Espelho Quebrado escrita por Zenner


Capítulo 21
Apenas a verdade


Notas iniciais do capítulo

Hey, postando esse cap d novo, pq deu erro na vez anterior (vcs devem ter percebido). O windows desse computador é antigo e não abre bem os meus arquivos. Desculpa se a formatação estiver errada. Desculpa também pela demora.



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Que dor de cabeça horrível. Eu já tive alguns dias pós-bebedeira, mas não como esse. Abro meus olhos devagar e por sorte não estava muito claro ali dentro. Passo as mãos em meus cabelos e tento lembrar algo, mas nada depois do segundo copo de vodca surgia na minha cabeça. O jeito seria perguntar á minhas amigas.

Ainda de pijama, saiu da barraca com minha escova de dente na mão. Ninguém parecia tão diferente de mim, e nem sinal dos professores ainda. Pergunto as horas a um garoto que passa. 11:32 da manhã. Já era bem tarde.

Guardo a escova dentro do bolso do blusão que vestia. Havia um papel ali.
“ME ENCONTRE NA CACHOEIRA QUANDO ACORDAR” – era o que tinha escrito, mas estava sem assinatura.
Será que fiz muita merda ontem? Tenho que encontrar Chris. Escovo os dentes com um grupo de alunos e eles dizem que adoraram minha festa, agradeço. A água que pegaram acabou completamente e me ofereço para buscar mais.
Sabia a trilha da cachoeira, ontem fui até lá com as meninas. O calor já começava a
incomodar e assim que chego á beira da cachoeira tiro o blusão e fico apenas com a camiseta que estava por baixo e a calça moletom. Alguns colegas se divertirem na água e acenam para mim. De longe vejo um rosto conhecido do outro lado da
margem.
Taylor estava sentada em uma pedra enorme. Se pulasse caia direto na água. Seu
olhar buscava algo no meio da floresta.
–Taylor – grito e ela sorri quando me ver – vem aqui – peço.
Pula lá de cima e com o baque a água expira para todos os lados. Nada entre os
outros e logo sai com os cabelos escuros pingando. Que corpão Taylor. O biquíni
florido se encaixava bem na parte de cima. Era um destaque a mais na sua pele
branca.
–Você gosta do que vê? – pergunta e deixo de olhar para seus peitos. Ela dá uma
gargalhada.
–Desculpa – sorriu sem graça.
–Tudo bem, mas sua namorada não vai gostar disso.
–Que namorada? – pergunto.
Taylor lança um pequeno sorriso e indica algo atrás de mim.
Bea. Meu coração deu um pequeno pulo. Se alguma coisa aconteceu ontem, ela
tinha algo com isso. O sorriso enorme da ruiva nunca era direcionado a mim
daquela maneira, mas hoje sim. Surpresa desfeita, seu sorriso se apagou quando
não o retribuí.
–Posso falar com você? – ela pede com educação. -Eu preciso falar com Taylor primeiro. Pode ser depois?
–Claro – responde e sorri torto.
Ela nos deixa e viro para a minha amiga.
–Você precisa me dizer o que eu fiz ontem – seguro seus braços e lhe balanço – não me lembro de muita coisa. Apesar algumas coisas sem nexo algum.
–Calma – fala rindo – você não dançou pelada ou fumou maconha. Enquanto estava
comigo não fez nada demais. Só bebemos e nos divertimos. Nada demais.
–E por que eu sinto que estou esquecendo algo importante?
–No fim da noite... Você nos deixou e foi conversar com a Beatrice. Ela que lhe
colocou para dormir. Como vocês já tem uma ligação intima, não vimos problema
nisso.
”Segundo meus estudos, relação é a ligação íntima de
pessoas.”
Onde eu tinha ouvido isso? Merda de amnesia alcóolica.
–O que eu faço pra lembrar sem precisar perguntar a Bea? – pensei alto.
–Eu tenho algo que talvez ajude – Tay diz – mas não sei se você vai gostar.
–Eu quero. Você tem ai? – imploro.
–Tem efeitos colaterais.
–Vai me fazer lembrar tudo?
–Não, talvez uma ou duas horas de antes de pegar no sono.
–Perfeito. A Bea só esteve comigo nesse tempo, não é?
–Sim.
–Quais os efeitos?
–Você vai falar apenas a verdade por 3 horas.
–O que? – eu realmente estava surpresa. Isso não é coisa de filme?
–Isso mesmo. Apenas a verdade...
–Ok, eu topo. Mas como conseguiu isso?
–Minha mãe é medica... Tem muita coisa no armário do banheiro.
–Ela trabalha no FBI ou algo do tipo? – zombo dela. -Claro. Eu estou aqui para me infiltrar na sua vida e descobrir tudo sobre você – ela fala serio, mas começa a rir quando fico de boca aberta.
Ok, eu mereci aquilo por zombar dela. Mas quem teria um remédio desse em casa?
Eu nem sabia que existia algo assim fora dos filmes de ação.
Levei o balde de água com ajuda de Taylor para o acampamento e seguimos até
nossa barraca.
Sento no colchão enquanto ela mexe na própria bolsa.
–Já comeu alguma coisa hoje? – pergunta a mim.
–Não como nada desde que acordei – respondo e a lembrança faz meu estomago
roncar.
–Melhor. Não corremos o risco de você vomitar aqui. Tem algum problema com
injeções? – pergunta ainda de costas para mim.
–Não, por quê?
–Por isso... – ela vira e exibe uma injeção com a agulha enorme. Devia ter no
mínimo 5 centímetros.
–Oh, meu Deus. Não tem via oral? – me afasto um pouco dela.
Ela ri e enche a injeção com o liquido amarelo do potinho d vidro.
–Não, mas prometo que não vai doer. É só fechar os olhos e fingir que você está em outro lugar.
–Ok.
Fecho os olhos com força. Ela estica meu braço e sinto a agulha entrar no meu
braço. Eu já tinha ido parar no hospital muitas vezes, mas não me acostumava com aquilo. Começo a contar devagar...
–Pronto, acabei – ela diz antes que eu chegue ao numero 15.
–Já? Nem senti.
–3... 2... 1...
Minha cabeça ia explodir. O que era aquilo? Parecia que alguém tinha furado meu
cérebro com vários pregos. Tenho certeza que gritava de dor, mas eu não conseguia ouvir meus gritos.
Então, parou. Foram 10 segundos de uma dor horrenda e depois... Nada.
Pelo menos agora eu lembrava. Conversei algumas besteiras com Chris e Taylor e
depois que vi Bea sozinha não consegui me manter longe. A conversa seguinte foi
indescritível. Fui mais corajosa do que imaginei e ela foi... Simplesmente perfeita.
–Vamos testar? – Taylor senta ao meu lado.
–Tá, eu já me lembrei de tudo.
–Qual o dia do seu aniversario?
–Comemoro no dia 26 de fevereiro, mas eu e meus pais não sabemos. Eu fui adotada e ninguém sabe quando nasci realmente.

