Harry e...plantas escrita por HamsterC


Capítulo 6
O outro Lucas




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Layla estava sentada na grama junto de Gyel. Seus pés estavam na água, que brilhava com a presença de algo dentro de si. Ambos sorriam. No pouco tempo que possuía livre de seu pai, Layla ficava com Gyel, contra a vontade de Leno, que dizia que o garoto apenas queria se aproveitar dos bens da filha. Ela não se importava. Apenas queria ser feliz, mesmo que por um mínimo de tempo.

— O que é aquilo escuro? – apontou ela para o fundo do lago.

— Não sei, espere – o garoto levantou-se e entrou na água.

Seu casaco verde fora deixado do lado de Layla, que observava o que o garoto faria. Seus braços musculosos se esticavam, um atrás do outro. Estava nadando em direção ao escuro. Ele voltou a boiar, para pegar ar. Seus cabelos vermelhos estavam molhados. Ele puxou ar e novamente mergulhou, voltando a nadar, mas o pai de Layla acabara de chegar.

— O que pensam que estão fazendo?

— Seja o que for, não é da sua conta.

— Gyel! – gritou o homem — Volte! – o garoto olhou e voltou para a terra.

— Por que sempre estraga minha felicidade? Seu idiota! Primeiro ignora a morte da mamãe como se ela fosse um nada, depois finge que eu não existo, que eu não tenho direito algum sobre aquela merda de reino! O que mais vai fazer? Estragar minha vida mais afundo?

— Vamos, os dois – Layla ia falar, mas seu pai a interrompeu — Não! Sem mais palavras Layla!

— Tchau – disse Gyel, beijando a garota.

— Gyel.

— Majestade?

