Coração de Onyx escrita por StigmaDiabolicum


Capítulo 15
Capítulo 11 - Damiran, a eleita do inferno criogênico


Notas iniciais do capítulo

Após o embate de Heno e Leonos, é a vez de Ogird se encontrar com Heno e Odran, porém, para Ogird sempre sobra a maior e mais difícil batalha. Com Damiran, uma batalha já simples se tornará num inferno gelado. Como essa fic é grande, terá pelo menos 3 trilhas sonoras... Boa leitura...

#1 - Sanctuary - Iron Maiden
#2 - Mourners Flock to Gethsemane (Apenas introdução) - Grand Belial's Key
# - Angel Of Death - Slayer



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Your souls are damned your god has fell
To slave for me eternally
Hell awaits...

Enquanto Heno estava indo rumo a sala de Metranos, Ogird seguia seu caminho tranquilamente, mesmo que estivesse com a sensação de estar sendo seguido. E ele estava mesmo. Uns vultos passavam pra ele bem rápido, coisa de uns 240 km/h. Ogird logo se preparou para o pior. Pelo caminhou encarou alguns soldados e algumas réplicas da andróide que quase abateu sozinha o caça do grupo. Pra ele, derrubar umas 20 pelo caminho foi patético demais. Claro que tomou alguns socos e chutes, mas logo devolvia em dobro. E nem se deu ao trabalho de usar a armadura. Preferiu apenas reforçar os braços biônicos pra descer o braço com mais precisão. Derrubadas as mais de 30 droids, Ogird seguiu o caminho. Teve a sensação de ser observado por uma, duas, três... Várias pessoas... Aquilo não era um bom pressentimento...

– Ih caralho, só me falta encarar uma leva de motoqueiros...

Caminhou um bocado até econtar com... Maraya? Era estranho ver ela ali, afinal, quando não estava com o marido, estava enfurnada no livros de física ou fazendo algo que amava: pilotar caças. Mayara amava tanto caças que conseguiu comprar um F22 e simplesmente gargalhava de felicidade quando rompia a barreira do som

– Maraya? Que ce ta fazendo aqui, mulher? Odran sabe que tu ta aqui?

Maraya continuou estática no lugar. Ogird começou a estranha aquilo, pois afinal, ela adorava Ogird, eram amigões e tudo mais. O que ela mais fazia era correr quando via o amigo pra abraçar ele e sendo baixinha, era projetar o corpo num salto pra abraçar Ogird, fosse pelas costas, pela frente, pelos lados. Estranhamente ela não correu pra abraçar ele, não abriu os braços e fez aquele bicão. Ela se afastou... E correu pra cima dele...

– Dá cá um abraço no teu... EPA!

Ele podia jurar que viu a mão de Maraya virar uma estaca de metal líquido pronta pra impalar. Ogird desviou com sorte enquanto Maraya o olhava com um sorriso que não tinha aquela gostosura, aquele frescor carinhoso. E pra piorar, ele estava vendo duas Marayas... DUAS?! Não, perai!

– Como assim duas?! Alguém me explica essa merda!? Droga... Preciso parar de beber!

A idéia original de Ogird foi correr, correr pra caralho, mas nem isso adiantou já que... OUTRA!? Aquilo tava ficando errado demais... Ogird levou uma voadora violenta na costela. Caiu como um saco de areia no chão, olhando para frente. Uma, duas, três, cinco, oito... Quando se deu conta, estava cercada por dezenas de Marayas e aquilo não era nem de longe sinistro perto do que ele ia ver. A original surgiu imponente, o agarrando pelo pescoço

– Porra, Mahzinha... Sou eu... Ogird... O que tu tá arrumando? O que te deu?

A ciborgue nada respondeu. Apenas rasgou a roupa e bem... Foi brutal ver aquele corpinho nu criar uma senhora armadura. Ogird olhou aquilo num mito de descrença, raiva, inconformismo...

– Puta que pariu! Ela tá mesmo disposta a me matar. Marinha... Eu gosto muito de você, mas ninguém me bate e sai vivo!

