Last Dance escrita por Rosi Rosa


Capítulo 1
Nightmare


Notas iniciais do capítulo

Não me xinguem, amo dramas, e achei que o Oliver merecia sofrer um pouco, aliás, 'pouco' é bem figurativo, quero ele sofrendo muito. Mas, pra isso acontecer, a Felicity também entra nessa equação de sofrimento. :(
Espero que gostem e comentem.
Nem sempre o final é feliz, tenham isso em mente, please.



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Ela estava morrendo. As tosses constantes e a falta de ar agudas, diziam isso. Ela estava morrendo sem ele saber do seu amor, sem ele notar a sua paixão. Seria tão triste partir assim, apenas um adeus e nada mais, Felicity se afligia com esses pensamentos, esvaecendo nesse sofrimento.

Ela não queria a preocupação exacerbada e nem olhares penalizados, sua partida poderia ser lenta e aflitiva como poderia ser rápida e intensa. Dig e Oliver não precisavam de uma dose a mais de preocupação em suas cabeças, na hora certa, diria à eles que sua vida estava com os dias contados, quase acabados. Não agora que ela gozava de um resquício de lucidez. Não agora, ela repetia mentalmente, quando uma onda de tosse a atacou e sua respiração ameaçava falhar.

Oliver entrou silencioso e a fitou com preocupação, Felicity disfarçava uma tosse insistente, há uns dias ele havia notado sua palidez, seu ar sempre cansado, seu fôlego sempre cortado. Ela estaria doente? Franziu o cenho diante dessa possibilidade, naquele momento, ela o encarou com os olhos vermelhos e apenas um fio de respiração. Oliver temeu por sua vida. Aproximou-se dela, colocando a mão em seu ombro, era reconfortante sentir o calor de sua pele, mesmo através de suas roupas.

— Está tudo bem, Felicity? — Ele indagou, preocupado.

Ela não respondeu, apenas o olhava assustada, a respiração entrecortada, o peito doendo por esse esforço de continuar respirando. Vivendo.

— Felicity? — Oliver falou um pouco mais alto, suplicante e temeroso.

Felicity respirou profundamente, causando uma dor latente em seu peito, ela gemeu inconscientemente. Oliver continuava parado, a mão em seu ombro, impotente.

Ela levantou sobressaltada, ele a olhava incerto. Impaciente, Oliver abriu a boca pra mais uma vez questionar seu bem estar, quando Felicity tombou ao chão. Despreparado para esse desmaio, ele apenas suavizou sua queda, amparando seu corpo desfalecido momentos antes de tocar o chão frio.

Desespero. Ele poderia classificar essa emoção naquele momento. Desespero por ver Felicity fria e desacordada em seus braços. Tão frágil, tão bela.

Com a respiração suspensa, Oliver chamou por ela diversas vezes, afagando seu rosto com carinho, ele aconchegou o corpo pequeno em seus braços musculosos com delicadeza. Os batimentos cardíacos de Felicity estavam fracos. Ela precisava de ajuda médica. Agora.

A chegada ao centro médico foi tensamente rápida, no banco traseiro do carro, Felicity continuava inerte, sem reação alguma, a respiração apenas um leve sussurro, um pequeno sopro de vida. Com ela nos braços, Oliver entrou gritando por ajuda. Sem poder fazer nada, viu Felicity rodeada por médicos, inquieto demais, a viu ser levada pra uma sala restrita, ele queria ficar com ela, saber se ela ficaria bem, mas foi impedido com um rosnado bravo de uma enfermeira baixinha diante da porta que levava a um vasto corredor.

Oliver andava de um lado para o outro angustiado, olhando as horas se arrastar diante os seus olhos, sem notícias de Felicity as horas pareciam eternas, o tiquetaquear do relógio, irritante. O tempo se mostrava traiçoeiro. A realidade, misteriosa. Praguejava a cada instante em que via um médico sair por aquela porta e passar diante dele como se fosse uma estátua decorativa e não um homem tremendamente preocupado.

Alguns minutos depois apareceu um médico perguntando sobre quem estava com a moça loira que foi levada pra emergência, com passadas largas Oliver já estava ao lado dele, o enchendo de perguntas. Nervoso. Queria vê-la, apenas.

— Agora, ela se encontra instável, sedada e dormindo. — O médico relatava tudo com tranquilidade. Oliver estava longe de estar tranquilo. O corpo musculoso resvalava uma intranquilidade feroz e explosiva.