— Você não vai para casa, você vem com nós.

~~~~~~~~~~~~~~~~o~~~~~~~~~~~~~~~~

— Mãe, eu estou saindo – Lucas descia as escadas, vestia uma blusa preta e uma calça jeans.

— Vai voltar que horas? – perguntou a mulher.

— Não sei, quando eu estiver chegando eu ligo, até – o garoto abriu a porta e foi até seu carro, Taila o seguia.

A garota vestia um vestido marrom, bem curto. Seu cabelo preto estava caído sobre os ombros. Segurava uma pequena bolsa de couro. Nunca pensou que conseguiria convencer Lucas. O garoto sentou-se no banco e ligou o carro. A garota abriu o banco da frente e sentou-se. Mal podia esperar para o que poderia acontecer.

— Se lembre do que disse, suas amigas – o garoto já percorria o trânsito.

— Sim, sim, minhas amigas, mas claro, isso se você não gostar do lugar – a garota ficou em silêncio por alguns segundos, pensava em algo para conversar com Lucas enquanto não chegavam — Você não tem irmãos, certo? – o garoto confirmou mexendo a cabeça, não podia perder muito a atenção — Você tem sorte – ela olhou para o céu da noite, haviam poucas estrelas – Quando eu tinha 15 anos, eu estava namorando um cara, ele chamava-se Johnny, grande e bonito, ele parecia ter uns dois anos a mais que eu no tempo, ele deve estar com 21 hoje.

— E?

— Eu gostava dele, não por ele ser bonito, mas pela história dele, o que ele havia passado. Ele me disse que, a mãe dele tinha dois homens, ela era casada com um enquanto saia de noite para ir se encontrar com o outro. Ele veio primeiro, por parte do homem que ela saia para se encontrar quando o marido não estava em casa. Alguns anos se passaram, 4 anos, e enfim sua mãe teve um outro filho, dessa vez com seu verdadeiro marido. Os dois viviam juntos, na mesma casa, já que o marido da mulher não sabia que Johnny não era seu filho. Com o passar do tempo, o outro homem da mulher, o pai de Johnny, ele queria dinheiro. Me esqueci de informar, mas o marido da mulher era milionário. Todos os dias o amante cobrava a mulher. E durante essas cobranças o marido dela acabou descobrindo. Haveria um divórcio. O filho mais novo ficaria com o seu pai e o mais velho ficaria com a mulher e seu amante. A mulher receberia a pensão, bem pouca até, e o dinheiro que ficaria com ela quando ele morresse fora passado para o seu verdadeiro filho. Em uma noite, a mulher saiu e voltou ao quarto com uma faca em mãos. No dia seguinte encontraram o corpo do marido da mulher no meio de uma rua, atropelado e com o pescoço cortado. O filho mais velho, Johnny, ficou com seu pai, o amante, e a mulher ficara com o filho mais novo, a qual possuía todo o dinheiro do pai, sem nem mesmo saber por ser muito jovem. A última vez que o vi, soube que seu pai ainda cobra a mulher, pedindo por mais e mais dinheiro.

— E onde fica você nisso tudo?

— Acabei contando a história do namorado e não minha – ela sorriu e chegou até dar algumas risadas — Ele não era tudo o que eu pensava. Me esqueci de dizer que ele também era em boa parte rico, afinal, seu pai não verdadeiro gostava dele e deixou algum dinheiro para ele também. Mas a riqueza, a beleza e a boa história não era tudo. Ele é bem mais misterioso que isso. Eu ainda passei um bom tempo com ele. Até meu aniversário de 17 anos. Eu havia convidado ele para meu aniversário, em minha casa. Vários amigos haviam vindo. Eu estava até muito feliz, mas eu havia acabado de notar a falta de meu irmão mais velho, ele tinha 18 anos. “Onde está meu irmão?” perguntei a minha mãe, afinal, eu queria que ele estivesse comigo em meu aniversário. Procurei em todos os cantos da casa, e lá estava ele. “O que está acontecendo aqui?” perguntei ao ver aquela cena. Johnny estava penetrando em meu irmão, que continuou beijando ele, mesmo após a minha presença no quarto. “Saia daqui! Saia!” gritei. Não queria mais ver aquilo. Não queria ver o homem que eu cheguei a amar, mesmo que um pouco, fazendo aquilo com meu irmão. E o pior, ao meu irmão vestir-se e sair do quarto, Johnny sorriu. “O que é minha puta?” perguntou ele para mim. Eu o dei um tapa e nem havia percebido que estava chorando. Chorando por aquele demônio. “Saia antes que eu corte seu pau!” gritei. Ele se aproximou de mim e ainda me beijou. E logo após saíra do quarto. Eu comecei a chorar, não sabia exatamente o que havia acontecido. Se ele havia seduzido meu irmão, ou se meu irmão havia o seduzido. E foi isso que fui perguntar a meu irmão logo após a cena. Eu entrei em seu quarto. Ele estava jogando em seu computador e a primeira coisa que fez ao me ver foi levantar-se. “Eu juro, ele que me seduzia irmã!” disse ele, implorando para que eu não o batesse. Não serviu de nada. Eu peguei a pequena estátua dele e a taquei em sua cabeça. Ele se encolheu e implorou para que eu parasse, e mesmo assim continuei. Acabei levando-o para a cama. A estátua havia quebrado sem eu perceber, e ao tacar de novo e de novo, e ver todo aquele sangue.

— Você o matou?

— Eu não havia percebido, não havia visto a estátua quebrar-se, não havia percebido seu crânio rachando e sua cara deformada. Eu parei e coloquei minhas mãos nas bochechas dele. “Irmão?” perguntei, eu queria uma resposta. Eu perguntei novamente e ele não respondia. Eu peguei a estátua quebrada e joguei no lixo do quarto dele. Não podia mostrar que fora eu que fiz aquilo. Desci as escadas rapidamente e avisei a meus pais. Levaram ele para o hospital e conseguiram fazer ele ficar vivo. Não sei como, mas o fizeram.

— E o que disse para seus pais?

— “Eu entrei no quarto e vi Johnny batendo nele, tentei parar, mas não consegui” eu disse. Eles acreditaram. Eu achei perfeito! Ele mal havia me ferido, e rapidamente eu o faria ir para a cadeia. E ele foi! Mas não passara nem mesmo uma semana e fora solto. Não sei se foi o dinheiro, ou se ele havia chupado o júri. Apenas sei que ele foi solto. Meu plano não deu certo e desde este dia eu não o vejo.

— E quanto ao seu irmão?