Ogird foi com tudo pra cima de Maraya, mas a mesma correu, pegou impulso e se projetou uma martelada aérea na cabeça de Ogird... O mesmo caiu desacordado no chão.

# 2 Foi aí que ele teve um flashback do passado, algo muito longe no tempo

– Ogird, Ogird! Vem ver uma coisa!

– Que que é, baixinha?

– Vem ver... Olha só

Ogird olhou incrédulo o que via. uma réplica perfeita da amiga. O sinistro era ver várias mangueiras de sangue, quilômetros de pele humana sintética, músculos sintéticos. O que parecia para muitos uma ídéia tirada dos filmes do Exterminador do Futuro, para a cientista era algo fácil de conceber. Isso sem contar que antes da sua criação suprema, chamada de Damirand, modelo 10071994. A inteligência e o exoesqueleto quase impossível de amassar, derreter, destruir

– Caralho, garota! Tu quer derrubar quem? O mundo?

– Hahaha... Besta! Então... Eu criei ela porque, bem... Se esse ditador vier atrás mesmo da gente, pensa que pelo menos tem uma guardiã pro grupo. Ainda projetei ela pra inibir esses estupradores por aí... Ela projeta gases venenosos pela vagina e vem um um triturador de alta performance se o cara for bem dotado. Louco, né?

– Louco? Cê é insana...

– A Hana pediu pra eu fazer uma ciborgue dela também, mas não sei... A original já faz estragos mil, imagina a réplica.

– Então... E eu fiz uma réplica da Dammy... A Ramaya... Só que a Ramaya é mais pra ataque aéreo. Pobre coitado de quem der de cara com elas duas... Se não morrer no ar, morre na terra

– Eh caralho... E dá pra derrubar ela?

– Olha... Dar, dá. Mas vai ter que ser muito corajoso, rápido e forte. Já pegou alguém, rasgou o peito, abriu as costelas na mão e puxou o coração?

– Não... Caralho! Tu caprichou hein

– Nada... Nem sem coração ela morre. Eu desenvolvi um sistema que ela só morre se o coração for espatifado ou conseguir abrir o coração e desativar um botão central que é responsável pelo fornecimento direto de energia ao corpo todo. Vamos dizer que o coração dela trabalha em conjunto com o cérebro e ambos tem uma tecnologia muito avançada. Ok, ok, não tão avançada. Baseei o cérebro e o coração numa tecnologia que era conhecida no século XX por não precisar de fios para funcionar

– Eita porra... Tu tava inspirada...

Foi aí que Ogird acordou meio tonto, olhando aquelas réplicas... Todas rélicas da originais... Ele olhou mais uma vez, analisou tudo e sorriu. Se levantou e mesmo tonto, analisou cada uma das ciborgues presentes...

– Agora eu fiquei puto de verdade. Vamos ver se elas aguentam o tranco

#3 Foi aí que Ogird deitou e rolou no sentido mais literal e absoluto da palavra. Cada ciborgue era derrubada de maneira mais extrema que a outra. Chegou a abater uma sozinho e lhe arrancar a cabeça com a espinha e tudo. Mesma coisa com outra réplica. Como era fantástico ver Ogird solto como um demônio batendo nas outras réplica com aquelas cabeças. E quando uma cabeça se espatifava, Og repetia o processo.

Ficou nesse esquema quase 2 horas. Foi quando ao original se revelou. Ogird lembrou que foi ele quem ensinou aquela ciborgue a lutar. Bem... Agora tava na hora do "vamo ver quem é que manda nessa porra".

– Vem... Vamos ver se você é boa mesmo...

– ...!

Damiran começou correndo e atacando Ogird. Este por sua vez correu para desferir um arm lock. Muito preciso pelo visto. Ele girava aquela mão até onde podia e se assustava com a facilidade com que Damiran voltar com o pulso pro lugar. A mesma ainda sorriu e piscou, meneando o indicador pros lados num claríssimo sinal de que aquilo não assustou, tampouco causou dano.

– Caralho, eu esqueci que você é dura na queda!

