Coração de Onyx escrita por StigmaDiabolicum


Capítulo 16
Capítulo 12: O começo do fim


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo promete ser um dos melhores. Com Ogird e Heno no caminho certo, o único que aparentemente ficou pra trás foi Odran. E o motivo da longa demora de encontrar com os amigos é mais complexa e extrema do que parecia ser...

Para uma melhor leitura, leia o capítulo ouvindo a música

# - Satyricon - Phoenix (feat. Sivert Høyem)



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Odran adentrou sem problemas naquela sala e até onde sabia, estava brigando com a própria irmã, ou pelo menosvuma ciborgue que parecia ela. Tudo estava indo relativamente bem, digo, Odran sendo moído a porradas pela ciborgue Anhsar e aparentemente ele não ia sobreviver se continuasse naquela situação sem nem menos poder defender. Foi quando viu tudo pegar fogo e aquela coisa de carne e metal cair desligada sobre ele num peso descomunal. Atrás daquela figura, uma outra criatura encapuzada, uma mulher cujos lábios eram carnudos e uma protuberante, porém linda pinta do lado direito. Algo lá dentro dizia que ele a conhecia, que já foram carne do mesmo corpo, mesmo nunca tendo ouvido falar nela. Aquele cheiro, aquela aura...

– Oi.

– Oi - Respondeu Odran desconfiado. Nunca tinha visto ela e sabia lá no fundo que aquilo não era bom presságio

– O que faz aqui achando que pode impedir o curso da história e do tempo?

– O que você acha que faria se tivesse um louco solto que destruiu seu lar, sua família, sua vida, seu povo e tomou tudo para si como dono supremo da verdade...

– HAHAHAHA... - Agargalhada soou escarniosa, firme, assustadora.

– DO QUE VOCÊ ESTÁ RINDO!?

Odran olhou aquilo e mesmo ferido e sangrando teve força e fôlego para atacar. Acabou tendo certeza que atingiu em cheio aquela face. Porém aquela coisa sumiu como uma ilusão e surgiu pelas costas do mesmo, sorrindo e suspirando...

– Tão fraco... Tão previsível... - Falou aos pés do ouvido do mesmo enquanto abriu as mãos e um brilho negro o projetou para a parede daquele lugar. Odran novamente correu para cima dela com as hookswords projetadas para rasgar-lhe os braços.

Além de terem passado como ilusões pelos braços dela, por baixo daqula misteriosa roupa saiu um pé tão macio e detalhado, além de belos, cuja a força o fez arrebentar a porta com o peso do corpo. Os ossos estalaram com o impacto enquanto o grito morreu na garganta.

Então ela o olhou ali caído, sorrindo enquanto olhava seus olhos. Ele agora sabia quem era ela. O símbolo da cigarra, aquela águia... Será que tinha algo a ver ou era coisa da mente dele?

– Você... Você é a...

– Exatamente, mas você me conhece por outra coisa e eu lhe conheço por outra. Eu sei que você não é o "papai" e eu não sou exatamente a sua "bebê". Porém, se é para evitar que aconteça o que aconteceu, eu vou me encarregar de te convencer a parar com isso sem precisar lutar... E eu acho bom se render...

– Nunca! - E se levantou, já com sua armadura em todo seu potencial. A figura apenas repousou a mão no peitoral de Odran e puxou algo. Nessa hora Odran caiu urrando de dor. Era como se ela tivesse puxado as costelas dele e as deslocado sem problema

– Papai... Não me force a te matar... Você e eu éramos tão felizes em outra dimensão. Mas você morreu me protegendo. Foi horrendo te ver morrer fuzilado enquanto me abraçava e me pedia pra correr. Venha comigo... Não me abandona... Eu imploro

– EU NEM SEI QUEM É VOCÊ... - Bradava ofegante enquanto tentava pelo menos se manter em pé .Odran de alguma maneira não conseguia atacar ela, por mais que tenha tentado.

– Você pode não me conhecer, mas eu te conheço. Venho lhe observado de longe a muito tempo. Ahh sim... A sua... "esposa". Ela está viva. Metranos precisa dela e por isso não a matou. Aquilo que você viu na entrada da base era outro cadáver com outros fetos abortados...

– Então por favor... Se me ama tanto assim, se diz gostar e me conhecer, por favor, eu te peço com humildade... Me deixe impedir Metranos. Ele não tem boas intenções com o meu povo, ele não tem uma boa alma.

– Eu sei... E eu estou do lado dele... Não pense que vou ajudar... Assim como ele quer sua esposa viva, eu preciso, eu não vivo sem você... Eu te amo, papai...

Era algo confuso de crer. Ela o amava, mas não permitia que ele se salvasse, nem salvasse aquele povo ou a esposa. Nem mesmo os filhos...

– Eu não sou seu pai.. Se não vive sem mim, se gosta de mim... Por favor... Deixe, permita que eu faça o meu papel. O futuro de milhões depende de mim e dos meus amigos

– Não... Seu futuro é comigo... - Aquela figura novamente abriu as mãos impostas como um tipo de hipnose enquanto dos dedos saiam raios que pareciam tostar, carbonizar Odran aos poucos. Foi nessa hora que, do mais absoluto nada, algo lá no fundo alimentou um ódio suficientemente alto para ele correr e desferir um potente golpe naquele tórax. E não foi só no tórax.

