You're The One escrita por Giovana Serpa


Capítulo 6
The one with the platonic


Notas iniciais do capítulo

Galera, eu devo demorar um pouco pra postar os próximos capítulos porque entro em período de provas amanhã, e vai até o dia 9 (parte boa: vou ficar mais de um mês de férias). Como amanhã eu só tenho provas fáceis, vim aqui postar o capítulo pra vocês, mesmo que eu tenha três trabalhos pra terminar e entregar amanhã mesmo... Sério, eu odeio a escola.

Boa leitura.



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Clary Fray

Alguns poucos dias antes do tão esperado recesso de Natal, eu já estava ansiosa o suficiente para encontrar Maia e Jordan. Eles não puderam vir no sábado anterior, porque ambos estavam de castigo por chegar tarde em casa (preferi não imaginar o motivo, era menos constrangedor), mas eles viriam para passar o dia de Natal comigo.

O problema era que a escola estava suficientemente difícil para me distrair dos meus planos natalinos. Minha escola antiga era um playground infantil se comparada à St. Xavier, que era mais parecida com um centro de tortura medieval do que com uma escola. Tudo o que consegui fazer no pequeno espaço de tempo que tinha de folga dos trabalhos e lições de casa foi comprar os presentes.

Na quarta-feira última quarta-feira antes das férias de inverno, exatamente a minha terceira semana no colégio, tudo no que eu conseguia pensar era na prova de Inglês que ameaçava me colocar no fundo do poço quando se tratava de notas. Minha mãe estava dando uma carona para o colégio, já que era o primeiro dia de folga dela, e eu tentava conciliar os solavancos da caminhonete à leitura das anotações apressadas que eu havia feito em casa enquanto estudava. Foi naquele momento que eu percebi que odiava minha própria língua tanto quanto odiava sopa de ervilha.

— Clary, chegamos — Jocelyn deu um tapinha de leve em meu ombro para chamar minha atenção. — Você está estudando agora?

— Só estou revisando — respondi, sem me mover. — Essa prova está me assustando um pouco.

Sebastian saiu do carro e minha mãe revirou os olhos.

— Como pode não saber sobre a língua que você fala? — Ela questionou. — Inglês sempre pareceu tão fácil para mim.

— Não é isso — bufei. — Eu sei gramática, mas a outra parte da prova é sobre um livro que eu aparentemente deveria ter lido no mês passado. Pateticamente e de modo muito clichê, O Morro dos Ventos Uivantes. Nunca tive vontade de ler esse livro, mas, pelo jeito, os caras da cidade grande o adoram tanto quanto adoram Starbucks.

Alguns segundos de silêncio total se passaram antes que, de modo tão abrupto que eu me assustei, minha mãe disse:

— Ande logo com isso, Clarissa!

Grunhi e joguei minhas coisas dentro da mochila. Era irritante quando minha mãe questionava minhas extensas habilidades acadêmicas. Pelo o que eu sabia, ela achava que eu tinha algum retardo mental ou algo parecido com isso.

O sinal tocou antes que eu pudesse sequer pensar em falar com alguém. Certo, eu não tinha muitas pessoas com quem falar. Na verdade, a lista de pessoas que não tinham vergonha de ser vistas conversando com a novata ruiva esquisita — impressão minha ou isso soa exatamente como Eleanor e Park? — era resumida a Simon, e ele não estava em lugar nenhum.

Meu nervosismo quanto à prova era tão grande que eu até mesmo me esqueci da aula em si e seus componentes. Foi só quando vi meu "parceiro" — era tão estranho chamar aquele garoto loiro assim — que meu estômago se revirou, como sempre acontecia quando o via. Era patética, aquela sensação. Quero dizer, eu sequer sabia o nome dele. E se fosse algo como Hamish ou Benedict? Não era nem de longe atraente.

Ignorando qualquer tipo de pensamento em relação a ele, me sentei na mesma carteira de sempre, sem olhá-lo. Não foi necessário falar, até mesmo porque o cara loiro parecia afundado em sua típica leitura matinal. Três semanas e eu nem sequer sei a droga do nome dele, pensei. Eu não perguntaria, na verdade.

Alguns minutos depois, o professor entrou na sala, parecendo tão patético quanto sempre em seu casaco de tweed. Sem uma palavra além do padrão das provas — Somente lápis e borracha sobre a mesa —, ele nos entregou a prova.

Ao ver as cinco folhas, eu consegui sentir o F, o castigo, a reprovação, e tudo num golpe só. Como diabos eu iria saber "Como se desenrola o romance entre Catherine e Heathcliff" se nem sequer havia lido o livro? E como eu pretendia fazer uma redação de vinte linhas sobre isso?

Tentei me lembrar do que havia anotado, mas minha mente era apenas um espaço vazio, como geralmente acontecia durante uma prova. Além do mais, eu nunca havia tentado me concentrar quando estava sentada ao lado do cara mais bonito do mundo.

Respirei fundo e olhei em volta. Lembrei o que eu sabia da sinopse atrás do livro, que era tudo o que eu havia lido: Algum tipo velho do clichê romance proibido; uma fazenda; amor platônico. E foi então que meus olhos sorrateiramente pararam nele, tão concentrado no que estava escrevendo que eu até mesmo senti inveja. Platônico, platônico, platônico; a palavra se repetiu na minha mente como um eco involuntário, fazendo meu rosto corar.

Balancei a cabeça. Não. Eu não sentia nada platônico por aquele cara com os cabelos loiros mais brilhantes que eu já havia visto, olhos dourados parecidos com ouro derretido e a pele mais resplandecente de todas, mesmo no inverno. Não. Eu não sentia nada por ele, nem sequer sabia seu nome. Mas tudo o que eu conseguia pensar enquanto improvisava naquela redação patética era "Droga".


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Notas finais do capítulo

Desculpe por estar tão pequeno, mas a imaginação me faltou...
Digamos que esse capítulo foi bastante literário :v E, se vocês estiverem se perguntando: não, Clace não vai ser tão fácil quanto está parecendo. Aguardem.

Beijos! Mandem reviews, seus lindos. Aliás, obrigada a todos que estão mandando reviews, principalmente os que leram minha fic antiga :3 Vocês são demais, Shadowhunters.