O médico continuava a falar como se Oliver estivesse por dentro do que aconteceu a Felicity. Estranho e preocupante.

— Ela sabia que isso poderia acontecer, mas fez uma escolha de viver normalmente, mesmo diante os riscos.

O que o médico estava falando? Que escolhas? Que riscos?

— Não entendo. — Oliver tinha um mal pressentimento. O médico o olhava com receio.

— Ela tem uma doença degenerativa, um grau avançado, poucas chances, incurável. Creio que chegou ao seu limite, infelizmente. — O médico balançava a cabeça negativamente.

Oliver precisou apoiar o corpo forte em uma parede, o coração acelerado, a boca ressecada pelo medo. As palavras 'poucas chances' e 'incurável' farfalhavam em sua mente como um veneno mortal, tomado apressadamente. Sua expressão tornou-se violentamente séria, a voz um rosnado agudo e ameaçador.

— I... ncurável? — Ele gaguejou e o médico soube, naquele momento que e o homem visivelmente pálido e perigosamente ameaçador a sua frente nada sabia do estado de saúde de sua paciente regular.

— Eu sinto muito. — Ele dizia penalizado. Oliver suspirou fundo, buscando por palavras certas em um momento em que tudo parecia errado. Tudo era trágico e perturbador. Ele estava vivendo um terrível pesadelo. Quando iria acordar?

— Quando ela soube? — Oliver quis saber. Sua voz soava como uma tempestade. Temível.

O médico hesitou na resposta por um momento.

— Faz alguns meses. O diagnóstico é complicado, instável. Tem dias que ela pode parecer saudável, disposta, porém, em outros... — O médico se calou como se Oliver pudesse completar a frase inacabada em pensamentos revoltos. Em outros, significavam que ela poderia cair desfalecida em qualquer lugar, viva ou morta.

Um som abafado e fraco saiu da garganta de Oliver. Felicity estava morrendo, e ele nada poderia fazer. Num impulso quis socar a parede, conteve-se insatisfeito em sua ira intempestiva. Percebeu, que desse pesadelo, acordar era impossível.

— Posso vê-la? — Ele perguntou ao médico com o olhar triste e suplicante. Derrotado. Enfraquecido. Amargurado.

— Claro! Venha comigo e lhe mostro o quarto onde ela está. — Oliver o seguiu pelo corredor silencioso, os passos pesados, o corpo tenso. O médico o deixou na porta do quarto e saiu em seguida, garantindo privacidade aos dois, mesmo com sua paciente dormindo placidamente.

Ele entrou no quarto escurecido, Felicity dormia, ressonando levemente, no braço uma agulha espetada com soro pingava mansamente, parecia respirar melhor agora. Os lábios pareciam tão pálidos, aproximou-se e num ato de atrevimento, roçou seus lábios aos dela com sutileza, tão frios e tão doces. Quase gemeu seu nome em uma súplica para que ela permanecesse com ele. Viva.

Oliver velou o seu sono, sentado em uma cadeira, segurando sua mão, afagando sua pele amavelmente, seus olhos ardiam por lágrimas não derramadas, seu coração doía, esmagando seu peito em batidas dolorosamente descontroladas. Ele não sabia dizer o que sentia por Felicity.

Amizade? Paixão? Amor? Tudo isso? Ele travava uma luta interna pra nomear seus sentimentos, ele se rebelava com a morte por não lhe dar tempo de descobrir o que sentia... por Felicity. Sua amiga. Sua garota.

Já era madrugada, Oliver havia falado com Dig sobre o estado de saúde de Felicity, ele prometeu procurar pelo mundo inteiro uma salvação para o caso dela, ele concordou, não deixaria ela partir sem antes vasculhar todas as perspectivas de uma cura. Não iria desistir, era uma promessa.

Oliver cochilou por alguns minutos, ouviu um som baixo de gemido, uma tosse engasgada pelo sono, arregalou os olhos assustados, Felicity remexia na cama murmurando fracamente, abrindo os olhos curiosos, a boca entreaberta, as sobrancelhas arqueadas interrogativamente. Ele levantou e parou diante dela, não disse nada, apenas esperou pacientemente até que ela o enxergasse e o reconhecesse. Os cantos dos lábios desenhou um sorriso de alívio, sutil e triste.


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Notas finais do capítulo

Eai Pessoas, gostaram? Se for me xingar, peço que façam com palavras pronunciáveis, que não sejam fofas, mas que eu não fique constrangida em ler, okay? Estamos combinados? Uhuhuhuhuhu
Até o próximo capítulo. ;D



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