Ogird a princípio teve trabalho pra chegar perto de Damiran. Cada aproximada era um porradão pra voar longe. Ogird já estava literalmente tonto com as porradas... Foi quando ele lembrou daquele cinto que L4² desenvolveu. Será que funcionava?

– Vamos ver se funciona...

Assim que passou o dedo pelo bracelete e logo uma porção de metal líquido moldou-se ao seu corpo como mágica. Logo a armadura de Heno estava pronta para um embate dos duros contra a ciborgue.

– Agora você pode vir, mas vem com vontade...

– ...

Damiran correu para acertar um preciso golpe contra Ogird quando este jogou em sua direção uma potente direita. Aquilo doeu, doeu pra caralho e arrancou um riso da ciborgue que foi pra trás e voltou, desferindo uma cabeçada e tantoem Ogird. Mesmo com toda aquela armadura, a porrada doeu, o impacto foi considerável...

– Ta fortinha hein, minha filha! Agora aguenta essa!

Og sorriu, materializando uma enorme marreta nas mãos. Aquela porrada foi de longe suficiente pra estourar uma cabeça humana. O choque de Og foi ver que aquilo nem rompeu a pele de Damiran. Ogird estava numa belíssima merda. Foi quando ele teve outra lembrança daquele dia que viu Damiran ser projetada

– Mas a pele dela é rompível, Maraya?

– Se você tiver algo que atire balas de escopeta com a velocidade dum tiro de M60, você arrebenta tranquilo, mas o crânio? Sem chance. Você de algo com a temperatura próxima do sol... Isso é... Se você aguentar se aproximar numa caldeira desse tipo... A 30 metros de uma, já dá pra ter desidratação... Ou jogar ela num rio de nitrogênio líquido... Aí ce mata ela... Hahaha

De volta a realidade, Ogird correu para fora daquela área. O difícil era saber a senha da porta. Tentou vários números, até que lembrou do modelo da mesma...

– 10071994... Tem que dá certo... ACESSO NEGADO!? BOCETA!

Ogird tentou correr, mas foi agarrado por 3 Damirans (sim, Damiran além de um exoesqueleto LITERALMENTE RUIM DE DERRUBAR, ainda tinha uma parte de metal líquido, que possibilitava um tipo de mitose). Ogird já estava ficando puto com aquela situação...

– Vamos ver se essa parada que a L4² criou dá certo.

Ogird segurou e logo notou que se fundiu ao braço. Era um arco de altíssima precisão. Algo parecia completamente plausível, já que as flechas que Og fez com os dedos tinham o diâmetro do botão para desligar Damiran. Ogird mirou com cuidado e... Errou! Na hora que ia soltar, acabou levando um tiro de 12 no ombro, o jogando pra trás. Sorte que a armadura aguentva altos trancos (afinal de contas, L4² fez as armaduras dos heróis baseado no seu próprio corpo).

– Caralho, meu! Essa caralha pode criar armas com a mão!? Pra onde eu corro?

Damiran logo se juntava com seus clones e era engraçado ver elas peladonas com suas intimidades bem cuidadas, mas ao mesmo tempo era assustador ver que dali escorria um líquido parecido com mercúrio. Isso mesmo, o metal mercúrio. E aquilo começou a ficar satânico demais quando as duas a partir do mercúrio formaram uma armadura e foram pra cima de Ogird.

– Duas contra um? Eu aguento... Acho...

Bem, é preciso dizer que Ogird teve trabalho, mas teve muito trabalho de derrubar aquelas rélicas idênticas de Damiran. Porém ele não percebeu uma coisa... A ponte suspensa estava acima de uma fenda extremamente profunda e sem fim. Possívelmente por ser num local muito frio e distante, aquela fenda aberta no gelo resultaria provavelmente no centro da Terra, onde a temperatura era relativamente alta

– É só eu derrubar elas duas nessa fenda que da original da pra cuidar. Se não der também, foda-se... Me levo pro caralho junto com ela...

E assim ele deu origem ao plano. Levou a luta na flauta até que tivesse como derrubar a original. Logo foi possível ver Ogird surrar as "gêmeas". Foi fantástico ver elas caíndo e na exata hora um enorme gêiser de lava atingir as duas...

