguimos a intensidade da luz e vamos ver no que vai dar. Tambem podemos fazer assim... Eu sigo a norte, Heno a leste e você a oeste. É fácil, não?

Ogird coçou a cabeça... Não parecia acreditar que algo daria certo.

– Cê que manda!

Passaram a madrugada inteira vasculhando e procurando uma rota. Sentiam a sensação macabra de estarem sendo vigiados, mas provavelmente era o frio, fome, sede... Um misto de sensações. Quando a manhã invadiu a fortaleza, montaram em suas motos e rumaram ao caça. Lá chegando, foram direto comer algo e dormir. A fortaleza parecia bem protegida, embora confusa. Quando acordaram, tiveram tempo de traçar uma boa estratégia.

– Galera... Seguinte: Eu pensei aqui e façamos assim... Heno, você vai a oeste, eu vou ao norte e Ogird a leste. Cada um de nós leva um comunicador e assim fica bem fácil a comunicação, pedido de ajuda e etc... Algo me diz, ALGO ME DÁ UM CERTO CONFORTO... Nossas meninas estão vivas em algum lugar daquele complexo... Nosso foco vai ser entrar lá, salvar elas e dar no pé. A gente NÃO PODE ENCARAR METRANOS...

Heno e Ogird se olharam... Bem, estavam vivos por pura cagada e sorte, além duma ajudinha cavalar daqueles mapas, benditos mapas. Ao cair da noite, lá foram eles com seus trajes de guerra, suas motos e armas. Na verdade, não usaram as motos aquela noite. Preferiram algo mais... Versátil.

Ogird sempre quis saber como seu veículo movido a criogenia. Para isso, o enorme jipe consumia cerca de 2 galôes de 250 litros de nitrogênio líquido previamente resfriado. Precavido que só, Heno levou nitrogênio como quem fosse morar eternamente fora. Assim feito, os rapazes entraram e bem, como de costume, sempre estam ouvindo uma música pesada, bebendo bebidas quentes e acertando os últimos detalhes de tudo ao som de "Communication Breakdown" do Led Zeppelin...

Hey, girl, stop what you're doing'!, Hey, girl, you'll drive me to ruin, I don't know what it is that I like about you, But I like it a lot, Won't let me hold you, Let me feel your loving charms

Communication breakdown, It's always the same.I’m having a nervous breakdown, Drive me insane

– Pois bem... Chegamos...!

Lá estavam eles. Entraram como antes, se dividiram e estava tudo bem. Cerca de 45 minutos depois, notaram que a comunicação com Odran havia sido perdida por completo. E logo com ele? Estranho, muito estranho...

– Heno... Tu consegue falar com Odran? O cara meio que sumiu, onde tu tá?

– Vou acender uma luz pra tu ver, cara

Logo sinalizado, Heno e Ogird se encontraram num ponto da fortaleza. De repente, um contato pelos comunicadores...

– MENINAS... PEGAMOS ELE... HAHAHAHAHA... Pobre moleque... Que tal mostrarmos pra ele um coisinha...? Damiran, Anhsar... Ele é de vocês essa noite... Podem foder a vontade com ele. Hoje eu deixo vocês gozarem...

Ah se Odran tivesse escutado Heno e Orgid, não teria seguido o próprio caminho. Tudo que eles podiam ouvir era o gemido das ciborgues misturados aos berros de dor cruelmente profundos do amigo.

– HENO, A GENTE TEM QUE SALVAR O CARA!

– Eu sei disso... Pega o jipe, Ogird... Vamos tirar eles de lá na marra...