— Meu irmão é uma boa pessoa. Ele sabia que eu estava fora de si, afinal, ele não fez nada enquanto eu o batia loucamente. Ele acabou confirmando o que eu disse. Ultimamente ele está morando com seu namorado, e está fazendo faculdade. Por falar nisso, eu preciso ir visitá-lo.

— Nunca aconteceu algo assim comigo.

— Você tem sorte. Apenas reze para não conhecer alguém falso e sombrio como eu conheci. Nunca soube de nada daquele garoto. E é por isso que eu aconselho você ver bem o estoque de homens na boate.

— Eu disse que não vou ficar com ninguém desse negócio que fizemos, principalmente da boate, mas… se for para acontecer algo que me anime, que leve minha vida a mil, eu faria de tudo, de tudo para conseguir algo que me leve a isso.

— Você quer sofrer? Deve estar com problemas, só pode. Você não sabe o que é pensar ter matado alguém, principalmente quando esse alguém é seu irmão. Você não sabe como é ver alguém que você amou te trair na maior cara de pau. Não sabe o significado de “estragar sua vida”.

— Não sei se percebe Taila, mas sofrer eu já sofro – fez-se silêncio – É ali, certo?

— Sim.

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Layla estava deitada em sua cama. Estava lendo um livro. Ou tentava ler. Não conseguia parar de pensar em Gyel. O que seu pai queria com o garoto? Não queria pensar que ele mandaria o garoto para fora do reino. Mandando-o para o norte. Já ouviu falar do reino do norte. Ouviu falar do governo forte e rigoroso. Do Rei que realmente comando todo o seu povo. Mas não ouvia apenas isso. Seus portões eram grandes e em seus pontos mais altos haviam estacas cheias de cabeças cravadas em suas pontas. Falavam que era para abençoar o reino. Afinal, quando todos morriam viravam meras plantas que entregavam energia ao reino.

Ela levantou-se e andou até a porta. Queria procurar por seu pai e perguntá-lo sobre Gyel. Sobre o ladrão que haviam pego! Havia mais de um motivo para ir até seu pai. Só deixava para conversar com ele quando estava calma e pensadora, pois nunca conseguiria falar com ele sobre sua mãe, ou sobre o modo de governar dele.

Ela encostou sua mão na maçaneta e a rodou vagarosamente. Estava fugindo pela primeira vez de um castigo. Ela empurrou a porta e logo a fechou. Seus paços não faziam barulho algum no carpete de folhas. O quarto de seu pai estava próximo, próximo, e ao encostar em sua maçaneta, pensou se deveria mesmo quebrar os mandamentos de seu pai. Ela então bateu na porta. Queria avisá-lo, dessa vez, que estava ali. E apenas assim, prevenia-se de vê-lo novamente com uma prostituta. Ela ouviu os passos aproximando-se e logo a porta foi aberta.

— O que foi Layla?

— Eu posso entrar? – o homem então a respondeu estendendo sua mão para a cama.

— O que quer? – perguntou ele para a garota, que havia sentado-se na cama.

— Eu queria saber o que fará com o ladrão das sementes – disse ela, não queria ir direto ao assunto de Gyel.

— Você realmente veio me perturbar durante a noite apenas para me perguntar isso?

— Eu não conseguia dormir, estava com medo de que ele fosse solto e acabasse entrando em meu quarto – disse ela, sorrindo.

— Eu já disse para Thror o que fazer em relação ao ladrão, pode perguntá-lo amanhã.

— Tudo bem – ela levantou-se, ia sair do quarto — Aaah, eu queria saber o que vai fazer com Gyel.

— Eu o chamei apenas para avisá-lo que abriram vagas para meditantes no reino, queria saber se ele não se juntaria ao povo do palácio.

— Isso é ótimo pai! – ela ia sair, mas novamente voltou — Aaah, já sabem se o ladrão das sementes voltou com as sementes?

— Irão interrogar ele amanhã, agora é rezar para que ele não tenha vendido elas, ou que tenha entregue para alguém – o homem abraçou a filha e a beijou a cabeça — Boa noite, querida – a garota sorriu e deixou o quarto, o homem logo fechara a porta.

— Ela já foi? – um corpo saíra debaixo da cama, era Gyel.

— Já – Leno andou até o garoto e o beijou — Então, onde estávamos? – Leno sorriu e empurrou Gyel na cama.

O homem levantou as pernas do garoto e colocou dois de seus dedos no garoto. Ele gemeu. Leno sorriu, e após penetrar Gyel, começou a batê-lo nas cochas, pedindo para que ele gritasse mais. O garoto colocou as mãos sobre as costas musculosas de Leno e o puxou para si. Empurrando-o mais afundo. Ele o beijou e pediu que fosse mais forte.

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Tudo piscava. A música era extremamente alta e dançante. Havia homens por todos os lados. Dançarinos fazendo strip-tease em um lugar. Outros dançavam entre si enquanto beijavam-se. Alguns ficavam conversando no bar, olhavam para cada homem que passava, avaliando-os. Um havia acabado de parar outro. Os dois sorriram e beijaram-se, logo entraram em um corredor escuro, com o mínimo de luzes possível. Estava em um mundo totalmente diferente do que vivia.

— Ainda estou tentando acreditar como você me fez vir até aqui! – gritou Lucas para que a garota escutasse.

— Apenas tente aproveitar – disse Taila com os braços para cima, estava dançando — Vamos, quero ver se encontra alguém! – Taila puxou Lucas e o levou para o amontoado de homens, que estavam dançando — Vamos! Dança! Ou vai dizer que não sabe? – Taila pulava e jogava os cabelos para todos os lados — Isso, assim, mexe o popozão!

Não acreditava que estava fazendo aquilo. Não acreditava que estava tentando chamar a atenção de outros homens. Lucas havia começado a dançar. O suor logo começou a aparecer. Seu cabelo ficou molhado e a blusa grudenta. Ele a tirou. Um homem, alto, olhos azuis, e cabelo preto o olhou e dançou até ele, até chegar perto o bastante. Outro veio por suas costas. Lucas segurou na cabeça do moreno a sua frente e colocou uma de suas pernas sobre perna dele. Começara a dançar fazendo movimentos de vai e vem na perna do homem, enquanto sua bunda encostava e provocava o outro em suas costas. Ele havia transformado-se em outra pessoa. Ele arfava e beijava os dois. Era outro Lucas.


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