– Duas já foram, agora falta a original... Vou precisar duma armadura mais completa... Essa luta promete...

Não precisou de muita coisa... O cinto atraiu para ele o mercúrio expelido pelas vaginas das ciborgues e olhem só que surpresa: O mercúrio entrou em contato com o metal líquido e gerou um tipo de metal mais denso e mais resistente, porém onde estava Damiran? Og rumou pra dentro, achando ue estava tudo ok. Vai ver ela correu...

Sua verdadeira surpresa começou quando adentrou num laboratório de cryogenia onde o frio quase beirava o zero absoluto. Era uma ponte enorme suspensa sobre um rio de Nitrogênio líquido. Lá estava ela. Surpreendeu Ogird com uma belíssima joelhada voadora. Porém, a mesma foi agarrada pelo cabelo e na exata hora que Ogird pegou impulso com os cabelos numa puxada, sentiu algo cortar-lhe a mão. Pelo metal das mãos viu o sangue escorrer... Outro flashback...

– E os cabelos dela?

– Olha isso...

Maraya enrolou o fio entre os delicados dedos e passou uma peça congelada de carne. Aquele fiozinho conseguiu cortar a carne e por pouco não cortou o osso. Ogird lembrou embasbacado disso.

– É isso...! Tem uma terceira forma de matar ela!

Ogird pensou um pouco e olhou para baixo. uma correnteza simplesmente assustadora de nitrogênio. A idéia seria fazer ela se atirar no rio, mas como? Não deu tempo de pensar, já que a mesma havia se fingido de poça. Porém, aquela luta não parecia que ia muito adiante. Ainda sim, foi uma luta das grandes.

Após muitos socos, murros em ambas as partes, Damiran se preparou pro último ataque. Ela correu e se projetou numa ombrada quando Ogird simplesmente desviou, fazendo-a cair a quase 4 km de altura...

– Essa não dá mais problemas...

Nessa exata hora, Damiran novamente voltou. Nua, com o olhar fixo no de Ogird... Deu alguns passos e o segurou pelo pescoço. Ficou estática enquanto sua pele morena ia ficando pálida, branca... O líquido que escorria de seu corpo formou uma grossa camada de gelo e seus olhos simplesmente perderam o brilho.

– Ih... Congelou...

Ogird simplesmente a empurrou e a mesma caiu. Despedaçou-se por completo. O coração ainda batia, mas logo parou. Ogird só quebrou aquele coração com uma pisada e lá estava a senha daquela sala e uma outra senha quase incompreensível... E dentro da ciborgue ainda havia um criptex razoavelmente grande

– Engraçado... Que senha é essa? E que porra de objeto é esse? Preciso mostrar isso a Heno. Ele que entende disso. Porra... Essa Damiran deu trabalho. E provavelmente uma daquelas cópias me quebrou 4 costelas... Tá doendo pra respirar...

Logo Ogird teve uma idéia. Pegou as letras do nome Damiran com as letras de Maraya e trocou pelo número que cada letra correspondia (D era a quarta letra, sendo assim, 4. A era a primeira, ou seja, 1. M a décima terceira, 13 e assim por sequência). Com essa gigantesca expressão, Ogird chegou a uma senha.

– Vamos ver se é essa... Hum... Hum... Hum... Isso!

Mesmo machucado, Ogird ainda conseguia se mover. Mas graças a armadura de metal líquido, fez uma armadura para proteger as costelas.

– Heno... Passei... Cê tá bem...?

– Olha pra baixo...

Logo Heno acenou para o amigo. Após pular daquela altura (cerca de uns 120 m de altura), lá estavam os dois a espera de Odran, que parecia estar atrasado com a luta.

– Cara... Cadê o Odran?

– Calma, Ogird... Aquele ali é ruim na queda


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, o motivo pelo qual Odran demorou horas sem nem precisar de muita luta... Na verdade, até Odran ficou confuso com a situação
Para quem não entendeu como Ogird chegou a uma senha, aqui vai o esquema lógico que ele seguiu. SIM, TÁ CONFUSO PRA CACETE...

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