Last Dance escrita por Rosi Rosa


Capítulo 3
Death sentence


Notas iniciais do capítulo

O fim parecia inevitável...



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Memórias felizes e tristes rodopiavam por sua cabeça, sonhos e planos destruídos, emoções que não viveu, amor que não declarou, sorrisos que negou e lágrimas que desperdiçou... tantas coisas ainda pra realizar, parados no meio do caminho, inacabados. O tempo implacável não suavizava todo esse martírio, as lágrimas que caíam de seus olhos não ocultavam o sentimento desagradável da negação. Felicity sentia-se mortalmente imperfeita. Partida ao meio por uma lâmina defeituosa, manchada de dor e de sangue. Seu sangue. Sua dor. Mutilada sem piedade pelo destino.

— Shhh, não chore. Tá tudo bem. Você não está sozinha, não mais. Eu estou aqui com você, sempre estarei. — Ele a acalentou, sentindo que ela tremia em seus braços, o corpo convulsionava em um pranto de dor, vulnerável. O coração disparado entoava uma melodia de padecimento. Oliver queria gritar, chorar, mas conteve-se em seu sofrimento, por ela. Seria forte, mesmo sentindo-se cair no abismo da fraqueza e da amargura.

Seria forte. Por ela.

Felicity se acalmou no calor de seus braços, fungou ruidosamente, relaxando o corpo no abraço cálido de Oliver, ele a beijou de leve na testa com extrema gentileza, fazendo com que ela voltasse a se deitar e tentasse dormir, ela obedeceu, ficou observando ele sentado e segurando a sua mão, o sono veio abençoado e calmo, adormeceu com um sorriso discreto nos lábios. Estava exausta fisicamente e emocionalmente.

Seu fim parecia inevitável. Ela sentia a morte a encarar com olhos gelados.

Oliver ficou mais alguns minutos a olhando, seu corpo pulsava com uma raiva corrente nas veias que o queimava por dentro furiosamente, sentindo-se sufocado, ele levantou e saiu procurando por ar puro, por respostas. Pediu pra falar com o médico dela, perguntar se ela poderia ir pra casa, como era o seu desejo. Minutos depois, saiu da sala dele ainda mais sufocado, mais perdido, mais pesaroso. Agonizando.

Felicity não poderia ir pra casa, suas escolhas por uma vida normal mesmo diante um diagnóstico perturbador, afetou sua saúde já debilitada, gravemente. Ele ouviu do médico uma sentença de morte, ele sentiu o fim apertar sua garganta.

Ele sentiu-se esgotado e sem esperanças, preso numa escuridão imutável, sendo invadido pelo frio e solidão com uma perversidade pungente. Um brilho gélido no olhar triste.




O meu silêncio é uma nota preta num imenso papel vazio.

– Rosa de Saron




Os dias passaram desesperadamente rápidos, ele nunca se ausentava por muito tempo do hospital e do lado de Felicity, Dig a visitava diariamente e toda vez que o amigo chegava e olhava nos olhos dela disfarçando um gemido de dor, ele sabia que mais uma vez fracassara na busca pra salvar Felicity. Oliver sempre sorria tristemente enquanto passava a mão no rosto com urgência, secando as estúpidas lágrimas para que ela não as visse. A cada dia tornava-se difícil se mostrar forte, a cada dia, ele perdia Felicity um pouquinho mais para a morte.

Na tentativa de sorrir seu coração chorava, sempre. Felicity alternava dias tranquilos, alegres e com a respiração fácil, em contraste, havia dias e noites em que ele pensava o pior, tinha dias que ela sequer conseguia forças pra falar, a respiração difícil, nessa horas, Oliver segurava firmemente sua mão, transmitindo toda a paixão e vida que podia. Nunca era o suficiente. Nunca. Ela estava morrendo em uma luta injusta. E ele queria brigar com a vida por isso.

Era um dia calmo, a janela estava aberta e raios de sol entravam sorrateiramente no quarto, aquecendo e alegrando o ambiente sisudo e sepulcral. Felicity ouvia música no seu iPod, Oliver ainda não tinha chegado, ela pensava nele e no quanto ele tinha se tornado essencial em sua frágil vida. Era um herói durante a noite e quando precisava ser em outras horas do dia. Era seu amigo em todas as horas. Durante os dias bons e os ruins, quando ela respirava com dificuldade ou quando ela se tornava pessimista e desejava logo a morte. Ele sempre estava com ela. Sempre. O amava ainda mais. O amaria para sempre. Por toda a sua breve vida. Pensou num misto de sarcasmo e pesar.


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Notas finais do capítulo

Comentários são super bem vindos, deixe eu saber o que você pensa da fic, do jeito que escrevo, do enredo, enfim... Comente!
Até. ;D



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