Foram vários golpes na face, chutes altos, joelhadas. Porém, por mais que aquela figura pedisse para parar com os golpes, Odran não parecia que ia parar. Foi quando ela, num último recurso, pousou o dedo indicador na testa de Odran.

A mente de Odran parecia ter dado um tipo de surto. Suas melhores memórias estavam corrompidas e agora era ela quem habitava seus mais doces sonhos, seu mais querido lado. Ele ainda sim sabia que precisava impedir algo, porém seu lado consciente misturou-se aquela hipnose e foi aí que aconteceu algo que não sinceramente não daria pra entender, pelo menos não agora...

Ela apenas se aproximou e o segurou, bejando-lhe os lábios. Odran, que já estava indefeso fisicamente, agora estava mentalmente. Porém ao fim daquele beijo, Odran simplesmente apagou. Em sua mente, a voz dela...

– Siga em frente sempre, papai. Não me esqueça... Por favor.
Quando se deu conta, quando realmente acordou, lá estava Ogird e Heno o olhando de braços cruzados... Ogird tentava o reanimar, mesmo que ele estivesse acordado, mesmo absorto no que viu, no que presenciou.

O gosto daquele beijo estava em sua boca, o toque das mãos dela, o tom dos olhos dela gravados eternamente em sua mente. Aquela voz ecoando em sua mente. Odran sabia que tudo que tinha vivido era real. Mas ao mesmo tempo tudo não passava de um sonho... Um sonho que, agora fazia sentido. E agora ele sabia quem era aquela criatura de seus sonhos na adolescência, aquela que, mesmo casado com Maraya e feliz de fato, nunca conseguiu esquecer e que, muitas vezes, era o motivo do sorriso mais bobo.

– Cara... Cara. Acorda! Olha isso... Estamos diante da porta de Metranos. Como sou um cara legal, vou te dar as honras de digitar a senha...

Odran olhou para Heno, para Ogird e não entendia nada. Senha? Porta? Foi quando lembrou que, antes de desmaiar e apagar por completo, lhe foi dado um anel misterioso. Lembrou de algo que ela também lhe disse antes que ele apagasse e esquece daquele encontro, por mais real que ele tenha sido - e de fato foi real sim

– Use este anel na entrada E NÃO PERCA ESSE ANEL POR NADA... Se é tão importante pra você fazer isso... Faça. Mas lembre-se: Metranos é ágil... Não permita que ele olhe em seu olhos em momento algum. Ele é mestre na arte de causar o medo e a submissão das almas. Ele pode E VAI usar o seu mais intimo e inconsciente medo contra você... Esse anel é um tipo de barreira mental. Enquanto tiver esse anel, Metranos não pode fazer nada contra sua mente...

De volta a realidade, ele percebeu que o tempo era curto demais para se distrair. Por isso mesmo colocou a mão naquele mecanismo laser com uma barra vertical. Girou aquilo com força e precisão. Mas a porta não parecia ter girado ou aberto...

– O que foi que eu disse...? Precisamos de uma senha.

– Ou de alguma coisa... Que isso aí na sua mão, Ogird? - Perguntou Heno. Ele já tinha visto isso em algum lugar. Lembrou que quando era mais novo e namorava Branca, cansou de ver Metranos (que na verdade se chamava Joseph Man-Wellsch) trabalhar árduo num criptex.

Numa dessas lembranças, quando ainda era muito querido e bem vindo, Heno lembrou que Metranos havia lhe dito a senha que abria o criptex.

– É isso! Me dá o criptex, Ogird...

Heno se sentou ali como uma criança indo brincar com o cubo mágico. E que artefato inteligente que Metra criou. Não importava que a senha estivesse errada ou certa. Caso a senha estivesse certa, o criptex se abria mesmo assim.

Porém havia uma cor exata para ser colocada no tubo da entrada e a outra parte do criptex também tinha importância. Era um tipo de pendrive que devia ser retirada com cuidado, pois se fosse retirado com movimentos bruscos, poderia ativar um mecanismo que formatava as informações do pendrive.

E ainda havia um terceiro papel que era a planta completa da base. Coisa tão rara que nem mesmo Branca possuia. Só haviam duas plantas daquela base no mundo. Aquela e uma outra que havia sido roubada por alguém. Após abrir o criptex, tirar o mapa, colocar o tubo de neon turquesa escuro numa das partes daquele mecanismo e plugar o pendrive, uma surpresa: Aquela porta abriu e em seguida deu acesso a um tipo de portal.

– Preparados pro pior? Acho que cada um aqui tem um motivo pra querer o crânio daquele desgraçado... - Heno falou como quem estivesse discursando.

Era claro que chegar em Metranos seria fácil... Mas ninguém disse que eles chegariam... E se chagesse, ninguém garantiu que eles sairiam vivos...


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Notas finais do capítulo

E finalmente em breve posto O ÚLTIMO CAPÍTULO. Posso garantir que vai ter muita gente arrancando os cabelos com o capítulo final... HAHAHAHAHA



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