Merda, aquilo funciona mesmo.
–Como se sente em relação a isso?
–Perdida, eu quero saber minha origens. Eu vim da França, é tudo o que sei. Só que
preciso de mais.
–E o que faria por mais informações?
–Qualquer coisa... Agora pode parar com isso? Odeio que saibam tanto sobre mim –
digo emburrada.
–O que você disse está a salvo comigo, não se preocupe. Só uma dica: Não poder
mentir não significa ter que falar a verdade.
–Como assim?
–Você pode dizer que não quer falar sobre o assunto, ou mudar para outro. Quer
tentar?
–Vamos lá.
–Vai uma pesada... – sorri maliciosa – você transaria comigo e com a Bea ao mesmo
tempo?
Se eu tivesse bebendo alguma coisa essa seria a hora que eu cuspiria tudo, igual
nos filmes. Abri a boca e fechei três vezes antes de responder.
–Quem seria louco de dizer não a duas garotas como vocês? – tento sorrir.
–Isso, você aprende rápido – bate palmas – agora vai falar com a sua ruiva.
–Eu estou nervosa.
–Não fique... É só uma conversa. Lembre-se da minha dica.
–Ok... – saiu da barraca acompanhada dela.
Bea estava sentada em uma mesa no centro, ela tinha uma bandeja com comida a
sua frente. Caminho devagar em direção a ela.
–Paula – Taylor chama e me viro. -Você sabe que a sua resposta para a ultima pergunta foi sim, não é? – exibe um
sorriso sapeca.
–Entenda como quiser – lhe mando um beijo no ar e volto a andar.


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