Last Dance escrita por Rosi Rosa


Capítulo 2
Why?


Notas iniciais do capítulo

Oliver precisava de respostas, mas em sua fragilidade, Felicity estaria preparada pra responder?



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— Ei, você acordou! — Ele declarava o óbvio com um fraco sorriso. A voz sufocada pela tristeza. Sentia-se inútil naquele momento de indecisão e de dor. Consternado.

Ainda desorientada, Felicity fitava o quarto branco, inalando o cheiro forte de antisséptico e medicamentos, até os olhos desenharem a silhueta máscula a sua frente, era Oliver? Óh Deus. Seus olhos viam apenas sombras, desacostumados com a claridade, fechou-os apertando com força, abrindo lentamente, em pé a sua frente, um homem a fitava assustado, os lábios apenas uma linha fina de apreensão. Era Oliver. Parecia frustrado. Ainda mais sombrio. E ainda mais bonito.

— Ei. — A voz fraca, o sorriso curto. Felicity o saudou sem entusiasmo. Se ela estava no hospital e ele também, só significava uma coisa plausível ao seu entendimento, ele sabia sobre a sua morte eminente.

Ele sabia!

Oliver continuava olhando-a, a expressão indecifrável. Felicity fechou os olhos, inalando fracamente mais uma vez, a hora em que ela mais temia havia chegado, confrontar o medo da partida e a verdade escondida de sua saúde. Ela abriu os olhos devagar preparando-se para o inevitável, para as perguntas e as acusações. Nos lábios um sorriso frágil e cauteloso.



Silêncio. Um pesado e longo silêncio. Seus olhos diziam o que seus lábios não puderam pronunciar.


— Por que? — Uma única palavra e tantos significados. Oliver a fitava interrogativo, esperando uma resposta, vibrando de mágoa e de medo. Ressentido. O coração disparado no peito.


Felicity suspirou pesadamente, mergulhando fundo no sofrimento. Afogando mais uma vez em sua dor solitária. Submersa entre a vida e a morte.

— Eu não sei. Só queria sossego e normalidade no meio do caos que minha vida havia se transformado, de uma hora pra outra eu me vi no meio de um furacão, do inevitável. Todos os dias eu fico frente a frente com a morte. — Sem esperar que ele replicasse suas palavras, Felicity continuou a falar, ela queria fugir daqueles olhos que pareciam avaliar a mulher fragilizada deitada naquela cama de hospital, a mulher que estava morrendo. Compaixão! Os olhos dele tinha esse brilho irritante de compaixão e ela o odiou por isso.


— Quero ir pra minha casa, Oliver. — Ela umedeceu os lábios ressequidos com a língua, desafiando-o com o olhar.

— Você não pode! — Oliver tinha os olhos focados nela com uma ligeira irritação, os dentes cerrados em aflição. Não por ela, pela situação, pela dor, por não poder agir. Por tudo. Ele estava enlouquecendo.

Ela o olhou desolada, triste. Um brilho de lágrimas nos olhos cansados.

— Por quê? — Ela perguntou em um tom de ressentimento e ansiedade.

— Acho que nós dois sabemos a resposta. — Ele foi enfaticamente acusador, magoando-a fortemente.

Felicity abaixou a cabeça, calada, sentiu o gosto amargo de palavras não pronunciadas raspar sua garganta. Conteve-se para não gritar em fúria um xingamento. Repetiu a mesma frase de antes pausadamente, exigindo. Implorando!

— Quero ir pra minha casa, Oliver. Agora. — O tom de voz mais alto do que o normal parecia uma prece urgente.

Ele apenas balançou a cabeça tristemente sentando-se ao seu lado na cama de hospital. Ela respirava com dificuldades, no rosto a palidez se destacava, nos olhos as olheiras eram um aviso cruel de que ela não estava bem e que precisava descansar ainda mais.

— Por que você não nos contou, Felicity? Por que você, — Oliver fechou os olhos, sufocando uma lágrima teimosa. — Por que você não me contou? — A voz saiu rouca, as palavras sussurradas. A dor da pergunta quase tangível flutuava no ar.

— Oliver, — Como dizer que era por isso que não havia contado? Esse olhar de piedade, de sofrimento, de aflição? Oliver a olhava com pena, e Felicity definitivamente não queria esse olhar. — Não era da sua conta! — Ela queria ferir e machucar, queria mostrar que era forte, independente. Mas não era. Droga! Ela não era. Queria ser abraçada por ele e chorar até sentir a dor saindo de seu corpo, até sentir sua alma limpa de sofrimento. Até sentir-se... viva.

Ele a fitou com um desespero no olhar, queria tocá-la, protegê-la. Mas ela parecia rejeitar até mesmo o seu olhar.

— Como não era da minha conta? Somos amigos, não somos? — Sua mão agarrava a dela com força, tentando mostrar com toques essa amizade. Tentando fazê-la sentir o calor de sua proteção.

Felicity sentiu-se terrivelmente culpada por esconder sua doença, mas o que está feito está feito, não era o que diziam? Sua vida se esvaia de seu corpo completamente, mas seu amor por ele permanecia intacto e vê-lo angustiado doía de forma excessivamente cruel.
Naquele momento sentiu-se esgotada, reprimindo um gemido, disse:

— Sim, somos amigos! Desculpa, eu estava com medo. Eu estou com medo. — Ela afirmava, extenuada. — Eu estou morrendo, Oliver. — A voz falhou, lágrimas desciam descontroladamente por seu rosto. Oliver secou suas lágrimas e abraçou seu corpo trêmulo em silêncio. Sofrendo. Morrendo por dentro. Chorando junto com ela. Por ela.


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Notas finais do capítulo

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